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FUNDAMENTOS DE

ELETROMAGNETISMO

Elétrica
índice
1) 2.4.1. Indutância própria e mútua .............................................................................. 03
2) 2.5. Materiais magnéticos ............................................................................................. 05
3) 3. Transformadores .......................................................................................................... 08
4) 3.1. Introdução aos transformadores ........................................................................ 09
5) 3.2. Transformador ideal ................................................................................................ 10
6) 3.3. Transformadores trifásico ..................................................................................... 14
7) 3.4. Ensaios ......................................................................................................................... 16
8) 3.4.1. Ensaio de curto-circuito ..................................................................................... 17
9) 3.4.2. Ensaio de circuito aberto .................................................................................. 19
10) 3.5. Autotransformador ................................................................................................ 20
11) 3.6. Análise por unidade................................................................................................ 22
12) 3.6.1. Mudança de base ................................................................................................ 25
2.4.1. Indutância própria e mútua
Não podemos concluir esta parte sem abordar os circuitos magnéticos que
possuem mais de uma bobina. A imagem (1) ilustra um circuito magnético com duas
bobinas e um entreferro.

A força magnetomotriz será determinada pela contribuição de ambos os


enrolamentos. Na imagem acima a referência escolhida é tal que as correntes fluem
nos dois enrolamentos no mesmo sentido. Portanto, a Fmm total do circuito será a
soma das forças magnetomotrizes dos enrolamentos 1 e 2.

𝐹 = 𝑁1 𝑖1 + 𝑁2 𝑖2

Se os sentidos das correntes gerassem fluxos opostos, a equação resultante


teria um sinal negativo.

Ignorando a relutância do núcleo e considerando que a área da seção reta do


núcleo (Ac) é igual à área da seção reta do entreferro (Ag), o fluxo magnético
resultante no núcleo, gerado pela Fmm total dos dois enrolamentos, é expresso por:
𝜇0𝐴𝑔
∅ = (𝑁1 𝑖1 + 𝑁2 𝑖2 )
𝑔
Agora, vamos decompor a equação do fluxo total para que possamos
determinar o fluxo vinculado a cada bobina (ou enrolamento). O fluxo vinculado à
bobina 1 é calculado por:
𝜇0𝐴𝑔 𝜇0𝐴𝑔
λ1 = 𝑁1 ∅ = 𝑁12 ( ) 𝑖1 + 𝑁1 𝑁2 ( ) 𝑖2
𝑔 𝑔
E o fluxo concatenado na bobina 2 é dado por:
𝜇0𝐴𝑔 𝜇0𝐴𝑔
λ2 = 𝑁2 ∅ = 𝑁1 𝑁2 ( ) 𝑖1 + 𝑁22 ( ) 𝑖2
𝑔 𝑔

Podemos reformular essas equações em função das indutâncias de cada


enrolamento (L1 e L2) e da indutância mútua entre os dois enrolamentos (L12 = L21).
Portanto,

λ1 = 𝐿11 𝑖1 + 𝐿12 𝑖2
λ2 = 𝐿21 𝑖1 + 𝐿22 𝑖2

Vamos analisar as equações destacadas. Observe que:

O fluxo vinculado à bobina 1 (λ1) é influenciado pelo fluxo magnético gerado


pela sua própria corrente (i1) e pelo fluxo magnético gerado pela corrente (i2) que
também percorre o circuito magnético. Em outras palavras, o fluxo magnético gerado
pela bobina 2 também contribui para o fluxo vinculado à bobina 1, e vice-versa. Essa
análise deve ser estendida de maneira análoga para o fluxo vinculado à bobina 2.

Compreendido.

A corrente adicional i2, que está agora presente no circuito magnético, também
contribuirá para uma parte do fluxo vinculado à bobina 1.

Conforme a equação "aberta" para o fluxo vinculado, observamos que a


indutância própria de cada enrolamento é expressa por:
𝜇0𝐴𝑔
𝐿11 = 𝑁12 ( )
𝑔
𝜇0𝐴𝑔
𝐿22 = 𝑁22 ( )
𝑔

Observe também que L12 será igual a L21, uma vez que dependem das
mesmas grandezas para seus cálculos.
A indutância mútua entre dois enrolamentos pode ser compreendida como a
indutância compartilhada devido à presença de duas bobinas em um circuito
magnético.

Assim, a indutância mútua entre os enrolamentos pode ser calculada da


seguinte forma:
𝜇0𝐴𝑔
𝐿12 = 𝐿21 = 𝑁1 𝑁2 ( )
𝑔

Esses resultados são de extrema importância ao analisarmos circuitos com dois


enrolamentos, por isso, é recomendável memorizar essas expressões.

2.5. Materiais magnéticos


Agora é o momento de explorarmos mais a fundo as características e
propriedades dos materiais magnéticos. O estudo desses materiais desempenha um
papel crucial na conversão eletromecânica de energia, pois seu uso possibilita a
obtenção de elevadas densidades de fluxo magnético a partir de uma baixa força
magnetizante.

Conforme observado ao longo deste livro, frequentemente nos referimos à


permeabilidade magnética de um material (μ) e à permeabilidade do vácuo (μ0).
Sabemos que a densidade de fluxo magnético está relacionada com a intensidade do
campo magnético por meio da seguinte equação:

B=μH

Onde μ representa a permeabilidade dos materiais magnéticos lineares. Essa


permeabilidade pode ser expressa em termos de μr, que é o seu valor relativo em
relação ao do vácuo (μ0). Assim,
𝜇
𝜇 = 𝜇𝑟 𝜇0 ou 𝜇𝑟 =
𝜇0

A permeabilidade magnética do vácuo, representada por μ0, é uma constante


que é expressa em henrys por metro (H/m) e possui o valor de

𝜇0 = 4𝜋 𝑋 10−7
Assim, μr é uma grandeza adimensional definida como a razão entre a
permeabilidade magnética de um material específico e a do vácuo, sendo
denominada permeabilidade relativa.

Através da permeabilidade relativa, podemos classificar os materiais de acordo


com suas propriedades magnéticas. Um material não magnético é caracterizado por
ter uma permeabilidade relativa igual a um (μr = 1). Caso contrário, será considerado
magnético.

O vácuo, o ar e materiais com μr = 1 são categorizados como não magnéticos.

Há três categorias principais para os materiais magnéticos, classificando-os


como diamagnéticos, paramagnéticos e ferromagnéticos.

O diagrama abaixo ilustra as categorias nas quais os materiais magnéticos


podem ser agrupados:

Materiais
Megnéticos

Linear Não Linear

Ferromagnéticos
Diamagnéticos
𝜇𝑟 ≫ 1

Paramagnéticos
𝜇𝑟 >1

Os materiais diamagnéticos têm valores de permeabilidade relativa menores


ou iguais a 1 (μr ≤ 1), indicando que sua magnetização ocorre apenas sob a
influência de um campo magnético externo. Exemplos incluem o ouro e o cobre.

Os materiais paramagnéticos estão em uma faixa intermediária, com


permeabilidade relativa ligeiramente maior ou igual a 1 (μr ≥ 1).

Os materiais ferromagnéticos são caracterizados por uma magnetização


espontânea, independente da influência de campos magnéticos externos. Esses
materiais têm valores de μr significativamente maiores do que a unidade (μr ≫ 1).
Assim, a densidade de fluxo magnético no interior do material é consideravelmente
elevada.
Uma permeabilidade magnética elevada possibilita a criação de circuitos
magnéticos com baixa relutância, nos quais é viável obter um fluxo considerável com
uma baixa força eletromotriz.

Para a maioria das aplicações práticas, podemos considerar que 𝜇𝑟 ≅ 1 para


materiais diamagnéticos e paramagnéticos. Assim, podemos assumir que esses
materiais são sempre lineares e não magnéticos. No entanto, os materiais
ferromagnéticos serão considerados sempre não lineares e magnéticos.

O diamagnetismo ocorre em materiais nos quais os campos magnéticos se


cancelam mutuamente devido ao movimento dos elétrons ao redor do núcleo.
Portanto, esses materiais são fracamente afetados por um campo magnético.
Exemplos de materiais diamagnéticos incluem bismuto, chumbo, cobre, silício e
diamante.

Uma aplicação prática de materiais diamagnéticos é encontrada nos


supercondutores. Nestes materiais, deve ocorrer o diamagnetismo perfeito, onde 𝜇𝑟
= 0 (e, consequentemente, B = 0). Isso significa que os supercondutores não podem
conter campos magnéticos.

O paramagnetismo ocorre em materiais nos quais os campos magnéticos


produzidos pelo movimento dos elétrons não se cancelam completamente. É
importante destacar que o paramagnetismo é sensível à temperatura, ao contrário
dos materiais diamagnéticos, que são independentes da temperatura. Exemplos de
materiais paramagnéticos incluem ar, platina, tungstênio e potássio.

O ferromagnetismo ocorre em materiais nos quais os átomos possuem um


momento magnético permanente elevado. Exemplos de materiais ferromagnéticos
são ferro, níquel, cromo e cobalto. O ferro, em particular, é um material
ferromagnético com alta permeabilidade, tornando-o amplamente utilizado na
construção de circuitos magnéticos.

Os materiais ferromagnéticos podem apresentar uma variedade de


características. Compreender sua natureza é essencial devido à sua aplicação em
dispositivos práticos. A seguir, há um esquema com as principais propriedades desses
materiais.
São capazes de serem magnetizados fortemente
por um campo magnético

Retêm grau considerável de magnetização quando


retirados do campo.

Perdem suas propriedades ferromagnéticas e


tornam-se paramagnéticas lineares quando a
temperatura fica acima da temperatura de Curie.

São não-lineares, isto é, μr depende de B e não


pode ser representado por um único valor.

Materiais ferromagnéticos, como o ferro e o aço, são empregados em


revestimentos para proteger dispositivos elétricos sensíveis contra os distúrbios
gerados por campos magnéticos intensos.

O estudo do magnetismo é de suma importância devido às diversas aplicações


desses materiais, como na fabricação de transformadores. Em transformadores, esses
materiais são empregados para otimizar o acoplamento entre os enrolamentos. Além
disso, em máquinas elétricas, os materiais magnéticos podem ser utilizados para
moldar os campos magnéticos, proporcionando as características elétricas específicas
necessárias para determinados fins.

Os imãs são identificados por possuírem valores elevados de


magnetização remanescente em um material magnético específico.

3. Transformadores
Após explorarmos as leis fundamentais do eletromagnetismo e os circuitos
magnéticos, vamos começar a abordar as máquinas elétricas, com ênfase no
funcionamento do transformador.
3.1. Introdução aos transformadores
O estudo dos transformadores é fundamental por duas razões principais:

O tema é frequentemente abordado em provas de concursos em diversos


níveis de dificuldade, sendo considerado um tópico importante e comum em exames
dessa natureza.

Importância nos Sistemas de Energia Elétrica: Os transformadores


desempenham um papel crucial nos sistemas de energia elétrica. Sua presença é
indispensável para a transmissão eficiente e segura de eletricidade, permitindo a
variação de níveis de tensão conforme necessário em diferentes partes do sistema.

Portanto, a relevância dos transformadores em provas de concursos é


reflexo de sua importância prática nos sistemas elétricos, tornando o estudo desse
componente essencial para compreender os princípios fundamentais das máquinas
elétricas.

Então, aproveite e prepare-se para explorar uma das máquinas elétricas mais
fundamentais e cruciais.

Os transformadores desempenham um papel fundamental na geração e


transmissão de energia elétrica ao possibilitar a utilização de tensões mais
econômicas. Esse uso estratégico contribui para a minimização das perdas no sistema
elétrico.

Exatamente, por esse motivo, as extensas redes de transmissão de energia


elétrica são configuradas com altas tensões. Isso é feito precisamente para reduzir as
perdas por dissipação de potência nas linhas de transmissão, garantindo uma
transmissão mais eficiente e econômica da energia elétrica.

Quanto maior a tensão no gerador elétrico, menor será a corrente na linha de


transmissão necessária para transmitir uma determinada potência ao consumidor.

O conversor possibilita essa "elevação e redução" da voltagem em um


circuito específico. Com esse aparelho, torna-se viável também empregar a
eletricidade na voltagem mais apropriada para um dispositivo específico.

Um conversor é composto por dois ou mais conjuntos de circuitos elétricos


conectados magneticamente. Dessa forma, dois ou mais enrolamentos são unidos
através de um fluxo magnético compartilhado.
Como a tensão pode ser elevada ou reduzida?

Isso acontece porque o fluxo compartilhado cria uma conexão (ou


interligação) entre as bobinas do primeiro conjunto (bobina primária) e as bobinas do
segundo conjunto (bobina secundária). Desta forma, uma voltagem, cujo montante
está vinculado ao número de espiras no conjunto secundário, é gerada por indução.

Em resumo, ao estabelecer uma correlação entre o número de espiras, é


possível modificar a voltagem de saída de um conversor.

A operação de um conversor demanda apenas um fluxo compartilhado, que


varia ao longo do tempo, envolvendo dois conjuntos de bobinas.

Dado esse conjunto de informações, podemos agora estabelecer as


interações entre esses conjuntos de bobinas.

3.2. Transformador ideal


Como discutido no capítulo anterior, a interligação de circuitos magnéticos
pode ocorrer utilizando um núcleo de ferro ou outro material ferromagnético, onde o
fluxo magnético permanece restrito a um trajeto definido. Imagine um transformador
com uma bobina primária composta por N1 espiras e uma bobina secundária com
N2 espiras. Em outras palavras, ele é formado pelo vínculo magnético entre dois
circuitos, como podemos observar na imagem abaixo:

Observe que a corrente na bobina secundária é considerada positiva


quando se dirige para fora da bobina, resultando na geração de uma força
magnetomotriz (Fmm) com orientação contrária àquela produzida por uma corrente
positiva na bobina primária.

Vamos explorar um transformador fictício (transformador ideal), que


apresenta algumas propriedades e simplificações para facilitar nossa análise. Este
transformador possui as seguintes características:
•As resistências dos enrolamentos são desprezíveis.
•Todo fluxo magnético está confinado no núcleo
TRANSFORMADOR enlaçando
os dois enrolamentos (fluxo disperço desprezível).
IDEAL •Não existem perdas no núcleo
•A permeabilidade do núcleo é muito elevada.

Na prática, os transformadores reais frequentemente exibem aproximações


bastante precisas dessas propriedades.

Ao estabelecer tais aproximações, podemos considerar que quando uma


voltagem V1 é aplicada nos terminais do primário, um fluxo 𝜑 deve ser estabelecido
no núcleo de modo que a força eletromotriz (fem) e1 seja igual à voltagem aplicada.
Assim,

𝑑𝜑
𝑣1 = 𝑒1 = 𝑁1
𝑑𝑡

O fluxo no núcleo também abrange o secundário, gerando uma força


eletromotriz (fem) induzida e outra voltagem nos terminais do secundário,
relacionadas por:

𝑑𝜑
𝑣2 = 𝑒2 = 𝑁2
𝑑𝑡

Considerando que o termo derivativo permanece constante nos dois casos,


temos:

𝑣1 𝑁1
=
𝑣2 𝑁2
Essa disposição torna-se mais compreensível ao examinar a imagem acima.

Assim,

Um transformador ideal converte as voltagens na proporção direta do número


de espiras em seus enrolamentos.
A relação de transformação a é dada por:

𝑣1 𝑁1
α= =
𝑣2 𝑁2

Note que se "𝑎" representa a relação entre a voltagem no primário e a voltagem no


secundário,

Para 𝒂 > 𝟏, temos um transformador rebaixador, visto que 𝑣1 > 𝑣2. Dessa forma, o
transformador reduz a voltagem de saída.

Para 𝒂 < 𝟏, temos um transformador elevador, pois 𝑣1 < 𝑣2. Nesse caso, o
transformador aumenta a voltagem de saída.

Essa informação é valiosa e pode ser utilizada para resolver uma determinada
questão.

Quando ligamos uma carga ao enrolamento secundário, uma corrente i2 e


uma Fmm N2i2 surgirão no secundário. Note que os valores da Fmm de i1 e i2 têm
direções opostas, sendo compensados. Dessa forma, a Fmm líquida que age no
núcleo é anulada. Isso faz total sentido, considerando a suposição de que a corrente
de excitação de um transformador ideal é zero. Portanto, temos a equação.

𝑁1𝑖1 − 𝑁2𝑖2 = 0

A expressão que descreve a transformação de corrente entre o enrolamento


primário e secundário de um transformador ideal:

𝑖1 𝑁2
=
𝑖2 𝑁1

Assim sendo, O transformador ideal realiza a transformação de correntes de


forma inversamente proporcional ao número de espiras em seus enrolamentos.

A condição para manter constante a força eletromotriz líquida é o meio pelo


qual o circuito primário percebe a existência de uma corrente de carga no
secundário! Qualquer alteração na Fmm que flui no secundário devido à presença de
uma carga resultará em uma alteração correspondente na Fmm do primário, a fim de
manter inalterada a Fmm líquida.

Observe igualmente que, caso desejemos ampliar a corrente que percorre um


enrolamento específico, o número de espiras associadas ao mesmo lado do
transformador deve ser reduzido.
Ao relacionar as duas equações destacadas acima, concluímos que:

𝑣1 𝑖1 = 𝑣2 𝑖2

Em outras palavras, a potência fornecida ao primário é equivalente à potência


entregue pelo secundário (considerando a suposição de que todos os elementos
dissipativos do circuito foram negligenciados).

Se considerarmos uma tensão senoidal e uma impedância de carga, é possível


empregar a simbologia fasorial para analisar o circuito de um transformador ideal,
conforme estudamos anteriormente.

É altamente relevante explorar as relações de transformação das impedâncias


no circuito, referenciando-as em relação ao circuito primário ou secundário do
transformador. Na medida em que seus efeitos precisam ser levados em
consideração, uma impedância Z2 no circuito secundário pode ser substituída por
uma impedância Z1 equivalente referida ao primário, conforme indicado pela
seguinte relação.

𝑁1 2
𝑍1 = ( ) 𝑍2
𝑁2

Dessa forma, os componentes do secundário do transformador podem ser


referidos ao primário (e vice-versa), possibilitando uma análise mais simplificada. O
método de transferir a impedância de carga de um lado para o outro do
transformador é conhecido como reflexão da impedância de carga do circuito.
Importante notar que:

As impedâncias são transformadas proporcionalmente ao quadrado da relação de


espiras dos enrolamentos.

Essa prática é amplamente comum e convencional na análise de


transformadores, onde tanto as tensões quanto as correntes podem ser referidas
para um lado do transformador por meio das equações apresentadas.

Agora, dedique atenção especial aos esclarecimentos a seguir!

É importante observar que alguns autores consideram a relação de


transformação de maneira inversa ao que apresentamos nesta seção. Em outras
palavras, expressam a relação de transformação de um transformador como a razão
entre a tensão do secundário (v2) e a tensão do primário (v1):
𝑣2 𝑁2
α= =
𝑣1 𝑁1

Com essa relação invertida, surgem outras condições para caracterizar um


transformador como abaixador ou elevador. Observe que, se "a" é a razão entre a
tensão do secundário e a tensão do primário:

Para α >1, temos um transformador elevador, pois 𝑣2 > 𝑣1 , elevando a tensão de


saída.

Para α <1, temos um transformador abaixador, pois 𝑣2 < 𝑣1 , reduzindo a tensão de


saída.

Lembre-se de que as devidas alterações devem ser consideradas nas expressões


(que levam "a" em consideração) da transformação de impedâncias, caso essa outra
relação seja adotada.

Ressalto ainda que a relação de transformação originalmente considerada em


nossa aula, onde α= 𝑣2 / 𝑣1 , é a mais comum em questões de concurso que
encontrei até o momento. Essa expressão é também considerada em referências
bibliográficas clássicas para o estudo de transformadores e máquinas elétricas, como
nos livros de Chapman, Fitzgerald e Kosow.

No entanto, alguns materiais, como o livro de fundamentos de circuitos


elétricos de Sadiku, adotam a abordagem inversa. Em conclusão, sugiro a seguinte
orientação: em casos de dúvida sobre qual expressão utilizar em uma questão, opte
inicialmente pela expressão apresentada na nossa aula, pois é a mais comumente
cobrada em questões de concurso. Se não encontrar uma alternativa correspondente,
considere a possibilidade inversa.

3.3. Transformadores trifásicos


Conforme já discutido, a utilização de corrente alternada em circuitos polifásicos
desempenha um papel crucial nos sistemas elétricos de potência. Nesse contexto, é
fundamental analisar e compreender os sistemas trifásicos, que são os mais comuns,
bem como as diversas configurações em que as fontes e as cargas podem ser
conectadas, levando em consideração a presença de transformadores trifásicos.

Os transformadores monofásicos também podem ser interligados para formar


um banco trifásico de transformadores. Portanto, é imperativo estudar o
comportamento da corrente de linha e de fase em transformadores em circuitos
trifásicos.

Quanto aos tipos de conexão dos transformadores,


A configuração Y-Δ é amplamente empregada para reduzir uma tensão elevada
para níveis médios ou baixos. Em contrapartida, a conexão Δ-Y é frequentemente
utilizada para elevar consideravelmente uma tensão.

As configurações Δ-Δ e Y-Y são menos comuns em aplicações práticas. A


conexão Δ-Δ é geralmente empregada quando é necessário retirar um transformador
para manutenção, permitindo que os outros continuem operando.

A imagem abaixo ilustra as quatro possíveis conexões que podem ser


estabelecidas entre os enrolamentos primários e secundários do banco de
transformadores.

Observe que os enrolamentos à esquerda representam os primários, enquanto


os à direita são os secundários. As tensões de linha (V) e as correntes (I) aplicadas ao
banco de transformadores são indicadas tanto no lado primário quanto no lado
secundário, levando em consideração a relação de transformação dada por "a"
(N1/N2) em um transformador ideal.

Essencialmente, a imagem a cima representa a relação de transformação entre


os enrolamentos do lado primário e secundário, considerando simultaneamente a
relação entre as tensões e correntes de fase e de linha.

Um ponto crucial para compreender essas relações é sempre considerar a


tensão à qual um enrolamento do transformador está submetido e "espelhar" esse
valor para o outro lado do transformador, levando em conta a relação de espiras de
cada enrolamento.

Observe também que as tensões e correntes no primário e no secundário


dependem do tipo de ligação em que se encontram. Ao analisar a imagem do
capítulo anterior e considerar apenas um transformador monofásico, podemos
examinar a tensão aplicada ao primário. Dessa forma, podemos concluir que:
• Na ligação em estrela (Y), a tensão de linha (𝑉) é aplicada no lado primário do
transformador, e esse valor difere da tensão de fase (𝑉/√3) que está sendo
aplicada nos terminais de apenas um enrolamento. Portanto, além de efetuar a
transformação entre as tensões de linha e de fase, é necessário aplicar a
relação do número de espiras entre os enrolamentos do transformador para
determinar a tensão no secundário.
• Na ligação em estrela (Δ), a tensão de linha (𝑉) é aplicada no lado primário do
transformador, sendo esse valor exatamente o mesmo da tensão de fase (𝑉)
aplicada nos terminais de apenas um enrolamento. Dessa forma, não é
necessário converter a tensão de linha em tensão de fase, e
consequentemente, as tensões nos lados primário e secundário serão
relacionadas apenas em termos do número de espiras de cada transformador.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado para a análise das correntes,


considerando que o transformador ideal transforma correntes na razão inversa do
número de espiras de seus enrolamentos.

A potência trifásica do banco é três vezes a potência dos transformadores


monofásicos, independentemente do tipo de conexão, pois o sistema é balanceado.

3.4. Ensaios
É possível questionar a Instrutora, ao compreender os elementos essenciais
sobre dispositivos de conversão, qual abordagem utilizaremos para examinar os
sistemas elétricos levando em conta a presença do conversor?

Ao examinar sistemas elétricos que incluem o conversor como componente, é


frequente optar pelo esquema equivalente T da Ilustração abaixo em vez do esquema
integral.

Observe que todas as magnitudes são associadas ao primário, considerando as


proporções de conversão delineadas na seção 3.2. As magnitudes relacionadas ao
primário são indicadas com os sinais de (') para distinguir-se das magnitudes reais do
lado original.

Dois testes simples são empregados para deduzir os elementos do esquema


equivalente a imagem anterior

Essencialmente, baseiam-se na medição da voltagem, corrente e potência de


entrada do primário quando o secundário está em curto-circuito ou em circuito
aberto.

A partir dos testes que examinaremos, conseguimos extrair o perfil elétrico de


um transformador operando em regime constante. Observe a imagem acima que
esse perfil é constituído por duas impedâncias em sequência, uma do lado do
primário e outra do lado do secundário (referida ao primário, identificada pelo ').
Essas impedâncias estão associadas às resistências dos enrolamentos e às reatâncias
de dispersão. Entre elas, há uma impedância de magnetização (também conhecida
como impedância shunt), relacionada às perdas no ferro (Rc) e à reatância de
magnetização Xm.

Portanto, compreendamos mais profundamente esses testes, pois são


frequentemente solicitados em avaliações, tanto no aspecto conceitual quanto nos
cálculos dos parâmetros envolvidos.

3.4.1. Ensaio de curto-circuito


De maneira sucinta, o teste de curto-circuito é conduzido para determinar a
impedância equivalente em série Req + jXeq. Vamos considerar, nesta análise, que:

O curto-circuito será provocado no secundário do transformador, enquanto a tensão


é aplicada no primário. Neste teste, adotamos o padrão de considerar o lado de alta
tensão como o primário.

Considere a imagem abaixo como o esquema equivalente para o teste de curto-


circuito.
A imagem acima ilustra que a impedância do secundário do transformador
está referenciada ao lado primário, e um curto-circuito está sendo aplicado no
secundário.

Observe que a impedância de curto-circuito Zcc visualizada na entrada deste


esquema equivalente é:
𝑍𝜑 (𝑅2+𝑗𝑋𝑙2
𝑍𝑐𝑐= 𝑅1 + 𝑗𝑋𝑙1 +
𝑍𝜑+ 𝑅2+𝑗𝑋𝑙2

Devido à expressiva magnitude da impedância do ramo de excitação (Z𝜑,


conhecida como impedância de magnetização), que é consideravelmente maior do
que a impedância de dispersão do secundário, a impedância de curto-circuito pode
ser estimada por:

𝑍𝑐𝑐 ≈ 𝑍𝑒𝑞 = 𝑅𝑒𝑞 + 𝑗𝑋𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑗𝑋𝑙1 + 𝑅2 + 𝑗𝑋𝑙2

A consequência desse procedimento de aproximação é precisamente a


conversão do circuito equivalente T para o circuito equivalente L, conforme mostrado
imagem acima.

A impedância equivalente em série é composta pela combinação das


impedâncias de dispersão tanto do primário quanto do secundário do transformador.

Os instrumentos de medição registram os valores eficazes da tensão aplicada


Vcc, da corrente de curto-circuito Icc e da potência Pcc. Com base nessas medições, a
magnitude da impedância, assim como a resistência e a reatância equivalentes
referidas ao primário, podem ser calculadas por meio das seguintes equações:

𝑉𝑐𝑐
|𝑍𝑒𝑞 | = |𝑍𝑐𝑐 | =
𝐼𝑐𝑐
𝑃𝑐𝑐
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅𝑐𝑐 =
𝐼𝑐𝑐2

𝑋𝑒𝑞 = 𝑋𝑐𝑐 = √|𝑍𝑐𝑐 |2 − 𝑅𝑐𝑐2


A impedância equivalente pode ser referenciada para um lado ou para o outro.
Por meio dessas equações, podemos determinar os parâmetros que definem o
circuito de um transformador.

3.4.2. Ensaio de circuito aberto


De forma direta, o teste de circuito aberto é conduzido para determinar a
impedância de magnetização Zφ. Esse teste é realizado com o secundário em circuito
aberto e a tensão nominal aplicada ao primário, da mesma forma que no teste de
curto-circuito. Assim,

A abertura do circuito será feita no secundário do transformador, enquanto a


tensão é aplicada no primário. Neste teste, o lado de baixa tensão é considerado
como o primário.

Isso mesmo! A diferença reside no fato de que em um teste utilizamos os


procedimentos de curto-circuito, e no outro, os procedimentos para o teste de
circuito aberto (ou aberto).

Considere a imagem abaixo como o esquema equivalente para o teste de


circuito aberto.

O foco está em determinar a impedância de magnetização Zφ, a qual é


constituída pelo paralelo entre a resistência de perdas Rc e a reatância de
magnetização Xm, conforme ilustrado na figura.

A acima demonstra o esquema equivalente com a impedância do secundário


referenciada ao primário e o circuito aberto aplicado ao secundário. A impedância de
circuito aberto (Zca) observada no primário é equivalente a:
𝑅𝑐 (𝑗𝑋𝑚)
𝑍𝑐𝑎= 𝑅1 + 𝑗𝑋𝑙1 + Zφ = 𝑅1 + 𝑗𝑋𝑙1 +
𝑅𝑐+ 𝑗𝑋𝑚)

Conforme considerado no teste de curto-circuito, a impedância no ramo de


excitação (Z𝜑) é bastante elevada. Portanto, a queda de tensão na impedância de
dispersão do primário é negligenciável.
Assim, podemos aproximar a impedância de circuito aberto como sendo igual
à impedância de magnetização. Portanto,
𝑅𝑐 (𝑗𝑋𝑚)
𝑍𝑐𝑎 ≈ Zφ =
𝑅𝑐+ 𝑗𝑋𝑚)

Note que essa simplificação envolve exatamente a conversão do circuito


equivalente T para o circuito equivalente L, conforme mostrado na imagem do
capítulo anterior.

Permaneça alerta, pois a impedância de dispersão no ramo de excitação do


transformador é também referida como impedância shunt.

𝑉𝑐𝑎
|𝑍φ | =
𝐼𝑐𝑎
2
𝑣𝑐𝑎
𝑅𝑐𝑐 =
𝑃𝑐𝑎
1
𝑋𝑚 =
2
√( 1 ) − ( 12
|𝑍φ| 𝑅𝑐𝑐 )

Ainda podemos determinar esses parâmetros considerando o fator de


potência, o que será bastante útil ao resolver esse tipo de questão em uma avaliação!
Portanto, podemos empregar as equações abaixo, desde que disponhamos dos
dados necessários para tal.

𝑣𝑐𝑎
𝑅𝑐𝑐 =
𝐼𝑐𝑎 cos 𝜃
𝑃𝑐𝑎
cos 𝜃 =
𝑉𝑐𝑎𝐼 𝑐𝑎
𝑉𝑐𝑎
𝑋𝑚 =
𝐼𝑐𝑎 𝑠𝑒𝑛𝜃
3.5. Autotransformador
Os fundamentos debatidos até esta parte do capítulo foram elaborados
fazendo alusão a dispositivos de dois enrolamentos. No entanto, esses conceitos
podem igualmente ser utilizados em transformadores com outras disposições. Neste
segmento, analisaremos os elementos essenciais referentes aos autotransformadores.

Uma representação do autotransformador é demonstrada na Figura (17b), na


qual os seus enrolamentos estão interligados de maneira distinta em comparação
com um transformador convencional.

Na imagem acima é exibido um transformador de dois enrolamentos com N1


espiras no enrolamento primário e N2 espiras no enrolamento secundário.

O autotransformador pode alcançar o mesmo efeito de transformação nas


tensões, correntes e impedâncias, desde que esses enrolamentos estejam
interconectados conforme ilustrado na imagem anterior.

É importante observar que o enrolamento bc é compartilhado entre o circuito


primário e o circuito secundário. O autotransformador é, de fato, um transformador
convencional conectado de maneira peculiar.

É relevante destacar que os enrolamentos do transformador convencional são


eletricamente isolados, ao passo que os enrolamentos do autotransformador estão
diretamente interconectados. Devido à sua configuração, as tensões nominais do
autotransformador podem ser expressas em termos das tensões do transformador
convencional de dois enrolamentos. No lado de baixa tensão (na entrada), temos que

𝑉𝑒 = 𝑉1

Portanto, a tensão do lado de baixa do autotransformador é igual à tensão do


primário (que pode ser o lado de alta ou não) do transformador convencional, ou
seja, é equivalente à tensão associada ao número de espiras do enrolamento comum
do autotrafo.

No lado de alta tensão (na saída), Vs = V1 + V2


Em outras palavras, a tensão total no lado de alta é precisamente a soma das
tensões de cada enrolamento. Agora, vamos examinar a relação de transformação
para o autotransformador, que, na realidade, é o aspecto mais demandado em testes
e avaliações.

A relação de espiras do autotransformador (aaut), que, neste caso, é redutora,


será:

𝑉𝑒 𝑁𝑡 𝑁1+𝑁2
= = = 𝑎𝑎𝑢𝑡,𝑎𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎𝑑𝑜𝑟
𝑉𝑠 𝑁1 𝑁1

Portanto, a relação de transformação em um autotransformador levará em


consideração, tanto na entrada quanto na saída, o número total de espiras (N1 + N2)
para o lado de alta tensão.

Se o autotransformador fosse elevador, teríamos:

𝑉𝑒 𝑁1 𝑁1 1
= = = = 𝑎𝑎𝑢𝑡,𝑎𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎𝑑𝑜𝑟
𝑉𝑠 𝑁𝑡 𝑁1+𝑁2 1
+1
𝑎

Levando em consideração a disposição da última imagem, a potência do


autotransformador imagem b está relacionada com a do transformador da imagem
a) da seguinte maneira,
𝑁1+𝑁2
𝑆𝑎𝑢𝑡 = (𝑎 + 1)𝑆𝑡 = ( ) 𝑆𝑡
𝑁2

A potência nominal do autotransformador equivale a (N1 + N2)/N2 vezes a do


transformador de dois enrolamentos.

3.6. Análise por unidade


Por último, abordaremos o conceito de sistema por unidade. Os cálculos
relacionados a máquinas, transformadores e linhas de transmissão são
frequentemente realizados utilizando o método "por unidade".

Além de ser uma abordagem amplamente abordada em testes devido à sua


extensa aplicação, a utilização do sistema p.u simplifica significativamente as análises
envolvidas.
O p.u é uma maneira de representar as grandezas elétricas em um circuito
elétrico de forma normalizada, com referência a valores pré-determinados. Assim, as
quantidades são expressas como frações dos chamados valores de base devidamente
escolhidos.

No que diz respeito aos transformadores, uma das vantagens é que a relação
de espiras do transformador ideal se torna 1:1 quando seus parâmetros são
expressos no sistema por unidade. Isso elimina a necessidade de referir as
impedâncias de um lado para outro nos transformadores.

A adoção do sistema por unidade possibilita a normalização de grandezas,


transformando-as em adimensionais. Eu vou esquematizar as principais
características e vantagens do sistema por unidade para vocês.

Características Vantagens

• Grandeza admensional. • Normaliza as grandezas.


• O valor real pode ser • Comparação de
complexo. desempenho entre
• Valor de base é um equipamentos.
número real. • Circuito trifásico
analisado como
monofásico.

A normalização é realizada considerando a seguinte relação:


𝐺𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑧𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑙
𝐺𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑧𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 =
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑎 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑧𝑎

Os valores de base podem ser selecionados de forma arbitrária, mas é crucial


escolher apenas duas grandezas de base independentes, como por exemplo: Vbase e
Ibase.

Somente duas grandezas de base independentes podem ser escolhidas de


maneira arbitrária, sendo as demais determinadas por suas relações de
interdependência. É comum escolher a tensão nominal e a potência aparente como
valores de base, pois esses valores são geralmente fornecidos pelos fabricantes dos
equipamentos.
A escolha dos valores de base, seja tensão, corrente ou potência, não é crucial. O que
realmente importa é selecionar dois valores de base para que os demais possam ser
determinados em função deles.

Considerando Vb como a tensão de base e Sb como a potência de base, a


corrente e a impedância de base podem ser calculadas por meio das seguintes
equações:

𝑆𝑏
𝐼𝑏 =
𝑉𝑏
𝑉𝑏 𝑉𝑏2
𝑍𝑏 = =
𝐼𝑏 𝑆𝑏

Dessa forma, a impedância em porcentagem pode ser calculada como:

𝑍 𝑅+𝑗𝑋 𝑅 𝑋
𝑍𝑝𝑢 = = = +𝑗
𝑧𝑏 𝑧𝑏 𝑧𝑏 𝑧𝑏

Assim, é possível observar que a resistência em porcentagem é a razão entre a


resistência "real" e a impedância de base. Além disso, a reatância em porcentagem é
a razão entre a reatância "real" e a impedância de base.

A corrente elétrica em p.u é expressa por:


𝐼
𝐼𝑝𝑢 =
𝐼𝑏
Podemos definir a potência complexa em p.u como:

𝑠 𝑃+𝑗𝑞 𝑝 𝑄
𝑆𝑝𝑢 = = = +𝑗
𝑠𝑏 𝑠𝑏 𝑠𝑏 𝑠𝑏

É de grande conveniência e interesse expressar as grandezas elétricas em


porcentagem nos lados primários e secundários de um transformador ou em uma
linha de transmissão.

No transformador, cada lado terá uma tensão de base, V1B com referência ao
primário, e V2b ao secundário.
Dado que a potência aparente de base é a mesma para ambos os lados, a
relação entre as tensões de base permanece igual à relação de transformação no
transformador. Visto que a relação de transformação é dada por aa, a tensão em
porcentagem pode ser calculada como:
𝑉1
𝑉1𝑝𝑢 =
𝑉1𝑏

Mantendo as relações de transformação, a equação pode ser reformulada


como:
𝑉1 𝑎𝑉2
= ou 𝑉1𝑝𝑢 = 𝑉2𝑝𝑢
𝑉1𝑏 𝑎𝑉2𝑏

Dessa forma, podemos concluir que a relação de transformação em p.u é igual


a 1.

O procedimento para realizar análises no sistema por unidade pode ser


resumido da seguinte maneira:

1) Opte por uma magnitude de potência aparente (VA) fundamental e uma


voltagem de referência em algum ponto do sistema.

2) Transforme todas as variáveis para o sistema por unidade utilizando a


potência aparente e a voltagem de base selecionadas..

3) Conduza uma análise elétrica convencional, tendo todas as variáveis


expressas no sistema por unidade.

4) Reverta as magnitudes para seus valores reais multiplicando os valores em


unidades por base pelos respectivos valores de referência.

3.6.1. Mudança de base


Agora, é importante abordar um aspecto significativo do sistema por unidade,
que é a mudança de base.

Com frequência, nos deparamos com a situação em que, por exemplo, a


impedância em porcentagem de um componente do sistema elétrico é especificada
em relação aos seus próprios valores nominais. Entretanto, esses valores nominais
podem divergir dos valores de base escolhidos para outra parte do sistema que se
deseja analisar.

A mudança de base é empregada para referir todos os elementos de um


sistema a uma mesma base. Em outras palavras, ela é utilizada para converter os
valores por unidade de uma base para outra.
Por meio de manipulações algébricas, é possível obter as relações de
conversão entre diferentes bases.

As relações de mudança de base estão resumidas a seguir.

Mudança de base
𝑉𝑝𝑢1 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒2
=
𝑉𝑝𝑢2 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒1
𝑆𝑝𝑢1 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒2
=
𝑆𝑝𝑢2 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒1
𝐼𝑝𝑢1 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒1 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒2
=
𝐼𝑝𝑢2 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒2 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒1
𝑍𝑝𝑢1 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒1 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒2 2
= ( )
𝑍𝑝𝑢2 𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒2 𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒1

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