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Universidade Federal do Maranhão - UFMA

Departamento de Engenharia Elétrica / CCET


Professor: Dr. Francisco Sávio Mendes Sinfrônio
Aluno: Maycon Costa Correa

6º Relatório de Laboratório de Materiais Elétricos


“Curva de histerese (BxH) de núcleo transformador”

➢ Introdução:

Inicialmente, faz-se necessária uma fundamentação teórica acerca


dos tópicos abordados experimentalmente em laboratório. Visto isso, os
resistores são componentes eletrônicos que limitam a corrente elétrica em
um circuito. Eles desempenham funções importantes, como controlar a
corrente, dividir a tensão e proteger outros componentes. Os resistores
possuem um valor de resistência medido em ohms (Ω), uma tolerância
que indica a variação permitida, uma potência nominal que determina a
capacidade de dissipação de calor e um coeficiente de temperatura que
indica a variação da resistência com a temperatura. Existem diferentes
tipos de resistores, cada um com suas características e aplicações
específicas. Há também a presença dos capacitores, que são
componentes eletrônicos que armazenam e liberam cargas elétricas. Eles
têm funções importantes, como armazenar energia, filtrar sinais e acoplar
circuitos. Os capacitores possuem uma capacitância medida em farads
(F), uma tolerância que indica a variação permitida, uma tensão nominal
que determina a máxima tensão suportada e um dielétrico que é o material
isolante entre as placas. Essas características devem ser consideradas
ao escolher um capacitor para uma aplicação específica.
Também é de suma importância introduzir o principal dispositivo
inserido no experimente, tem-se os transformadores, que desempenham
funções essenciais na distribuição de energia elétrica e em aplicações
eletrônicas. Eles transformam a tensão e corrente elétrica, fornecem
isolamento e acoplam sinais entre diferentes estágios de um circuito. Os
transformadores possuem um núcleo magnético e enrolamentos de
cobre. O material do núcleo, como ferro-silício ou ferrite, afeta as
características magnéticas do transformador. Os enrolamentos são feitos
de fios de cobre ou alumínio e determinam a relação de transformação.
Possuem uma relação de transformação que determina a proporção entre
as tensões de entrada e saída. Eles têm uma potência nominal que indica
a capacidade de transferência de energia, eficiência que mede a
eficiência de conversão, e características como o núcleo magnético e
enrolamentos de cobre. A regulação de tensão é importante para manter
uma tensão estável. Uma representação de um Trafo pode ser observada
na imagem abaixo:

Figura 1 - Representação esquemática de um transformador.

Por fim, é necessário discutir acerca do objetivo final do experimento


proposto, que é a curva de histerese magnética, sendo um gráfico que
representa a resposta de um material ferromagnético ao campo magnético
aplicado. Ela mostra como o material é magnetizado e desmagnetizado ao longo
do tempo. A curva exibe características importantes, como o campo coercitivo,
que é o campo necessário para zerar a magnetização, e o ímã remanente, que
é a magnetização residual após a remoção do campo. A curva também revela
informações sobre a permeabilidade magnética do material e a perda de energia
devido à reversão dos domínios magnéticos. Em resumo, a curva de histerese
magnética fornece uma compreensão abrangente do comportamento magnético
dos materiais ferromagnéticos, podendo ser visualizada na representação da
imagem abaixo:

Figura 2 - Curva de histerese típica de material ferromagnético, incluindo os pontos


principais.

➢ Objetivos e Metas:
• Desenvolver conceitos básicos sobre eletromagnetismo (Equações de
Maxwell e Leis de Ampere e Faraday) e materiais ferromagnéticos;
• Desenvolver os fundamentos dos núcleos transformadores;
• Determinar a curva de histerese de Trafo monofásico utilizando grandezas
eficazes.
➢ Materiais Utilizados:
• Trafo monofásico;

• Osciloscópio 20 MHz;
• Resistor (RH = 180 kΩ, 0,25W);
• Capacitor (C = 25 ou 30 μF);
• Ponta de corrente;

• Ponta de prova;
• Multímetro digital;

• Varivolt 1Φ.

➢ Esquemas e Procedimentos:
Antes do início dos experimentos em si, foram recapitulados os principais
aspectos da curva de histerese magnética de um transformador, então foi
explicada a distinção entre as conexões em série e paralelo dos
enrolamentos primário e secundário; na conexão em série, a tensão é
amplificada, enquanto na conexão em paralelo, a tensão é reduzida. Além
disso, foi discutida a determinação da orientação dos enrolamentos do
transformador, considerando se eles estão configurados de forma aditiva ou
redutora, por meio do teste de curto-circuito nos enrolamentos primário e
secundário. A figura 3 abaixo apresenta o diagrama de conexão utilizado para
analisar a curva do transformador, tanto na faixa ideal de tensão quanto na
faixa de saturação e abaixo do nível de funcionamento ideal:
Figura 3 – Representação esquemática do sistema.

➢ Dados obtidos e resultados alcançados:


Antes da realização do experimento propriamente dito, foi aplicada uma
voltagem no enrolamento primário do transformador para realizar o teste de
curto-circuito usando um multímetro. Esse teste tem como objetivo medir a
tensão de curto-circuito entre o primário e o secundário do transformador,
assim como as tensões de entrada e saída. No caso específico deste teste,
com uma configuração de 110v no primário e 220v no secundário, foram
registrados os seguintes valores: tensão de curto-circuito de 90,5v, tensão no
primário de 60v e a tensão no secundário de 30v. Esses resultados ajudam a
determinar se o transformador está configurado de forma aditiva ou redutora,
levando em consideração os níveis de tensão de entrada e saída, bem como
o sentido do campo magnético gerado pela reação do transformador.
Após registrar os resultados da medição no teste do multímetro,
procedeu-se com a calibração das pontas de prova do osciloscópio utilizando
o sinal pulsante já presente nele. Isso possibilitou a visualização da tensão
sobre o capacitor e o resistor. Através de ajustes no osciloscópio, foi possível
observar a curva de histerese magnética do transformador.
Quanto mais distante do nível de tensão ideal, menor será a amplitude da
curva de histerese visualizada no osciloscópio. Por outro lado, quando o
transformador opera além dos seus níveis de saturação magnética em uma
tensão mais alta, a curva terá pontas de saturação alongadas e formará uma
volta, acompanhada de ruídos provenientes do desgaste causado pela
operação em condições de supersaturação. Para inverter a curva e visualizar
seu formato real, basta inverter a polaridade da ponta de prova do
osciloscópio conectada ao capacitor. Embora o circuito seja de corrente
alternada e o capacitor seja bipolar, as pontas de prova do osciloscópio
possuem polaridade, o que resulta na inversão da curva de histerese
magnética no aparelho. Assim, o formato real da curva seria apresentado no
sentido inverso. As imagens referentes aos dados obtidos e alcançados em
laboratório podem ser visualizadas abaixo:

Figura 4 – Configurações do Trafo e tensão em curto-circuito

Figura 5 – Circuito proposto montado


Figura 6 – Ondas no osciloscópio do capacitor e resistor
Figura 7 – Curva de histerese magnética no osciloscópio
➢ Conclusões Finais:
Por meio dos diversos experimentos realizados, conhecimentos foram
revisados sobre a conexão dos enrolamentos internos de um transformador,
assim como a identificação da orientação aditiva ou redutora das bobinas por
meio do teste de curto-circuito usando o multímetro. Além disso, foi possível
visualizar as três principais configurações do transformador. Também foi
evidenciando os efeitos negativos decorrentes da operação abaixo ou acima
dos limites especificados, o que prejudica o equipamento e acarreta
consequências indesejadas. Por fim, o experimento não obteve o resultado
desejado da curva de histerese magnética observada no osciloscópio devido
a não inversão da polaridade da ponta de prova do osciloscópio conectada
ao capacitor.
➢ Bibliografia:
• Malvino, P.; Bates, D. Eletrônica: Teoria e Aplicações. São Paulo: McGraw
Hill, 2007.
• Kulkarni, S.V. & Khaparde, S.A. 2012. Transformer Engineering: Design,
Technology, and Diagnostics.
• Mallinson, J. C. (1995). Magnetic Materials and Their Applications. John
Wiley & Sons.

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