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Fica como exercício para o leitor mostrar que essa função possui um
máximo global. A figura abaixo mostra o gráfico dessa função.
Encontrando o máximo da função teremos que:
Segue que:
Isto é, o potencial de corte é uma reta em função da frequência de
luz incidente. Um experimento de laboratório interessante é
determinar a constante de Planck utilizando dados experimentais (é
só lembrar que o coeficiente angular da reta resultante será h/e). É
importante então concluir que o potencial de corte depende do
material, porém seu coeficiente angular h/e é constante para todos
os materiais.
Podemos inclusive fazer uma análise de como é o comportamento
do gráfico da corrente de elétrons liberados em função da voltagem
estabelecida.
Para uma dada intensidade de
luz incidida temos um aumento
de corrente com o aumento da
voltagem. Notar que basta
aplicar uma ddp com a voltagem
de corte negativa para zerar a
corrente. Tal ddp que zera a
corrente é a mesma
independente da intensidade do
feixe incidido, porém a corrente de saturação não é (veja a figura
acima).
Exercício contextualizado resolvido
Sobre um circuito de efeito fotoelétrico são incididas radiações de
duas frequências diferentes, de comprimentos λ 1 e λ 2 (maiores que
a frequência de corte do material). Os elétrons liberados por cada
incidência têm velocidades v 1 e v 2 tais que a razão entre v 1 e v 2 é
dada por k. Determine o valor da função trabalho do material usado
em função de k, h, c (velocidade da luz), λ 1 e λ 2.
Solução:
Da conservação de energia (lembrando que a função trabalho é
constante para um dado material):
Dividindo as duas equações:
Exercícios Propostos:
1. (ITA) Incide-se luz num material fotoelétrico e não se
observa a emissão de elétrons. Para que ocorra a emissão
de elétrons do mesmo material basta que aumente(m):
1. a intensidade de luz
2. a frequência da luz
3. o comprimento de onda da luz
4. a intensidade e a frequência da luz
5. a intensidade e o comprimento de onda da luz
Exercício contextualizado
Mostre que o momento linear do elétron no átomo de hidrogênio é
dado por:
Lembrando que:
Ou seja, o raio da órbita é uma função do número n do nível:
ℎ𝑐𝑐
Lembrando do resultado de Planck que ∆𝐸𝐸 = ℎ. 𝑓𝑓 = , chegamos
𝜆𝜆
matematicamente (a partir do modelo de Bohr) à função proposta
por Balmer e Rydberg numa abrangência ainda maior.
Segue que:
Exercícios Propostos:
1. (ITA 99) A tabela abaixo mostra os níveis de energia de um
átomo do elemento X que se encontra no estado gasoso.
Dentro as possibilidades abaixo, a energia que poderia restar a um
elétron com energia de 15eV, após colidir com um átomo de X seria
de:
a) 0 eV b) 4,4 eV c) 16,0 eV d) 2,0 eV e) 14,0 eV
1) d 2)
3) E= 12,75 eV f = 3,07.1015 Hz
4) p=1. A energia não é suficiente para levar ao nível 2. A energia
necessária seria no mínimo 10,2 eV
5) Aproximadamente 8 milhões de revoluções
6)
Logo:
ℎ
Da hipótese de De Broglie: 𝜆𝜆 =
𝑚𝑚𝑚𝑚
A expressão acima já é conhecida! É mais de uns previamente
indemonstráveis postulados de Bohr. Concluímos que a teoria de De
Broglie foi bastante razoável e apresentava total consistência com a
teoria de Bohr!
Exercício Contextualizado Resolvido
1. Um elétron em movimento manifesta uma onda de matéria
com comprimento de onda de De Broglie igual a 10-10 m. Sendo
a massa do elétron igual a 9,1. 10-31 kg, sua carga é 1,6.10-19 C
e a constante de Planck igual a 6,63.10-34 J.s, qual a DDP
necessária para acelera-lo do repouso até a velocidade
necessária?
Solução:
Da Hipótese de De Broglie, segue:
Gabarito:
1) 6,63.10-35 m 2) 5.10-10 m 3) F-F-V-V
4) 5)
6) A incerteza mínima é de, aproximadamente, 0,04 %
Exercícios Propostos
1. Uma régua move-se com a velocidade v=0,6c na direção do
observador e paralelamente ao seu comprimento.
a) Calcular o comprimento da régua, medida pelo observador, se
ela possui um metro no seu próprio referencial
b) Qual o intervalo de tempo necessário para a régua passar pelo
observador?
A FÍSICA DE PARTÍCULAS
O mundo macroscópico,
até certo ponto, é
bastante presente no
nosso dia a dia, de um
grão de areia a estrelas
no céu, com o olho nu
conseguimos enxergar
esses objetos e até Figura 1: Telescópio Mauna Kea
mesmo estuda-los.
Acima disso, temos alguns instrumentos, como o telescópio, que nos
ajuda a enxergar esses objetos gigantescos que estão distantes de
nós e, abaixo disso, temos também diversos tipos de microscópios
que nos ajudam a ver esse “minimundo”. Entretanto, há um universo
gigantesco que exploramos a cada dia que passa, mas que não é tão
conhecido: O mundo das coisas ainda menores do que o que
enxergamos com um microscópio.
Figura 2: Microscópio
séculos que desenvolvemos
tecnologias e teorias capazes de
observar e explicar esse fantástico mundo invisível para os nossos
olhos.
“Se acontecesse um
cataclismo que destruísse
todo o conhecimento
científico, e apenas
pudesse ser transmitida
uma mensagem à
próxima geração, a
afirmação contendo mais
informação em menos
Figura 3: Richard Feynman palavras seria: “Todas as
coisas são constituídas de
átomos – pequenas partículas que se movem permanentemente, que
se atraem mutuamente quando estão pouco afastadas, mas que se
repelem quando são empurradas umas contra as outras.”
Como podemos ver, compreender a Estrutura da Matéria é uma das
coisas mais importantes para o contínuo avanço da ciência. Entender
Observe o quão grande ou quão pequeno determinadas coisas são para nós, acesse
o endereço http://htwins.net/scale2/ ou o QR code acabixo, e veja quais são as
maiores e as menores coisas que nós conhecemos. (Necessário Java atualizado para
pleno funcionamento).
como as coisas se comportam no mundo micro é a chave do sucesso
para entender o nosso mundo macro, e nesse sentido, o Modelo
Padrão de Física de Partículas é a mais atual e mais completa teoria
sobre o comportamento da matéria nessa escala.
TUBO DE CROOKES
Dispositivo composto de um tubo, selado com um vácuo parcial, com dois eletrodos,
um em cada extremidade, um positivo (ânodo) e o outro negativo (catodo),
submetidos a uma alta tensão que fazia com que elétrons saíssem do catodo, ao se
chocarem com moléculas de gás ali presentes ionizava-as, o que fazia com que
emitissem uma luz. Esse fluxo de elétrons foi denominado de Raios Catódicos.
Embasado em sua
descoberta do
elétron, em 1904 no
mesmo The London,
Edinburgh and
Dublin Philosophical
Figura 7: Modelo atômico de Thomson
Magazine and
Journal of Cience, Thomson publicou o artigo On the Structure of the
Atom em que detalhava o seu Modelo Atômico. Ele dizia que o átomo
é constituído por um fluido continuo com carga positiva, dentro do
qual flutuam cargas negativas (os elétrons), essa descrição rendeu
ao modelo o apelido de “Modelo Pudim de Passas” devido a sua
semelhança com o alimento em questão.
1
Propriedades dos materiais em sofrer deformação sem apresentar fratura.
observar o que se formaria nos detectores atrás e ao redor da fina
folha de ouro. O observado foi surpreendente para eles, conforme
previsto, a grande maioria das partículas α atravessavam a fina folha
de ouro e se chocavam no fundo do detector, porém algumas dessas
eram desviadas e uma pequena parte (cerca de uma a cada vinte
mil) ricocheteava em grandes ângulos, como disse o próprio
Rutherford: “Era como se você atirasse com um rifle uma folha de
papel e a mesma o ricocheteasse de volta”. Esse experimento o levou
a deduzir que o átomo possui um núcleo bastante pequeno, com raio
entre 10-12 e 10-13 cm e que a maior parte do átomo é composto por
“espaço vazio”, o que permite que a maior parte das partículas
atravesse a folha de ouro sem quase nenhum desvio.
A partir desse
experimento Rutherford
deduziu que o átomo
possui um núcleo
infinitamente pequeno,
massivo e de carga
positiva (que seria o
responsável por rebater
as partículas alfa),
enquanto ao seu redor Figura 9: Representação do Modelo Atômico de Rutherford
ANTIMATÉRIA
A ideia de antimatéria surgiu a partir da equação de Dirac (equação
que descreve como se comportam as partículas de spin ½ como o
elétron) que previa a existência do pósitron, a antipartícula do elétron,
ou seja, uma partícula com as propriedades do elétron, mas com
carga positiva e energia negativa. No ano seguinte a publicação da
sua equação, em 1932, Carl Anderson observou pósitrons em raios
cósmicos, o que confirmava a sua teoria. A partir daí surgiu a ideia
da antipartícula, cada partícula possui a sua antipartícula associada
(próton – antipróton, nêutron – antinêutron etc.) com propriedades
opostas às suas, e caso entrem em contato entre si, ocorre o
aniquilamento de ambas.
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Conjunto de técnicas que descrevem sistemas físicos que tem infinitos graus de liberdade
MODELO PADRÃO
Apesar do nome, o Modelo Padrão é uma teoria científica, ou seja, é
composta por hipóteses testáveis e falseáveis, e atualmente é a que
melhor explica a natureza da matéria. Segundo o Modelo Padrão,
podemos classificar as partículas elementares que compõem a
matéria em férmions e bóson, que são elementares pois não
possuem estrutura interna.
FÉRMIONS E BÓSONS
O Modelo Padrão identifica as partículas básicas e especifica suas
interações, na física temos quatro tipos de interações, gravitacional,
eletromagnética, forte e fraca, cada uma delas relacionada a uma
propriedade da matéria, massa (gravitacional), carga
(eletromagnética), cor (forte) e carga fraca (fraca). Segundo a teoria,
essas interações na matéria ocorrem através de mediadores que
seriam os responsáveis em “transmitir a mensagem” durante a
interação.
Figura 11: Partículas do Modelo Padrão
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o seu comprimento de onda é muito menor do que as distâncias entre si não permitindo assim que
consigamos distingui-las
Bósons. Os bósons funcionam como mensageiras entre as
partículas, elas não possuem massa, com exceção dos bósons W e
Z, mas tem energia, por isso são chamadas de “partículas virtuais”,
ou seja, a matéria (léptons, quarks e hádrons) são partículas reais
que interagem entre si trocando partículas virtuais (bósons).
LÉPTONS
Os léptons (cujo nome vem do grego “fraco”), é a denominação dada
a partículas fermiônicas que não exercem interação forte, sendo a
mais famosa delas o elétron. São eles: elétron, pósitron, neutrino do
elétron, antineutrino do elétron, múon, antimúon, neutrino do múon,
antineutrino do múon, tau, antitau, neutrino do tau e antineutrino do
tau.
Tabela 2: Léptons
Léptons Massa (MeV) Carga
Elétron 0,51099907 ± 0,00000015 -1
Neutrino do elétron < 0,000046 0
Múon 105,658389 ± 0,000034 -1
Neutrino do múon < 0,17 0
Tau 1777,00 ± 0,28 -1
Neutrino do tau < 24 0
QUARKS
Ao contrário dos léptons, os quarks não são encontrados isolados na
natureza, eles estão sempre confinados formando hádrons, que em
grego significa forte, (como o próton que é composto por dois quarks
up e um down) ou bárions, que vem do grego “pesado”, (como o píon
π+ que é composto por um quark up e um antiquark down).
Figura 12: Partículas do modelo padrão com suas respectivas cargas, massas e spin.
FÓTONS
O primeiro bóson de calibre que abordaremos serão os fótons, que
são as partículas mediadoras da interação eletromagnética, esta que
ocorre através da troca de fótons virtuais entre as partículas
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As equações do eletromagnetismo não variam quando se muda o referencial e nem quando se troca a
partícula pela mesma de carga oposta.
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A transformação de calibre vem de uma equação que relaciona o potencial elétrico ao potencial vetor.
O rotacional do potencial vetor A é B por definição, mas o divergente de A é arbitrário, dessa
arbitrariedade que vem a invariância de calibre.
carregadas através da eletrodinâmica quântica. Ela é responsável
por algumas propriedades da matéria como a estabilidade do átomo,
por não possuir massa, as interações eletromagnéticas tem alcance
infinito.
GLÚONS
Os glúons, conforme anteriormente citados, são os portadores das
interações fortes sendo os mediadores da Cromodinâmica quântica.
As interações fortes ocorrem através das interações entre as “cores”.
Enquanto no eletromagnetismo existem apenas cargas positiva ou
negativa, neste tipo de interação cada quark possui uma das três
“cores” (Vermelho, Verde e Azul), e cada antiquark o mesmo, já os
glúons possuem uma cor e uma anticor, por isso não há glúons ou
antiglúons. Através dos glúons os quarks interagem entre si
“mudando de cor”, são 9 modalidades de interação, e o ramo da física
que estuda essa dinâmica das cores é a Cromodinâmica Quântica.
Foram observados experimentalmente pela primeira vez em 1978 ao
se analisar aniquilações entre elétrons e pósitrons dentro do
acelerador de partículas DESY (Deutsches Elektronen-Synchrotron -
Sincrotron Alemão de Elétrons).
BÓSONS W+ E W-
Com massa cerca de cem vezes maior que a do próton, os bósons
W+ e W-, junto com o bóson Z0, são os responsáveis pelas interações
fracas. O seu nome, W, vem do inglês Weak que significa fraco e, por
possuírem massa, não conseguem atingir grandes distâncias (cerca
de 10-13 cm). Foram detectados pela primeira vez no SPS (Super
Proton Synchrotron) do CERN (Organização Europeia para a
Pesquisa Nuclear) através da colisão entre prótons e antiprótons em
que detectaram o bóson W decaindo em um lépton carregado e um
neutrino. A interação fraca atua nos léptons, no átomo seu alcance é
apenas no interior do núcleo, e pode transformar um quark em outro,
por exemplo no decaimento β pode transformar um nêutron num
próton.
BÓSON Z0
Teorizado em 1968 por
Steven Weinberg e
Abdus Salam com o
objetivo de unificar o
eletromagnetismo com a
interação fraca, o que
rendeu a eles o prêmio
Nobel em 1979. Figura 13: Formação de um bóson Z0 numa colisão entre próton e
antipróton
Glashow-Weinberg-
Salam, unificaram a força nuclear fraca com a força eletromagnética
graças a observação da formação de bósons W e Z em colisões entre
prótons e antiprótons. Segundo a Teoria de Calibre, o W e o Z não
deveriam ter massa, mas o que se observa nos experimentos
contradiz a teoria, pois há uma quebra de simetria entre as interações
fracas e eletromagnéticas que permite que eles tenham massa,
conhecido como Mecanismo de Higgs, que será melhor explicado no
próximo bóson.
Como citado acima, ele pode ser produzido em altas energias, mas
seu tempo de vida é muito curto para ser observado pelos detectores
do LHC, porém, sabemos que o mesmo decai em outras partículas
que podem ser detectadas, ele decai formando um par de léptons (ou
um elétron e um pósitron ou um Figura 15: Gargamelle aposentado
múon e um antimúon) e com isso podemos encontra-lo a partir da
análise dos produtos do seu decaimento.
BÓSON DE HIGGS
Previsto em 1964 por Peter
Higgs, o Higgs é o bóson
responsável pela massa das
outras partículas elementares
através do campo de Higgs.
Podemos associar cada
partícula elementar a um
campo, logo quando o campo
de Higgs, que está presente em
todo o universo, recebe energia Figura 16: Campo de Higgs
suficiente uma partícula Higgs.
Entretanto, quando ele interage com outra partícula, ele irá transferir
energia na forma de massa. Ou seja, através desse mecanismo as
partículas elementares adquirem massa graças ao bóson de Higgs,
que só possui massa e nenhuma outra característica (spin nulo, sem
cor e carga nula). O campo de Higgs tem uma condição interessante,
no seu menor estado energético (espaço vazio) o campo não é nulo
e todas as partículas ganham massa ao interagir com esse campo,
explicando assim a massa dos bósons W e Z.
Assista ao vídeo O essencial sobre o bosão de Higgs, de Dave Barney e Steve Goldfarb,
no endereço https://youtu.be/IElHgJG5Fe4 ou no QR code abaixo. Neste vídeo
vemos de forma resumida como funciona o Campo de Higgs e o seu respectivo bóson.