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Universidade Federal de Mato Grosso

Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia


Departamento de Engenharia Elétrica
Curso de Engenharia Elétrica

Conversão Eletromecânica de Energia


Avaliação 01

Brenda Montes Cardoso Farah – Turma N1


Prof. Laerte Pinhedo

5ª Semestre
Cuiabá – 2021
Circuitos Magnéticos

A definição de circuito magnético se dá por um caminho fechado composto por


material magnético, geralmente de elevada permeabilidade. Essa característica
permite que o fluxo magnético seja confinado aos caminhos delimitados pela
estrutura. Materiais que conseguem ser magnetizados facilmente são
considerados de alta permeabilidade, o mais estudado é o ferromagnético.

Ao colocar esse tipo de material na presença de um campo magnético seus


domínios receberão uma nova orientação ordenada, fazendo com que ele seja
magnetizado. Pode se notar que a presença de um material ferromagnético
altera fortemente o valor da intensidade do campo magnético, sendo muito
utilizados para esse propósito.

Transformadores e máquinas elétricas usam material ferromagnético para


direcionar e dar forma a campos magnéticos, os quais atuam como
meio de transferência e conversão de energia. Sem esses materiais, não seriam
possíveis as implementações práticas da maioria dos dispositivos
eletromecânicos de conversão de energia.

Alguns equipamentos a serem citados são os transformadores, dispositivos de


produção de força, dispositivos para produção de conjugados e dispositivos de
conversão contínua de energia. Além disso contamos com equipamentos que
possuem o entreferro, também chamado de gap de ar.

A lei de Ampère-Maxwell descreve a relação entre um campo magnético e a


corrente elétrica que o origina. Ela estabelece que um campo magnético é
sempre produzido por uma corrente elétrica. Ela é dada por:

∂𝐷
∮ 𝐻𝑑𝐿 = 𝐼𝑐 + ∫ 𝑑𝑠 [1]
∂𝑡

Intensidade Corrente de
Magnética deslocamento
Corrente
de condução

Se impostas determinadas condições de contorno, essa expressão complexa


pode ser reescrita de maneira simplificada. Algumas dessas considerações são:

▪ Frequência baixa: a frequência industrial do Brasil é 60Hz, e alguns outros


países já é de 50Hz;
▪ Dimensões físicas pequenas: as linhas de transmissões são gigantes, e o
transformador bem pequeno em comparação;
▪ Irradiação magnética: deixa de existir junto com a capacitância, por conta da
frequência que é baixa.

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Com essas observações o que antes era complexo deixa de existir, daí temos:

∮ 𝐻𝑑𝐿 = 𝐼𝑐 + ∫ ∂𝐷 𝑑𝑠 𝐻𝑛 𝐿𝑛 = 𝑁𝑖 [2]
𝑡

com N sendo o número de espiras. A equação [3] do fluxo magnético com B


(densidade) sendo constante, juntamente com a da permeabilidade magnética
[4] nos permite rearranjar a equação [2] no alcançe da Lei de Ohm para Circuito
Magnético.
𝜑 𝐵 𝐵
𝜑 = ∫ 𝐵𝑑𝐴 = 𝐵𝐴 𝐵 = [3] µ = 𝐻 = [4]
𝐴 𝐻 µ

𝐵
Substituindo [4] em [2]: 𝑁𝑖 = µ 𝐿𝑛 [5]

𝜑 𝐿𝑛
Substituindo [3] em [5]: 𝑁𝑖 = R (relutância)
µ𝐴

A relutância (R) é dada pelas características físicas do material e se opõe a


passagem do fluxo magnético (φ). Assim chegamos a Lei de Ohm para circuito
magnético.

𝐹𝑀𝑀 = 𝑁𝑖 = 𝑅 × 𝜑 [6]

Sabemos que o fluxo magnético de uma bobina é gerado através de uma


corrente elétrica, e que quanto maior o seu valor e maior o número de espiras
maior será o fluxo magnético. Logo a força magnetomotriz será proporcional ao
número de espiras e a intensidade de corrente que passa por elas, e a oposição
que o material produz a esse fluxo é a relutância (R).

Os sistemas de conversão de energia que utilizam partes móveis possuem um


entreferro inserido em seu circuito magnético, esse termo denomina o espaço
entre o indutor e o circuito ferromagnético a que está acoplado. Quando o
entreferro é muito menor que a área da seção transversal, é possível considerar
que a área para o entreferro é igual à área da seção transversal para o material
magnético.

Quando o comprimento do entreferro é suficientemente grande que se torna


necessário considerar o efeito do espraiamento, o faz-se através da adição do
comprimento do entreferro a cada dimensão relativa ao cálculo da área da seção
transversal.

Entreferro Espraiamento

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Com a adição do entreferro, seu equacionamento também deve ser levado em
conta, portanto tem-se que:

núcleo entreferro Como o fluxo que sai é o mesmo que chega:


𝜑𝑛 = 𝜑𝑔 = 𝜑
𝐹𝑀𝑀 = 𝐻𝑛 𝐿𝑛 + 𝐻𝑔 𝐿𝑔
𝐹𝑀𝑀 = (𝑅𝑛 + 𝑅𝑔 ) × 𝜑 [7]
𝐵𝑛 𝐵𝑔
𝐹𝑀𝑀 = 𝐿𝑛 + 𝐿𝑔
µ µ𝑜

𝜑𝑛 𝜑𝑔
𝐹𝑀𝑀 = 𝐿𝑛 + 𝐿
𝐴𝑛 µ𝑛 𝐴𝑔 µ𝑔 𝑔

A equação 7 pode ser chamada de Lei de Ohm para circuitos magnéticos com
gap, se dividirmos toda a equação pela relutância do entreferro obtemos:

𝐹𝑀𝑀 = 𝑅𝑔 × 𝜑 [8]

Em vista disso concluimos que toda que houver um circuito que contém
entreferro, todas as suas condições serão determinadas pela relutância do
entreferro (𝑅𝑔 ), ela que definirá o fluxo magnético e a força magnetomotriz.

Quando o comprimento do entreferro for muito menor que as dimensões do


núcleo de ferro, o fluxo magnético seguirá o caminho definido pelo núcleo e pelo
entreferro. Quando o caminho do entreferro torna-se muito grande, observa-se
que o fluxo dispersa-se pelos lados do entreferro, esse é o efeito conhecido como
espraiamento.

Alguns equipamentos necessitam desse efeito para seu devido funcionamento,


portanto eliminá-lo está fora de cogitação. O que pode ser feito é a correção por
espraiamento, onde se faz uma correção na relutância levando em consideração
o comprimento do entreferro (𝐿𝑔 ).

𝐴𝑓í𝑠𝑖𝑐𝑎 = 𝑎 × 𝑏
𝐴𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 = (𝑎 + 𝐿𝑔 ) × (𝑏 + 𝐿𝑔 ) [9]

Para uma compreensão consolidada é comum fazer uma analogia entre o


circuito magnético e o circuito elétrico, considerando que o último já esteja entre
os seus domínios de entendimento. Segue uma tabela para uma melhor
comparação:

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Circuito Elétrico Circuito Magnético

𝑽 = 𝑹×𝑰 𝑭𝑴𝑴 = 𝑹 × 𝝋
Tensão ou fem: 𝑬(𝑽) Força magnetomotriz ou fmm: 𝑭 (𝑨 . 𝒆)
Resistência: 𝑹(Ω) 𝑨.𝒆
Relutância: 𝑹(𝑾𝒃)
Corrente: I(𝑨) Fluxo magnético: φ(𝑾𝒃)
𝑨 𝑾𝒃
Densidade de corrente: 𝑱 (𝒎𝟐 ) Densidade de fluxo magnético: 𝑩 ( 𝒎𝟐 )
𝑨 𝑾𝒃
Condutividade: 𝛔(𝑽.𝒎) Permeabilidade: µ(𝑨.𝒎)

A lei de Lenz nos diz que sempre terá tensão induzida quando as espiras da
bobina são interceptados por um fluxo magnético. A expressão complexa
também pode ser simplificada como já vimos anteriormente, resultando na
fórmula da tensão induzida que é igual a derivada do fluxo [11].

𝑑
∮ ℰ𝑑𝐿 = − ∫ 𝐵𝑑𝐴 [10]
𝑑𝑡

𝑑𝜑 [11]
е=𝑁
𝑑𝑡

Se aplicada uma tensão alternada nos terminais de uma bobina, o fluxo fica
confinado estritamente no núcleo. Teremos que a tensão senoidal (V(t)) é igual
a queda de tensão da resistência (Ri(t)) somada com a tensão induzida (e(t)).

𝑉(𝑡) = 𝑅𝑖(𝑡) + е(𝑡) [12]

Como a tensão aplicada é alternada o fluxo também será. A expressão do fluxo


é dada por:

𝜑(𝑡) = 𝜑𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(ѡ𝑡) [13]

Sendo visto na eq. 11 que a tensão induzida é a derivada do fluxo, derivando a


eq. 13 podemos substituir na eq. 12, além de trocar o valor máximo pelo valor
𝑚𝑎𝑥
eficaz (𝑒𝑓 = ). Alcançamos a equação do fluxo máximo em um circuito
√2
magnético.

𝑉𝑒𝑓 [14]
𝜑𝑚𝑎𝑥 =
4,44𝑁𝑓

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Materiais ferromagnéticos são um grupo de substâncias que tendem a se
manifestar ou exibir forte magnetismo na direção do campo devido à aplicação
de um campo magnético. A causa do magnetismo nesses materiais é
principalmente devido aos padrões de alinhamento de seus átomos
constituintes. A permeabilidade magnética é elevada (µ), sendo uma
característica intríseca do material. A relação entre a densidade magnética (B) e
a intensidade do campo magnético (H) varia de maneira não diretamente
proporcional, ou seja, é não linear.

Ao remover o campo magnético externo, um material ferromagnético não é


desmagnetizado totalmente. Para trazer o material de volta à magnetização zero,
um campo magnético na direção oposta deve ser aplicado. A propriedade dos
materiais ferromagnéticos retendo a magnetização após a remoção do campo
externo é chamada de histerese.

A magnetização do material medida em termos de densidade de fluxo


magnético (B) quando plotada contra a intensidade do campo magnético externo
aplicado (H) traçará um loop. Isso é chamado de ciclo de histerese.

Quando um material ferromagnético é sujeito a uma densidade de fluxo


magnético variável no tempo, existem duas causas de perdas de potência:

1. Perdas por histerese (Wh): quando o material magnético é submetido a um


campo magnético alternado, os dipolos magnéticos se atritam para inverter
sua polaridade norte-sul em cada ciclo. Este atrito constante aquece o
material ferromagnético, gerando perdas por calor.

2. Perdas por Foucault - correntes parasitas (Wf): são correntes induzidas no


material ferromagnético devido à ação do campo magnético variável que
atravessa o núcleo.

Uma das maneiras de evitar essas perdas é montar o núcleo de chapas finas
(folhas) com uma camada isolante entre as laminações sucessivas, de forma a
aumentar a resistência às correntes parasitas. Pode-se também utilizar materiais
com alta resistência elétrica para a construção do núcleo. Por exemplo, há um
aumento da resistência com a adição de uma pequena porcentagem de silício
ao material ferromagnético, esse processo é chamado de dopagem.

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Transformadores

O transformador é um dispositivo que transfere energia elétrica de um circuito


de corrente alternada para um ou mais outros circuitos, seja aumentando ou
reduzindo a tensão. Ele muda a tensão por meio da indução eletromagnética; ou
seja, conforme as linhas de força magnética (linhas de fluxo) aumentam e
colapsam com as mudanças na corrente que passa pela bobina primária, a
corrente é induzida em outra bobina, chamada de secundária. Uma vez que o
campo magnético atinge a bobina secundária, ele força os elétrons dentro dele
a se moverem, criando uma corrente elétrica por meio da força eletromotriz.

Os transformadores consistem em três peças principais: um núcleo


(normalmente ferromagnético) e dois conjuntos individuais de bobinas de fio. As
bobinas são chamadas de enrolamentos primário e secundário. O núcleo pode
ser feito de alguns materiais diferentes:

• Ferro: o ferro tem excelentes propriedades magnéticas, fazendo com que a


ligação de fluxo do transformador do núcleo de ferro seja alta, portanto, a
eficiência também é alta.

• Ferrite: tem alta permeabilidade magnética e oferece perdas muito baixas nas
aplicações de alta frequência. Os transformadores com núcleo de ferrite são
usados em fontes de alimentação comutadas e em transformadores de
corrente para sinais alternados de alta frequência.

• Toroidal: usa material de núcleo em forma de toróide (em forma de anel ou


donut), como núcleo de ferro ou ferrite. O formato do anel torna a indutância
de vazamento muito baixa. Em um transformador de núcleo de ar, a ligação
de fluxo é feita inteiramente usando o ar; no entanto, eles produzem baixa
indutância mútua em comparação com um transformador com núcleo físico.

Transformador com núcleo de ferro

As bobinas são compostas por um número diferentes de espiras, isoladas


eletricamente entre si, chamadas de primária e secundária. A primária é a bobina
que recebe a tensão da rede, e a secundária é a bobina em que sai a tensão
transformada. O enrolamento primário leva energia, enquanto o enrolamento
secundário fornece energia. As duas bobinas não são conectadas eletricamente,
mas sim magneticamente.

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O núcleo é composto por lâminas, quanto mais finas forem será melhor por
diminuir as perdas por Foucault. O seu formato de corte também auxilia a
melhorar a conexão e a resistência mecanicamente. O bobinamento BT pode ser
confeccionado com um ou mais condutores. Já o bobinamento AT é feito com
fios cilíndricos e finos, às vezes são fracionados ao invés de uma única bobina.
É colocado papéis para o óleo passar e refrigerar, como o papel sanfonado.

As tensões e correntes de transmissão CA mais altas podem ser reduzidas a


um nível de tensão muito mais baixo, seguro e utilizável, onde podem ser usadas
para fornecer equipamentos elétricos em residências e locais de trabalho.

Transformador

Circuito
Circuito Secundário
Primário

Se a segunda bobina tiver o mesmo número de voltas que a primeira, a corrente


elétrica na segunda bobina será virtualmente do mesmo tamanho que a da
primeira bobina. Um transformador abaixador é o que a relação de
transformação entre o secundário e o primário é < 1. Um transformador elevador
é o que a relação de transformação entre o secundário e o primário é > 1.

Tipos de transformadores:

• Transformador de Distribuição (TD): são utilizadas nas redes de distribuição


para distribuir a energia gerada até os consumidores, com valores diferentes
do que o gerado, adequado a cada tipo de consumidor. Instalados em postes
podem ser auto protegidos contra sobrecargas e curto circuitos.

• Transformador de Potência (TP): são usados para geração e distribuição de


energia por concessionárias, usinas e subestações de distribuição de energia
elétrica. São maiores e requerem cuidados especiais, em termos de
instalação, proteção e manutenção.

• Transformador de Corrente (TC): são usados para detectar ou medir a


corrente elétrica que circula em um cabo ou barra de alimentação, e
transforma-la em outra corrente de valor menor, para ser transmitida a um
instrumento de medição ou circuito eletrônico. O TC é muito usado para
abaixar a corrente elétrica da rede para alimentar dispositivos eletrônicos que
não suportam grandes níveis de corrente.

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• Autotransformadores (AT): ao contrário do transformador normal apenas um
enrolamento é usado para conseguir fazer a mesma indução de potência com
alteração de tensão e corrente. O AT é menor fisicamente. Essa constituição
diferenciada permite que ele tenha algumas vantagens, como um melhor
rendimento, uma queda menor de tensão e um preço reduzido.

Na questão núcleo x enrolamento temos dois tipos:

1. Núcleo envolvido: nesse tipo o núcleo é envolvido pelos enrolamentos


colocados, não é comum o seu uso porque apresenta perdas nos
enrolamentos e reatância de dispersão, sendo um comportamento
insatisfatório.

2. Núcleo envolvente: nesse tipo os enrolamentos são envolvidos pelo


núcleo, é o mais utilizado porque os efeitos de perdas e reatâncias são
incrivelmente menores sendo bem mais satisfatório.

Temos três tipos de enrolamentos:

• Enrolamento Concentrado: os enrolamentos de alta tensão (AT) e baixa


tensão (BT) ficam um de cada lado. Os fluxos de dispersão são maiores pelo
fato de ficarem afastados um do outro, tendo um acoplamento magnético
menor.

• Enrolamento Alternado: nesse tipo os enrolamentos AT e BT são dispostos


alternadamente, deixando-os mais próximos e consequentemente
diminuindo o fluxo de dispersão, tendo um acoplamento magnético melhor.
O lado negativo desse acoplamento é no caso de alguma bobina ser
danificada, a de AT tem uma maior probabilidade devido ao fato do fio ser
mais fino, na hora de fazer a manutenção tem que retirar até a bobina de BT
mesmo não estando danificada.

• Enrolamento Concêntrico: além de ser a mais utilizada não necessita da


retirada de bobinas desnecessárias quando alguma for danificada,
diferentemente do enrolamento alternado. O enrolamento BT fica mais ao
centro, e o de AT vem depois.

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A refrigeração ̸ isolação é uma parte importante a se pensar se quiser garantir
a vida útil do equipamento, já que ele possui duas fontes de calor: o núcleo e os
enrolamentos. A água é utilizada para refrigeração apenas do meio externo, o
óleo somente para o meio interno, já o ar pode ser usado para os dois.

Segue uma tabela para identificação dos símbolos em um transformador:


Para meio refrigerantes Para circulação
A Ar N Natural
W Água W Água
G Gás (SF6) F Forçado
O Óleo Mineral D Dirigido
L Líquido Sintético

Os materiais isolantes utilizados em transformadores devem possuir um


elevado grau de pureza por trabalharem com tensões elevadas. O papel isolante
é um dos mais usados na fabricação das bobinas, e na montagem do circuito.
Já os óleos isolantes temos o mineral, o de silicone (sintético) e o mais recente
e o óleo vegetal. Esse último sendo o FR3, além de biodegradável é considerado
o mais eficiente, tendo uma tendência de substituição por ele no futuro.

O acoplamento magnético acontece quando se pode transmitir força sem


algum contato físico real. Sabendo disso temos o coefeiciente de acoplamento
(K), o qual mede essa interação, e é dado pela razão entre o fluxo mútuo (𝜑𝑚 ) e
os fluxos de dispersão primário (𝜑𝑑1 ) e secundário (𝜑𝑑2 ).
𝜑𝑚
𝐾=
𝜑𝑑1 + 𝜑𝑑2

O fluxo mútuo é quantificado pela indutância mútua, e o fluxo de dispersão


(primário e secundário) é quantificado pela indutância de dispersão. O
coeficiente de acoplamento é adimensional entre 0 e 1, ou seja, quanto mais
próximo o valor for da unidade melhor será o acoplamento, conseguindo
transferir potência do primário e secundário com melhor eficiência.

A determinação da polaridade de um transformador indica quais são os


sentidos momentâneos da f.e.m. nos enrolamentos primário e secundário. A
polaridade dos transformadores depende essencialmente de como são
enroladas as espiras dos enrolamentos primário e secundário, e evidentemente
elas podem ter sentidos concordantes ou discordantes.

Conhecer a polaridade das bobinas é de extrema importância para efetuar as


ligações de maneira correta de acordo com a aplicação desejada, assim como a
tensão desejada.

O transformador precisa passar por procedimentos que possam testar as


diferentes partes dos equipamentos e suas funcionalidades, de maneira que
havendo alguma anormalidade, esta possa ser identificada e feita a manutenção
necessária. Ensaios de rotina devem ser feitos em todos os equipamentos pelo
fabricante. O ensaio a vazio tem este nome pelo fato do secundário do
transformador ficar em aberto, para que nenhuma carga passe pelo circuito.

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Com a corrente no secundário nula, a quantidade mínima que fica no primário
já é o suficiente para que ocorra a magnetização do núcleo necessária para o
ensaio. Através dele é verificado a resistência elétrica dos enrolamentos, relação
das tensões, resistência de isolamento, polaridade, deslocamento angular e
sequência de fase, corrente de excitação, fator de potência, a tensão de curto
circuito, aplicada e induzida, além da verificação da funcionalidade dos
acessórios.

O objetivo é determinar a soma das perdas por histerese e Foucault (W10), o


valor da corrente de excitação (I10), a partir desses dois já consegue calcular a
resistência equivalente de perdas do núcleo (RC), a reatância de magnetização
(XM) e o fato de potência a vazio (fpvz). Além de ser feita a determinação do
rendimento e a medição do ruído, porque todo transformador tem seu ruído
específico ao sair da fábrica, caso ele esteja diferente na medição é porque tem
algum defeito.

Desta maneira, é possível que sejam encontradas irregularidades na


magnetização e no fluxo magnético do núcleo de transformadores. Como
consequência disso, todas as manutenções são feitas sempre que necessário,
garantindo a durabilidade e segurança do uso do transformador analisado com
o ensaio a vazio.

Os transformadores estão disponíveis em uma variedade de tipos, incluindo


alimentação, isolamento, processamento de sinal, detecção de corrente e muito
mais. São empregados para propósitos amplamente variados, por exemplo, para
reduzir a voltagem de circuitos de energia convencionais para operar dispositivos
de baixa voltagem, como campainhas e trens elétricos de brinquedo, e para
aumentar a voltagem de geradores elétricos de modo que a energia elétrica
possa ser transmitida a longas distâncias.

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Conclusão

Com esse trabalho pude concluir que o transformador é de extrema importância


no dia a dia e para o funcionamento desde o menor estabelecimento até
industrias gigantes, além de estar sempre presente quando se trata de energia
elétrica. O ensaio a vazio em transformadores também é um procedimento
bastante importante, uma vez que determina diversos parâmetros em relação ao
funcionamento do equipamento, e evita que ele apresente qualquer problema
durante seu uso, evitando problemas ainda maiores e que comprometam a
segurança do uso deste aparelho.

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Referências Bibliográficas

[1] PINHEDO. L. Apostila de Conversão Eletromecânica de Energia, UFMT 2021

[2] https://www.mundodaeletrica.com.br

[3] https://www.britannica.com

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