Você está na página 1de 63

PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

Campos Magnéticos
A Experiência de Oersted

No século XIX, o professor dinamarquês Hans Christian


Oersted conseguiu provar experimentalmente (em 1820) que
quando uma corrente elétrica passava ao longo de um fio
aparecia um campo magnético.

Em 1819/20 o Oersted observou que, quando a agulha de uma


bússola é colocada próxima de uma corrente elétrica, essa agulha é
desviada de sua posição. Ora, uma agulha magnética, suspensa pelo
centro de gravidade, só entra em movimento quando está em um
campo magnético. O deslocamento da agulha só se explica pela
formação de um campo magnético em torno do condutor percorrido
por corrente elétrica. Foi essa a primeira vez que se observou o
aparecimento de um campo magnético juntamente com uma
corrente elétrica.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

ALGUNS DADOS HISTÓRICOS

Andrè-Marie Ampère, na França, entre 1821 e 1825, esclareceu o efeito de um fio condutor
percorrido por uma corrente elétrica sobre um imã e o efeito oposto, de um imã sobre um fio
condutor percorrido por uma corrente elétrica.
A pesquisa em materiais com propriedades magnéticas começou, pode-se dizer, com a invenção
do eletromagneto, em 1825, uma vez que com ele se tornou possível obter campos magnéticos
muito mais intensos do que aqueles produzidos por imãs ou magnetos feitos com imãs.
Nos anos seguintes, Michael Faraday, na Inglaterra, iniciou suas pesquisas argumentando que se
um fio condutor percorrido por uma corrente elétrica produzia efeitos magnéticos, como Ampère
tinha demonstrado, o inverso poderia ser verdadeiro, isto é, um efeito magnético poderia produzir
uma corrente elétrica num fio condutor. Para testar essa hipótese, Faraday enrolou duas espiras de
fio num anel de ferro, uma ligada a uma bateria e a outra, ligada a um medidor de corrente
elétrica, verificando a existência, na segunda espira, de uma corrente temporária quando ligava e
desligava a bateria. Noutra experiência, Faraday usou uma espira enrolada em uma haste de ferro
e dois imãs em forma de barra para demonstrar que os imãs, por si só, podiam produzir uma
corrente. (http://www.brasilmagnets.com.br/historia-do-magnetismo)
ALGUNS DADOS HISTÓRICOS – EXPERIMENTOS DE FARADAY
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

ALGUNS DADOS HISTÓRICOS


A partir de experiências como essas desenvolvidas por
Faraday, começaram a ser desenvolvidos os motores
elétricos e os geradores e, a partir daí, os bondes e os trens
elétricos, a geração de eletricidade para uso público, o
telégrafo elétrico e o telefone fixo.
Para explicar como a eletricidade e o magnetismo podiam
afetar um ao outro no espaço vazio, Faraday propôs, pela
primeira vez na Física, a ideia de um campo, imaginando
linhas de força magnética tanto mais próximas umas das
outras quanto mais intenso era esse campo e supondo que
essas linhas tendiam a se encurtar sempre que possível e a
se repelir mutuamente. Mais tarde, em 1837, Faraday
introduziu também a ideia de um campo elétrico com as
correspondentes linhas de força elétrica.

Uma análise matemática completa dos fenômenos elétricos e magnéticos, unificando-os sob um
mesmo arcabouço matemático, apareceu em 1873, quando o escocês James Clerk Maxwell
publicou seu Tratado sobre Eletricidade e Magnetismo. As leis do Eletromagnetismo, expressas
pelas equações de Maxwell, desempenham, aqui, o mesmo papel que as três leis do movimento e
a lei da gravitação universal, de Newton, desempenham na Mecânica.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

AS EQUAÇÕES DE MAXWELL

Nome Equação

Lei de Gauss

Lei de Gauss
Para o magnetismo
Lei de Faraday/Lenz
da Indução
Lei circuital de ර 𝑩. 𝑑𝒍 = 𝜇0 𝐼𝑒𝑛𝑐 ර 𝑯. 𝑑𝒍 = 𝐼𝑒𝑛𝑐

Ampère
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

O Indutor e o Circuito Magnético Circuito Magnético

Grandezas e relações básicas i



Dualidade entre circuitos elétricos e magnéticos e

b
a

CIRCUITO CIRCUITO ELÉTRICO CICIRCUITO MAGNÉTICO

Resistência Elétrica e 𝜌⋅𝑙 𝑙 𝑙


𝑅= = 𝑅=
Relutância Magnética 𝐴 𝜎⋅𝐴 𝜇⋅𝐴

Lei de Ohm 𝑒= 𝑅⋅𝑖 ℑ = 𝑅 ⋅ 𝜑 = 𝐻. 𝑙𝑚

1ª Lei de Kirchhoff (LKC) ෍ 𝑖𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑚 = ෍ 𝑖𝑠𝑎𝑒𝑚 ෍ 𝜑𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑚 = ෍ 𝜑𝑠𝑎𝑒𝑚

2ª Lei de Kirchhoff (LKT) ෍𝑒 = ෍𝑅 ⋅ 𝑖 ෍ ℑ = ෍ 𝐻 ⋅ 𝑙𝑚


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

O Indutor e o Circuito Magnético – Lei de Gauss

Fluxo Magnético e Densidade de Fluxo Magnético


O fluxo magnético representa o efeito da existência de
um campo magnético. É o equivalente ao fluxo de Φ
corrente em um condutor elétrico 𝐵=
𝐴
O conjunto de linhas de fluxo equivale o fluxo
magnético. Unidade: Weber (1Wb)
O fluxo magnético () por unidade de área (A) é
chamado densidade de fluxo magnético ou indução
magnética (B). Unidade: Tesla (1T = 1Wb/m2)
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

O Indutor e o Circuito Magnético – Lei circuital de Ampere

Pela Lei circuital de Ampére ර𝐻. 𝑑𝑙 = 𝑁. 𝑖

A intensidade de campo magnético (H) depende de: 𝑁. 𝑖


𝐻=
• Corrente que circula no condutor (i); 𝑙
• Número de voltas (espiras) da bobina (N);
• Comprimento médio das linha de fluxo magnético (l).
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
O Indutor Linearizado

A linearização de um indutor pode ser entendida a partir da distribuição da força


magnetomotriz num núcleo ferromagnético contendo um entreferro. A equação
resultante da aplicação da Lei de Ampère, resulta:

𝑁𝑖 = F = 𝐻𝑛 𝑙𝑛 + 𝐻𝑔 𝑙𝑔

Onde o subíndice “g” indica a região do entreferro.


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

O Indutor Linearizado
𝑁𝑖 = F = 𝐻𝑛 𝑙𝑛 + 𝐻𝑔 𝑙𝑔
Esta equação pode ser reescrita como:
𝐵𝑛 𝐵𝑔
F= 𝑙𝑛 + 𝑙𝑔
𝜇𝑛 𝜇𝑜

Substituindo a Densidade de fluxo magnético por fluxo:


𝜑 𝜑
F= 𝑙𝑛 + 𝑙
𝐴𝑛 𝜇 𝑛 𝐴𝑔 𝜇𝑜 𝑔

Onde o fluxo magnético , na equação representado por , é constante ao longo de todo o


circuito magnético e os termos:
𝑙𝑛 𝑙𝑔
𝑒
𝐴𝑛 𝜇 𝑛 𝐴𝑔 𝜇𝑜
São definidos como “Relutâncias do circuito magnético”, inversos das “Permeâncias” e:

𝒍𝒏 𝟏 𝒍𝒈 𝟏
𝑹𝒏 = = 𝒆 𝑹𝒈 = =
𝑨𝒏 𝝁𝒏 𝑷𝒏 𝑨𝒈 𝝁𝒐 𝑷𝒈
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

O Indutor e o Circuito Magnético


Para um núcleo ferromagnético de seção
“A”, relacionamos o fluxo magnético com
a indução magnética (ou densidade de
fluxo magnético), “B” por:

𝜑 = න 𝑩. 𝑑𝑨
𝑠

Considerando, por simplificar, que a


densidade é constante ao longo da seção
do núcleo, vem:
𝜑 = 𝐵𝐴

Por sua vez, a indução B é relacionada com a intensidade de campo magnético H


através de:
𝐵 = 𝜇𝐻 = 𝜇𝑟 𝜇𝑜 𝐻

e a permeabilidade magnética µ, uma propriedade do material que constitui o núcleo, é dada pelo
produto da permeabilidade relativa µr pela permeabilidade do vácuo (µo = 4 π . 10-7 Wb /Am).
Valores típicos de µr nos materiais utilizados nas máquinas, indutores e transformadores, são:
2000 < µr< 6000.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
O Indutor Linearizado

A linearização de um indutor pode ser entendida a partir da distribuição da força magnetomotriz num núcleo
ferromagnético contendo um entreferro. A equação resultante da aplicação da Lei de Ampère, resulta:

𝐵𝑛 𝐵𝑔
𝑁𝑖 = F = 𝐻𝑛 𝑙𝑛 + 𝐻𝑔 𝑙𝑔 = 𝑙 + 𝑙
𝜇𝑛 𝑛 𝜇0 𝑔

Onde o subíndice “g” indica a região do entreferro.


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

O Indutor Linearizado

𝜑 𝜑
Assim, como: F= 𝑙𝑛 + 𝑙
𝐴𝑛 𝜇𝑛 𝐴𝑔 𝜇𝑜 𝑔

Vem que: F = 𝜑 ℜ𝑛 + ℜ𝑔

Esta expressão permite construir o circuito elétrico visto na figura


abaixo, conhecido como “circuito magnético análogo”,
representativo do indutor contendo entreferro, para o qual ela foi
deduzida. Observe-se que com Rn muito pequeno em relação a Rg, a
força magnetomotriz ficará concentrada praticamente na relutância
do entreferro.

Para o fluxo magnético, vem:


F F/ℜ𝑔 F/ℜ𝑔
𝜑= = =
ℜn + ℜ𝑔 1 + ℜn /ℜ𝑔 𝑙𝑛 𝐴𝑔 𝜇𝑜
1+
𝑙𝑔 𝐴𝑛 𝜇𝑛

Como:
𝜇𝑛
2000 < < 6000
𝜇𝑜
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
O Indutor Linearizado

Vem que, se “lg” estiver entre 1% e 5% de ln , o fluxo terá a seguinte variação:


F/ℜ𝑔 𝜇𝑛 𝑙𝑔
𝜑= com 2000 < < 6000 e 0,01 ≤ ≤ 0,05
𝑙 𝜇 𝜇𝑜
1+ 𝑛 𝑜 𝑙𝑛
𝑙𝑔 𝜇𝑛
F/ℜ𝑔 F/ℜ𝑔 F F
≤𝜙≤ → 0,952 < 𝜑 < 0,997
1 1 1 1 ℜ𝑔 ℜ𝑔
1+ 1+
0.01 2000 0.05 6000

Ou seja, para valores de entreferro e permeabilidade do núcleo nas faixas usuais, a relutância fora do entreferro torna-se
desprezível, tornando a permeabilidade total praticamente constante, dada pela permeabilidade do entreferro. Diz-se então
que o indutor está “linearizado” e sua relação BxH será praticamente constante, como ilustrado na figura.

Desta forma, torna-se válido considerar que:

F
𝜑≈
ℜ𝑔
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

1. INTRODUÇÃO

Entende-se por máquina elétrica todo equipamento capaz de transformar energia


elétrica em outra forma de energia ou, ao contrário, equipamentos que transformam
outras formas de energia em energia elétrica.
Esta definição inclui os Transformadores que convertem energia elétrica em energia
elétrica, alterando algumas características.

CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS ELÉTRICAS:


- Geradores: conversão de qualquer forma para elétrica;
- Receptores: conversão da forma elétrica para outra, como, motores, por exemplo;
- Transformadores e Conversores: conversão de elétrica para elétrica com
características alteradas.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

1. INTRODUÇÃO
O acoplamento entre os dois sistemas dá-se através de campos elétricos e magnéticos,
cuja energia neles armazenada é associada à energia convertida, em outras
palavras, o meio de acoplamento é um veículo de conversão e transporte da energia
transferida.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

1. INTRODUÇÃO
Comparando o relé abaixo com o esquema visto na figura anterior, tem-se:
- Sistema elétrico: fonte de tensão e enrolamento sobre o núcleo;
- Sistema mecânico: mola e armadura móvel do relé;
- Meio de acoplamento: campo magnético através do circuito magnético. Verificar-se-á
que se concentra praticamente só na região do entreferro.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

1. INTRODUÇÃO

Princípio Fundamental da Conversão Eletromecânica de Energia:


“A Conversão eletromecânica da energia depende da interação de fenômenos entre
campos elétricos e/ou magnéticos, por um lado, e da manifestação de forças e
movimento, por outro lado”.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

2. O PRINCÍPIO DO BALANÇO DE ENERGIA

“A energia não é criada nem destruída, simplesmente muda de forma.”.

Lidar com o balanço de energia em um sistema é compreendê-lo especialmente em


duas situações:
- TRANSITÓRIO: nesse período nem todo acréscimo de energia introduzida no
sistema é disponibilizado na sua saída. Em um ventilador, por exemplo, parte
contribui para o aumento da energia armazenda nos campos de acoplamento, parte
para o aumento da velocidade (energia cinética), parte para a elasticidade dos
materiais (deformações) e parte suprirá as perdas;

- REGIME PERMENENTE: nessa fase, a energia nos campos de acoplamento


permanece constante, assim como a energia cinética e as deformações elásticas,
logo, a energia introduzida é toda disponibilizada na saída, a menos das perdas por
aquecimento, atrito e ventilação e no núcleo ferromagnético.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

2. O PRINCÍPIO DO BALANÇO DE ENERGIA


Considerando-se o funcionamento como motor ou gerador, pode-se reescrever a
equação como:
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

2. O PRINCÍPIO DO BALANÇO DE ENERGIA

Perdas convertidas em calor:


- efeito Joule, nas resistências dos enrolamentos condutores;
- para vencer o atrito e a resistência do ar (ventilação);
- perdas no ferro do circuito magnético (histerese e correntes de Foucault);
Obs.: parte das perdas ainda é consumida na forma de ruídos decorrentes de vibrações
das peças móveis da máquina e do material ferromagnético.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

2. O PRINCÍPIO DO BALANÇO DE ENERGIA

Assim, as equações de balanço podem ser reescritas como:


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

2. O PRINCÍPIO DO BALANÇO DE ENERGIA

Ou ainda por:
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
Observando-se a figura abaixo, a energia fornecida pelo sistema elétrico no tempo dt é:

𝑑𝑊𝑓 = 𝑣𝑖𝑑𝑡 J

Onde o índice “f” indica fonte, “v” e “i” são os valores instantâneos da tensão e da corrente.

As perdas resistivas são:

𝑑𝑊𝑐𝑢 = 𝑅𝑖 2 𝑑𝑡 J
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑑𝑊𝑓 − 𝑅𝑖 2 𝑑𝑡 J
Logo, a energia elétrica efetivamente injetada no conversor é:

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑣𝑖𝑑𝑡 − 𝑅𝑖 2 𝑑𝑡 = 𝑣 − 𝑅𝑖 𝑖𝑑𝑡 = 𝑒𝑖𝑑𝑡 J

A qual é absorvida pelo campo de acoplamento. Para que este a absorva, é necessário que o campo produza uma
reação sobre o circuito, a fem “e”, induzida nas bobinas do circuito elétrico pela variação do fluxo concatenado.
Dessa forma temos:

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑒𝑖𝑑𝑡 J
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 é chamada “diferencial da energia elétrica interna”

observando o interior do sistema, pode-se dizer que:

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑑𝑊𝑚𝑒𝑐

Onde 𝑑𝑊𝑚𝑒𝑐 é a diferencial da energia mecância interna e 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 a da energia absorvida pelos campos de
acoplamento com as perdas inerentes.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

3.1. Energia em sistemas de excitação única


Os entreferros armazenam considerável quantidade de energia de campo magnético. Este, é o meio de conservação
de energia, um agente intermediário, ou, reservatório entre os sistemas elétrico e mecânico.

Observando-se a situação da figura, a fcem “e” induzida na bobina, é:

𝑑𝜆 𝑑𝜑
𝑒= =𝑁
𝑑𝑡 𝑑𝑡
onde 𝜆 = 𝑁𝜑 é o fluxo concatenado com a bobina. O sinal “-” foi omitido pois foi definido pela análise de malha do
circuito. Daí:

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑒𝑖𝑑𝑡  𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑖𝑑𝜆  𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑁𝑖𝑑𝜑 = 𝐹𝑑𝜑

onde 𝐹 = 𝑁𝑖 é a força magnetomotriz ou fmm da bobina.


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑑𝑊𝑚𝑒𝑐


𝑊𝑐𝑚𝑝 aumenta de zero ao valor de regime permanente quando o sistema é excitado. Nos períodos transitórios varia
de um regime de trabalho (estado) a outro.

Em regime permanente, a energia armazenada no campo de acoplamento não varia, e:

𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝(𝑟𝑝) = 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑎𝑐𝑜𝑝𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ≈ 0

Esta observação aponta para o fato de que se aproxima tais perdas a zero, entretanto, elas são incluidas nas perdas
elétricas ou mecânicas (formando o conjunto das perdas rotacionais em vazio).
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.1. Energia em sistemas de excitação única

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑖𝑑𝜆
Esta equação mostra que uma mudança no fluxo concatenado com o circuito é associada a um fluxo de energia no
circuito. Essa mudança pode ser causada por uma mudança na excitação, por um movimento mecânico, ou ambos.
No relé da figura, o campo magnético gera forças que tendem a encurtar o entreferro. Se a armadura movimentar-se,
o fluxo variará e isso causará uma mudança da energia de excitação do circuito.

A energia do campo magnético resulta da combinação da


fmm com a configuração do circuito magnético. Por
exemplo, se a armadura do relé for mantida fixa (𝑑𝑥 = 0) :

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑑𝑊𝑚𝑒𝑐 = 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 + 0

𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 = 𝑖𝑑𝜆
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.1. Energia em sistemas de excitação única

A energia do campo para uma configuração específica (𝑑𝑊𝑚𝑒𝑐 =0), pode ser calculada a partir da energia suprida pela
fonte ao estabelecer o campo naquela configuração, logo:

𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 = 𝑖𝑑𝜆 = 𝐹𝑑𝜑

ou seja, o campo absorve toda a energia elétrica


fornecida, se a configuração permanecer fixa.

𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑑𝑊𝑚𝑒𝑐 = 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 + 0


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.1. Energia em sistemas de excitação única

Assim, para uma configuração fixa (𝑑𝑥 = 0) se o fluxo cancatenado varia de 1(1) a 2(2):

𝜆 𝜑
Δ𝑊𝑐𝑚𝑝 = ‫ 𝜆׬‬2 𝑖 𝜆 𝑑𝜆 = ‫ 𝜑׬‬2 𝐹 𝜑 𝑑𝜑 J
1 1

Se o fluxo inicial for nulo: 𝜆 𝜑


𝑊𝑐𝑚𝑝 = ‫׬‬0 𝑖 𝜆 𝑑𝜆 = ‫׬‬0 𝐹 𝜑 𝑑𝜑 J

Supondo os elementos causadores das perdas eletromagnéticas


concentrados na fonte elétrica, diz-se então que este relé é um
“sistema conservativo”.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.1. Energia em sistemas de excitação única

Nos circuitos magnéticos que utilizam materiais ferromagnéticos a relação 𝜆 𝑥 𝑖 é não linear. Quando no circuito
magnético existe entreferro, sob determinadas situações, a relutância do material ferro magnético é desprezível e o
sistema pode ser linearizado.

Circuito magnético não linear Circuito magnético linear : 𝜆 = 𝐿𝑖


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.1. Energia em sistemas de excitação única

Pode-se estabelecer uma relação da fmm e o fluxo através da relutância. Em um sistema linear o fluxo concatenado
com a bobina e a corrente são relacionados pela equação 𝜆 = 𝐿𝑖 , sendo L a indutância própria do circuito. Assim, para
as condições iniciais nulas:
𝜆 𝜆
𝜆 1 𝜆2
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝑖 𝜆 𝑑𝜆 = න 𝑑𝜆 =
0 0 𝐿 2𝐿

Da mesma forma o fluxo pode ser relacionado com a forçamagnetomotriz (FMM) pela equação 𝐹 = 𝑅𝜑, sendo 𝑅 a
relutância do circuito magnético, que não varia com a FMM. Logo:
𝜑 𝜑
1
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝐹 𝜑 𝑑𝜑 = න 𝑅𝜑𝑑𝜑 = 𝑅𝜑 2
0 0 2
Assim:

1 𝜆2 1 𝑁𝜑 2 𝑁2 𝑁2
𝑊𝑐𝑚𝑝 = = 𝑅𝜑 2  = 𝑅𝜑 2  =𝑅 ou 𝐿=
2 𝐿 2 𝐿 𝐿 𝑅
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.1. Energia em sistemas de excitação única

Em termos da densidade de fluxo e intensidade de campo magnético, temos a relação 𝐵 = 𝜇0 𝐻, onde 𝜇0 é a


permeabilidade magnética do ar que é constante.

𝜑 𝐵 𝐵 𝐵
𝐵 1 𝐵2
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝐹 𝜑 𝑑𝜑 = න 𝐻𝑙. 𝑑 𝐵𝐴 = 𝐴𝑙 න 𝐻𝑑𝐵 = 𝑉𝑜𝑙 න 𝑑𝐵 = (𝑉𝑜𝑙)
0 0 0 0 𝜇 0 2 𝜇0

𝑊𝑐𝑚𝑝
Definindo a densidade volumétrica de energia magnética como 𝜔𝑐𝑚𝑝 = , encontramos:
𝑉𝑜𝑙

1 𝐵2
𝜔𝑐𝑚𝑝 =
2 𝜇0

Essa expressão da densidade de energia é importante do ponto de vista do projetista. Dependendo do material

ferromagnético utilizado, pode-se determinar e usar a densidade no limite da saturação.


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.2. Força Mecânica e Energia
No relé da figura, no caso estático, tem-se que:

𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝑓𝑚𝑒𝑐

Havendo um deslocamento da armadura de “dx”, o campo estará realizando um trabalho mecânico “dW mec”, dado por:
𝑑𝑤𝑚𝑒𝑐 = 𝑓𝑐𝑚𝑝 𝑑𝑥

Do balanço de energia: 𝑑𝑤𝑒𝑙𝑒 = 𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 + 𝑑𝑤𝑚𝑒𝑐

𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 , 𝑥 = 𝑖𝑑 − 𝑓𝑐𝑚𝑝 𝑑𝑥

Se os fluxos concatenados forem considerados estacionários (d=0), 𝑑𝑊𝑒𝑙𝑒 = 0 , então

𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 = −𝑓𝑐𝑚𝑝 𝑑𝑥

neste caso, haverá uma troca de energia entre o campo e o sistema mecânico.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

3.2. Força Mecânica e Energia

As discussões até aquí realizadas mostram claramente a natureza do campo magnético como “meio de
acoplamento”. A energia pode fluir “para o” ou “a partir do” campo, em qualquer das duas direções, isto é, de um dos
sistemas para o outro dependendo das condições impostas para “” e “x”.
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

3.3. Funções de estado, variáveis e co-Energia


A equação do balanço da energia pode ser reagrupada da seguinte forma:

𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 λ, 𝑥 = 𝑖𝑑𝜆 − 𝑓𝑚𝑒𝑐 𝑑𝑥

Assim, sendo  e x variáveis endependentes, o diferencial de energia do campo pode ser matematicamente expresso
em termos das derivadas parciais:
𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (, 𝑥) 𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (, 𝑥)
𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 𝜆, 𝑥 = 𝑑𝜆 + 𝑑𝑥
𝜕𝜆 𝜕𝑥

Como “” e “x” são variáveis independentes entre si, estas equações podem ser igualadas termo a termo, resultando:

𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (, 𝑥) 𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (, 𝑥 ൯


𝑖= e 𝑓𝑚𝑒𝑐 = −
𝜕𝜆 𝜕𝑥
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.3. Funções de estado, variáveis e co-Energia

A energia e a força, até aquí foram expressas em termos de “”. Para obter a força em termos da corrente “𝑖” e para
evitar o complicador de ter de usar as equações de energia expressas em termos das variáveis intermediárias, usa-se
uma outra função de estado em lugar da energia, a co-energia.

A co-energia, “W’cmp” é definida como:



𝑊𝑐𝑚𝑝 ′
𝑖, 𝑥 = 𝑖𝜆 − 𝑊𝑐𝑚𝑝 𝜆, 𝑥 ⇒ 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖, 𝑥 = 𝑑 𝑖𝜆 − 𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 𝜆, 𝑥

Usando-se a diferencial do produto : 𝑑 𝑖𝜆 = 𝑖𝑑𝜆 + 𝜆𝑑𝑖 

como 𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 , 𝑥 = 𝑖𝑑 − 𝑓𝑚𝑒𝑐 𝑑𝑥


´ Wcmp
tem-se 𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 = 𝑖𝑑𝜆 + 𝜆𝑑𝑖 − 𝑖𝑑 − 𝑓𝑚𝑒𝑐 𝑑𝑥

´ W’cmp
Onde conclui-se que 𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝑖, 𝑥) = 𝜆𝑑𝑖 + 𝑓𝑚𝑒𝑐 𝑑𝑥

i
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.3. Funções de estado, variáveis e co-Energia


𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖, 𝑥 = 𝜆𝑑𝑖 + 𝑓𝑚𝑒𝑐 𝑑𝑥

De forma análoga ao que foi feito para a energia, com 𝑖 e 𝑥 variáveis independente (ver equações acima):

′ (𝑖, 𝑥)
𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 ′ (𝑖, 𝑥)
𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝

𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖, 𝑥 = 𝑑𝑖 + 𝑑𝑥
𝜕𝑖 𝜕𝑥


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖, 𝑥 ´
𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝑖, 𝑥 ൯
𝜆= 𝑓𝑐𝑚𝑝 =
𝜕𝑖 𝜕𝑥
A co-energia para um sistema de excitação única e armadura fixa (𝑑𝑥 = 0), pode ser calculada como:

𝑖 𝑖

1 2
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝜆 𝑖 𝑑𝑖 = න 𝐿𝑖𝑑𝑖 = 𝐿𝑖
0 0 2
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

3.3. Funções de estado, variáveis e co-Energia


𝑖

𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝜆 𝑖 𝑑𝑖
0
Num sistema linear, com indutância constante:
𝑖

1 2
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝐿𝑖𝑑𝑖 = 𝐿𝑖
0 2

𝑖 ∗ 𝐹
𝐹 𝐹
1 𝐹2 1 𝐹2

𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝜆 𝑖 𝑑𝑖 = න 𝜑𝑑 𝑁𝑖 = න 𝜑𝑑𝐹 = න 𝑑𝐹 =  ′
𝑊𝑐𝑚𝑝 =
0 0 0 0 𝑅 2 𝑅 2𝑅

𝐹 𝐹 𝐹

1
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝜑𝑑𝐹 = න 𝐵𝐴𝑑(𝐻𝑙) = (𝐴𝑙) න 𝜇0 𝐻𝑑𝐻) = 𝑉𝑜𝑙 𝜇0 𝐻 2
0 0 0 2

Em termos de densidade de co-energia: ′


1
𝜔𝑐𝑚𝑝 = 𝜇0 𝐻 2
2
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
Exemplo(ex 6, lista auxiliar): Sistema não linear 

𝑖
Em um C.M. 𝜆 = 2. 10−3 . Determinar 𝑓𝑐𝑚𝑝 para 𝑖 = 5𝐴 e 𝑥 = 10−3 𝑚
𝑥
Wcmp

a) Em termos da co-energia
W’cmp

𝑖

2. 10−3 2 3
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝜆 𝑖 𝑑𝑖 = 𝑖2
0 𝑥 3 i


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 4. 10−3 3
𝑓𝑐𝑚𝑝 = =− 𝑖2
𝜕𝑥 3𝑥 2


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 4.10−3 3
𝑓𝑐𝑚𝑝 = = − 52 = −14,9. 103 N
𝜕𝑥 310−6
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
b) Em termos da energia de campo podemos escrever, 𝑖 = 25. 104 𝑥 2 𝜆2  

𝜆
𝜆3
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝑖𝑑𝜆 = 25. 104 𝑥 2
0 3 Wcmp

𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 5
𝜆3
𝑓𝑐𝑚𝑝 =− = −5. 10 𝑥
𝜕𝑥 3 W’cmp

para 𝑖 = 5𝐴 e 𝑥 = 10−3 𝑚 → 𝜆 = 2 5 Wb.e


i
𝑓𝑐𝑚𝑝 = −14,9 𝑘𝑁

c) Mostre que ′
𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑊𝑐𝑚𝑝 = 𝜆𝑖

′ 2.10−3 2 3 4.10−3 3 4 8 2
𝑊𝑐𝑚𝑝 = 𝑖2 = 52 = 5 5 J e 𝑊𝑐𝑚𝑝 = 25. 10−2 5 5 = 5 5 J
𝑥 3 3.10−3 3 3 3


𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑊𝑐𝑚𝑝 = 10 5 J e 𝜆𝑖 = 2 5 5 = 10 5 J → ′
𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑊𝑐𝑚𝑝 = 𝜆𝑖
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.3. Funções de estado, variáveis e co-Energia

Num sistema não linear, no qual “” e “𝑖 ” ou “B” e “H” não são proporcionais, a energia e a co-energia são diferentes.
Isto pode ser visto na figura abaixo, na qual, as áreas acima e abaixo da curva, a energia e a co-energia,
respectivamente, são diferentes.
Contudo, a soma das duas, num sistema de excitação única, resulta, da própria definição:


𝑊𝑐𝑚𝑝 + 𝑊𝑐𝑚𝑝 = 𝜆𝑖 J

Destaque-se que a força do campo, se calculada para um valor particular de


“𝑥” e de “𝑖” ou “”, deve resultar no mesmo valor, independentemente de ser
Wcmp

calculada pela energia ou pela co-energia.


W’cmp

i
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA

3.3. Funções de estado, variáveis e co-Energia


Observe que, num sistema linear, com L constante, a energia é igual à co-energia:

1 𝜆2 1 𝜆 1 1
𝑊𝑐𝑚𝑝 = = 𝜆 = 𝜆𝑖 = 𝐿𝑖 2 = 𝑊𝑐𝑚𝑝

2𝐿 2 𝐿 2 2

De forma similar para a densidade energia, com a permeabilidade magnética 𝝁𝟎 constante

1 𝐵2 1 𝐵 1 1
𝜔𝑐𝑚𝑝 = = 𝐵 = 𝐵𝐻 = 𝜇0 𝐻 2 = 𝜔𝑐𝑚𝑝

2 𝜇0 2 𝜇0 2 2
Exercício:
Um eletroímã, mostrado na figura, é utilizado para exercer uma força “F” no ferro, com um entreferro de comprimento
“x”, e a bobina de excitação sendo percorrida por uma corrente de “i” (cc). A área da seção reta do núcleo e do
entreferro é “A”. Calcule o número de espiras necessário para a bobina de excitação.

Resolução:
O circuito magnético pode ser representado por uma fonte de 𝐹𝑚𝑚 = 𝑁𝑖 e uma relutância
2𝑥 𝑁2 2
equivalente dada por 𝑅𝑒𝑞 =
𝜇0 𝐴
. A indutância própria do circuito é 𝐿 = 2𝑥 = 𝑁 2𝑥
𝜇0 𝐴
.
𝜇0 𝐴
1
′ (𝑖, 𝑥) = 𝐿(𝑥)𝑖 2
A coenergia é dada por 𝑊𝑐𝑚𝑝
2


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 (𝑖,𝑥)
A força produzida pelo campo é dada por 𝑓𝑐𝑚𝑝 =
𝜕𝑥

1 𝑑𝐿(𝑥) 2 1 𝑁 2 𝜇0 𝐴 2 1 𝑁 2 𝜇0 𝐴 2
𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝑖 =− 𝑖 ⇒ − 𝑖 =𝑭 ∴
Rs 2 𝑑𝑥 2 2𝑥 2 2 2𝑥 2
F

2𝑥 𝑭
∴ 𝑁=
Ri 𝑖 𝜇0 𝐴
Conjugado Mecânico – Movimento circular uniforme
Exemplo: O material ferromagnético do dispositivo esquematizado na figura possui
permeabilidade supostamente infinita, de maneira que o campo magnético se concentra nos dois
entreferros de comprimento g, cada. (a) Deduza uma expressão para o conjugado no rotor.

1
𝜔𝑐𝑚𝑝 = 𝜇0 𝐻 2
2
𝑟1 𝜃 + (𝑟1 + 𝑔)𝜃
𝑉𝑜𝑙 = 2 𝑔. ℎ
2


1
𝑊𝑐𝑚𝑝 = 𝜇0 𝐻 2 2(𝑟1 + 0,5𝑔)𝜃𝑔ℎ
2

′ (𝐻, 𝜃)
𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝
𝑇𝑐𝑚𝑝 = 𝑇𝑐𝑚𝑝 = 𝜇0 𝐻 2 (𝑟1 + 0,5𝑔)𝑔ℎ 𝐹 = 𝑁𝑖 = 𝐻𝑔 + 𝐻𝑔 = 2𝐻𝑔
𝜕𝜃
2
𝑁𝑖
𝑇𝑐𝑚𝑝 = 𝜇0 (𝑟1 + 0,5𝑔)𝑔ℎ
2𝑔
Re
F
1
𝑇𝑐𝑚𝑝 = 𝜇0 𝑁𝑖 2 (𝑟1 + 0,5𝑔)ℎ
4𝑔
Rd
Re
F

Rd
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.4. Sistemas de campo magnético com excitação múltipla
Seja o sistema magnético elementar com dupla excitação visto na figura. Para obter forças proporcionais
a sinais elétricos ou sinais proporcionais a forças, normalmente são necessárias duas excitações. Um
estabelece o nível de campo, enquanto o outro trabalha com os sinais a serem convertidos.

Considere-se que a excitação 1 injeta energia a ser convertida


em movimento da parte móvel (2). Esta, gira seguindo o
ângulo “” havendo uma mola “K” a oferecer resistência ao
seu movimento. A excitação 2 é responsãvel pela
magnetização do meio magnético.

O sistema precisa ser descrito em termos de três variáveis

independentes, por exemplo, os fluxos concatenados “1” e

“2” e o ângulo mecânico “”, ou, este com as correntes “i1”

e “i2”, além de outras possíveis combinações.


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.4. Sistemas de campo magnético com excitação múltipla
Utilizando a representação através de “1”, “ 2” e do ângulo mecânico “”, tem-se:
𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 = 𝑑𝑤𝑒𝑙𝑒 − 𝑇𝑐𝑚𝑝 𝑑𝜃

𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃) = 𝑖1 𝑑𝜆1 + 𝑖2 𝑑𝜆2 − 𝑇𝑐𝑚𝑝 𝑑𝜃


De forma similar ao caso de excitação única conclui-se que:
𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃) 𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃) 𝜕𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃)
𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃 = 𝑑𝜆1 + 𝑑𝜆2 + 𝑑𝜃
𝜕𝜆1 𝜕𝜆2 𝜕𝜃

𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃
𝑖1 =
𝜕𝜆1

𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃
𝑖2 =
𝜕𝜆2

𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃
𝑇𝑐𝑚𝑝 =−
𝜕𝜃
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.4. Sistemas de campo magnético com excitação múltipla
Em um sistema linear, as relações entre “” e “i” são dadas em termos de indutâncias como segue:

𝜆1 𝐿 𝐿12 𝑖
𝜆 = 𝐿11 𝑖1 + 𝐿12 𝑖2 = 11 ⋅ 1
ቊ 1 Em forma matricial 𝜆2 𝐿21 𝐿22 𝑖2
𝜆2 = 𝐿21 𝑖1 + 𝐿22 𝑖2

A solução destas equações para as correntes, resulta:


𝑖1 = Γ11 𝜆1 + Γ12 𝜆2

𝑖2 = Γ21 𝜆1 + Γ22 𝜆2
onde:
L22 L11
11 = ; 22 = ;
D D
𝐿12
Γ12 = Γ21 = − ;
𝐷
𝐷 = 𝐿11 𝐿22 − 𝐿212

observe-se que essas indutâncias são funções de .


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.4. Sistemas de campo magnético com excitação múltipla
Define-se a co-energia como:

𝑤𝑐𝑚𝑝 = 𝑖1 𝜆1 + 𝑖2 𝜆2 − 𝑤𝑐𝑚𝑝
assim:

𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 = 𝑖1 𝑑𝜆1 + 𝜆1 𝑑𝑖1 + 𝑖2 𝑑𝜆2 + 𝜆2 𝑑𝑖2 − 𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝

como

𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝜆1 , 𝜆2 , 𝜃) = 𝑖1 𝑑𝜆1 + 𝑖2 𝑑𝜆2 − 𝑇𝑐𝑚𝑝 𝑑𝜃

Sendo 𝑖1 , 𝑖2 𝑒𝜃 variáveis independentes, Conclui-se que:


𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 (𝑖1 , 𝑖2 , 𝜃) = 𝜆1 𝑑𝑖1 + 𝜆2 𝑑𝑖2 + 𝑇𝑐𝑚𝑝 𝑑𝜃


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖1 ,𝑖2 ,𝜃 ′
𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖1 ,𝑖2 ,𝜃 ′
𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 (𝑖1 ,𝑖2 ,𝜃)
e ′
𝑑𝑤𝑐𝑚𝑝 𝑖1 , 𝑖2 , 𝜃 = 𝑑𝑖1 + 𝑑𝑖2 + 𝑑𝜃
𝜕𝑖1 𝜕𝑖2 𝜕𝜃
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.4. Sistemas de campo magnético com excitação múltipla

Assim usando-se as correntes para descrever o estado do sistema tem-se:


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖1 , 𝑖2 , 𝜃
𝜆1 =
𝜕𝑖1


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖1 , 𝑖2 , 𝜃
𝜆2 =
𝜕𝑖2


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖1 , 𝑖2 , 𝜃
𝑇𝑐𝑚𝑝 =
𝜕𝜃
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

3. ENERGIA E CO-ENERGIA
3.4. Sistemas de campo magnético com excitação múltipla

No caso estático e linear i2


𝑖1 𝑖2
𝑊′𝑐𝑚𝑝 (𝑖1 , 𝑖2 , 𝜃) = න 𝜆1 𝑑𝑖1 + න 𝜆2 𝑑𝑖2
0 0 i2 ( i1 , i2 )

Utilizando o caminho de integração mostrado na figura

(2)
𝑖1 𝑖2

𝑤𝑐𝑚𝑝 = න0 𝑖2 =0
𝐿11 𝑖1 + 𝐿12 𝑖2 𝑑𝑖1 + න0 𝑖1 =𝑐𝑡𝑒
𝐿12 𝑖1 + 𝐿22 𝑖2 𝑑𝑖2
1 2
(1) i1 i1

Encontra-se para a co-energia:

1 1

𝑤𝑐𝑚𝑝 = 𝐿11 𝑖1 + 𝐿12 𝑖1 𝑖2 + 𝐿22 𝑖22
2
2 2
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

Exemplo:

No sistema mostrado na Figura, as indutâncias em henrys são dadas por

L11 = (3 + cos2) × 10-3; L12 = 0,3 cos e L22 = 30 + 10 cos2.

Encontre o conjugado Tcmp() para as correntes i1 = 0,8 A e i2 = 0,01 A


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑖1 , 𝑖2 , 𝜃 1 𝑑𝐿11 2 𝑑𝐿12 1 𝑑𝐿22 2
𝑇𝑐𝑚𝑝 = = 𝑖 + 𝑖 𝑖 + 𝑖
𝜕𝜃 2 𝑑𝜃 1 𝑑𝜃 1 2 2 𝑑𝜃 2

𝑇𝑐𝑚𝑝 = − 𝑠𝑒𝑛2𝜃 10−3 𝑖12 − (0,3𝑠𝑒𝑛𝜃)𝑖1 𝑖2 − 10 𝑠𝑒𝑛2𝜃 𝑖22

𝑇𝑐𝑚𝑝 = −0,64𝑥10−3 𝑠𝑒𝑛2𝜃 − 2,4𝑥10−3𝑠𝑒𝑛𝜃 − 10−3𝑠𝑒𝑛2𝜃

𝑇𝑐𝑚𝑝 = −1,64𝑥10−3 𝑠𝑒𝑛2𝜃 − 2,4𝑥10−3 𝑠𝑒𝑛𝜃


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

Equações Dinâmicas do Sistema Completo

A equação de equilíbrio das forças estabelece que:

A equação do sistema completo é:


PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

EXERCÍCIO: Deduzir as equações dinâmicas do sistema eletromecânico da figura.


Como visto, as equações que definem sistema completo é :

Rs t
F x ou a

Ri
d
PRINCÍPIOS DE CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA
Eletromagneto em corte Detalhe dos entreferros CM equivalente

t Rs
x ou a F

d Ri

1 𝑡 1 𝑡 𝑡 1 1 𝑡 𝑥+𝑎
𝑅𝑠 = . ; 𝑅𝑖 = → 𝑅= ቀ + ቁ= .
𝜇0 𝜋.𝑑.𝑥 𝜇0 𝜋.𝑑.𝑎 𝜇0 .𝜋.𝑑 𝑥 𝑎 𝜇0 .𝜋.𝑑.𝑎 𝑥

𝑁2 𝜇. 𝜋. 𝑁 2 . 𝑑. 𝑎 𝑥 𝑥
𝐿(𝑥) = = 𝑁 2𝑃 = . = 𝐿′.
𝑅 𝑡 𝑥+𝑎 𝑥+𝑎

𝑑𝐿(𝑥) (𝑥 + 𝑎 − 𝑥) ′ 𝑎𝐿′ 1 𝑑𝐿(𝑥) 2


= 𝐿 = 1 𝑎𝐿′
𝑑𝑥 (𝑥 + 𝑎)2 (𝑥 + 𝑎)2 𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝑖 𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝑖 2
2 𝑑𝑥 2 (𝑥 + 𝑎)2
Para o circuito elétrico temos:

Para o sistema dinâmico:

Onde

Assim para o sistema completo


Sistemas eletromagnéticos - Particularidades

Em um sistema eletromagnético calcula-se a co-energia armazenada no campo


magnético, fazendo “x” constante e variando a corrente de 0 até i, resultando
𝑖 𝑖

1
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝜆 𝑖 𝑑𝑖 = න 𝐿(𝑥)𝑖𝑑𝑖 = 𝐿(𝑥)𝑖 2
0 0 2


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 (𝑖,𝑥) ′
𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 (𝑖,𝑥)
A força do campo é então calculada como, 𝑓𝑐𝑚𝑝 = =
𝜕𝑥 𝑑𝑥  𝑖=𝑐𝑡𝑒

O trabalho mecânico realizado pelo campo para deslocar o êmbolo da posição inicial até a posição final, com a
corrente de campo fixa será:

𝑥𝑓 𝑥𝑓 𝑑𝑊 ′ 𝑖, 𝑥
𝑐𝑚𝑝 ′ (𝑥 ) − 𝑊 ′ (𝑥 ) = ∆𝑊 ′
𝑊𝑚𝑒𝑐 = න 𝑓𝑐𝑚𝑝 𝑑𝑥 = න 𝑑𝑥 𝑖=𝑐𝑡𝑒 = 𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑓 𝑐𝑚𝑝 𝑖 𝑐𝑚𝑝 (𝑥)
𝑥𝑖 𝑥𝑖 𝑑𝑥

Ou ainda
1
𝑊𝑚𝑒𝑐 = 𝑖 2 ∆𝐿(𝑥)
2
Sistemas eletromagnéticos - Particularidades

Em um sistema eletromagnético calcula-se a co-energia armazenada no campo


magnético, fazendo “x” constante e variando a corrente de 0 até i, resultando

𝑖 𝑖

1
𝑊𝑐𝑚𝑝 = න 𝜆 𝑖 𝑑𝑖 = න 𝐿(𝑥)𝑖𝑑𝑖 = 𝐿(𝑥)𝑖 2
0 0 2


𝜕𝑊𝑐𝑚𝑝 (𝑖,𝑥) ′
𝑑𝑊𝑐𝑚𝑝 (𝑖,𝑥)
A força do campo é então calculada como, 𝑓𝑐𝑚𝑝 = =
𝜕𝑥 𝑑𝑥  𝑖=𝑐𝑡𝑒

O trabalho mecânico realizado pelo campo para deslocar o êmbolo da posição inicial até a posição final, com a
corrente de campo fixa será:

𝑥𝑓 𝑥𝑓 𝑑𝑊 ′ 𝑖, 𝑥
𝑐𝑚𝑝 ′ (𝑥 ) − 𝑊 ′ (𝑥 ) = ∆𝑊 ′
𝑊𝑚𝑒𝑐 = න 𝑓𝑐𝑚𝑝 𝑑𝑥 = න 𝑑𝑥 𝑖=𝑐𝑡𝑒 = 𝑊𝑐𝑚𝑝 𝑓 𝑐𝑚𝑝 𝑖 𝑐𝑚𝑝 (𝑥)
𝑥𝑖 𝑥𝑖 𝑑𝑥

Ou ainda
1
𝑊𝑚𝑒𝑐 = 𝑖 2 ∆𝐿(𝑥)
2
Sistemas eletromagnéticos - Particularidades
1 𝑑𝐿(𝑥) 2
A força do campo para o sistema pode ser dada por 𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝑖
2 𝑑𝑥

O valor da força do campo para uma determinada posição “xf” e uma corrente
contínua 𝑖 𝑡 = 𝐼𝑐𝑐 será:
𝑓𝑐𝑚𝑝
2
𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝐾𝑓 𝒊2 𝐾𝑓 𝐼𝑐𝑐

1 𝑑𝐿(𝑋)
onde 𝐾𝑓 =
2 𝑑𝑥  𝑥=𝑥𝑓
t
Se a corrente de campo for senoidal, 𝑖 𝑡 = 𝐼𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡, o valor instantâneo da força de campo será:
2
𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝐾𝑓 𝐼𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 2 𝜔𝑡
𝑓𝑐𝑚𝑝

cujo valor médio é:


𝑓𝑐𝑚𝑝
𝜋 2𝜋 𝜔𝑡 1 𝜋2
𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝐾𝑓 න 𝐼𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 2 𝜔𝑡 𝑑 𝜔𝑡
𝜋 0
Sistemas eletromagnéticos - Particularidades
1+𝑐𝑜𝑠2𝛼
Considerando que 𝑐𝑜𝑠 2 𝛼 =
2

fazendo 𝛼 = 𝜔𝑡

𝜋 𝜋
=0 2
1 2
1 2 1 2 𝐼𝑚𝑎𝑥
𝑓𝑐𝑚𝑝 = න 𝐾𝑓 𝐼𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠 2 𝜔𝑡 𝑑 𝜔𝑡 = 𝐾𝑓 𝐼𝑚𝑎𝑥 න [1 + 𝑐𝑜𝑠 2𝜔𝑡 ]𝑑 𝜔𝑡 = 𝐾𝑓 𝐼𝑚𝑎𝑥 = 𝐾𝑓
𝜋 0 2𝜋 0 2 2

2
𝑓𝑐𝑚𝑝 = 𝐾𝑓 𝐼𝑒𝑓

Note que em um sistema eletromagnético alimentado com corrente alternada produz a mesma força média que quando
alimentado em corrente contínua, desde que o valor eficaz da corrente em CA, seja igual ao valor da corrente em CC.

Você também pode gostar