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ÍNDICE

1. Introdução.................................................................................................................................2

2. Objectivos da experiência........................................................................................................3

3. Material necessário para realização da experiência..................................................................3

4. Resumo teórico.........................................................................................................................4

4.1. O material ferromagnético................................................................................................4

4.2. O circuito magnético – equação básica.............................................................................6

5. Esquema eléctrico usado para realização da experiência.........................................................8

6. Procedimento da experiência....................................................................................................9

7. Resultados experimentais.........................................................................................................9

8. Conclusões..............................................................................................................................13

9.Bobliografias...............................................................................................................................13
Trabalho laboratorial 1

1. INTRODUÇÃO

Dispositivos eléctricos e electromecânicos estão presentes em diversas aplicações do nosso dia a


dia. Talvez, pela correria cotidiana e pelo hábito de sempre vê-los funcionando, não nos
atenhamos para o facto que tais itens se tornaram fundamentais, até mesmo indispensáveis, para
a nossa vida moderna.
Os exemplos são os mais variados, indo do simples interruptor de uma lâmpada. Nessa gama,
passamos por todos os motores eléctricos de uso industrial, e doméstico; pelos solenóides,
eletroímãs, motores e sensores de uso em automação; pelos diversos componentes de um
computador: disco rígido, leitores de CD; pelos telefones portáteis; pelas pequenas bobinas em
circuitos impressos às grandes bobinas em aparelhos de ressonância magnética, entre outros.
O desenvolvimento da tecnologia que se verifica com uma velocidade bem elevada nos últimos
anos tem que ser acompanhada, principalmente pelos electrotécnicos que estão ligados
directamente com esse mundo inteligente. Para isso é de extrema importância saber as
propriedades eléctricas ou electromagnéticas de diferentes dispositivos eléctricos para sua
melhor aplicação e interpretação. A parte fundamental para saber o comportamento de um
dispositivo ou circuito electromagnético é a verificação experimental, que não pode faltar para
um futuro engenheiro.

O electromagnetismo é um capítulo que tem acompanhado o desenvolvimento da tecnologia nos


últimos anos, pois a sua aplicação aumenta e desperta mais interesse aos electrotécnicos cada vez
mais. O seu estudo é de extrema importância principalmente em corrente alternada, pois as leis
de indução magnética constituem um pilar do estágio tecnológico actual.

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Trabalho laboratorial 1

2. OBJECTIVOS DA EXPERIÊNCIA

 Verificar experimentalmente a teoria estabelecida para uma bobina com núcleo


ferromagnético.
 Aprofundar os conhecimentos sobre cálculos dos circuitos magnéticos em correntes
alternadas.
 Adquirir as habilidades práticas para determinar os parâmetros do esquema de
substituição da bobina usando dados experimentais.

3. MATERIAL NECESSÁRIO PARA REALIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA

 Fonte de corrente alternada variável;


 Wattímetro (U=75V; I=1A );
 Amperímetro (I= (0-1,2) A );
 Voltímetro (V1=( 0-55)V );
 Voltímetro (V2= (multímetro), (0-5)V ou (0-300)V );
 Shunt;
 Osciloscópio;
 Condutor fino (0,1mm) para Waux;
 Condutores de ligação;
 Transformador 220/36V.

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4. RESUMO TEÓRICO

4.1. O Material Ferromagnético

Para entendermos o comportamento magnético de um material ferromagnético, vamos iniciar


com o que ocorre a nível atómico. Para tanto, vamos utilizar o modelo de Bohr para um átomo
simples composto do núcleo e de um electrão, conforme mostrado na figura 1.

Figura1: Modelo de Bohr

Por esse modelo, o átomo produz um campo magnético gerado pela órbita do elétron em torno
do núcleo e pelo spin do elétron, de forma que, pela ação destes dois fenômenos, o átomo possui
um momento magnético, ou seja, ele é um dipolo magnético ou um minúsculo ímã.
Nos materiais ferromagnéticos, por conta de uma interação quântica, esses dipolos se agrupam e
formam domínios e cada domínio possui um único momento magnético. A figura 2, feita por
microscópio eletrônico numa amostra de chapa de Fe, mostra claramente as divisões entre os
domínios. As setas indicam os momentos magnéticos dos domínios.

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Trabalho laboratorial 1

Figura 2: Domínios magnéticos numa chapa de Fe

Sem nenhuma excitação externa, os momentos magnéticos dos domínios estão orientados
aleatoriamente, o que faz com que, em termo macroscópico, uma chapa de Fe, por exemplo, não
tenha um momento preferencial, uma vez que os momentos dos domínios se cancelam entre si.
Todavia, na presença de um campo magnético externo, os momentos magnéticos dos domínios
de um material ferromagnético tendem a se alinhar com esse campo e quanto maior o campo,
maior o número de domínios com os momentos alinhados.
Essa característica de alinhamento dos momentos magnéticos na presença de um campo externo
faz com que as linhas de campo passem preferencialmente pelo material ferromagnético,
aumentando o valor do fluxo Φ e da indução B no seu interior.
Para ilustrar essa propriedade, a figura 3a mostra uma distribuição das linhas de campo de B no
ar (por exemplo, podemos imaginar que se trata do magnetismo da Terra). A presença de um
material ferromagnético altera essa distribuição, fazendo com que as linhas de campo passem
preferencialmente pelo material ferromagnético, o que é ilustrado na figura 3b.

a)No ar b)Na presença do material ferromagnético

Figura 3:Linhas de campo de B

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Os materiais ferromagnéticos mais conhecidos são o Fe e suas ligas, como o FeSi, FeNi etc.
Esses materiais são muito utilizados em dispositivos eletromecânicos (máquinas elétricas,
atuadores, transformadores, etc) com o intuito de “canalizar” e aumentar o valor da indução B e
do fluxo magnético Φ.
Essa propriedade de facilitar a passagem das linhas de campo é quantificada pela grandeza
conhecida como permeabilidade magnética a qual é representada pela letra grega μ. Para se ter
uma ideia, a permeabilidade magnética do ar, conhecida por μ0, vale μo =4 π . 10−7 H /m,
Enquanto as dos materiais ferromagnéticos são alguns milhares de vezes superior. Normalmente,
a permeabilidade de um material é representada por seu valor relativo em relação a μ0 , ou seja,
μ materia l
μr =
μo

Para este início de curso, os materiais ferromagnéticos serão supostos lineares, isso significa que
a permeabilidade magnética μ será considerada constante, de forma que a relação constitutiva

B=μ ⃗
H seja linear. Na prática, essa relação é não-linear devido a duas características dos
materiais ferromagnéticos conhecidos por saturação magnética e histerese.

4.2. O Circuito Magnético – Equação Básica

Para entendermos o desenvolvimento matemático, vamos admitir um indutor composto de um


núcleo ferromagnético e uma bobina de N espiras, conforme mostrado na figura 4.

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Figura 4: Indutor

A figura 5a mostra a representação bidimensional desse indutor. Fazendo uma corrente I circular
pela bobina, no sentido indicado na figura 5a, sabemos, pela “regra da mão direita”, que surge
um campo magnético H no interior do núcleo ferromagnético no sentido horário.

a)Linhas de campo de H b)Comprimento médio lm

Figura 5: Núcleo ferromagnético

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Vamos adoptar um caminho médio ℓm, conforme indicado na figura 5b, e aplicar a equação de
Maxwell que rege essa situação, qual seja, ∮⃗
H d ⃗l =¿. Considerando um campo magnético
médio Hm sobre o caminho ℓm, a integral toma a forma:

H m .l m=N . I

Sabemos, da relação constitutiva, que ⃗


B=μ ⃗
H , assim:

1
B .l =N . I
μ m m

Multiplicando e dividindo o termo à esquerda pela seção transversal S do núcleo, temos:

1
B .l S=N . I
μS m m

A parcela Bm.S pode ser admitida como o fluxo magnético Φ no núcleo, lembrar que


1
Φ=∫ ⃗
B d ⃗S . O termo =v é conhecido como relutividade magnética. Então:
S μ

Φ . v .l m
=N . I
S

v .l m
Note que o termo é similar à expressão de resistência elétrica de um fio.
S
v . lm
Por analogia, podemos chamar R= de Relutância Magnética do núcleo ferromagnético e a
S

expressão final fica na forma:

F mm=R .Φ

Na qual Fmm = NI é conhecida como Força Magneto-Motriz. Repare que a expressão acima é
composta apenas de grandezas escalares.

5. ESQUEMA ELÉCTRICO USADO PARA REALIZAÇÃO DA EXPERIÊNCIA

Para a realização da experiência usou-se o seguinte esquema:


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Figura 6: Esquema eléctrico usado para a experiência

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6. PROCEDIMENTO DA EXPERIÊNCIA

5.1. Mediu-se a resistência óhmica de enrolamento a investigar (o enrolamento W36 ) e as


dimensões do núcleo para determinar se a secção do núcleo e a linha média.

5.2. Determinou-se o número de espiras do enrolamento W36. Para isso aplicou-se aos terminais
do enrolamento W220 a tensão igual a 220V, depois mediu-se a tensão U aux nos terminais do
enrolamento auxiliar e a tensão UW36 nos terminais do enrolamento W36. Então determinou-se
W36.

W 36 U W 36
=
W aux U aux

W aux .U W 36 6.38,52V
W 36= = =114,82 ≈ 115 enrolamentos
U aux 2,016 V

5.3. Montou-se o circuito da figura 1.

5.4. Variando a tensão da fonte a partir de zero, aumentou-se a corrente consumida pela bobina
de 0 até 1,2A e anotou se as leituras dos instrumentos de medição com passo de 0,1A . Com
ajuda do osciloscópio observou se a forma da corrente.

7. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Os resultados das leituras dos aparelhos de medição estão inseridos na tabela a seguir:

I (A) 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Leituras

U1 (V) 14,40 29,57 37,76 42,82 45,63 48,35 50,24 52,42 53,96 53,87
U1 (V) 0,718 1,483 1,956 2,219 2,366 2,506 2,619 2,710 2,793 2,797
P (W) 25 90 22 30 34 40 44 50 56 58
B (T) 1,45 1,6 1,65 1,7 1,75 1,77 2,1 2,25 12,3 2,45
Cálculos

H (A/M) 30,914 61,828 92,742 123,66 154,57 185,83 216,4 247,31 278,23 309,14
Paço (W) 0,993 9,972 10,937 14,888 16,825 19,748 21,66 24,552 27,433 28,3
Pcobre(W) 0,007 0,028 0,063 0,112 0,175 0,252 0,343 0,448 0,567 0,7

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Tabela 1: Resultados experimentais

Figura 10: Dimensões do núcleo ferromagnético

A=c . l=0,035m .0,017 m=5,95.10−4 m2

l m=4.0,093=0,372m

∮ ⃗H d ⃗l=¿
H m .l m=N . I

W 36=N =115 espiras

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I . W 36 0,1 A .115 esp


H= = =30,914 A/ m
lm 0,372m

I . W 36 0,2 A .115 esp


H= = =61,828 A / m
lm 0,372m

I . W 36 0,3 A .115 esp


H= = =92,742 A / m
lm 0,372m

I . W 36 0,4 A .115 esp


H= = =123,66 A /m
lm 0,372 m

I . W 36 0,5 A .115 esp 154,57 A


H= = =
lm 0,372m m

I .W 36 0,6 A .115 esp 185,83 A


H=H = = =
lm 0,372 m m

I . W 36 0,7 A .115 esp 216,4 A


H= = =
lm 0,372 m m

I . W 36 0,8 A .115 esp 247,31 A


H= = =
lm 0,372m m

I . W 36 0,9 A .115 esp 278,23 A


H= = =
lm 0,372m m

I . W 36 1,0 A .115 esp 309,14 A


H= = =
lm 0,372m m

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Utilizando a curva 3 do gráfico abaixo, correspondente a curva de magnetizacao do aco fundido,


se obteve os valores de inducao magnetica que constam na tabela.

Cálculo de potências

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Rcobre =0,7 Ω Pcobre =I R cobre Paço =P medida−P cobre

I (A) 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Pcobre(W) 0,007 0,028 0,063 0,112 0,175 0,252 0,343 0,448 0,567 0,7
Paço (W) 0,993 9,972 10,937 14,88 16,825 19,748 21,657 24,552 27,43 28,3
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8. CONCLUSÕES

Circuitos magnéticos são usados para concentrar o efeito magnético de uma corrente em uma
região particular do espaço. Em palavras mais simples, o circuito direcciona o fluxo magnético
para onde ele é necessário. Um circuito magnético pode ser construído a partir de uma variedade
de seções com diferentes comprimentos, e diferentes propriedades magnéticas. As características
magnetizantes dos materiais são não lineares, e isso deve ser levado em conta nos projectos de
dispositivos electromagnéticos. No presente trabalho verificou-se com a ajuda dos instrumentos
de medida que, a medida em que se aumenta a corrente a tensão aumenta. E esta leitura levou-
nos a concluir a partir de cálculos que o aumento da tensão pela variação da corrente faz com que
a potência do cobre e aço também aumente.

9.BOBLIOGRAFIAS

1.Bessonov L.,Electricidade Aplicada para engenharia, 1ª edição, Lopes Da Silva, 1975, Porto
(Portugal).

2.Capturado em www.ufrgs.br/eng04030/aulas/teoria/cap_12/circress.htm; no dia 16 de Agosto


de 2013 às 19 horas e 05 minutos.

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