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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA


FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
ELETRÔNICA E DE TELECOMUNICAÇÕES

AULA PRÁTICA 01 - CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Uberlândia
2023
Gabriel Machado Bernardes
Gustavo Coelho Domingos
Paula Assunção
Rafael de Sousa Santos

AULA PRÁTICA 01 - CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Projeto apresentado como requisito parcial de avaliação


na disciplina FEELT36051 - Conversão e Máquinas
Elétricas do Curso de Engenharia Eletrônica e
Telecomunicações da Universidade Federal de
Uberlândia.

Prof. Dr. Pedro José dos Santos Neto

Uberlândia
2023

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RESUMO

O relatório aborda o estudo de circuitos magnéticos com bobinas em série e em


paralelo, que são configurações comuns encontradas em sistemas elétricos e eletrônicos. São
apresentados exemplos de simulação computacional executados através do programa FEMM
e aplicação experimental dessas configurações, destacando suas características e
considerações de projeto.
Espera-se que o relatório forneça uma visão geral clara e abrangente desses conceitos,
contribuindo para o conhecimento e compreensão dos alunos na área de circuitos magnéticos
e suas aplicações práticas.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………5

2. OBJETIVOS………………………………………………………………………….7

3. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL………………………………………………..7

3.1. Implementação e resultados de simulação………………………………….7

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL…………………………………………...11

4.1. Alimentação em corrente contínua………………………………………...11

4.1.1. Resultados experimentais…………………………………………..12

4.2. Alimentação em corrente alternada……………………………………….14

4.2.1. Resultados experimentais…………………………………………..14

4.3. Comparação com a simulação……………………………………………...16

5. CONCLUSÃO………………………………………………………………………19

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………….19

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1. INTRODUÇÃO

Os circuitos magnéticos são fundamentais em diversas aplicações da engenharia


elétrica e eletrônica, sendo amplamente utilizados em dispositivos como transformadores,
motores elétricos, indutores e solenoides. O estudo desses circuitos permite compreender
como o magnetismo é utilizado para controlar o fluxo de corrente elétrica e converter energia
eletromagnética em outras formas de energia. A partir disso, neste estudo, também são
importantes os conceitos de: produção de campo magnético e fluxo magnético, curva de
magnetização de núcleos ferromagnéticos, histerese e saturação magnética.

Os circuitos magnéticos são estruturas que permitem a produção e controle de campos


magnéticos. Eles são compostos por materiais ferromagnéticos, como o ferro, que são
altamente suscetíveis à magnetização. A produção de campo magnético ocorre quando uma
corrente elétrica flui através de uma bobina ou solenóide, que é enrolada em torno do material
ferromagnético. Essa corrente gera um campo magnético ao redor da bobina, que é
amplificado pelo material ferromagnético do circuito.

O fluxo magnético é uma grandeza que mede a quantidade de linhas de campo


magnético que atravessam uma superfície, sendo diretamente proporcional ao campo
magnético e à área da superfície perpendicular às linhas de campo. Logo, quanto maior o
campo magnético ou a área da superfície, maior será o fluxo magnético.

Os circuitos magnéticos são compostos por núcleos ferromagnéticos, que são materiais
com alta permeabilidade magnética, ou seja, têm a capacidade de conduzir facilmente o fluxo
magnético através de si mesmos.

Já a chamada curva de magnetização é usada para entender como a magnetização de


um núcleo ferromagnético muda em resposta a um campo magnetizante aplicado.
Inicialmente, quando o campo magnetizante aumenta, a indução magnética também aumenta,
mas a uma taxa decrescente. Essa região é conhecida como a região de saturação, onde a
indução magnética atinge seu valor máximo para o material.

À medida que o campo magnetizante continua a aumentar, a indução magnética atinge


seu valor máximo e se estabiliza, alcançando o ponto de saturação. Se o campo magnetizante
for reduzido, a indução magnética diminui, mas não retorna ao valor inicial, o que é
conhecido como histerese magnética. A histerese magnética ocorre devido às características

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de reversibilidade limitada do material ferromagnético, onde a magnetização pode persistir
mesmo quando o campo magnetizante é removido. A curva de magnetização BxH é
importante para o projeto de circuitos magnéticos, como transformadores e indutores, onde o
comportamento magnético do núcleo ferromagnético afeta o desempenho e a eficiência do
dispositivo.

Em resumo, os circuitos magnéticos são estruturas que utilizam núcleos


ferromagnéticos para direcionar e controlar o fluxo magnético em dispositivos magnéticos.
Os núcleos ferromagnéticos permitem a concentração e condução eficiente do fluxo
magnético, enquanto a curva de magnetização BxH desses materiais é uma consideração
importante no projeto de circuitos magnéticos.

Neste relatório, iremos explorar o comportamento de circuitos magnéticos com bobinas


em série e em paralelo, que são configurações comuns encontradas em sistemas elétricos e
eletrônicos. Analisaremos como o fluxo magnético causado pela aplicação de uma corrente
em uma bobina influencia na atuação de um relé. Veremos ainda a relação da distância do
entreferro e da força no dinamômetro com a corrente aplicada. Tudo isso tem como objetivo
criar um ferramental para o entendimento de circuitos magnéticos e como eles podem ser
usados para aplicações do dia a dia, como por exemplo, o fechamento e a abertura de um
circuito usando relés.

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2. OBJETIVOS

O principal objetivo desta prática é o estudo aplicado de circuitos magnéticos, e a


compreensão dos estudantes sobre a produção de campo e fluxo magnético, fenômenos como
histerese e saturação magnética, além da verificação da curva de magnetização BxH de
núcleos ferromagnéticos. Foi estimado também o aprendizado de utilização do programa de
simulação FEMM (Finite Element Method Magnetics), para montar e analisar experimentos
envolvendo um relé eletromagnético.

3. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL

3.1. Implementação e resultados de simulação

Foi proposta a utilização do software FEMM para simulação dos circuitos magnéticos
apresentados. Dentre os circuitos magnéticos a serem simulados, temos: circuito fechado sem
entreferro (I), circuito magnético de um relé fechado (II) e o circuito magnético de um relé
aberto (III). Abaixo, temos a descrição dos circuitos, e a simulação para cada um dos casos.

(I) Circuito Magnético sem entreferro com excitação única;

Na Figura 1, podemos ver o circuito magnético proposto. O material do núcleo é o aço


de grão orientado M-5 e a corrente vale 2 A.

Figura 1: Dispositivo do exercício proposto

Fonte: ROTEIRO: AULA PRÁTICA 1 – CIRCUITOS MAGNÉTICOS

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Partindo para o software, foi modelado o circuito com uma variação no material. No
lugar do aço orientado M-5, foi usado o aço orientado M-50, uma vez que o primeiro não está
na lista de materiais padrão do FEMM. Após a modelagem, podemos verificar os valores da
densidade de campo magnético dentro e fora do núcleo. Abaixo, na Figura 2, podemos ver o
mapa de densidade de campo ao longo da peça.

Figura 2: Mapa de densidade de campo para o caso (I).

Fonte: Autoria própria.

Podemos ver que as linhas de campo se concentram todas dentro do material, reduzindo
a sua intensidade nos cantos dele. Essencialmente, a média do valor da densidade de fluxo é
de 1,262 T.

(II) Relé Fechado;

Posteriormente, foi proposta a simulação de um circuito magnético comparável a um


relé. A ideia geral é de que o núcleo seja separado em dois, para que assim que uma das
partes for excitada magneticamente, o campo magnético gerado possa atuar sobre a outra
parte. A atuação desse campo gera uma força que deverá atrair ambas as partes entre si. Na
figura 3, temos um esquema do circuito magnético a ser montado no FEMM.

O número de espiras é de 800, e as dimensões são: caminho médio igual a 420mm


(90mm x120mm), largura de 2 cm e profundidade de 3cm. O material é o mesmo do exemplo
anterior, logo, para conseguir simular, usaremos aço orientado M-50. Na figura 4, podemos
verificar o resultado da simulação, contendo o mapa do fluxo magnético.

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Figura 3: Relé eletromecânico a ser montado.

Fonte: ROTEIRO: AULA PRÁTICA 1 – CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Figura 4: Mapa de densidade de fluxo para o caso (II).

Fonte: Autoria própria.

Podemos verificar que a maior parte das linhas de campo concentram-se em torno da
bobina. Devido à separação dos núcleos, mesmo que o relé esteja fechado, há de se supor que
haja entreferro entre as duas partes, por menor que ele seja. Isso modifica a geometria do
problema, fazendo com que algumas linhas de campo não se concentrem mais no núcleo, mas
passem a ocupar também o entorno da peça. Com isso, também temos uma variação de linhas
de campo dentro da própria peça, o que faz com que a densidade de campo seja ligeiramente
menor fora da área da bobina.

O valor de densidade de fluxo encontrado na maior parte do material é de


aproximadamente 1.063 T. Já no centro da bobina, a densidade de fluxo vale 1,262 T.

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(III) Relé Aberto;

Por fim, foi proposto um problema igual ao anterior, com uma separação de 1,5 cm
entre as partes do núcleo. A intenção é verificar as mudanças na densidade de campo com o
relé fechado e com o relé aberto. Nas figuras 5 e 6, podemos ver o mapa da densidade de
fluxo para o relé aberto.

Figura 5: Mapa de densidade de fluxo com o relé aberto (caso III)

Fonte: Autoria própria

Figura 6: Mapa de densidade de fluxo para o caso (III)

Fonte: Autoria própria.

Como podemos ver, as linhas de campo se dispersam ainda mais em torno do material,
especialmente nos pontos de separação das peças. Podemos verificar que a linha de campo
que se mantém mais longe do relé fica justamente do lado direito dele, pelo fato da bobina
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estar do lado esquerdo, concentrando mais linhas de campo no seu interior. Como previsto,
embora a diferença seja mínima, no entorno da bobina há uma concentração maior de linhas
de campo. Usando a ferramenta de análise dos parâmetros de saída do FEMM, podemos ver
que o fluxo magnético no entreferro é de aproximadamente 0.0698799 T, e o fluxo magnético
no núcleo vale aproximadamente 0.280806 T.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A prática consistia em acionar um relé eletromecânico como mostrado na figura 7, que


se trata de um eletroímã com núcleo ferromagnético e duas bobinas, as bobinas devem ser
conectadas em série para o estudo em corrente contínua e em paralelo para o estudo em
corrente alternada.
Figura 7: Relé eletromecânico experimental.

Fonte: Autoria própria.

Ao ser acionado, o eletroímã irá atrair outro núcleo ferromagnético, esse núcleo está
preso em uma das pontas ao eletroímã por uma dobradiça e a outra ponta a um dinamômetro.
Ao energizar as bobinas, a força de atração gerada pelo eletroímã ao outro núcleo, será
aferida pelo dinamômetro, dessa forma sendo possível aferir a força exercida pelo eletroímã.

4.1. Alimentação em corrente contínua

Inicialmente foram separados o componente e instrumentos necessários para a


alimentação em corrente contínua, para isso foram utilizados um voltímetro DC, um
amperímetro DC, como se tratava de análise em corrente contínua, foi necessário a utilização
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de uma ponte retificadora de onda completa para circuitos trifásicos, já que a fonte de energia
elétrica e a rede elétrica.

Figura 8: Relé eletromecânico experimental com alimentação em corrente contínua.

Fonte: Autoria própria.

A montagem da bancada foi realizada conforme instruções do roteiro, como mostrado


na figura 8. Foram conectada as três fases da rede na entrada do varivolt e a saída na entrada
da ponte retificadora, na saída da ponte retificadora foi conectado em paralelo o voltímetro
DC e no positivo da ponte foi conectado em série a entrada do amperímetro DC e a saída
conectado as bobinas do eletroímã, para a energização CC a disposição da bobinas é em série,
respeitando a polaridade (sentido de enrolamento) e a corrente máxima a não ser excedida,
que é de 2,5 A.

4.1.1. Resultados experimentais


Com o auxílio de um paquímetro, foi ajustado a distância do eletroímã ao outro núcleo
(contato) do relé eletromecânico, teste iniciais mostraram que as distâncias originais do
relatório não eram realizáveis no relé do laboratório, assim para melhor análise, foram usadas
medidas de 0,25 cm em 0,25 cm, começando em 0,5 cm. Assim obtendo os seguintes
resultados de acordo com a tabela 1.

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Tabela 1: Medições para caracterização do relé
Distância [cm] Corrente [A] Força [kg]

0,9 0,9 3

1,25 1 3,2

1,5 1,26 4

1,75 1,55 4,5

2 2,45 5,5

2,25 2,95 6

Fonte: Autoria própria.

A partir dos resultados obtidos da tabela 1, foram gerados os gráficos de corrente de


acionamento em função da distância como mostrado na figura 9 e força mecânica em função
da corrente, como mostrado na figura 10.
Podemos notar que, com o aumento da distância entre o eletroímã e o núcleo, cria-se
um gap maior com isso o aumento da sua relutância, que por consequência significa um
aumento significativo na corrente.

Figura 9: Curva corrente de acionamento [A] em função da distância [mm]

Fonte: Autoria própria.


Figura 10: Curva força mecânica [kg] em função da corrente [A]

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Fonte: Autoria própria.

4.2. Alimentação em corrente alternada

Para realizar o experimento em corrente alternada foi necessário inicialmente trocar


todos os equipamentos DC por equipamentos AC. Diferentemente do experimento anterior
em corrente contínua, neste experimento não será necessário o uso da ponte retificadora,
assim as bobinas serão conectadas direto no varivolt. Na figura 11, podemos ver a montagem
desse experimento.

4.2.1. Resultados experimentais

(c) De maneira diferente do experimento em corrente contínua, aqui foi feito um


levantamento do entreferro em função da corrente. O objetivo aqui foi encontrar o entreferro
mínimo necessário para atuação do relé em 5 A. Como nesse caso as bobinas estão ligadas
em paralelo, a corrente nominal é dobrada com relação ao experimento anterior, para que
permaneçam 2,5 A passando por cada bobina. É necessário se atentar à maneira de ligação
das bobinas, para que o fluxo gerado por uma das bobinas não seja contrário ao fluxo gerado
pela outra, cancelando assim o fluxo total. Como o aparelho usado para o experimento não
possui indicações de sentido do enrolamento das bobinas, foi necessário teste para fazer a
ligação correta.

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Figura 11: Relé eletromecânico experimental com alimentação em corrente alternada.

Fonte: Autoria própria.

Foram iniciados os testes com o entreferro na maior distância que o aparelho permite.
A cada teste realizado, aumentava-se a tensão de saída do varivolt, para que a corrente
chegasse na corrente nominal, e verificava-se a distância do entreferro. Foi-se diminuindo o
entreferro a cada tentativa, até que o valor mínimo do entreferro encontrado para atuação do
relé foi de 2 cm.

(d) Um transformador é projetado para trabalhar com corrente alternada, o que


significa que, quando uma corrente alternada passa através do mesmo, ela flui através da
bobina primária gerando um campo magnético que, por sua vez, induz uma corrente na
bobina secundária. A frequência da corrente alternada é importante para o desempenho do
transformador, já que o tamanho e o número de espiras das bobinas devem ser projetados
para operar com a frequência da corrente.

Quando uma corrente contínua foi aplicada a o transformador, o campo magnético


gerado pela bobina primária não mudou, o que significa que não houve corrente induzida na
bobina secundária. Como resultado, o transformador não funcionou corretamente e vibrou
mais que o normal, pois o núcleo magnético do transformador pode se mover de forma
descontrolada.

O fluxo e o campo magnético em um transformador são afetados pelo tipo de corrente


elétrica que está sendo aplicada. No caso da corrente alternada, a mudança constante na
direção e na magnitude da corrente elétrica na bobina primária do transformador causa uma
mudança constante no fluxo magnético do núcleo. Consequentemente, ocorre a indução de

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uma corrente elétrica na bobina secundária do transformador. O fluxo magnético é
responsável pela transferência de energia elétrica entre as bobinas do transformador, no caso
da corrente contínua, o fluxo magnético no núcleo do transformador permanece constante, o
que significa que não há mudança na indução de corrente elétrica na bobina secundária. Isso
pode resultar em uma diminuição ou interrupção na transferência de energia elétrica entre as
bobinas, podendo haver uma saturação magnética no núcleo do transformador, o que significa
que o campo magnético não aumentará mais com o aumento da corrente elétrica. Esse
fenômeno pode levar a uma diminuição na eficiência do transformador, bem como a uma
maior dissipação de calor.

O aquecimento do transformador ocorreu devido às perdas de energia que ocorrem no


núcleo e nas bobinas. Essas perdas ocorrem devido às correntes parasitas, efeito do fluxo
magnético e perdas por efeito Joule. Essas perdas de energia transformam-se em calor, o que
resulta no aquecimento do transformador. É importante ressaltar que, quanto maior a potência
do transformador e a corrente que flui por ele, maior será o aquecimento.

A sensibilidade do dispositivo foi afetada mediante a vibração, ao ruído e ao aumento


da aplicação da corrente alternada. Os dois primeiros fatores, vibração e ruído, alteram as
características magnéticas do núcleo do transformador, pois podem provocar um
deslocamento das moléculas magnéticas dentro do núcleo. Consequentemente, aumenta-se as
perdas por histerese, cuja principal característica é a tendência do material magnético do
núcleo a resistir a mudanças no campo magnético. Essa resistência também pode ser vista na
forma de calor, o que reduz a sensibilidade do transformador. A perda por histerese também
foi influenciada por outro fator nesse experimento: a aplicação de corrente CA. O processo de
perda por histerese é causado pela energia que foi dissipada durante o ciclo de magnetização
e desmagnetização do núcleo do transformador, e esse ciclo aumenta proporcionalmente à
medida que a corrente CA é aplicada.

4.3. Comparação com a simulação

(a) Da curva “corrente de atuação por distância”, estime uma função que representa
essa curva de caracterização. Da função estimada, obtenha a distância (entreferro) que retorna
a corrente nominal do equipamento (2,5 A).
A partir dos valores obtidos conforme mostrado na tabela 1, foi possível estimar a
curva de caracterização do relé, para isso foi utilizado o software computacional SciDAVis,

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usando a aproximação linear, chegamos a seguinte função:
𝐼(𝑑) = 0, 1580 · 𝑑 − 0, 8574
Onde I(d) é a corrente em função da distância em [A] e d a distância em [mm], assim
para uma corrente de 2,5 A:
2, 5 [𝐴] = 0, 1580 · 𝑑 [𝑚𝑚] − 0, 8574
0, 1580 · 𝑑 [𝑚𝑚] = 2, 5 [𝐴] + 0, 8574
2,5 [𝐴] + 0,8574
𝑑 [𝑚𝑚] = 0,1580

𝑑 [𝑚𝑚] = 21, 2493 [𝑚𝑚] = 2, 1249 [𝑐𝑚]

Logo ao aplicar uma corrente de 2,5 A, a distância retornada é de 2,13 cm.

(b) Podemos calcular a densidade de fluxo nominal através da corrente nominal e do


entreferro medido. Para isso, podemos usar a equação

onde a relutância equivale à soma das relutâncias do núcleo e do entreferro. Usaremos para os
cálculos, uma permeabilidade relativa do núcleo tendendo ao infinito. Para o cálculo das
relutâncias do núcleo e do entreferro, usaremos as seguintes equações:

Desenvolvendo as equações como mostrado abaixo, podemos chegar ao valor de


relutância do entreferro.
𝑙𝑔 2𝑥10
−2
6 𝐴·𝑒𝑠𝑝
𝑅𝑔 = 𝐴·µ0
= −4 −7 = 26, 52𝑥10 𝑤𝑏
6𝑥10 ·4π𝑥10

Para o núcleo, como a permeabilidade a ser considerada tende a infinito, a relutância


do mesmo tende a zero. Fazendo os cálculos para a densidade de fluxo, obtemos:

𝑁·𝑖 800·2,5
𝐵= 𝐴·𝑅
= −4 6 = 0, 1256 𝑇
6𝑥10 ·26,52𝑥10

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(c) Usando a tabela de valores de corrente e de espaçamento do entreferro encontrados
no experimento em corrente contínua, podemos comparar o valor de simulação com o valor
real. Para isso, usaremos as medidas coletadas com corrente próxima a corrente nominal de
2,5 A.
O valor de corrente mais próximo medido foi de 2,45A, com espaçamento do
entreferro de aproximadamente 2 cm. Logo, para a simulação, usaremos esses valores a fim
de encontrar a densidade de fluxo no entreferro. Na figura 12, podemos ver o mapa da
densidade de fluxo para esse experimento.

Figura 12: Mapa de densidade de fluxo para espaçamento do entreferro de 2 cm.

Fonte: Autoria própria.

Usando a janela de saída do FEMM, podemos encontrar o módulo da densidade de


fluxo no entreferro. Escolhemos um ponto bem ao centro do entreferro, o que resultou em
uma densidade de fluxo de 0.049288 T. A diferença entre os dois valores (previsto de 0.1256
T) deve-se às aproximações feitas, especialmente à aproximação da permeabilidade do núcleo
para uma permeabilidade infinita. Outro fator que influencia na diferença se deve ao fato de
que a densidade de fluxo magnético não é uniforme, e possui pequenas variações em toda a
extensão do material e do entreferro. Dependendo do ponto escolhido para medição, pode
haver pequenas variações. Contudo, é importante salientar que na média, os valores ficam
−1 −2
muito próximos, na casa de 10 a 10 Tesla.

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5. CONCLUSÃO

Em suma, os circuitos magnéticos são importantes em diversas aplicações eletrônicas, e


são projetados para aproveitar as propriedades magnéticas dos materiais, tais como a
histerese, permeabilidade magnética, indutância e campo magnético. Esses circuitos, como
pudemos ver ao longo dos estudos e das atividades propostas, apresentam variações
significativas no comportamento a depender do tipo de corrente a qual é submetido.

Quando alimentado por corrente contínua, a corrente é constante e o fluxo magnético


também é constante, resultando em um campo magnético estável. Nessa situação, o circuito
magnético apresenta uma relutância fixa, ou seja, a oposição ao fluxo magnético é constante.
Já quando um circuito magnético é alimentado por corrente alternada, a corrente varia com a
frequência da corrente. Como resultado, o fluxo magnético e o campo magnético também
variam com a frequência da corrente. Além disso, a relutância do circuito magnético varia
com o campo magnético, o que significa que a oposição ao fluxo magnético também varia
com a frequência da corrente. Essa variação da relutância com a frequência da corrente é
conhecida como efeito de saturação do núcleo magnético.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

I. Sen, P.C. Principles of Electric Machines and Power Electronics. Wiley, 1996.
II. KRAUSE, Paul C.; WASYNCZUK, Oleg. Introdução às Máquinas Elétricas e
Acionamentos. Editora Wiley, 2002.

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