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Eletromagnestismo
Uma revisão sobre conceitos e aplicação de indutores
Alves, Bianca M.M. Ferrarezi, Rosivaldo
Instituto de Ciências e Tecnologia M.Sc. ICET
Universidade Paulista UNIP/Campinas
Jundiaí, Brasil UNIP/Jundiaí
1. INTRODUÇÃO
Fig. 2: Representação da Lei de Lenz
Existem diversos tipos de indutores. Em geral, são
constituídos de fios de cobre isolados e enrolados em um
núcleo (que pode ser de diferentes materiais) em forma de Quando a corrente de excitação for contínua, o indutor
espira. O indutor em questão tem seu núcleo ferromagnético, o funciona como se estivesse em curto-circuito, pois, após entrar
que eleva muito sua impedância devido ao aumento da em regime permanente, decorrido certo tempo, sua indutância
concentração do campo magnético em seu núcleo ocasionando é nula, ficando apenas a resistência do fio. Portanto, a
também alguns problemas como correntes de Foucault, expressão para cálculo da corrente que ali circula é:
histerese e saturação. A Figura 1 ilustra o indutor. 𝑉
𝐼= (1)
𝑅𝑓𝑖𝑜
Já quando a corrente que percorre o condutor for alternada,
existe uma impedância nele, onde calculamos a corrente na
forma complexa, utilizando sua impedância:
̇ 𝑉̇
𝐼= ̇ (2)
𝑍
O indutor é capaz de armazenar certa quantidade de energia
que permanece no campo magnético gerado ali, mesmo
quando sessada a circulação de corrente no fio, sendo
Fig. 1: Eletroímã calculada através da seguinte fórmula:
𝐿.𝑖 2
𝜀= (3)
O funcionamento do indutor é eletromagnético, portanto 2
quando uma bobina de N espiras que se encontra em uma Sendo ε a energia armazenada no campo magnético igual a
região onde o fluxo do campo magnético é variável, por metade do produto de “L” (indutância) pelo quadrado da
exemplo, é induzida uma tensão nessa bobina (Lei de corrente que percorre o fio.
ferromagnéticos. Os imãs possuem dois pólos, os chamados Existem diversos tipos diferentes de imã, o anteriormente
polos Norte e Sul magnético. Magnético, pois eles são o citado é um imã natural, suas características naturais são
oposto dos polos geográficos (Figura 5). Quando dois polos magnéticas. Há outros tipos de imã, como uma bobina
iguais estão próximos eles se repelem, quando são de enrolada em torno de um núcleo de ferro (eletroímã), onde o
polaridades diferentes, eles se atraem. campo magnético e a sua intensidade são determinados pela
corrente que passa pelo eletroímã. Nas indústrias eles podem
ser utilizados para separar os objetos que são feitos de ferro.
(HALLIDAY,1994)
diferença de 2
W/A = m kg s
- ∇. 𝐵 = 0 (17)
potencial volt V
3 -1
elétrico A
∇. 𝐸 = 𝜌 (18)
capacitância farad F -2 -1
C/V = m kg
resistência 4 22
ohm Ω sV/AA -3 -2
= m kg s A
elétrica 3.1 A primeira equação de Maxwell
fluxo de weber Wb 2 -2 -1
V s = m kg s A
indução A Lei da Indução Magnética, representada pela figura 9, é
indução
magnética 2 -2
tesla T Wb/m = kg s considerada o evento científico que deu base à ciência
magnética
-1
indutância henry H A 2
Wb/A = m kg
moderna. É o início para a sua primeira equação.
-2 -2
Tabela 1: Unidade de medida no sSI A
(Fonte:Inmetro)
3. AS EQUAÇÕES DE MAXWELL
Maxwell desenvolveu um conjunto de equações as quais
trouxe todas as informações sobre o comportamento dos
campos eletromagnéticos. Os conceitos como potencial, vetor,
gradiente, circuitação, divergente, rotacional, são atribuídos ao
seu trabalho. (CARDOSO, 2011)
Com o desenvolvimento do cálculo vetorial, as equações de Esta é a forma integral da primeira equação de Maxwell.
Maxwell puderam ser resumidas em quatro equações, que são
A partir do teorema de Stokes, obtemos a forma diferencial
as mesmas, porém escritas de maneira simplificada:
desta primeira equação:
𝜕𝐵
∇𝑥𝐸 =− (15) ∇𝑥𝐸 =−
𝜕𝐵
(22)
𝜕𝑡
𝜕𝑡
𝜕𝐸
∇x𝐵 = +𝐽 (16)
𝜕𝑡
Onde:
Fig. 10: Corrente que sai de uma superfície fechada 3.3 A terceira equação de Maxwell
(Fonte: CARDOSO,2011)
Esta equação demonstra o comportamento das linhas de
∂Q campo magnético, as quais após diversas observações
∫∑ → . d → = − ∂t
(23) experimentais verificou-se que são sempre linhas fechadas
J S
(Figura 11). Campos de força com tais características não
Onde: possuem fontes pontuais, por isso não há cargas magnéticas
isoladas, como há no campo elétrico, onde temos cargas
∂Q
- Taxa de variação da quantidade de cargas internas à positivas e negativas. Para o campo magnético há apenas um
∂t
𝐶 polo norte que está sempre associada à existência de um polo
superfície em função do tempo ( ) sul. (CARDOSO, 2011)
𝑚2
𝐴
→ – Densidade de corrente ( )
𝐽 𝑚2
d → – Superfície (m)
S
A quantidade de linhas que entram na superfície é a mesma de Física no Collège de France. A Lei de Biot-Savart foi
que saí, portanto, o fluxo magnético na superfície fechada é proposta em 1820.
nulo. Desta forma, temos que a forma integral da terceira Nesta seção falaremos do campo magnético que é produzido
equação de Maxwell é dada por: por um elemento diferencial de corrente contínua no espaço
livre.
∫∑ → . 𝑑 → = 0 (27) A figura 12 nos mostra um elemento diferencial de corrente,
𝐵. 𝑆 que neste caso está representado por um condutor filamentar.
A terceira equação de Maxwell na forma diferencial utiliza o
conceito de divergente de um campo vetorial, assim temos:
∇.→ = 0 (28)
𝐵
A quarta equação de Maxwell é derivada da Lei de Gauss da Há uma corrente I fluindo em um vetor de comprimento
eletrostática, todavia, a carga interna pode ser expressa em diferencial dL do filamento. Podemos observar ao redor do
função da densidade volumétrica de cargas. Sua forma integral condutor filamentar as linhas de campo magnético que são
é dada por: formadas devido à circulação de corrente no mesmo.
A Lei de Biot-Savart afirma que em qualquer ponto P, a
magnitude da intensidade do campo magnético produzido pelo
∮∑ → . 𝑑 → = ∫𝜏 𝜌𝑣 𝑑𝜏 (29)
𝐷 𝑆 elemento diferencial é proporcional ao produto da corrente
pela magnitude do cumprimento diferencial e pelo seno do
Aplicando o teorema de Gauss obtemos a quarta equação em ângulo entre o filamento e a linha que une o filamento ao
sua forma diferencial: ponto P onde se deseja conhecer o campo; ainda, a magnitude
da intensidade de campo magnético é inversamente
∇ .→ = 𝜌𝑣 (30) proporcional ao quadrado da distância do elemento diferencial
𝐷
1
ao ponto P. A constante de proporcionalidade é . (HAYT,
3.5 Resumo das Equações 4𝜋
2003)
A Lei de Biot-Savart pode ser expressa pela seguinte notação
Equação Forma Integral Forma vetorial:
Diferencial
𝐼𝑑𝐿𝑥𝑎𝑟 𝐼𝑑𝐿𝑥𝑅
I 𝜕→ 𝜕𝐵 𝑑H = = (31)
4𝜋𝑅 2 4𝜋𝑅 3
∮→ . 𝑑 → = − ∫ 𝐵
.𝑑 → ∇𝑥𝐸 =−
𝐸 𝑙 𝜕𝑡 𝑆 𝜕𝑡
𝑠
III
∫→ . 𝑑 → = 0 ∇.→ = 0
𝐵. 𝑆 𝐵
∑
IV
∮ → . 𝑑 → = ∫ 𝜌𝑣 𝑑𝜏 ∇ .→ = 𝜌𝑣
𝐷 𝑆 𝐷
𝜏
∑
Fig. 23: Lei de Biot-Savart
Tabela 1: Equações de Maxwell (Fonte: HAYT,2003)
(Fonte: CARDOSO,2011)
Onde temos:
4. LEI DE BIOT-SAVART 𝑨
H – Intensidade do campo magnético H ( )
𝒎
Jean-Baptiste Biot e Félix Savart foram físicos franceses dos I – Corrente (A)
anos 1800. Biot e Savart foram amigos de faculdade e também dL – Comprimento diferencial do filamento
amigos de Mandré-Marie Ampère. Os três foram professores
𝐼1 𝑑𝐿1 𝑥𝑎𝑅12
𝑑𝐻2 = (32)
4𝜋𝑅12 2
𝐼𝑑𝐿𝑥𝑎𝑅
𝐻=∮ (33) Fig. 14: Comportamento do galvanômetro com o movimento do ímã.
4𝜋𝑅 2
(Fonte: Google)
Em suma, a Lei de Biot-Savart é utilizada para determinar o Se o polo sul ficar de frente para a espira, o mesmo efeito
campo magnético gerado no ponto P a uma distância r de um ocorrerá, porém, os sentidos das correntes serão invertidos.
elemento diferencial de comprimento dL em um fio por onde
A corrente que é induzida na espira é possível devido a
percorre uma corrente I.
existência de uma f.e.m induzida. (HALLIDAY, 1994)
5. LEI CIRCUITAL DE AMPÈRE Na figura 15 temos uma espira com um galvanômetro e uma
segunda espira próxima e sem contato elétrico.
A Lei Circuital de Ampère é obtida a partir da Lei de Biot-
Savart, e assim como na Lei de Gauss, devemos nos atentar à
simetria do problema para que possamos determinar as
variáveis e componentes ali presentes.
Esta lei é dada pela seguinte expressão:
∮ 𝐻. 𝑑𝐿 = 𝐼 (34)
dA: Elemento diferencial de área. de Energia. Quando deixamos qualquer objeto cair de certa
altura, não há dúvidas de que o mesmo irá em direção ao
Se o campo magnético for constante e perpendicular à centro da Terra. Quando isso ocorre, podemos dizer que a
superfície plana de área A a equação que define o fluxo energia potencial gravitacional diminui e a energia cinética do
magnético será: objeto aumenta, para que o objeto subisse ao invés de descer,
seria necessário que ambas as energias, potencial gravitacional
𝜙𝐵 = 𝐵. 𝐴 (36) e cinética aumentasse, violando assim, o Princípio da
Conservação de Energia.
Como visto anteriormente na tabela 1, a unidade no SI para o
fluxo magnético é o Tesla.𝑚2 ou Weber (Wb). Vejamos as figuras abaixo:
1 T.m² = 1Wb
𝑑𝜙𝐵
𝜀=− (37)
𝑑𝑡
𝑑𝑖
𝜀 = −𝐿 (40)
𝑑𝑡
9. TIPOS DE PERDAS
Foucault
Suponhamos que há um campo magnético variável
perpendicular ao bloco metálico plano (Figura 19-a), assim, Fig. 20: Curva de magnetização
o bloco sofrerá indução magnética, e correntes circulares (Fonte: efísica.if.usp.br)
a b
Fig. 19: Corrente Foucault
(Fonte: efísica.if.usp.br) 9
10.1 Condutores
Fig. 21: Relação temperatura-resistência do material
(Fonte: Google)
Materiais condutores são caracterizados pela sua resistividade
elétrica, ou seja, se o material permite a passagem da corrente
elétrica com mais ou menos facilidade. Se o material for de A inclinação do trecho A-B é dada pela variação da resistência
alta resistividade elétrica, a corrente passa por ele de maneira em função da variação da temperatura:
mais difícil, se possuir baixa resistividade elétrica, o material
permite a passagem da corrente com mais facilidade. Outras ∆𝑅
𝑡𝑔 ∝= (42)
importantes características do condutor são: o coeficiente de ∆𝑇
temperatura, a condutividade térmica e o comportamento
𝑡𝑔 ∝/𝑅 é o coeficiente de temperatura da resistência e
mecânico.
indicado por ∝ 𝑇1 , onde a temperatura inicial é dada por
Metais como o ouro, o cobre e o alumínio, são a referência no T1=20ºC, assim:
que se diz a bons condutores elétricos, eles são metais de alta
𝑅𝑇2 = 𝑅20 [1 +∝20 (𝑇2 − 20)] (43)
condutividade. Há também outros metais que são condutores,
porém não tão bons quanto os citados, por isso, tudo depende Já a condutividade térmica é a capacidade que o material tem
da aplicação a qual irá utilizar determinado material, que pode de liberar calor para o ambiente devido às perdas que sofreu.
ser mais ou menos adequado. Bons condutores de corrente têm boa condutividade térmica.
Metais de alta condutividade são utilizados para a construção 10.2 Materiais Magnéticos
de transformadores e enrolamento de máquinas, por exemplo.
Em contrapartida, há também a utilização de materiais com Todos os materiais possuem alguma característica magnética,
alta resistência elétrica para fabricação de resistências e isso se deve à estrutura atômica de cada um. Pierre Curie
filamentos de lâmpadas. descobriu que as propriedades magnéticas podem mudar
conforme sua temperatura, o que é conhecido como Ponto de
A resistividade elétrica é representada geralmente pela letra Curie.
grega 𝜌 e calculada através da Segunda Lei de Ohm, onde:
𝑙
Os materiais magnéticos podem ser imãs naturais ou
𝑅 = 𝜌. (41) artificiais, que adquirem propriedades magnéticas quando
𝐴
submetidos a campos magnéticos externos. Podem também ser
Onde: permanentes, como o ferro, ou temporais, quando possuem
baixo teor de ferro.
R -> Resistencia elétrica do material [ohms]
Quando dizemos que o material foi magnetizado, significa que
𝜌 -> Resistividade elétrica do material [ohms.m] o campo magnético externo tende a alinhar os momentos
magnéticos dipolares dentro do material em direção ao campo
l -> Cumprimento do material [m] B (Figura 22).
A -> Área de seção transversal do material [m²]
10
10.2.1 Classificação dos materiais magnéticos [11] CARVALHO, G. Máquinas Elétricas Teoria e Ensaios. 3 ed. São
Paulo: Editora Érica, 2010.
Tais materiais podem ser classificados em diamagnéticos, [12] http://www.inmetro.gov.br/consumidor/pdf/Resumo_SI.pdf (Acesso em:
18/10/2017)
paramagnéticos e ferromagnéticos de acordo com seu
[13] http://eaulas.usp.br (Acesso em: 20/11/2017)
comportamento magnético.
Diamagnéticos
Paramagnéticos
Ferromagnéticos
REFERÊNCIAS
11