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PROPÓSITO
Compreender a importância do estudo das máquinas elétricas no contexto atual e os fenômenos
envolvidos nos processos de conversão de energia.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos uma calculadora científica, a calculadora de seu
smartphone/computador ou um software matemático do qual você tenha mais conhecimento.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
A energia se apresenta na natureza sobre várias formas:
Térmica
Luminosa
Elétrica
Mecânica
Nuclear
Hidráulica
Eólica
EXEMPLO
A energia potencial da água, utilizada em uma usina hidrelétrica, é empregada para fornecer energia
mecânica para o eixo do gerador que, por sua vez, converterá tal energia em energia elétrica.
A Figura 1 apresenta um diagrama em que vemos as formas de energia conectadas por caminhos
direcionados. Para que uma forma de energia possa ser convertida em uma nova, devemos identificar a
seta que conecta essas duas formas de energia. E o rótulo do caminho direcionado entre duas formas
de energia fornece o equipamento que realizará a conversão entre tais formas.
Fonte: Autor
Figura 1 – Formas de energia e dispositivos realizadores.
Pelo diagrama, observamos que, partindo da energia mecânica, chegamos à energia térmica pelo
caminho direcionado que possui como rótulo a turbina a gás e a vapor.
RESUMINDO
E qual o motivo para que o Engenheiro Eletricista estude essas máquinas? Observando a Figura 2,
você entenderá o motivo.
Fonte: rumruay/Shutterstock
Figura 2 – Esquemático: geração até a residência.
Na usina termelétrica, a queima de um combustível, como o gás natural, aquece a água. O vapor de
água a altas pressões é usado para impulsionar turbinas, cujos eixos estão conectados aos eixos de
geradores, que produzirão a energia elétrica. Todavia, o nível de tensão da saída dos geradores, muitas
vezes, não é adequado para transportar esse pacote de energia por longas distâncias. Nesses casos, é
necessário utilizar os transformadores, os quais serão responsáveis por elevar a tensão terminal dos
geradores para níveis de tensão adequados para a transmissão desses pacotes de energia.
Ao se aproximar dos grandes centros consumidores, o nível de tensão deve ser abaixado para níveis de
transmissão, para que esses pacotes de energia possam ser transportados de forma segura dentro dos
centros consumidores.
Para realizar esse trabalho, mais uma vez são empregados os transformadores, que abaixaram a tensão
do nível de transmissão para o nível de distribuição. Já próximo às residências dos consumidores, o
nível de tensão deverá ser novamente abaixado de forma a ser manipulado com segurança pelos
moradores da residência.
Dentro da habitação, a energia elétrica será então utilizada em diversos equipamentos que podem
convertê-la para energia luminosa (lâmpadas), energia térmica (fornos), entre outras. Ainda podemos
obter, nas residências, motores que são empregados em liquidificadores, ventiladores etc.
Fonte: Breadmaker/Shutterstock
Geradores, transformadores e motores são equipamentos que estão enraizados de tal forma em nosso
cotidiano que, muitas vezes, a sua presença não é notada. No entanto, sem sombra de dúvidas, o seu
estudo é de extrema importância.
Os processos de conversão de energia das máquinas elétricas empregam quatro formas de energia:
Elétrica
Mecânica
Magnética
Calor
As perdas por calor em uma máquina elétrica são resultado dos seguintes fatores:
Energias dissipadas por meio de calor em função das perdas por histerese ou correntes parasitas nos
materiais ferromagnéticos empregados nas máquinas elétricas etc.
Para que o balanço de energia seja fechado, são observadas as seguintes leis:
A Figura 3 indica o balanço de energia de um motor. Nele, verifica-se que a energia elétrica aplicada
aos terminais do motor é transformada em: energia mecânica, que realizará o trabalho útil obtido no eixo
do motor; energia magnética armazenada nos acoplamentos dos circuitos, e em calor.
Fonte: Autor
Figura 3 – Balanço de energia de um motor elétrico.
O mais interessante é que, tanto um pequeno motor (Figura 4) como o de grande potência (Figura 5)
possuem os mesmos princípios de funcionamento.
Fonte: Bplanet/Shutterstock
Figura 4 – Motor de pequena potência.
Fonte: hramovnick/Shutterstock
Figura 5 – Motor de grande potência.
Agora, para iniciar o estudo das máquinas elétricas, passaremos a estudar os princípios que regem o
seu funcionamento.
O CAMPO MAGNÉTICO
O campo magnético é a base de todo o funcionamento das máquinas elétricas. É por meio dele que a
energia no terminal de entrada do transformador será transferida para o terminal de saída do
transformador. Ele também atua em um motor, permitindo que a energia elétrica aplicada aos terminais
do motor seja convertida em energia mecânica.
A atuação do campo magnético, no estudo das máquinas elétricas, poderá ocorrer por meio das formas
apresentadas nas próximas seções.
A corrente que circula em um condutor faz surgir, na região do espaço ao seu redor, uma densidade de
→
fluxo magnético B .
DICA
Para determinar o sentido do campo, é necessário usar a regra da mão direita. Para isso, basta pegar o
condutor com a mão direita, com o polegar apontando para o sentido da corrente. O sentido será
apontado pelos dedos, de acordo com a Figura 6.
Fonte: fridas/Shutterstock
Figura 6 – Direção e sentido do campo magnético.
A intensidade de campo magnético em uma região do espaço é dada pela Lei de Ampère:
→
∮ H dl = Ires (2 − 1)
→
H é a intensidade do campo magnético, A/m.
−
→
10
H .2. π. 0, 1 = 2 = A/m
π
A relação entre a intensidade do campo magnético e a densidade do fluxo magnético é dada pela
seguinte equação:
→ →
B = μH [T ] (2 − 2)
μ = μo μr (2 − 3)
μr é a permeabilidade relativa.
Fisicamente, a Equação 2-3 nos diz que, aplicada uma intensidade de campo magnético em um
material, a densidade de fluxo magnético obtida dependerá do quão magneticamente permeável é o
material.
Agora, considere um circuito magnético com comprimento médio lc e seção transversal de área A. Uma
bobina composta por N espiras percorridas por uma corrente i produz um fluxo magnético ∅ no interior
do material ferromagnético, conforme a Figura 7.
→ →
∮ H dl = Ires = H lc = N i (2 − 4)
Aplicando-se a Equação 2-3 na Equação 2-5, obtemos a densidade de fluxo magnético, que será:
→
μN i
B =
lc
→ μN iA
∅ = B A = (2 − 6)
lc
EXEMPLO
Fonte: Autor
Figura 7 – Circuito magnético.
Nem todos os circuitos magnéticos são contínuos como o do exemplo anterior. Alguns possuem os
gaps, ou entreferros, conforme mostrado na Figura 8. Como determinar o fluxo magnético em circuitos
magnéticos como esses?
Primeiro, vamos aprender uma nova definição, a força magnetomotriz, Fmm , que é dada por:
Fmm = N i (2 − 7)
Onde, R é uma característica do material denominada relutância magnética. Repare que a Equação 2-
8, remete à lei de Ohm, V = Ri . Por analogia, agora podemos resolver circuitos magnéticos da mesma
forma como resolvemos circuitos elétricos, associando a tensão V à força magnetomotriz Fmm , a
corrente i ao fluxo magnético ∅ e, finalmente, associando a resistência R à relutância R.
RESPOSTA
lc
R = (2 − 9)
μA
Agora, suponha um circuito magnético que não seja contínuo, ou seja, que possua um gap, conforme a
figura a seguir.
Fonte: Autor
Figura 8 – Circuito magnético com gap.
Em virtude da analogia do circuito magnético com o circuito elétrico, pode-se concluir que o fluxo
magnético nesse circuito será dado por:
(Rc + Rg )∅ = N i
Rg é a relutância do gap.
Então:
lc lg
( + )∅ = N i
μc A c μg A g
Ni
∅ =
lc lg
( + )
μc Ac μg Ag
lg é o comprimento do gap.
Uma tensão será induzida em bobinas que são atravessadas por um campo magnético variável. Essa
tensão induzida nas bobinas tem a polaridade tal que ela produziria uma corrente que se oporia à
variação do campo magnético que a atravessa.
A tensão induzida na bobina é dada pela Lei de Faraday, por meio da seguinte equação:
d∅
eind = −N (2 − 10)
dt
N é o número de espiras.
O sinal negativo da Equação 2-10 indica que a tensão induzida provocaria uma corrente que se oporia à
variação do fluxo no interior das bobinas.
Uma força é induzida em um condutor percorrido por corrente localizado em uma região do espaço que
possui um campo magnético.
→ → →
F = i( l × B ) (2 − 11)
→
F é a força induzida no condutor.
→
l é vetor comprimento do condutor, com sua orientação dada pelo sentido de circulação da corrente.
→
B é a densidade de fluxo magnético.
A direção da força induzida é dada pela regra de Fleming da mão direita. Para determinar a força
induzida, espalme a mão com o polegar orientado na direção da corrente e os demais apontando na
direção do campo magnético. A palma da mão indicará a direção da força induzida.
Fonte: fridas/Shutterstock
Figura 9 – Regra de Fleming da mão direita.
Uma tensão é induzida em um condutor em movimento localizado em uma região do espaço que possui
um campo magnético.
→ →
eind = (v × B ). l (2 − 12)
v é a velocidade do condutor.
→
B é a densidade do campo magnético.
A polaridade positiva da tensão induzida é dada pela regra da mão direita. O dedo médio aponta para a
direção do campo magnético, o indicador aponta para a direção de deslocamento do condutor e o
polegar aponta para o sentido positivo da tensão induzida.
Um material ferromagnético pode ser dividido em regiões denominadas domínios magnéticos. Cada um
desses domínios possui um dipolo magnético orientado aleatoriamente, de modo que o material
ferromagnético terá magnetismo residual nulo, conforme a Figura 10a. Ao se aplicar um campo
magnético nesse material, os dipolos se orientarão no sentido do campo, conforme a Figura 10b.
Fonte: Autor
Figura 10 – Domínios magnéticos.
Suponha que um campo magnético variável seja aplicado a um material ferromagnético. Inicialmente, a
intensidade do campo magnético é zero, e o material ferromagnético possui magnetismo residual nulo.
Ao iniciar o aumento da intensidade do campo magnético em uma direção, os dipolos desse material
começarão a se orientar na mesma direção e no sentido do campo.
À medida que o campo magnético se torna maior, a quantidade de dipolos orientados na direção do
campo também vai crescendo até que, por mais que o campo magnético aumente, não haverá mais o
aumento dos dipolos orientados, uma vez que todos os dipolos já estarão orientados.
A partir desse ponto, é dito que o material chegou à saturação (ponto a da Figura 11).
Fonte: Autor
Figura 11 – Curva de Histerese.
Agora, suponha que a intensidade do campo magnético diminua. À medida que isso ocorre, a força que
orientava os dipolos perde a intensidade, e eles começam a perder a sua orientação. No entanto,
mesmo zerando a intensidade do campo magnético aplicado ao material ferromagnético, este não
voltará a ter seu magnetismo residual nulo.
Alguns dipolos continuarão orientados na direção do campo magnético (ponto b da Figura 11). É dito,
então, que o material ferromagnético ficará com magnetismo residual.
Após chegar a zero, a intensidade do campo magnético vai aumentando, mas no sentido contrário ao
original. Os dipolos começam a se orientar no novo sentido, chegando a um ponto em que o
magnetismo do material volta a ser nulo (ponto c da Figura 11).
VOCÊ SABIA
A essa força necessária para zerar o magnetismo do material, é dado o nome de força coercitiva.
Aumentando-se cada vez mais a intensidade do campo magnético no sentido oposto ao original, mais e
mais dipolos vão se orientar nessa nova direção. Chegará um momento em que, por mais que se
aumente a intensidade desse campo, o material chegará à saturação (ponto d da Figura 11).
ATENÇÃO
Tal ciclo se repetirá no material enquanto o material estiver submetido à ação do campo magnético
variável.
Considere um material ferromagnético percorrido por um fluxo magnético que aponta na direção e no
sentido da seta mostrada na Figura 12. Suponha ainda que esse fluxo aumente com o tempo, no
sentido indicado. Então, na seção transversal desse material, surgirão correntes que circularão de modo
a produzir um fluxo contrário ao aplicado no material.
Como todo material possui resistência, esse fluxo de corrente produzirá perdas por efeito Joule.
Laminação do núcleo – o material ferromagnético é feito em chapas finas, isoladas entre si, formando
um “sanduíche”, aumentando a resistência do trajeto pelo qual circula a corrente, diminuindo as
correntes parasitas e, consequentemente, as perdas por Foucault.
→ →
CURVAS B × H DOS MATERIAIS
FERROMAGNÉTICOS
→ →
Um dado de grande importância nos projetos de máquinas elétricas são as curvas B × H . Elas
relacionam a densidade de fluxo magnético com a intensidade do campo magnético aplicado aos
materiais.
Fonte: Autor/Shutterstock
EQUAÇÃO 2-1
Por meio da Equação 2-1, nota-se que a intensidade do campo magnético está relacionada com a
corrente aplicada ao material.
Fonte: Autor/Shutterstock
EQUAÇÃO 2-2
Por meio da Equação 2-2, ocorre que a densidade de fluxo magnético no material depende da
intensidade do campo magnético aplicado e da permeabilidade do material empregado.
Fonte: Autor/Shutterstock
EQUAÇÃO 2-4
Na equação 2-4, ocorre que a tensão induzida em um material é proporcional à variação do fluxo a ele
aplicado.
Observou-se ainda, no estudo da curva de histerese, que a densidade de fluxo magnético não aumenta
indefinidamente em função da intensidade do campo magnético aplicado ao material. Isso foi constatado
já que, quando todos os dipolos do material estão orientados, o aumento da intensidade do campo não
produziu mais o aumento da densidade do fluxo magnético. Esse ponto de operação foi denominado
ponto de saturação da curva e foi mostrado na Figura 11.
→ →
Em função da relação B × H , os materiais podem ser classificados por:
Fonte: Autor
Figura 11 – Curva de Histerese.
FACILIDADE DE ALINHAMENTO
Com relação à facilidade de alinhamento de seus dipolos em (Figura 13):
Fonte: Autor
Figura 13 – Materiais magnéticos duro e macio.
Duros: Materiais demandam grande força coercitiva para zerar o magnetismo residual, ou seja,
alta coercitividade.
Macios: Materiais demandam pouca força coercitiva para zerar o magnetismo residual, ou seja,
baixa coercitividade.
PERMEABILIDADE MAGNÉTICA
Quanto à permeabilidade magnética em:
Ferromagnéticos: São materiais que apresentam a permeabilidade magnética muito maior do que
a do ar, e seus dipolos são orientados no sentido do campo magnético aplicado.
→
N i = H lc
Ou seja:
→
lc
i = H (4 − 1)
N
Chamaremos de fluxo concatenado o fluxo englobado por um conjunto de espiras, que é dado por:
λ = N∅ (4 − 2)
λ = N ∅ = N (BA)
λ = N BA (4 − 3)
Por meio das relações apresentadas nas Equações 4-1 e 4-3, podemos converter a curva apresentada
na figura anterior pela curva a seguir.
Fonte: Autor
Figura 15 - Curva I × λ
λ = Li (4 − 4)
Podemos chegar a valores da indutância não saturada Lns e indutância saturada Ls do material
ferromagnético.
MÃO NA MASSA
A) 2.10-6
B) 6.10-6
C) 13.10-6
D) 222.10-6
E) 666.10-6
3. A FIGURA 17 MOSTRA UM CIRCUITO MAGNÉTICO QUE POSSUI UM GAP E
TEM ÁREA DA SEÇÃO TRANSVERSAL IGUAL A 100 CM2. O COMPRIMENTO
MÉDIO DO MATERIAL FERROMAGNÉTICO É l1 = 30cm, E O COMPRIMENTO DO
GAP É l2 = 0, 1cm. CONSIDERANDO QUE O CIRCUITO TEM 1000 ESPIRAS E
QUE A PERMEABILIDADE MAGNÉTICA DO MATERIAL FERROMAGNÉTICO É
MUITO MAIOR DO QUE A DO AR, A CORRENTE, EM KA, NECESSÁRIA PARA
PRODUZIR UM FLUXO MAGNÉTICO DE 2 WB É, APROXIMADAMENTE:
A) 320
B) 160
C) 80
D) 40
E) 20
A) 2
B) 4
C) 8
D) 16
E) 32
A) 100
B) 300
C) 500
D) 700
E) 900
GABARITO
1. Considere dois condutores retilíneos A e B paralelos, espaçados entre si por uma distância de
3 m. Esses condutores são percorridos por uma corrente de 100 A que entra no plano da página,
conforme mostra a Figura 16. A intensidade do campo magnético no ponto P, em A/m, é:
Figura 16 – Mão na massa 1 e 2.
Solução:
→
ia
H pa =
2πra
, apontando para baixo.
→
ib
H pb =
2πrb
, apontando para cima.
→ ia ib 100 100 25
H p = − = − =
2πra 2πrb 2π1 2π2 π
Solução:
A densidade de campo magnético no condutor em função da corrente que circula no condutor A é:
ia
B = μ
2πd
Mas:
−7 2
F ia 4×π×10 ×100 −6
= Bi = μ ib = = 666 × 10
l 2πd 2×π×3
3. A Figura 17 mostra um circuito magnético que possui um gap e tem área da seção transversal
igual a 100 cm2. O comprimento médio do material ferromagnético é l1 = 30cm , e o comprimento
do gap é l2 = 0, 1cm . Considerando que o circuito tem 1000 espiras e que a permeabilidade
magnética do material ferromagnético é muito maior do que a do ar, a corrente, em kA,
necessária para produzir um fluxo magnético de 2 Wb é, aproximadamente:
ponto A é, aproximadamente:
5. Considere um circuito magnético com área da seção transversal igual a 50 cm2 e comprimento
do circuito magnético igual a 20 cm. A sua relação ∅ × Fmm é apresentada na Figura 19. A
permeabilidade magnética não saturada do material é:
Solução:
Ni
H =
l
No entanto:
∅ = BA
B = μH
Tem-se:
Ni ∅l 10×0,2
∅ = μ A → μ = = 2
= 8
l N iA −2
50×50× ( 10 )
6. Considere que a corrente aplicada no circuito magnético seja i(t) = 0,1 sen (t) [A]. O número
máximo de espiras que o circuito magnético poderá ter para não atingir a saturação é:
Solução:
Para não atingir a saturação, a força magnetomotriz deverá ser igual a 50 Aesp. Como a amplitude da
corrente é 0,1, o número máximo de espiras será dado por:
50
Fmm = N i → N = = 500
0,1
GABARITO
TEORIA NA PRÁTICA
Considere que você é o engenheiro responsável pela seleção do material que será empregado no
projeto de um transformador.
Das características dos materiais magnéticos apresentadas neste módulo, enumere os principais
aspectos que deverão ser levados em considerarão na escolha do material, com sua devida justificativa.
SOLUÇÃO
Diante das características apresentadas, pode-se concluir que o material escolhido deverá possuir:
Alta magnetização de saturação – ou seja, deve ser capaz de fornecer grande densidade de
fluxo.
Baixa coercitividade – como trabalha em corrente alternada, deverá ser necessária pouca força
coercitiva para inverter a orientação dos dipolos.
Alta permeabilidade – a densidade de fluxo produzida em função da intensidade do campo
magnético deverá ser elevada.
Baixas perdas por histerese e Foucault – reduzir as perdas é necessário para tornar o processo
mais eficiente.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 7,57
B) 9,85
C) 15,14
D) 19,45
E) 20,30
GABARITO
→ →
eind =(v × B ). l =[5 × 10 × sen(150)]×3 ≈ 75V (apontando para dentro da página)
Para t = 2 s, tem-se:
B(2) = 0, 5sen(4 × 2) = 0, 5T
Como o ângulo entre o vetor comprimento do condutor e o vetor densidade de campo magnético formam
um ângulo de 90o graus entre si, a força induzida será dada por:
→ → →
F = i( l × B )= 7, 57 × 4 × 0, 5 = 15, 14N
MÓDULO 2
Corresponde ao transformador, que transforma a energia elétrica aplicada em seus terminais de entrada
em energia elétrica em seus terminais de saída. Nessa transformação, a frequência da tensão
permanece constante, mas os níveis de tensão do terminal de entrada e do terminal de saída poderão
ser diferentes ou não.
Fonte: brizmaker/Shutterstock
Corresponde aos geradores, que utilizam a energia mecânica aplicada em sua entrada e, utilizando a
Lei de Faraday (tensão induzida em função de campo magnético variável no tempo), fornecem energia
elétrica, em sua saída, que poderá ser utilizada para alimentar cargas conectadas a ele.
Fonte: The7en/Shutterstock
Corresponde aos motores, que utilizam a energia elétrica aplicada aos seus terminais de entrada e, por
meio da força induzida em condutores percorridos por corrente imersos em campo magnético, fornecem
potência mecânica, em sua saída, que poderá ser empregada para acionar cargas que venham a ser
conectadas ao eixo do motor.
Veremos, ao longo desta disciplina, que os geradores e motores são a mesma máquina elétrica. A
diferença entre eles é a forma como se dá o fluxo de energia na máquina.
Fonte: Radovan1/shutterstock
GERADOR
Se for fornecida energia mecânica ao sistema, será obtida energia elétrica na saída, configurando então
o gerador.
Fonte: kvsan/shutterstock
MOTOR
Se for fornecida energia elétrica ao sistema, será obtida energia mecânica na saída, configurando então
o motor.
Dentro do grupo de motores e geradores de corrente alternada, estes podem ser divididos em:
Síncronos
Assíncronos
Para o entendimento dos princípios que governam o funcionamento das máquinas rotativas, a próxima
seção mostrará a Máquina Linear.
MÁQUINA LINEAR
Motores e geradores de corrente contínua e alternada possuem os mesmos princípios de
funcionamento.
Para começar os estudos dos motores e geradores, uma abordagem que facilita o seu entendimento é o
conhecimento do princípio de funcionamento de uma máquina linear. Ela é composta por uma barra que
está apoiada em um trilho de comprimento infinito, sobre o qual a barra se desloca sem atrito. Esse trilho
→
se encontra em uma região do espaço com densidade de campo magnético B e é conectado a uma
fonte de tensão por meio de uma chave. A resistência de todo o sistema é modelada por um resistor R.
Uma chave S é responsável por abrir ou fechar o circuito. Todo o sistema descrito é apresentado na
figura abaixo.
Fonte: Autor
Figura 22 – A máquina linear.
R = Resistência
m = Massa da barra
S = Chave
1
2
3
4
5
6
Ao fechar a chave S , uma corrente i começará a fluir no sistema. Essa corrente será dada por:
Vf onte
i = (2 − 1)
R
Essa corrente i percorrerá a barra e, aplicando a regra da mão direita, ocorre que a força induzida na
barra Find , apontará para a direita, conforme figura a seguir.
Fonte: Autor
Figura 23 – Corrente percorrendo a barra.
→ → →
F ind = i( L × B ) = i. L. B (2 − 2)
Agora, a força induzida na barra de massa m fará com que a barra acelere para a direita. Essa
aceleração será dada por:
Find
a = (2 − 3)
m
Essa aceleração aplicada à barra fará com que, em um intervalo de tempo Δt, a barra passe do
repouso para uma velocidade vbarra , que é dada por:
vbarra = a Δ t (2 − 4)
Um condutor de comprimento L, que se desloca com uma velocidade v em uma região do espaço com
densidade de campo B, possuirá uma tensão induzida eind , cuja polaridade é dada pela regra da mão
direita, conforme a seguir.
Fonte: Autor
Figura 24 – Tensão induzida na barra.
→
→
eind = ( v barra × B )L = vbarra . B. L (2 − 5)
Observe que o surgimento da tensão induzida nos terminais da barra diminuirá a corrente no circuito,
que passará a ser:
Vf onte −eind
i = (2 − 6)
R
Agora, podemos deduzir o comportamento do sistema da seguinte forma: a nova corrente i, obtida na
Equação 2-6, provocará uma redução na Find . Essa redução da força induzida fará com que a
aceleração diminua. A diminuição da aceleração fará com que a taxa de variação da velocidade diminua,
no entanto, como a aceleração ainda é positiva, a velocidade continuará crescendo. O aumento da
velocidade provocará um aumento da tensão induzida que, por sua vez, diminuirá a corrente do circuito,
permitindo que um novo ciclo se repita.
QUANDO O SISTEMA ENTRARÁ EM EQUILÍBRIO?
RESPOSTA
O sistema entrará em equilíbrio quando a força resultante sobre a barra for igual a zero, fazendo
com que a barra passe a se deslocar com velocidade constante. Para que a força resultante seja 0
(zero), a Find deverá ser 0 (zero), e isso ocorrerá quando a tensão induzida eind for igual à tensão
da fonte.
Corrente: i = 0
Aceleração: a = 0
eind
Velocidade da barra: vbarra =
BL
Pelo comportamento da máquina apresentado aqui, percebe-se que ela está operando como um motor
em vazio.
Agora, suponha que, após atingir o equilíbrio apresentado em Partida da máquina linear, uma força Fapl
seja aplicada na barra, conforme mostra a Figura 25. A força resultante do sistema será:
Fres = Fapl (2 − 7)
Entretanto, como Fapl está no sentido negativo do eixo x, ela provocará uma aceleração negativa, dada
por:
Fapl
a = − (2 − 8)
m
Fonte: Autor
Figura 25 – Força aplicada na barra.
Após um intervalo de tempo Δt, essa aceleração negativa provocará uma redução na velocidade da
barra, que será dada por:
eind Fapl
vbarra = − Δ t (2 − 9)
BL m
eind = vbarra . B. L
Como a tensão induzida na barra passou a ser menor do que a tensão da fonte, começará a circular, no
circuito, uma corrente i dada por:
Vf onte −eind
i =
R
Essa Fres terá módulo menor do que a Fres inicial, entretanto, continuará a ser negativa. Com isso, a
aceleração permanecerá negativa, mas com módulo menor. Tal aceleração fará com que a velocidade
da barra caia, mas a uma taxa menor. A redução da velocidade fará com que a tensão induzida caia,
aumentando a corrente do circuito e, consequentemente, a força induzida. Esse ciclo se repetirá até que
o sistema entre novamente em equilíbrio, ou seja, quando a Fres for igual a zero. Nessa nova condição
de regime permanente, teremos:
Find
Corrente: I =
BL
Aceleração: a = 0
F
ind
Vf onte −R
Fonte: Autor
Figura 27 – Força aplicada na barra.
Entretanto, como Fapl está no sentido positivo do eixo x, ela provocará uma aceleração positiva, dada
por:
Fapl
a = (2 − 12)
m
Após um intervalo de tempo Δt, essa aceleração positiva provocará um aumento na velocidade da
barra, que será dada por:
eind Fapl
vbarra = + Δ t (2 − 13)
BL m
eind = vbarra . B. L
Agora, como a tensão induzida na barra passou a ser maior do que a tensão da fonte, circulará no
sentido contrário ao indicado no circuito uma corrente i, dada por:
Vf onte −eind
i =
R
Seu módulo diminuirá, mas ela continuará a ser positiva. Com isso, a aceleração será positiva, mas com
módulo menor. Essa aceleração causará o aumento da velocidade da barra, mas a uma taxa menor. O
aumento da velocidade, por sua vez, causará a amplificação da tensão induzida, aumentando a corrente
do circuito e, consequentemente, a força induzida.
ATENÇÃO
Tal ciclo se repetirá até que o sistema entre novamente em equilíbrio, ou seja, quando a Fres for igual a
zero.
Find
Corrente: I = −
BL
Aceleração: a = 0
F
ind
Vf onte +R
BL
Quando a força induzida está na mesma direção e sentido do movimento, a máquina opera como motor.
Ao passo que, quando a força induzida está no sentido contrário ao do movimento, a máquina opera
como gerador. Este é um aspecto importante a se observar sobre o comportamento da máquina linear e
que serve para todas as demais máquinas.
MÃO NA MASSA
RESISTÊNCIA: R = 5Ω
B = 25T
A) 0.100
B) 0,125
C) 0,250
D) 0,375
E) 0,500
A) 0
B) 4
C) 8
D) 16
E) 32
A) 12,3
B) 12,5
C) 24,8
D) 25,4
E) 25,9
4. A TENSÃO INDUZIDA NA BARRA EM REGIME PERMANENTE, EM V, PARA A
CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO DO PROBLEMA 3, É:
A) 104
B) 100
C) 96
D) 92
E) 88
A) 11,4
B) 10,0
C) 12,5
D) 13,9
E) 9,5
GABARITO
A máquina linear apresentada na Figura 29 e os dados a seguir são referentes aos exercícios de 1
a 6 desta seção.
Resistência: R = 5Ω
B = 25T
Solução:
Em regime permanente, para a condição em que a máquina linear opera em vazio, a tensão induzida
será igual à tensão da bateria, logo:
eind = vbarra . B. L
eind 100
vbarra = = = 8
BL 25×0,5
3. Considere que, após a partida sem carga, uma força de 10 N seja aplicada na barra no sentido
negativo do eixo x. Considerando um passo de iteração Δt = 1ms , a corrente no circuito, em
mA, ao final do segundo passo de interação, é aproximadamente:
Solução:
Em regime permanente, a força induzida terá mesmo módulo e sentido contrário ao da força aplicada,
logo:
Find = 10
Find 10
i = = = 0, 8
BL 25×0,5
eund = Vb − Ri = 100 − 5 × 0, 8 = 96
5. Considere que, após a partida sem carga, uma força de 20 N seja aplicada na barra no sentido
negativo do eixo x. Considerando um passo de iteração Δt = 1ms , a potência dissipada no
resistor R ao final do segundo passo de interação, em mW, é aproximadamente:
Solução:
Inicialmente, a força induzida é zero e a força aplicada de 20 N aponta para o sentido positivo do eixo x.
Portanto, a força resultante será:
Fres 20
(I I ) a = = = 10
m 2
Sabendo que a velocidade inicial, nesse modo de funcionamento, é a velocidade final do sistema obtida
no exercício 1:
Essa nova tensão induzida fará com que surja uma corrente no circuito dada por:
Vb −eind 100−100,248
(V ) i = = = −0, 05
R 5
2 2
P = Ri = 5 × (−0, 05) = 0, 0125
Solução:
Em regime permanente, quando a máquina opera como gerador, a força induzida terá o mesmo módulo
da força aplicada, mas sentido contrário.
Find = 20
Find 20
i = − = = −1, 6
BL 25×0,5
GABARITO
TEORIA NA PRÁTICA
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 30 – Teoria na prática.
A figura anterior apresenta uma máquina linear, cujos dados são mostrados a seguir:
Resistência: R = 2Ω
B = 15T
Considere, inicialmente, que a barra tenha velocidade inicial igual a zero, que a chave S esteja aberta e
que a resistência do reostato de ajuste seja zero. Em t = 0, a chave é fechada e a barra começa a se
mover. Após a máquina atingir a velocidade em regime permanente, uma força de 25 N é aplicada no
sentido contrário ao do movimento. Diante do exposto, determine:
RESOLUÇÃO
MÁQUINA LINEAR
VERIFICANDO O APRENDIZADO
E) A barra freará.
2. OBSERVANDO O EFEITO OBTIDO NO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE 1, QUAL É A
APLICAÇÃO DIRETA QUE VOCÊ IDENTIFICA NA INVERSÃO DO CAMPO
MAGNÉTICO DA MÁQUINA LINEAR?
C) Frear a barra.
D) Acelerar a barra.
GABARITO
Ao inverter-se o sentido do campo, a tensão induzida inverterá a polaridade, conforme a Figura 31.
Figura 31 – Atividade 1.
Nesse instante, a corrente no circuito, que antes da inversão do campo era zero, passará a ser:
2Vb
i =
R
Ou seja, será o dobro da corrente original da partida.
Essa nova corrente induzirá uma força no sentido contrário ao do movimento da barra, provocando uma
aceleração negativa e, portanto, reduzindo a velocidade da barra.
2. Observando o efeito obtido no exercício de atividade 1, qual é a aplicação direta que você
identifica na inversão do campo magnético da máquina linear?
Ficou constatado, na solução do exercício atividade 1, que a inversão do campo provocou uma redução
na velocidade da barra. Essa diminuição gera uma força em sentido oposto ao do deslocamento,
gerando uma aceleração no sentido oposto, freando a barra.
Frenagem da barra.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desses dois módulos, aprendemos os conceitos fundamentais para o estudo das máquinas
elétricas.
Inicialmente, vimos os conceitos de energia e conversão de energia, assim como os principais conceitos
envolvidos nos princípios de conversão de máquinas elétricas.
No segundo módulo, conhecemos a máquina linear — uma máquina hipotética cujo conhecimento de
seu princípio de funcionamento é fundamental para o entendimento das máquinas rotativas.
Desse modo, acreditamos que você tenha a capacidade de assimilar os princípios de conversão de
energia e o princípio de funcionamento da máquina linear.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas (Minha Biblioteca). 5. ed. Porto ALegre:
Bookman, 2013.
Umans, S. D. Máquinas Elétricas (Minha Biblioteca). 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, resolva os exercícios constantes nos livros das
referências.
CONTEUDISTA
Sandro Santos de Lima
CURRÍCULO LATTES