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Laboratório de Fı́sica Moderna 2 - Fı́sica

Estrutura Fina de Átomos de um elétron Dubleto de Sódio


1 Luciana Cerdeira Almeida
1 Graduando no curso de Bacharelado em Fı́sica.

Departamento de Fı́sica, Instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal do Amazonas


Professor: Prof. Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro

Abstract

Analysis of the doublet of the sodium atom will be performed using a spectrometer composed of a diffraction grating, a source of
sodium vapor light. Keywords: fine structure

Resumo

Análise do dubleto do átomo de sódio sera realizada usando um espectrômetro composto por uma rede de difração, uma fonte de
luz vapor de sódio.

Palavras-chave: Estrutura fina

1. Introdução movendo-se com velocidade de módulo v em uma orbital


circular de Bohr de raio r. A carga que circula numa orbita
A interação spin-orbita está relacionada com a existen- constitui uma corrente de intensidade
cia do momentum angular orbital L életron atômico, o
e ev
qual é obtido, indiretamente, medindo-se o momentum de I= = (1)
T 2πr
dipolo magnético orbital do elétron. Vamos desenvolver a
relação entre u e L que constitui a base destas medidas. onde T é o perı́odo orbital do elétron. Mostra-se,
na teoria eletromagnética elementar, que uma tal cor-
Ao considerar os resultados das medidas do momento
rente produz um campo magnético equivalente, a gran-
de dipolo magnético atômicos, vamos descobrir que os
des distâncias da órbita, a um campo produzido por um
elétrons possuen um momento angular intrı́nseco, deno-
dipolo magnético localizado em seu centro e orientado
minado spin e o momento de dipolo magnético associado
perpendicularmente a seu plano. Para uma corrente I
a ele. O efeito do spin do elétron nos nı́veis de energia
numa órbita de área A, o módulo do momentum de di-
do átomo de um elétron será então explorado. Portanto,
polo magnético orbital µl do dipolo equivalente é dado
vamos desenvolver um processo para o calculo da taxa
por
com a qual os átomos de um elétron transicionam para os
estados de nı́veis energéticos mais baixos, emitindo fótons
µl = I A (2)
que dão origem às suas linhas espectrais
1.1.Momento de dipolo magnético orbital e a direção do momentum de dipolo magnético é per-
pendicular ao plano da órbita, no sentido definido pela
Considere um elétron de massa m e a carga elétrica -e regra da mão direita.

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o momentum de dipolo magnético do életron é antipa-


1 µZ2 e4
ralelo ao seu momentum angular orbital, cujo o módulo En = − (11)
(4πϵ0 ) 2h2 n2
2

Entretanto, se houver um campo magnético externo
L = mvr (3) aplicado a um gás de átomos monoeletrônicos, espera-
se que haja uma quebra de degenerescência, devido à
Usando a equação (1) o momento de dipolo magnético existência da energia potencial de orientação do dipolo
pode ser escrito magnético orbital em relação ao campo externo. O sur-
gimento desta energia potencial pode ser compreendida
ev 1
µl = I A = πr2 = evr (4) a partir da teoria eletromagnética clássica. Aplicando-
2πr 2
se o campo magnético externo B sobre o gás, o dipolo
Dividindo esta equação por (3), obtem-se
magnético atômico ficará submetido a um torque dado
µl e por
= (5)
L 2m τ = µl × B
Vemos que a razão entre os módulos dos momenta é passando a apresentar um movimento de precessão
uma constante universal semelhante ao de um pião que está girando.
Definindo-se a grandeza µb , Isto signfica que associada ao torque há uma energia
potencial dada por
eh
µb = = 0, 927.10−23 A.m2 (6)
2me ∆E = −µl · B (12)
denominada de magneton de Bohr e a grandeza gl = 1,
A frequência de giro de dipolo sobre o campo B é dada
denominada de fator g orbital, a razão (5) pode ser escrita
por:
como gl µ b
ω= h B
µl gµ A energia potencial de orientação ∆E deverá permane-
= l b (7)
L h cer constante se, para um sistema consistindo de um mo-
A equação acima pode ser escrita na forma vetorial, mentum de dipolo magnético µl em um campo magnético
levando-se em conta que a carga do eletron é negativa: B, não existe nenhum meio de dissipação de energia. Neste
caso, µl não poderá se orientar em relação a B. Em vez
gl µ b
µl = − L (8) disto, µl vai proporcionar em torno de B de forma que o
h
ângulo entre os dois vetores permaneça constante, bem
A relação (8) é válida mesmo quando a órbita do como o módulo de ambos os vetores.
elétron é elı́ptica, em vez de circunferencial.
O movimento de precessão é consequencia de fato que
Levando em conta agora que o módulo e a componente o torque que age sobre o dipolo é sempre perpendicular a
z de L são quantizados, obtemos então: seu momentum angular, em analogia com o caso de pião.

gl µ b
q q 1.2.Sódio
µl = h l ( l + 1) = gl µ b l ( l + 1) (9)
h
O sódio é um dos elementos do tipo hidrogenóide com
gl µ b um elétron “bandoleiro” na camada mais externa da nu-
µl z = − m l h = − gl µ b m l (10)
h vem eletrônica. Este elétron é responsável pela maioria das
De acordo com a Equação de Schroendinger, o espec- propriedades óticas de emissão e absorção da luz deste
tro de energia do átomo de um elétron é degenerado no elemento. Foi no sódio que se descobriu pela primeira
momentum angular, vez que além da estrutura ótica existe a chamada estru-

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tura fina. As raias luminosas aparecem em linhas duplas, inúmeros cı́rculos concêntricos cuja posição angular pode
triplas, quádruplas, etc., e falamos de dubletos, tripletos, ser inferida a partir da equação acima.
quartetos, etc. 4. Materiais utilizados
No caso do sódio o espectro é dominado amplamente
por duas linhas muito próximas na faixa laranja do espec- 1. Espectrometro/Goniômetro
tro. As duas linhas provém de duas transições possı́veis 2. Rede de difração 600 linhas/mm
para o elétron entre os estados 3p com acoplamento spin- 3. Lâmpada de Na
órbita diferentes e o estado 3s. A diferença de energia 4. Alimentação de energia para a lâmpada
entre estes estados pode ser descrita pela chamada energia 5. Suporte de lâmpada
spin-órbita: 6. Base em tripé
ES L = ξ.L.S 5. Resultados e Discussões
na qual ξ é um parâmetro que depende de vários fa-
tores tı́picos para cada átomo. O objetivo básico desta Verificamos e configuramos e calibramos o espectro-
experiência é medir esta energia spin-órbita para o sódio metro para determinar a constante das distancias entre as
utilizando uma técnica de interferência que explicaremos redes de difrac ¸ao com uma lampada de He, a grade de
a seguir. difracâo d=1632,093 nm.
1.3.Interferômetro de Fabry-Perot Após a obtenção dos valores da grade de difração, foi
colocada a lâmpada de Sódio, o parafuso do micrômetro
O interferômetro de Fabry-Perot é utilizado para a me- foi ajustada para a posição inicial e as linhas cruzadas no
dida precisa de comprimentos, comprimentos de onda e visor do telescópio foram posicionada para coincidir com
também na medida de ı́ndice de refração de gases. Ele a linha amarela. A separação desta linha foi determinada
consiste basicamente de duas placas de vidro ou quartzo no espectro de segunda ordem e primeira ordem, foi tra-
paralelas e oticamente planas. Estas são semiespelhadas vado o parafuso do micrômetro e anotado os valores em
internamente por filmes de prata, alumı́nio ou filmes de angulos.
multicamadas interferenciais de tal modo que um feixe Após a anotação dos angulos e utilizando a equação
luminoso incidindo sobre elas sofrerá múltiplas reflexões. (13), construimos a seguinte tabela:
Para se calcular a condição de interferência construtiva, n θ senθ λ1 (nm)
nota-se que a diferença de caminho ótico entre dois raios 1 21,25 0,36243 591,5
luminosos adjacentes é BC + CK. É fácil provar que a soma
Tabela 1 para franja de sódio de ordem 1.
acima é igual a 2.t.cosθ e que a condição para interferência
construtiva é n θ senθ λ(nm)
2 46,38 0,72393 590,75
nλ = 2tcosθ (13) Tabela 2 para franja de sódio de ordem 2.

na qual n é um número inteiro, λ é o comprimento de n θ′ senθ ′ λ′ (nm)


onda da radiação incidente e t é a separação das placas. 2 46,45 0,72477 591,44
Em geral, as superfı́cies semiespelhadas devem possuir Tabela 3 para franja de sódio de ordem 2 para o Dubleto.
um alto grau de refletividade. Tal fato é necessário, uma
Para achar o comprimento de onda (λ), temos:
vez que o contraste das franjas será maior quanto maior
o coeficiente de refletividade. Valores acima de 0.9 são
δλ′ − λ = 0, 68nm (14)
aceitáveis. As superfı́cies internas precisam também ser
planas com precisão de λ/10 ou maior. A diferença entre a onda curta e a onda longa da linha
A forma do padrão de interferência consiste em espectral do sódio foi então determinada utilizando-se o

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parafuso micrometro e é aproximadamente tabelado para Portanto, através desta experiência feita no Laborátorio
a referência da literatura. de Fı́sica Moderna 2 na Universidade Federal do Amazo-
nas, podemos concluir que foi possı́vel verificar o objetivo
de determinar o comprimento de onda das linhas espec-
δλl it = 0, 614nm (15) trais do Sódio(Na). Foi observado que os dubletos que se
distinguiam por uma difernça bem pequena na segunda
6. Conclusões ordem do espectro por duas linhas amarelas.

Referências

[1] Rudi Gaelzer.Acesso em 06/05/2022 Disponı́vel em:


://classroom.google.com/c/NDUyOTA1MDI3MTkx/a/NTExMzU3OTE2ODI5/detail

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