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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

Introdução à Eletrônica Digital I


e
Portas Lógicas

Leonardo B. Zoccal
(lbzoccal@unifei.edu.br)
Eletrônica Digital I
Software para Simulação

FPGA Software Download Center (intel.com)

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Sistemas Digitais
Em sistemas digitais as quantidades físicas ou sinais
podem assumir somente valores discretos, enquanto em
sistemas analógicos tais sinais variam continuamente sobre
uma faixa pré-determinada de tempo.

Sinal digital com uso de 2 quantidades: 0 e 1


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(dificuldade para representar o sinal analógico)
Sistemas do Mundo Real - Sinais Analógicos
Sistemas analógicos possuem sinais que variam continuamente
sobre uma faixa pré-determinada de tempo.

Sinal Analógico 4
Sistemas do Mundo Real - Sinais Analógicos
– Som em um microfone causa mudanças na tensão.
– Velocímetro de um carro que varia com a velocidade.
– Termômetro de mercúrio que varia em uma faixa de
valores com a temperatura.

Sinal Analógico 5
Sistemas Digitais
Sistemas digitais utilizam quantidades físicas ou sinais que
assumem somente valores discretos.

Sinal Digital 6
Sistemas Digitais

– Apresentação das horas em um display de um relógio


digital em intervalos de tempo de um minuto.
– Mudança de temperatura é mostrada em um display
digital quando a temperatura muda pelo menos um
grau.

Sinal Digital 7
Sistemas Digitais
❑ São geralmente mais fáceis de serem projetados. Os
circuitos utilizados são circuitos de chaveamento.

❑ Armazenamento de informação é mais fácil. Nos sistemas


analógicos é extremamente limitada.
❑ Fácil manter a precisão e exatidão em todo o sistema. Nos
sistemas analógicos, os valores de tensão e corrente tendem
a ser distorcidos pelos efeitos da variação na temperatura, na
umidade e na tolerância dos componentes nos circuitos que
processam o sinal.

Precisão: Não Precisão: Sim Precisão: Não Precisão: Sim 8


Exatidão: Não Exatidão: Não Exatidão: Sim Exatidão: Sim
Sistemas Digitais

❑ As operações podem ser programadas. Os sistemas


analógicos também podem ser programados, porém, a
variedade e a complexidade das operações disponibilizadas
são bastantes limitadas.
❑ Os circuitos digitais são menos afetados por ruído, desde que
o ruído não tenha amplitude suficiente que dificulte a distinção
entre um nível alto e um nível baixo.

❑ CIs (Circuitos Integrados) digitais podem ser fabricados com


mais dispositivos internos. CIs analógicos são relativamente
complexos e utilizam dispositivos que não podem ser
economicamente integrados (capacitores de alto valor,
resistores de precisão, indutores e transformadores).
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Sistemas Digitais

O mundo real é analógico e processar sinais digitalizados


leva tempo

❑ Converter a variável física em um sinal elétrico (analógico)


❑ Converter as entradas elétricas (analógicas) no formato
digital
❑ Realizar o processamento (operação) da informação digital
❑ Converter as saídas digitais de volta ao formato analógico

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Sistemas Digitais

Sistema de Controle de Temperatura que


utiliza técnicas de processamento digital

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Representação de Quantidades Binárias
• Em sistemas digitais, a informação que está sendo processada
geralmente se apresenta sob forma binária.
• Quantidades binárias podem ser representadas por qualquer
dispositivo que apresente apenas dois estados de operação ou
condições possíveis.
• Por exemplo: uma chave possui apenas dois estados: aberta ou fechada. Podemos
arbitrar que uma chave aberta represente o dígito binário 0, ou simplesmente binário
0, e a chave fechada represente o binário 1.

Representação de números
binários utilizando
(a) chaves e (b) perfurações em
uma fita de papel
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Representação de Quantidades Binárias

• Quantidades binárias podem ser representadas por qualquer


dispositivo que apresente apenas dois estados de operação ou
condições possíveis.

– Lâmpada (ligada ou desligada);


– Diodo (conduzindo ou não conduzindo);
– Relé (energizado ou não energizado);
– Transistor (corte ou saturação);
– Fotocélula (iluminada ou escuro);
– Etc.

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Portas Lógicas Básicas
Tabela Verdade
• A tabela verdade representa a saída dos circuitos lógicos que
corresponde à combinação dos níveis lógicos de entrada.

• Quando uma rede de chaveamento possui N variáveis de


entrada, a mesma irá possuir 2N combinações de entrada.

• Observe a tabela abaixo para uma rede combinacional que possui duas
entradas. O sinal de saída (F(A,B)) pode assumir estado lógico 0 ou 1
(representado por X), dependendo da função implementada.

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Portas Lógicas Básicas

Porta Inversora (NOT)

Uma porta lógica NOT possui somente uma variável de entrada


e uma variável de saída. O estado da saída é sempre o oposto
ao da entrada.

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Portas Lógicas Básicas

Porta E (AND)

Uma porta lógica AND é um dispositivo cuja saída é 1 se e


somente se todas as entradas forem 1.

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Portas Lógicas Básicas

Porta Não-E (NAND)

Na porta NAND a saída é o complemento de uma porta AND,


ou seja, a mesma somente será alta quando qualquer uma das
entradas estiver em nível lógico baixo.

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Portas Lógicas Básicas

Porta OU (OR)

Uma porta lógica OR é um dispositivo cuja saída é 1 quando


pelo menos uma de suas entradas for 1.

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Portas Lógicas Básicas

Porta Não-OU (NOR)

Na porta NOR a saída é o complemento de uma porta OR, ou


seja, a mesma somente será alta quando todas as entradas
estiverem em nível lógico baixo.

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Principais Portas Lógicas Derivadas
(podem ser implementadas com os operadores lógicos anteriores)
Porta OU-Exclusivo (XOR)
A saída de uma porta XOR será 1 somente se as duas
variáveis de entrada forem diferentes. A porta XOR é definida
somente para duas entradas.

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Principais Portas Lógicas Derivadas
(podem ser implementadas com os operadores lógicos anteriores)
Porta Não-OU-Exclusivo (XNOR)
A saída de uma porta XNOR será 1 somente se as duas
variáveis de entrada forem iguais. A porta XNOR é definida
somente para duas entradas.

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Simbologias IEEE/ANSI

A norma Std 91-1984,


das organizações
IEEE/ANSI (American
National Standard
Institute / Institute of
Electrical and Electronic
Engineers) adota a
simbologia retangular,
que apesar de pouco
usada, aparece em
algumas publicações

22
Exemplos de Circuitos

23
Exemplos de Circuitos

24
Exemplos de Circuitos

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Uso de Portas Lógicas em Circuitos Eletrônicos

Para a implementação do circuito eletrônico que realiza uma


função lógica são utilizados transistores ligados de forma a obter
a funcionalidade de uma tabela verdade.

Os transistores normalmente são do tipo bipolar (NPN ou PNP)


ou MOS (NMOS ou PMOS), e operam como chaves que “ligam”
com nível lógico ‘0’ ou ‘1’. Estes transistores são estudados em
eletrônica analógica.

É importante saber, que para sua operação, os circuitos


integrados que possuem transistores ligados de forma a
implementar funções lógicas necessitam de fontes de
alimentação.
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Uso de Portas Lógicas em Circuitos Eletrônicos

Características das Famílias Lógicas

❑ Tensão de Alimentação
❑ Níveis de tensão de entrada e saída (níveis lógicos)
❑ Imunidade ao ruído (margem de ruído)
❑ Níveis de correntes de entrada e saída
❑ Tempo de atraso de propagação
❑ Potência dissipada (requisitos de potência)
❑ Desempenho do CI (produto velocidade x potência)
❑ Fan-out (fator de carregamento – carga)

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Representação de Quantidades Binárias
Nível Lógico
Em um circuito digital toda variável assume somente dois valores 0 ou 1,
sendo que tais valores representam os níveis de tensão presentes nos
terminais de entrada/saída. Então, 0 e 1 não são valores numéricos, mas
símbolos que são representação de uma tensão, ou seja, são denominados
de nível lógico.

Representação de nível
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lógico
Representação de Quantidades Binárias

(a)Indicação de intervalos de tensão típicos para binários 0 e 1;


(b) típico diagrama de tempo de um sinal digital. 29
Imunidade ao ruído

v v

t t
(a) (b)

Sinal analógico (a) original e (b) com ruído sobreposto

v v

0
t t
(a) (b)

Sinal digital (a) original e (b) com ruído sobreposto


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Imunidade ao ruído

Margem de ruído é uma medida quantitativa da imunidade ao ruído.

A imunidade ao ruído de um circuito lógico se refere à capacidade do circuito


de tolerar ruídos sem provocar alterações espúrias na tensão de saída

VNH = VOH(min) – VIH(min)


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VNL = VIL(máx) – VOL(máx)
FAN-IN e FAN-OUT

FAN-IN: definido como o número de entradas da porta lógica e depende:

Tipo de transistor utilizado na fabricação do componente


Forma como os transistores são conectados (série ou paralelo)
Das capacitâncias envolvidas, incluindo as parasitas

FAN-OUT: definido como o número de outras portas que a porta lógica é


capaz de alimentar. Representa o número máximo de entradas que pode ser
conectada à saída de uma porta, sem que os níveis de tensão saia dos
limites pré-definidos.
A entrada de cada porta lógica aumenta a capacitância vista pela saída
da porta que as alimenta. O tempo de atraso de propagação (tp) da
porta lógica que alimenta as outras portas aumenta.
Fan-out(baixo) = IOL(máx)/IIL(máx) Fan-out(alto) = IOH(máx)/IIH(máx)
O fan-out é escolhido como o menor entre os dois valores
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Tempo de atraso de propagação (tp)

É o intervalo de tempo entre a aplicação de um pulso na entrada e o pulso


resultante na saída.

tPHL: tempo de atraso de propagação, com a saída mudando do nível alto


para o nível baixo

tPLH: tempo de atraso de propagação, com a saída mudando do nível baixo


para o nível alto

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Constituição das Portas Lógicas

Os componentes principais que


constituem as portas lógicas são
os transistores bipolares - BJTs
(Ex: família lógica TTL)
ou os transistores de efeito de
campo – FETs.
(Ex: família lógica CMOS)

Estes transistores comportam-se


como interruptores eletrônicos
que ou estão em condução (1)
ou estão ao corte (0).
A figura apresenta um exemplo de um circuito elétrico
(porta lógica que implementa a função AND - 7408)
utilizando a tecnologia TTL.
Representação Elétrica de uma porta lógica 34
Constituição das Portas Lógicas

Os componentes principais que


constituem as portas lógicas são
os transistores bipolares - BJTs
(Ex: família lógica TTL)
ou os transistores de efeito de
campo – FETs.
(Ex: família lógica CMOS)

Estes transistores comportam-se


como interruptores eletrônicos
que ou estão em condução (1) A figura apresenta um exemplo de um circuito
ou estão ao corte (0). integrado
(porta lógica que implementa a função AND - 7408)
utilizando a tecnologia TTL.
Representação Lógica
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Constituição das Portas Lógicas

Os componentes principais que


constituem as portas lógicas são
os transistores bipolares - BJTs
(Ex: família lógica TTL)
ou os transistores de efeito de
campo – FETs.
(Ex: família lógica CMOS)

Estes transistores comportam-se


como interruptores eletrônicos
que ou estão em condução (1)
ou estão ao corte (0).
A figura apresenta um exemplo de um circuito elétrico
(porta lógica que implementa a função AND – CD4081)
utilizando a tecnologia CMOS.
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Constituição das Portas Lógicas

Os componentes principais que


constituem as portas lógicas são
os transistores bipolares - BJTs
(Ex: família lógica TTL)
ou os transistores de efeito de
campo – FETs.
(Ex: família lógica CMOS)

Estes transistores comportam-se


como interruptores eletrônicos
que ou estão em condução (1)
ou estão ao corte (0).

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Famílias Lógicas

Os circuitos integrados digitais estão agrupados em famílias lógicas.


❑ Exemplo de algumas famílias lógicas bipolares
RTL – Resistor Transistor Logic – Lógica de transistor e resistência.
DTL – Díode Transistor Logic – Lógica de transistor e díodo.
TTL – Transistor Transistor Logic – Lógica transistor-transistor.
HTL – High Threshold Logic – Lógica de transistor com alto limiar.
ECL – Emitter Coupled Logic – Lógica de emissores ligados.
❑ Exemplo de algumas famílias lógicas MOS (Metal – Óxido – Semicondutor)
CMOS – Complemantary MOS – MOS de pares complementares
NMOS/PMOS
NMOS – Utiliza só transistores MOS-FET canal N.
PMOS – Utiliza só transistores MOS-FET canal P.

A família lógica TTL e a CMOS são as mais usadas, quando se considera o


uso de circuitos integrados (CIs) para disponibilização de portas lógicas
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Séries das famílias TTL e CMOS
A família TTL é principalmente reconhecida pelo fato de ter duas séries
que começam pelos números 54 para os componentes de uso militar e
74 para os componentes de uso comercial.

TTL 74L de Baixa Potência


TTL 74H de Alta Velocidade
TTL 74S Schottky
TTL 74LS Schottky de Baixa Potência (LS-TTL)
TTL 74AS Schottky Avançada (AS-TTL)
TTL 74ALS- TTL Schottky Avançada de Baixa Potência

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Séries das famílias TTL e CMOS
Séries CMOS:

4000/14000 (foram as primeiras séries da família CMOS)


74C (compatível, pino a pino e função por função, com os dispositivos TTL)
74HC (CMOS de Alta Velocidade)
74HCT (os dispositivos 74HCT - CMOS de Alta Velocidade - podem ser
alimentados diretamente por saídas de dispositivos TTL)

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Tensões dos níveis lógicos
Família Lógica TTL
Faixas de tensão correspondentes aos níveis lógicos de entrada:
Entre 2,0 V e 5,0 V, nível lógico 1
Entre 0,8 V e 2,0 V o componente não reconhece os níveis lógicos 0 e 1,
devendo portanto, ser evitada em projetos de circuitos digitais.
Entre 0,0 V e 0,8 V, nível lógico 0
Faixas de tensão correspondentes aos níveis lógicos de saída:
Entre 2,4 V e 5,0 V, nível lógico 1
Entre 0,3 V e 0,5 V, nível lógico 0

Família Lógica CMOS


Faixa de alimentação que se estende de 3 V a 15 V ou 18 V, dependendo do
modelo.
A família CMOS possui também, uma determinada faixa de tensão para
representar os níveis lógicos de entrada e de saída, porém estes valores
dependem da tensão de alimentação e da temperatura ambiente. 41
Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

VNH = VOH(min) – VIH(min)


VNH = 4,95 – 3,5 = 1,45 V
VNL = VIL(máx) – VOL(máx)
VNL = 1,5 – 0,05 = 1,45 V
42
Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

VNH = VOH(min) – VIH(min)

VNL = VIL(máx) – VOL(máx)

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Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

VNH = VOH(min) – VIH(min)


VNH = 2,5 – 2,0 = 0,5 V
VNH = 2,7 – 2,0 = 0,7 V

VNL = VIL(máx) – VOL(máx)


VNL = 0,7 – 0,4 = 0,3 V
VNL = 0,8 – 0,5 = 0,3 V
VNL = 0,8 – 0,4 = 0,4 V

44
Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

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Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

Fan-out(baixo) = IOL(máx)/IIL(máx)
Fan-out(baixo) = 4/0,36 = 11,11
Fan-out(baixo) = 8/0,36 = 22,22

Fan-out(alto) = IOH(máx)/IIH(máx)
Fan-out(alto) = 0,4/0,020 = 20
Fan-out(alto) = 0,4/0,020 = 20

46
Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

Fan-out(baixo) = IOL(máx)/IIL(máx) Fan-out(alto) = IOH(máx)/IIH(máx)

47
Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

Assumindo níveis aceitáveis


de corrente na carga, o nível
alto e o nível baixo do
acionador (DRIVER) estão
dentro dos níveis aceitáveis
para a carga (LOAD).

Nenhuma interface é
necessária e a conexão direta
pode ser feita.

48
Tensões dos níveis lógicos
Circuitos Integrados Digitais

O nível alto e o nível baixo do


acionador (DRIVER) estão fora
dos níveis aceitáveis para a
carga (LOAD).

Uma interface é necessária e a


conexão direta não pode ser
feita.

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Exemplo de Circuito utilizando Circuitos Integrados (CIs)
da familia TTL (74xx)

Embora o circuito lógico não indique a alimentação dos circuitos com a


fonte de alimentação (VDD e GND) lembre-se que o circuito eletrônico
necessita desta ligação, se não os transistores não conseguem chavear a
saída de um valor lógico “alto” para “baixo” ou vice-versa 50
Circuitos Integrados Digitais – Esquema Elétrico

51
Circuitos Integrados Digitais – Simulação

Diagrama de Tempo

52
Circuitos Integrados Digitais – Simulação
Diagrama de Tempo

Obs: Neste exemplo foi apresentada uma


simulação/análise do circuito
desconsiderando o tempo de resposta de
cada porta lógica (tempo de atraso).

Esta simulação comprova a funcionalidade


lógica do circuito (simulação funcional)
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