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Universidade Federal do Maranhão

Centro de Ciências Exatas e da Natureza


Departamento de Engenharia da Eletricidade

Disciplina: Laboratório de Materiais Elétricos – DEEE0081


Professor: Dr. Francisco Sávio Mendes Sinfrônio
Assunto: Curva de histerese (BxH) de núcleo transformador

1. Objetivos

• Desenvolver conceitos básicos sobre eletromagnetismo (Equações de Maxwell


e Leis de Ampere e Faraday) e matérias ferromagnéticos;
• Desenvolver os fundamentos dos núcleos transformadores;
• Determinar a curva de histerese de trafo monofásico utilizando grandezas
eficazes.

2. Introdução

De modo geral, numa rede de transmissão, os transformadores de distribuição


são os componentes de maior custo, e por isto são alvo de diversos estudos voltados
analise de sua vida útil, características de operação e manutenção.

2.1. Transformadores de potência

O transformador é um aparelho estático que transporta energia elétrica, por


indução eletromagnética, do primário (entrada) para o secundário (saída) (Fig. 1).
Nele, os valores da tensão e da corrente são alterados, porém, a potência, no caso do
transformador ideal1, e a frequência se mantêm inalterados.
As principais variáveis que definem o dimensionamento de um transformador
são a bitola dos condutores (corrente) e o material isolante utilizado (tensão).
Os enrolamentos de alta tensão (AT) são constituídos por várias espiras de fio
fino, sendo que os enrolamentos de baixa tensão (BT) possuem um menor número de
espiras com bitola maior.

Figura 1 - Representação esquemática de um transformador.

A razão entre as tensões do primário e do secundário, bem como entre os


respectivos números de espiras dos seus enrolamentos, definem a relação de
transformação (a) de um transformador:
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
Considera-se transformador ideal àquele em que S1=S2, onde S1 representa a potência aparente do primário e S2 a
!! !!
= =!
!! !!

Na qual, a>1, tem-se um transformador rebaixador; ao posso que, a<1 ter-se-á


um núcleo elevador. Quanto às correntes, a relação entre as correntes primárias e
secundárias estão na razão inversa do seu respectivo número de espiras:
!! !! !!
= =
!! !! !!
Assim, quando maior for o número de espiras do secundário maior será a
tensão que ele fornece, porém menor será a corrente. Em consequência, a
transmissão de energia elétrica geralmente é mediada à tensões elevadas.

2.2. Componentes de um transformador de potência

Os transformadores são constituídos, basicamente, de um conjunto ativo -


bobinas (enrolamentos do primário e do secundário) e o núcleo ferromagnético - e de
acessórios complementares (tanque, buchas, radiadores, comudator, placa de
identificação, etc.)
Os enrolamentos são constituídos de fios de cobre, de seção retangular ou
circular, isolados com esmalte ou papel. Os enrolamentos de BT e AT normalmente
são concêntricos, onde a BT ocupa a parte interna e a AT a parte externa. Estes, por
sua vez, são fracionados em bobinas de menor número de espiras (panquecas), por
motivo de isolação, facilidade de manutenção e retirada das derivações para conexão
ao comutador.
O núcleo é constituído de lâminas de material ferromagnético, contendo em
sua composição o silício, que possui excelentes características de magnetização
(temporário), baixas perdas por histerese e por mudança de temperatura. O
empilhamento das lâminas, isoladas entre si e do núcleo, é feito para minimizar a ação
das correntes parasitas provenientes da variação de fluxo ocorridos sobre o material,
que é condutor.

2.3. Curvas de histerese de materiais ferromagnéticos

Os materiais ferromagnéticos, mesmo em baixa presença de campo, possuem


a habilidade de reter energia magnética em seu interior, podendo ser usados em
fontes de f.m.m.. Suas aplicações são fundamentais na construção de motores,
geradores, relés, transformadores, eletromagnetos, etc.
Existem poucos elementos da tabela periódica que podem ser considerados
ferromagnéticos, o ferro, o níquel, o cobalto e alguns elementos da família dos
lantanídeos possuem essas propriedades. Com o avanço da tecnologia, ligas
contendo esses elementos foram desenvolvidas, além disso, técnicas construtivas e
estudo estrutural das moléculas de materiais ferromagnéticos permitem que máquinas
sejam continuamente otimizadas em diversas aplicações.
Na figura 2 é mostrado uma curva de histerese de um material ferromagnético
típica onde foram postos em destaque os pontos principais de interesse.
Figura 2 - Curva de histerese típica de material ferromagnético, incluindo os pontos principais.

Na qual, os pontos em destaque podem ser definidos como:

a) Retentividade: É a mais conhecida propriedade magnética dos materiais, pois é


comum utilizar-se de materiais ferromagnéticos imantados para utilizar suas
propriedades em diversas aplicações. Uma vez que o material seja exposto a um
campo magnético, ele pode ter a capacidade de reter magnetização sempre que o
campo magnético é removido, em outras palavras, retentividade é o ponto de
indução magnética remanente no material quando o campo aplicado voltar a ser
nulo. É com essa propriedade que podem ser distinguidos materiais
ferromagnéticos em relação aos paramagnéticos, pois este último não pode
manter a magnetização quando o campo é removido.

b) Coercividade: É a aplicação do campo magnético necessário para que um ímã


seja desmagnetizado até a nulidade. Este ponto é extremamente dependente da
condição da amostra, é afetado por fatores, tais como calor e deformidade. Um
material que possui alta coercitividade é mais difícil de ser desmagnetizado e são
chamados ferromagnetos duros e os de baixa coercitividade são chamados
ferromagnetos moles.

c) Saturação Magnética: É a condição pela qual todo o material ferromagnético


está totalmente magnetizado para determinada entrada de campo magnético,
nessa situação, todos os dipolos magnéticos estão alinhados na mesma direção
do campo aplicado, portanto o material está totalmente saturado.

3. Material

• Trafo monofásico;
• Ociloscópio 20 MHz;
• Resistor (RH = 180 kΩ, 0,25W);
• Capacitor (C = 25 ou 30 µF);
• Ponta de corrente;
• Ponta de prova;
• Multímetro digital;
• Varivolt 1Φ.
4. Procedimento

Determinar a curva BxH do trafo monofásico, mediante aplicação do oscilador,


segundo dispositivo ilustrado na figura 3:

Figura 3 – Representação esquemática do sistema.

Obter a curva BxH para as tensões Vin de pico de entrada iguais a 100, 150 e
200 V.

5. Análise dos dados e relatório técnico

O relatório deverá conter, de maneira clara e sucinta, as seguintes informações:


• Identificação gerais do autor;
• Fundamentação teórica dos tópicos abordados (teorias, equações, exemplos
de aplicação, etc.)
• Objetivos e metas propostas para experimentação prática;
• Lista de equipamentos e dispositivos utilizados.
• Esquemas e procedimentos utilizados durante o desenvolvimento dos ensaios;
• Dados obtidos e resultados alcançados;
• Conclusões finais;
• Bibliografia empregada.

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