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Permeabilidade Magnética de Materiais

Um campo magnético pode ser expresso por duas grandezas que são o vetor indução
magnética ou densidade de fluxo B e o vetor intensidade de campo magnético H

As unidades de medida no Sistema Internacional são as seguintes:

 B – tesla ( T ) ou webers por metro quadrado ( Wb/m2 );


 H – ampères por metro ( A/m ).

A relação entre estas duas grandezas é dada pela equação 1, onde  é a


permeabilidade magnética absoluta para um dado meio isotrópico. Este valor é definido
pela relação apresentada na equação 2, onde 0 é a permeabilidade magnética do vácuo
( 4. x 10-7H/m ), e X é a susceptibilidade magnética do meio ( admensional ).

(1)

(1+X)
(2)

As propriedades magnéticas resultam do comportamento ou reação


( susceptibilidade ) determinada a ação de um campo magnético aplicado.
Sabemos que dipolos magnéticos têm origem principalmente no momento angular
dos elétrons orbitais dos átomos que constituem um determinado material. Este momento
angular tem natureza quântica. Macroscopicamente, dentro de um volume de controle V, o
vetor magnetização define o estado magnético do material contido em V, é dado pela
equação 3, onde I é o momento magnético de cada uma dos componentes encontrados no
interior de V. Um material desmagnetizado possui Z M resultante nulo.

(3)

A susceptibilidade magnética X de um material define como este momentos


magnéticos são afetados coletivamente sob ação da intensidade de um campo magnético
externo H, segundo a equação 4. Ainda, pelas definições anteriores, obtemos a equação 5.

=X.
(4)

(5)

A relação apresentada na equação 4 é não linear. O valor de X não é constante e


depende do estado instantâneo de magnetização do material. isto resulta em curvas de
magnetização estáticas e dinâmicas complexas, com características como a saturação e a
histerese. Estas características podem ser explicadas somente sob a luz da física quântica.

Curvas de Magnetização

Materiais ferromagnéticos, como o cobalto, o níquel e o ferro e suas ligas, possuem


susceptibilidade altas ( 106 ) e positivas. Materiais ferrimagnéticos possuem propriedades
semelhantes aos ferromagnéticos, mas com susceptibilidade menores.
Uma classe de materiais ferrimagnéticos é a das ferrites. Em geral são materiais
cerâmicos policristalinos obtidos a partir de misturas de óxidos metálicos. Duas das suas
propriedades importantes para a eletrônica são a sua rapidez de resposta á magnetização,
permitindo aplicações em altas freqüências , e a sua relativa alta resistividade, que evita as
perdas por correntes de Foucault.
O fluxo magnético B aumenta com o valor do campo magnético H aplicado. Em um
material não ideal, a taxa de aumento deste fluxo se reduz em função da redução da
susceptibilidade ao ser atingida a região de saturação. Sob a ação de campos magnéticos
alternados o fluxo magnético, durante a reversão do campo magnetizante, se atrasa devido
ao efeito de histerese no material. Consequentemente, na remoção total do campo ( H = 0 ),
ainda resta uma magnetização residual Mr. Para que a desmagnetização seja completa é
necessário um campo coercitivo HC aplicado em sentido contrário a esta magnetização
residual.
Do ponto de vista das suas propriedades magnéticas básicas, os materiais são
classificados em três grandes classes. Os materiais duros, com altos valores de
magnetização residual e de campo coercitivo e portanto com um ciclo de histerese largo,
indicados para a produção de imãs permanentes. Os materiais intermediários, podem ser
usados, por exemplo, como meios de gravação, com fitas de vídeo. os materiais moles ou
de alta permeabilidade, facilmente magnetizáveis e desmagnetizáveis pela aplicação e
remoção de um campo externo e portanto com um ciclo de histerese estreito, indicados para
a obtenção de transformadores e indutores com um mínimo de perdas por histerese.

Indutâncias em Circuitos Magnéticos

A permeabilidade magnética e a geometria do material utilizado na construção de


núcleos de indutores e transformadores tem influência direta sobre o valor da indutância, e
consequentemente sobre a impedância vista no enrolamento. Isto é dado pela equação 6,
onde a permeabilidade magnética  é definida como a taxa de variação de B em função de
H. N é o número de espiras envolvendo o circuito magnético de comprimento l e seção de
área ª Na equação 7 está definida a relação entre a corrente i aplicada e o valor do campo
magnético H resultante, neste tipo de arranjo.

(6)
(7)

Permissividade de Dielétricos

Estudaremos a permissividade de materiais isolantes dielétricos a partir dos valores


das capacitâncias obtidas com um arranjo de placas paralelas separadas por este mesmos
materiais. Para um capacitor de placas paralelas temos que a capacitância é uma função
direta da permissividade e da geometria do arranjo. A relação é dada pela equação 8, onde
C é a capacitância em farads,  é a permissividade do material, A é a área de cada uma das
placas paralelas, e d é a distância que as separa, logo

( farads )
(8)

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