Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ELETROMAGNETISMO,
INDUTÂNCIA E INDUTORES
Universidade Federal de Itajubá
Instituto de Engenharia de Sistemas e Tecnologia da Informação
ELTA01A – Eletrônica Analógica I
Objetivo
• Introdução;
• Natureza do campo magnético;
• Circuitos magnéticos;
• Circuitos magnéticos com excitação CC;
• Indutores.
Histórico
André-Marie Ampère
Histórico
8
Fluxo magnético
O magnetismo refere-se à força que age entre os imãs e os materiais magnéticos. Sabe-se, por exemplo, que os
imãs atraem pedaços de ferro, defletem agulhas de bússolas, atraem ou repelem outros imãs etc. Essa força age
a uma distância e sem necessidade de contato físico direto. A região onde se sente a força é chamada “campo
do imã” ou, simplesmente, campo magnético; portanto, um campo magnético é uma força magnética.
Materiais ferromagnéticos
1 𝑊𝑏
1 𝑇 (𝑡𝑒𝑠𝑙𝑎) =
1 𝑚2
17
Introdução
A maioria das aplicações praticas de magnetismo usa estruturas magnéticas para guiar e moldar os
campos magnéticos, propiciando um caminho bem definido para o fluxo. Tais estruturas, encontradas
em motores, geradores, unidades de disco do computador, gravadores de fita etc., são chamadas
circuitos magnéticos.
Φ 1,4𝑥10−3
𝑏. 𝐵𝑔 = = = 1,04 𝑇
𝐴𝑒 1,35𝑥10−3
Circuito magnético série
23
Fonte do fluxo magnético
A corrente através de uma bobina cria o fluxo magnético. Quanto maior a corrente ou o
numero de espiras, maior será o fluxo. Essa capacidade de produzir corrente a partir da
bobina é chamada força magnetomotriz (fmm) e é medida em amperes-espiras. Dado o
símbolo F, ela é definida como:
Assim, uma bobina com 100 espiras e 2,5 amperes terá uma fmm de 250 amperes-
espiras, enquanto uma bobina com 500 espiras e 4 amperes terá uma fmm de 2.000
amperes-espiras.
Relutância
O fluxo em um circuito magnético também depende da oposição que o circuito apresenta a ele.
Chamada relutância, essa oposição depende da dimensão do núcleo e do material do qual ele é
feito. Como a resistência de um fio, a relutância é diretamente proporcional ao comprimento e
inversamente proporcional à área da seção transversal. Na forma de equação, tem-se:
ℓ
ℛ= (𝐴𝑡Τ𝑊𝑏)
𝜇𝐴
ℱ
Φ= (𝑊𝑏)
ℛ
ℱ 𝑁𝐼
ℋ= = (𝐴𝑡/𝑚)
ℓ ℓ
Intensidade do campo magnético
600
ℋ= = 4000 (𝐴𝑡/𝑚)
0,15
Relação entre B e H
𝐵 = 𝜇ℋ
Ou:
𝐵𝑔
ℋ𝑔 = −7
= 7,96. 105 𝐵𝑔 (𝐴𝑡/𝑚)
4𝜋. 10
Curvas de magnetização ou curvas B-H
Para materiais ferromagnéticos, μ
não é constante, varia de acordo
com a densidade de fluxo, e não
há um jeito fácil de calculá-la.
Todavia, na realidade, não se está
interessado em μ, o que realmente
quer saber é, dado B, qual é o
valor de H e vice-versa. Um
conjunto de curvas – chamadas
de B-H ou curvas de magnetização
– fornecem essa informação.
(Essas curvas são obtidas
experimentalmente e estão
disponíveis em manuais. Cada
material requer uma curva
separada.) Ao lado tem-se curvas
típicas para o ferro e o aço
fundidos, e a chapa de aço.
Lei de Ampère de circuito
Uma das principais relações na teoria de circuitos magnéticos é a lei de Ampère de circuito. A lei de
Ampère foi determinada experimentalmente, e é uma generalização da relação F=NI=Hl. Ampère
mostrou que a soma algébrica das fmm ao redor de uma malha fechada em um circuito magnético é
zero, independentemente do numero de seções ou bobinas. Isto é:
ℱ=0
𝜃
Reescrevendo:
𝑁𝐼 = ℋℓ (𝐴𝑡)
𝜃 𝜃
Lei de Ampère de circuito
A soma de fmms aplicadas ao redor de uma malha fechada é igual à soma de quedas de fmms. O
somatório é algébrico, e os termos são aditivos ou subtrativos, dependendo da direção do fluxo e de
como a bobina está enrolada. Para ilustrar, considere a figura abaixo:
Então:
Há dois modelos de circuitos magnéticos. Embora o modelo da relutância (a) não seja muito útil
para a resolução de problemas, ele ajuda a relacionar os problemas de circuitos magnéticos a
conceitos conhecidos de circuitos elétricos. Por outro lado, o modelo da lei de Ampere nos
permite resolver problemas práticos.
Propriedades do material magnético
40
Indutância
O elemento do circuito construído para conter a indutância é o indutor. Em sua forma mais simples, o
indutor é apenas a bobina de um fio. Idealmente, os indutores têm somente a indutância. No
entanto, como são feitos de fio, os indutores práticos também apresentam alguma resistência.
Inicialmente, entretanto, assume-se que essa resistência é desprezível e trataremos os indutores
como ideais. Na prática, os indutores também são chamados de choques (porque tentam limitar ou
“restringir” a variação da corrente) ou de reatores.
Tipos de indutores
Indutor
𝑓𝑚𝑚 1 𝑉
1 (𝐻) =
𝐴
1𝑠
Joseph Henry
Tensão induzida
Lei de Faraday
Como a tensão induzida tenta se contrapor às variações na corrente, ela é chamada força
contra eletromotriz ou tensão de retorno. Observe com cuidado, entretanto, que essa
tensão não se opõe à corrente, ela se opõe somente à variação na corrente. Ela também
não previne a variação da corrente, apenas previne a variação brusca. O resultado é que se
a corrente em um indutor variar gradual e suavemente de um valor para outro o efeito da
indutância é, portanto, similar ao da inercia em um sistema mecânico. Um armazenador
cinético de energia (flywheel) usado em uma maquina, por exemplo, previne mudanças
bruscas na velocidade da maquina, mas não impede que a maquina varie gradualmente de
uma velocidade à outra.
Núcleo dos indutores
Como descobriu Faraday, a tensão induzida em uma bobina depende dos acoplamentos
de fluxo, e estes dependem dos materiais do núcleo. Bobinas com núcleos
ferromagnéticos (chamadas bobinas com núcleo de ferro) tem seu fluxo quase
totalmente confinado em seus núcleos, enquanto as bobinas enroladas em materiais
não ferromagnéticos não o tem. Estas são às vezes chamadas bobinas com núcleo de
ar porque todos os materiais não magnéticos do núcleo apresentam a mesma
permeabilidade que o ar, e, portanto, comportam-se da mesma maneira que ele.
Núcleo de ferro
No caso do núcleo de ferro, em teoria, todas as linhas de fluxo estão confinadas no núcleo e, dessa
forma, passam por todas as espiras do enrolamento. O produto do fluxo vezes o número de espiras
pelo qual ele passa é definido como acoplamento do fluxo da bobina. Para a um fluxo Ф linhas
passam através de N espiras, gerando um acoplamento de fluxo de NФ . De acordo com a lei de
Faraday, a tensão induzida é proporcional à taxa de variação de NФ. No sistema SI, a constante de
proporcionalidade é um, e a lei de Faraday para este caso pode ser postulada como:
𝑒 = 𝑁. 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 Φ
Ou seja:
𝑑Φ
𝑒=𝑁 (𝑉)
𝑑𝑡
Ou seja:
𝑑𝑖
𝑒=𝐿 (𝑉)
𝑑𝑡
A tensão induzida em uma bobina é e = Ldi/dt, onde L é a auto indutância da bobina (em geral,
chamada simplesmente de indutância), e di/dt é a taxa da variação da corrente nela. No
sistema SI, L é medida em henry e é a razão entre a tensão induzida em uma bobina e a taxa de
variação da corrente que gera essa tensão. Disso, obtém-se a definição do henry. Por definição,
a indutância de uma bobina será igual a um henry se a tensão gerada pela corrente variante for
igual a um volt quando a corrente variar a uma taxa de um ampere por segundo.
Na prática, a tensão em uma indutância é designada por vL em vez de e. Assim,
𝑑𝑖
𝑣𝐿 = 𝐿 (𝑉)
𝑑𝑡
Fórmula de indutância
A indutância para algumas formas simples pode ser determinada. Por exemplo, a indutância
aproximada da bobina da figura abaixo pode ser calculada como:
𝜇𝑁 2 𝐴
𝐿= (𝐻)
ℓ
Para obter uma indutância maior em espaços menores, às vezes se usam os núcleos de ferro.
A permeabilidade varia e a indutância não é constante, a menos que o fluxo no núcleo seja
mantido abaixo da saturação. Para alcançar uma indutância relativamente constante, pode-se
usar um entreferro. Se o entreferro for grande o suficiente para ser dominante, a indutância da
bobina será aproximadamente
𝜇𝑔 𝑁 2 𝐴𝑔
𝐿≅ (𝐻)
ℓ𝑔
𝐿𝑒𝑞 = 𝐿1 + 𝐿2 + 𝐿3 + ⋯ + 𝐿𝑁
Indutância em paralelo
1 1 1 1 1
= + + + ⋯+
𝐿𝑒𝑞 𝐿1 𝐿2 𝐿3 𝐿𝑁
Símbolos usados em circuitos
Resistência do indutor
1 2
𝑊 = 𝐿𝑖 (𝐽)
2
𝑡 𝑡 𝑡
𝑑𝑖 1 2
𝑊 = න 𝑝𝑑𝑡 = න 𝐿𝑖 𝑑𝑡 = 𝐿 න 𝑖𝑑𝑖 = 𝐿𝑖
𝑑𝑡 2
0 0 0
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE ENGENHARIA DE SISTEMAS E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO