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INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE

CURSO TÉCNICO DE ELETROTÉCNICA


1

DISCIPLINA DE ELETROMAGNETISMO

UNIDADE 02 – ELETROMAGNETISMO

PROFESSOR WAGNER ISHIZAKA PENNY


wagnerpenny@ifsul.edu.br

2021
2.1 INTRODUÇÃO
2

 Na Unidade 01 vimos que existe forte relação entre eletricidade e


magnetismo

“Todo condutor percorrido por corrente elétrica produz um campo


magnético.”

 Aspectos importantes:
 Corrente elétrica: Movimento ordenado de cargas elétricas
 Observação: Em todas as análises desta disciplina e do próprio curso só
será usado o sentido convencional da corrente (corrente sai do potencial
MAIOR em direção ao potencial MENOR).
2.2 CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR
3
CORRENTE ELÉTRICA
 Representação de vetores

Vetor ENTRANDO no plano Vetor SAINDO do plano


2.2.1 CAMPO MAGNÉTICO DE UM FIO RETILÍNEO
4

 Um fio retilíneo que é atravessado por corrente elétrica produz ao


seu redor um campo magnético com linhas de força circulares e
concêntricas com o condutor
 Isto pode ser observado com uma bússola ou com a experiência das
limalhas de ferro
 O sentido das linhas de força depende do sentido da corrente no
condutor
 Estabeleceu-se uma regra para descobrir o sentido das linhas de
força
2.2.1 CAMPO MAGNÉTICO DE UM FIO RETILÍNEO
5

Regra da mão direita para condutores


 Agarra-se o condutor com a mão direita de forma que o polegar fique apontando
no sentido da corrente. Assim os outros quatro dedos indicarão o sentido das linhas
de força ao redor do condutor. Esta regra também é aplicada a pequenos trechos
de um condutor curvo.
2.2.2 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA ESPIRA
6

 Nota-se que um fio retilíneo produz um campo magnético muito fraco


em comparação com a quantidade de corrente circulante
 Para aumentar o efeito magnético é necessário concentrá-lo em
pequena região do espaço
 A primeira providência é formar uma volta com o condutor formando
a chamada espira
 Aplicando-se a regra da mão direita (a mesma do fio retilíneo) a
cada pequeno pedaço da espira verifica-se que os sentidos das linhas
de força de cada trecho são coincidentes no interior da espira,
tornando o campo mais intenso nesta região
2.2.2 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA ESPIRA
As linhas de força estão
sempre saindo do plano
do papel na região
interna da espira!
B
B B
2.2.3 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA BOBINA
8

 Acomodação das espiras é muito comum  Produz fortes campos


magnéticos, dependendo do número de espiras enroladas
 Aplicando-se a regra da mão direita a cada trecho de condutor,
percebe-se que entre as espiras vizinhas há anulação do campo, porém,
no interior da bobina, há concordância dos campos magnéticos de todos
os trechos de condutor
2.2.3 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA BOBINA
9
2.2.3 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA BOBINA
10

Entre as espiras há um
cancelamento dos campos!
2.2.3 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA BOBINA
11

No interior da bobina há
uma soma dos campos!
2.2.3 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA BOBINA
12

Regra da mão direita para bobinas


 Agarra-se a bobina com a mão direita com os quatro dedos

indicando o sentido da corrente na mesma, com isto o polegar estará


indicando o sentido das linhas de força no interior da bobina.
2.3 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO E
13
PERMEABILIDADE MAGNÉTICA
 Fenômenos magnéticos  Proporcionais a indução magnética B
 O conhecimento do valor da indução é, portanto, indispensável na
maioria dos problemas
 As formas de obtenção de uma indução magnética (B) são: através de
ímãs permanentes e através de corrente elétrica
 A indução magnética (B) depende basicamente de duas grandezas a
serem definidas: Intensidade de Campo Magnético (ou Campo
Indutor) (H) e Permeabilidade Magnética (µ)
2.3.1 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO (H)
14

 Imagine que seja possível


inserir um gaussímetro para u
B C
medir a indução no núcleo I
 Aumento V  Aumento I 
+
Aumento B V d
-
 Portanto, a indução depende
da corrente que circula pela I
A D
bobina
2.3.1 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO (H)
15

 Considere que a bobina utilizada


é substituída por outra bobina
com MAIOR número de espiras B u C
I
 Ajustando-se a tensão da fonte
para que a corrente permaneça +
com a mesma intensidade do V d
experimento anterior  -
Observa-se que o gaussímetro
acusa maior indução. I
A D
 Portanto, a indução também
depende do número de espiras
2.3.1 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO (H)
16

 Um terceiro experimento pode ser


feito comparando dois circuitos
com as seguintes características:
 ambos núcleos de mesmo material
(mesmo tipo de ferro);
 ambos núcleos com mesma seção
transversal;
 ambas bobinas idênticas; Seção transversal Observa-se que no núcleo
de MENOR comprimento
 ambas bobinas percorridas pela (circuito 2) a indução
mesma corrente; magnética é MAIOR. Isto
 ambos núcleos têm mesmo formato, acontece porque existe um
porém com comprimentos menor trecho de ferro para
diferentes. ser magnetizado, o que dá
à bobina um maior poder
magnetizante.
2.3.1 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO (H)
17

 Para quantificar o poder magnetizante de uma bobina criou-se a


grandeza denominada intensidade de campo indutor (H) que é dada por:

 Nesta equação tem-se que:


 N = número de espiras da bobina;
 I = corrente que percorre a bobina (Ampère, A);
 L = comprimento médio do circuito magnético (metro, m);
 H = intensidade de campo indutor (Ampère-espira/metro, Ae/m)
2.3.1 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO (H)
18

 Definição: A intensidade de campo indutor (ou campo magnético) (H)


é um vetor cujo módulo é a razão entre as ampère-espiras
magnetizantes e o comprimento do caminho a ser magnetizado e cujo
sentido é o mesmo das linhas de força.

Observações:
 O sentido de H é dado pelas regras da mão direita já vistas;

 O comprimento do circuito magnético depende da geometria do


mesmo.
2.3.1 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO (H)
19

Exemplo 2.1: Calcular a intensidade de campo indutor para o circuito 1


e para o circuito 2 da figura abaixo, que têm comprimentos médios
(ABCDA) de, respectivamente, 20 cm e 10 cm. Considere que ambas
bobinas possuem 200 espiras e são percorridas por 1 A.
2.3.1 INTENSIDADE DE CAMPO MAGNÉTICO (H)
20

Exemplo 2.1: Calcular a intensidade de campo indutor para o circuito 1


e para o circuito 2 da figura abaixo, que têm comprimentos médios
(ABCDA) de, respectivamente, 20 cm e 10 cm. Considere que ambas
bobinas possuem 200 espiras e são percorridas por 1 A.
𝐻1 = 𝑁1 . 𝐼1 /𝑙1 𝐻2 = 𝑁2 . 𝐼2 /𝑙2
𝐻1 = 200. 1/0,2 𝐻2 = 200. 1/0,1

𝑯𝟏 = 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝐀𝐞/𝐦

𝑯𝟐 = 𝟐𝟎𝟎𝟎 𝐀𝐞/𝐦
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
21

 Nas análises anteriores não se  Alimentando-se a bobina com


levou em consideração a uma fonte CC ajustável, e
influência do tipo de material aumentando-se gradativamente a
usado para o núcleo tensão aplicada, ocorre um
 Considere a figura abaixo: aumento da corrente que circula
pela bobina (I=V/R). Este
u
I
B C aumento da corrente produz um
aumento na intensidade do
+ campo indutor (H = NI/L) que,
V d por sua vez, provoca um aumento
- da indução no núcleo.
I
A D
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
22

 A forma como o núcleo magnético responde à variação do campo


indutor depende do tipo de material utilizado e é representada
graficamente através da “Curva de Magnetização”
1,6
1
1,4 0,9
1,2
0,8
0,7
1 0,6

B (T)
B (T)

0,8
0,5
0,4
0,6 0,3
0,4 0,2
0,1
0,2 0
0 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
H (Ae/m) H (Ae/m)
Ferro fundido doce Aço fundido
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
23

 Nos pontos iniciais da curva o crescimento do campo indutor é


acompanhado de um crescimento praticamente proporcional da
indução
 Por outro lado, nos pontos finais, o crescimento do campo indutor
praticamente não produz crescimento na indução devido à saturação
magnética (ordenação de praticamente todos os ímãs elementares)
 Um mesmo campo indutor provoca maior indução no ferro doce do
que no aço, ou seja, o ferro doce se magnetiza mais facilmente do
que o aço
 A grandeza que leva em consideração este fenômeno é denominada
permeabilidade magnética (µ)
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
24

 Pode-se definir permeabilidade magnética como a facilidade que o


material possui de se magnetizar e expressá-la matematicamente
como:

No Sistema Internacional de Unidades tem-se:


 B = indução magnética (Tesla, T);

 H = campo indutor (Ampère-espira/metro, Ae/m);

  = permeabilidade magnética (Tesla.metro/Ampère, T.m/A ou


Henry/metro, H/m).
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
25

Exemplo 2.2: Calcule a indução magnética e a permeabilidade do aço


fundido para os seguintes campos indutores:
a) H = 2000 Ae/m
b) H = 4000 Ae/m
c) H = 10000 Ae/m
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
26

Exemplo 2.2: Calcule a indução magnética e a permeabilidade do aço


fundido para os seguintes campos indutores:
a) H = 2000 Ae/m
B=0,5T 1
=0,5/2000=2,5.10-4 Tm/A 0,9
0,8
0,7
b) H = 4000 Ae/m 0,6

B (T)
0,5
B=0,7T 0,4
0,3
0,2
=0,7/4000=1,75.10 Tm/A
-4 0,1
0
c) H = 10000 Ae/m 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

B=0,9T H (Ae/m)
=0,9/10000=0,9.10-4 Tm/A
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
27

 Podemos perceber que a permeabilidade magnética do aço fundido


depende da intensidade de campo indutor
 Quanto maior o campo indutor, menor é a permeabilidade, ou seja,
mais difícil é magnetizar o material (porque os ímãs estarão quase
todos já orientados)
 Este comportamento é apresentado por todos os materiais
magnéticos
 Os materiais não magnéticos possuem permeabilidade
aproximadamente constante e bem menor do que a permeabilidade
dos materiais magnéticos. Para efeito de cálculos, a permeabilidade
dos materiais não magnéticos é considerada a seguinte constante
magnética
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
28

 Para efeito de cálculos, a permeabilidade dos materiais não


magnéticos é considerada a seguinte constante magnética:

 Os meios não magnéticos como o vácuo, o ar, o alumínio e a madeira


entre outros, possuem esse valor de permeabilidade
 A permeabilidade é expressa em relação a constante 0. Assim,
define-se como permeabilidade relativa à relação entre a
permeabilidade do material e a constante magnética:
r é um número sem unidade e indica quantas
vezes a permeabilidade  de um material é
maior que a do vácuo (0)
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
29

 Permeabilidades relativas de alguns materiais


2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
30

 Podemos relacionar B, µ e H, considere que os seguintes solenoides


possuem o mesmo formato, mesmo número de espiras, mesma corrente
elétrica e mesmo comprimento

 Como N1=N2=N3; I1=I2=I3 e L1=L2=L3  H1=H2=H3, e como


µ1<µ2<µ3B1<B2<B3
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
31

Exemplo 2.3: Uma fonte CC de 100 V alimenta a bobina do circuito


magnético da figura, que tem 1000 espiras e resistência de 100 Ω. Calcule:
a) Corrente na bobina;
b) Campo indutor;
c) Indução magnética;
d) Permeabilidade absoluta e permeabilidade relativa;
e) Fluxo magnético.
Dados:
L = 1 m (comprimento médio do circuito magnético)
S = 100 cm2 (seção transversal do núcleo)
O núcleo é de ferro doce.
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
32

Exemplo 2.3: Uma fonte CC de 100 V alimenta a bobina do circuito


magnético da figura, que tem 1000 espiras e resistência de 100 Ω. Calcule:
a) Corrente na bobina;
I
b) Campo indutor;
𝑽 𝟏𝟎𝟎
c)𝑰 =
Indução
= magnética;
= 𝟏𝑨
𝑹 𝟏𝟎𝟎
d) Permeabilidade absoluta e permeabilidade relativa;I
e) Fluxo magnético.
Dados:
L = 1 m (comprimento médio do circuito magnético)
S = 100 cm2 (seção transversal do núcleo)
O núcleo é de ferro doce.
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
33

Exemplo 2.3: Uma fonte CC de 100 V alimenta a bobina do circuito


magnético da figura, que tem 1000 espiras e resistência de 100 Ω. Calcule:
b) Campo indutor; H
I
b) Campo indutor;
𝑵. 𝑰 𝟏𝟎𝟎𝟎. 𝟏
c)𝑯Indução
= =magnética;
= 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝑨𝒆/𝒎
𝑳 𝟏
d) Permeabilidade absoluta e permeabilidade relativa;I
e) Fluxo magnético.
Dados:
H
L = 1 m (comprimento médio do circuito magnético)
S = 100 cm2 (seção transversal do núcleo)
O núcleo é de ferro doce.
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
34

Exemplo 2.3: Uma fonte CC de 100 V alimenta a bobina do circuito


magnético da figura, que tem 1000 espiras e resistência de 100 Ω. Calcule:
c) Indução magnética; 1,6
H
1,4 I
b) Campo indutor; 1,2

𝑵. 𝑰 magnética;
c)𝑯Indução 𝟏𝟎𝟎𝟎. 𝟏 1

B (T)
= = = 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝑨𝒆/𝒎 0,8
𝑳 𝟏 absoluta e permeabilidade relativa;
d) Permeabilidade 0,6
0,4 I
e)Lembrando
Fluxo magnético.
que o material do núcleo é ferro doce, 0,2
0
Dados:
podemos obter a indução B da curva de 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

magnetização. H (Ae/m) H
L = 1 m (comprimento médio do circuito magnético)
2 B=1T
S = 100 cm (seção transversal do núcleo)
O núcleo é de ferro doce.
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
35

Exemplo 2.3: Uma fonte CC de 100 V alimenta a bobina do circuito


magnético da figura, que tem 1000 espiras e resistência de 100 Ω. Calcule:
d) Permeabilidade absoluta e permeabilidade relativa; H
I
b) Campo
𝑩 indutor;
𝟏
𝝁= = = 𝟏. 𝟏𝟎−𝟑 𝑻𝒎/𝑨
c) Indução magnética;
𝑯 𝟏𝟎𝟎𝟎
d) Permeabilidade −𝟑 absoluta e permeabilidade relativa; I
𝝁 𝟏. 𝟏𝟎
e)𝝁𝒓Fluxo
= magnético.
=
𝝁𝟎 𝟒𝝅. 𝟏𝟎 −𝟕
= 𝟕𝟗𝟓, 𝟖
Dados:
H
L = 1 m (comprimento médio do circuito magnético)
Dependendo do jeito que
2 calcularem, usando π da
S = 100 cm (seção transversal do núcleo) calculadora ou 3,14
O núcleo é de ferro doce. encontrarão pequena
diferença nesses valores!
2.3.2 PERMEABILIDADE MAGNÉTICA (µ)
36

Exemplo 2.3: Uma fonte CC de 100 V alimenta a bobina do circuito


magnético da figura, que tem 1000 espiras e resistência de 100 Ω. Calcule:
e) Fluxo magnético; H
I
b) Campo indutor;
𝑺 = 𝟏𝟎𝟎 𝒄𝒎2 = 𝟏𝟎𝟎. 𝟏𝟎−𝟒 𝒎2
c) Indução magnética;
d)
∅= Permeabilidade absoluta
𝑩. 𝑺 = 𝟏. 𝟏𝟎𝟎. 𝟏𝟎 e permeabilidade
−𝟒 = 𝟎, 𝟎𝟏 𝑾𝒃 = 𝟏𝟎 𝒎𝑾𝒃 relativa;
I
e) Fluxo magnético.
Dados:
H
L = 1 m (comprimento médio do circuito magnético)
S = 100 cm2 (seção transversal do núcleo)
O núcleo é de ferro doce.
INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE
CURSO TÉCNICO DE ELETROTÉCNICA
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DISCIPLINA DE ELETROMAGNETISMO

OBRIGADO!

PROFESSOR WAGNER ISHIZAKA PENNY


wagnerpenny@ifsul.edu.br

2021

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