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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO RN

Circuitos Magnéticos

CURSO: ENGENHARIA DE ENERGIA


1. CIRCUITO MAGNÉTICO
O caminho fechado seguido pelo fluxo magnético é chamado de circuito
magnético. Um circuito magnético é composto de materiais magnéticos com
alta permeabilidade, como ferro, aço, etc.

Fig.1.1. Exemplo de um circuito magnético

1.1. CIRCUITOS MAGNÉTICOS LINEARES


São considerados magneticamente lineares os circuitos magnéticos onde a
permeabilidade relativa é baixa. Ex.: Circuitos com núcleo de ar ou materiais não
ferromagnéticos.
1.2. CIRCUITOS MAGNÉTICOS NÃO - LINEARES
São considerados não lineares todos os circuitos magnéticos que utilizem
materiais ferromagnéticos, dotados de permeabilidade magnética alta, tais
como o ferro fundido, o aço silício, o aço fundido, a ferrite etc.
A maioria dos circuitos magnéticos de aplicação prática são não lineares e a
permeabilidade dos materiais ferromagnéticos torna-se variável em função da indução
ou densidade de fluxo magnético B no núcleo.

1.3. PERMEABILIDADE (µ)


É a capacidade do material magnético de concentrar o fluxo magnético.
Qualquer material facilmente magnetizado tem alta permeabilidade.
𝛍 = 𝛍𝟎 𝛍𝐫
𝐁 = 𝛍. 𝐇
➢ μ0 - Permeabilidade do ar, 𝝁𝟎 = 𝟒𝝅𝒙𝟏𝟎−𝟕 T.m/Ae;
𝜇
➢ μr - Permeabilidade relativa, dada por 𝜇𝑟 = , sendo seu valor
𝜇0
adimensional.
➢ B – Densidade de fluxo magnético, Tesla (T)
➢ H – Campo magnético, A.e/m
Com relação à permeabilidade relativa dos materiais, eles podem ser divididos
em:
a) MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS - Neste grupo estão o ferro (8.000), o aço
(500 a 5000), o níquel (50), o cobalto (60) e algumas ligas comerciais.
b) MATERIAIS PARAMAGNÉTICOS - A permeabilidade relativa é ligeiramente
maior do que 1. Nestes, estão incluídos o alumínio (1,00002), a platina, o
manganês e o cromo.
c) MATERIAIS DIAMAGNÉTICOS - A permeabilidade é menor do que 1. Neste
grupo, estão o bismuto, o antimônio, o cobre (0,999 990), o zinco, o mercúrio,
o ouro e a prata.
1.4.1. CURVA DE MAGNETIZAÇÃO B-H
Usada para mostrar a quantidade de densidade de fluxo B decorrente de um
aumento na intensidade do campo H.
Fig. 1.2. Curva B-H típica para dois tipos de ferro doce.
➢ O ar, sendo não magnético, apresenta um perfil B-H muito baixo.
Fig. 1.3. Curva B-H típica para alguns materiais magnéticos.
2. CIRCUITOS MAGNÉTICOS E EQUIVALENTES ELÉTRICOS

Hl

Fig.2.1. Analogia entre o circuito magnético e o circuito elétrico

A lei de Ampère relaciona a corrente elétrica e o campo magnético na forma:

‫𝐇 ׯ‬. 𝐝𝐥 = 𝐍𝐈 ou ‫𝐇 ׯ‬. 𝐝𝐥 = 𝐇𝑳, temos: 𝐍𝐢=Hl


Onde:
➢ N- número de espiras da bobina;
➢ I – Corrente que circula na bobina (A);
➢ H – Intensidade do campo magnético (Ae/m);
➢ l – Caminho médio das linhas de fluxo no interior do núcleo (m);
O produto N.i é o responsável pela condução do fluxo no circuito magnético, desempenhando o
papel de uma fonte. Daí ele ser conhecido por força magneto motriz (Fmm), cuja a unidade é o
A.e.
2.1. Fluxo Magnético (Ø)
É medido pelo número de linhas de indução de um campo magnético que
atravessam uma determinada seção desse campo. A unidade do fluxo
magnético no SI é o Weber (Wb).
𝛟 = ‫𝐁 ׬‬. 𝐝𝐀
➢ 𝛟 – Fluxo magnético confinado no núcleo (Weber, Wb);

➢ 𝐁 – Densidade de fluxo magnético (Wb/m2 = Tesla);


➢ dA – Elemento diferencial de área.
Sendo constante o campo a equação pode ser expressa por: 𝛟 = 𝐁. 𝐀.

ϕ = Bn. An = Bn .(a.b)

Fig.2.2. Fluxo magnético em uma seção transversal do núcleo


2.1.1. Fluxo Concatenado (λ)
Consideremos uma bobina de N voltas, chamada de indutor, percorrida por uma
corrente i que produz um fluxo magnético φb através de todas as espiras da
bobina.
λ= NΦb
2.1.2. Fluxo de Dispersão (Ød)
porção de linhas de fluxo magnético que escapam do núcleo de ferro e
formam um circuito fechado pelo ar em volta do respectivo enrolamento.
2.1.3. Fluxo Mútuo (Øm)
Bobinas vizinhas que compartilham um fluxo magnético comum são ditas
mutuamente acopladas. Em circuitos mutuamente acoplados, uma corrente
variável em um enrolamento produz uma tensão induzida, caracterizada por
uma indutância mútua, no outro enrolamento.
2.2. CIRCUITOS MAGNÉTICOS COM ENTREFERRO
Um circuito magnético e seu equivalente elétrico são mostrados na fig. 2.3.

Fig. 2.3. Circuito magnético com entreferro e seu equivalente elétrico.

➢ Em termos de campo magnético no núcleo e no entreferro:


𝑁𝑖 = ℋ𝑛 𝑙𝑛 + ℋ𝑔 𝑔
➢ Em termos das induções magnéticas no núcleo e no entreferro:

ℬ𝑛 ℬ𝑔
𝑁𝑖 = 𝑙 + 𝑔
𝜇𝑛 𝑛 𝜇0
➢ Em termos do fluxo e da relutância:

𝜙 𝜙
𝑁𝑖 = 𝐴 𝑙𝑛 +𝐴 𝑔 = 𝜙(ℛ𝑛 + ℛ𝑔 )
𝑛 𝜇𝑛 𝑔 𝜇0
2.2.1. FRANGEAMENTO OU ESPRAIAMENTO
São linhas de fluxo aparecendo ao longo, dos lados e das quinas das partes magnéticas
separadas pelo ar. O efeito aumenta com a área do núcleo e com o comprimento do
entreferro.

Fig. 2.4. Frangeamento ou espraiamento.


Seja uma área de secção reta S = a x b retangular e o entreferro de comprimento lg.
Então, de uma forma prática, podemos calcular a área aparente ou efetiva do entreferro
Sg através da relação:

𝑆𝑔 = 𝑎 + 𝑙𝑔 𝑏 + 𝑙𝑔 (m2)
2.3. RELUTÂNCIA (ℛ )
É a resistência que os materiais oferecem à passagem do fluxo magnético. A
relutância é inversamente proporcional à permeabilidade.
𝒍
ℛ =𝝁
𝒓 𝝁𝟎 𝑨

➢ ℛ - Relutância, Ae/Wb;
➢ 𝝁 = 𝝁𝒓 𝝁𝟎 - Permeabilidade, Tm/Ae;
➢ A - Área do núcleo, m²;
➢ l – Comprimento médio do núcleo.
2.3.1. PERMEÂNCIA ( ℘)
É o inverso da relutância magnética.
𝟏
℘=

• ℘ - Permeância, Wb/Ae.
Exercícios
1) No circuito magnético abaixo, construído de um material em que µr=1000,
calcular a Fmm para que o fluxo no entreferro g seja de 300 µWb. Desprezar o
espraiamento de fluxo no entreferro. Calcule a corrente I da bobina, (N=500).
Exercícios
2) Dado o circuito magnético da figura abaixo, assumir B = 0,6 T através da
seção reta da perna esquerda e determinar: (µr=5000)
a) a) Desenhar o circuito elétrico equivalente;
b) b) A queda de potencial magnético (Fm) no ar;
c) c) A queda de potencial magnético (Fm) no núcleo;
d) d) A corrente que circula em uma bobina com 1250 espiras enroladas em
volta da perna esquerda.

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