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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Camila Mell Prado

ELETROMAGNETISMO II
Prática 09 e 10

Palmas, 30 de maio de 2022


Camila Mell Prado

ELETROMAGNETISMO II
Prática 09 e 10

Relatório referente à disciplina de


Eletromagnetismo II, 5º período, do Curso de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal do
Tocantins.

Professor: Washington Luiz Carvalho Lima

Palmas, 30 de maio de 2022


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

2 OBJETIVO 4
3 5
MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais 5

3.2 Métodos 6

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7

5 CONCLUSÃO 12

6 REFERÊNCIAS 13
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1 INTRODUÇÃO
Um transformador é um dispositivo destinado a transmitir potência elétrica de um
circuito a outro, transformando tensões e correntes. Foi um equipamento
inventado em 1831 por Michael Faraday, funcionam através da indução de
corrente de acordo com os princípios eletromagnéticos da Lei de Faraday-
Neumann-Lenz e da Lei de Lenz.

Um transformador é formado basicamente por sua parte ativa, composta de:

 Enrolamento - O enrolamento de um transformador é formado de várias


bobinas que em geral são feitas de cobre eletrolítico e recebem uma
camada de verniz sintético como isolante.
 Núcleo - esse em geral é feito de um material ferromagnético e o
responsável por transferir a corrente induzida no enrolamento primário
para o enrolamento secundário.

No caso dos transformadores de dois enrolamentos, eles são denominados


como enrolamento primário e secundário.

Figura 1: Transformador

2 OBJETIVOS
Analisar e descrever o comportamento de um transformador e sua relação de
espiras. Analisar o comportamento de um transformador com uma lâmpada em
sua saída, e observar linhas de indução magnética em diversos casos.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
PRÁTICA 09
 Bobinas de 200, 400, 600 e 800 espiras
 Núcleo de Transformador
 Suporte
 Fonte de Alimentação
 Cabos Banana-Banana
 Multímetros Digitais

Figura 2: Materiais

PRÁTICA 10

 Bobinas de 200, 200, 800 e 5 espiras


 Cabos Banana – banana
 Chave com conexão para rede elétrica 380/220 V alternado;
 fio retilíneo infinito, fios retilíneos paralelos, espira circular;
 Suporte
 Tripé com núcleo de transformador
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 Núcleo de Transformador
 Limalha de ferro
 Lâmpada
 Fonte de tensão.

Figura 3: Materiais

3.2 Métodos
PRÁTICA 9
Na primeira parte do experimento, o circuito foi montado conforme orientação do
professor. A bobina com 800 espiras foi montada no suporte, juntamente ao seu
núcleo. Em seguida um dos cabos banana-banana foi enrolado ao redor do
núcleo para atuar como a bobina secundária do transformador. Em seguida, os
multímetros foram conectados ao circuito para aferir a tensão de entrada e
tensão de saída, os terminais do cabo banana-banana no secundário foram
conectados à um multímetro, e outro multímetro foi conectado em paralelo a
entrada. Finalmente, a fonte de alimentação foi ligada, e assim foram feitas
variações da quantidade de voltas da espira secundária, os resultados serão
apresentados na Tabela 1. Simultaneamente, a segunda bobina foi inserida ao
núcleo do transformador, suas bobinas foram variadas em 200, 400 e 600
espiras. Os valores de entrada e saída foram expostos na tabela 2.
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PRÁTICA 10
Inicialmente os núcleos foram encaixados no suporte apropriado, em seguida,
foram acoplados ao núcleo as bobinas do transformador. Foram conectadas uma
bobina de 400 espiras e outra de 200 espiras, a parte superior do núcleo também
foi conectada. Nos terminais de saída do transformador uma lâmpada
incandescente, foi conectada. A fonte de alimentação DC foi ligada e desligada
várias vezes.
Na segunda etapa, montamos o equipamento conforme orientação do professor,
com N1 = 800 espiras e N2= 5 espiras e fonte de 220 V AC, foi montado o
transformador com o fim de observar as linhas de indução magnética do campo
magnético resultante de alta intensidade de corrente. Nesse procedimento foi
conectada uma chave de acionamento na tomada com 220V AC, e a outra
extremidade no primário do transformador, sendo este composto por 800
espiras. No secundário o número de espiras foi de 5. Junto ao secundário, foi
conectado quatro diferentes configurações de condutores com o intuito de se
visualizar a configuração do campo magnético em cada um. As configurações
foram as seguintes: condutor retilíneo; condutores paralelos; uma espira e um
solenóide.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
PRÁTICA 9

Conforme foi tratado nos procedimentos em laboratório, foi observado que


quanto maior o número de espiras, maior é a tensão no secundário do
transformador, como se pode verificar na Tabela 1, onde estão expressos os
valores experimentais da relação de N2 com V2.

N1 N2 V1 V2 (Volts) N1/N2 V1/V2


800 1 213 0,272 800 783
800 2 213 0,544 400 391,5
800 3 213 0,821 266,66 259,4
800 4 213 1,09 200 195,4
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800 5 213 1,36 160 156,6


800 6 213 1,62 133,33 131,5

Tabela 1 - Relação entre o número de voltas de um fio utilizado como


secundário de um transformador

Quanto mais voltas no secundário, maior tem que ser o valor da tensão para que
esse valor se mantenha constante, desde que não se altere o número de espiras
e tensão no primário.
De maneira similar ao caso anterior, temos que quanto maior o número de
espiras, maior é a tensão no secundário do transformador, conforme podemos
ver na tabela 2, onde estão expressos de V2, que é a saída.

N1 N2 V1(Volts) V2(Volts) N1/N2 V1/V2


800 200 213 54,1 4 3,9
800 400 213 108,4 2 1,9
800 600 213 162,5 4/3 1,3

Tabela 2 – Relação entre o número de espiras e o transformador

A relação entre V1 e V2 é aproximadamente a mesma relação de N1 e N2. Como


exemplo tem-se os valores da relação 800/400 na tabela 2.
V1 N1
=
V2 N2
V1 N1

V2 N2

Com essa última relação, define-se então a chamada relação de transformação


de um transformador. O princípio da conversão eletromagnética diz que só há
uma variação do fluxo magnético na presença de uma variação de corrente
elétrica, no transformador, a corrente elétrica alternada no primário gera um fluxo
magnético alternado no núcleo do transformador. A bobina do secundário que é
submetida a este campo magnético variável, produz corrente elétrica também
alternada no secundário. A tensão e corrente podem apresentar diferentes
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valores, mas a frequência será a mesma. Sob corrente continua o transformador


não funcionaria. Porque para haver indução eletromagnética, você precisa de
uma variação do campo magnético ou do condutor dentro do campo. É o
movimento relativo entre eles que surgirá o fenômeno da indução
eletromagnética. Se você ligar um transformador em corrente contínua a indução
ocorrerá apenas no momento da comutação. Ou seja, quando você liga e quando
você desliga o interruptor.
PRÁTICA 10
Conforme o que foi visto em laboratório, ao ligar a fonte de tensão DC, a lâmpada
apresenta um acionamento de brilho que dura por poucos segundos, e ao
permanecer a fonte de corrente contínua acionada, a lâmpada permanece
desligada. Entretanto somente após dar um novo pulso ligando a fonte a
lâmpada é ligada novamente, pois provoca uma variação de corrente que produz
uma fem induzida. Uma vez que, por se tratar de uma corrente contínua, não
existe variação do fluxo magnético nas espiras, e assim não é capaz de induzir
uma corrente.

Figura 4: Circuito com lâmpada

Na segunda etapa as seguintes linhas de campo magnético em um condutor


infinito retílinio, puderam ser analisadas:
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Figura 5: Linhas de campo


É possível observar que as linhas de campo magnético de um condutor infinito
são circularese concêntricas em torno deste condutor que é o caso do fio infinito
percorrido por uma corrente i.

Figura 6: Linhas de campo de um condutor paralelo

Em relação as linhas de campo magnético produzidas por dois condutores


paralelos, tendo em vista que as duas correntes estão no mesmo sentido, os
campos magnéticos dos dois fios se somam. É possível notar que no condutor
da esquerda, o campo magnético é maior, pois passa mais corrente por ele. Por
se tratar de dois condutores com baixa resistência, a corrente passa em sua
maioria pelo condutor que está ligado primeiro no sentido da corrente.
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Figura 7: Linhas de campo de uma espira


Na configuração de uma espira, vemos que o campo gerado, terá uma simetria
rotacional.

Figura 8: Linhas de campo em um solenóide

Ao observar as linhas campo magnético dentro de um solenoide, percebemos


que este é uniforme, a uma determinada distância das bordas.

Questão 1 - Porque o núcleo do transformador deve ser laminado?


Para evitar as perdas geradas pelas correntes de Foucault. Essas correntes
surgem em materiais condutores quando este está em um meio onde exista um
campo magnético variável. Como condutores maciços têm uma baixa
resistência, estas correntes podem atingir valores elevados. Quando isto ocorre
uma grande quantidade de energia é dissipada, além de ocorrer um aquecimento
considerável na massa metálica. Em motores, geradores e transformadores
evita-se ao máximo a existências das correntes de Foucault. Na maioria dos
casos tenta-se evitar as correntes parasitas. O núcleo deve ser laminado para
diminuir a área de secção, e consequentemente diminuir a condutividade para
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que essas correntes sejam mínimas, assim as perdas serão reduzidas


consideravelmente.

Questão 2 - O transformador funciona em corrente contínua? Por quê?


Para que haja variação de fluxo magnético, é necessário que ocorra variação na
corrente. Como a corrente continua não apresenta variação ao longo de seu
fluxo, ela não gera variação de fluxo magnético. Pela lei de Faraday, a fem
induzida é proporcional à variação de fluxo magnético pelo número de espiras.
Logo o transformador somente funciona com corrente alternada. O que pode ser
comprovado no experimento com a lâmpada, no qual a mesma não acendeu
normalmente e nem permaneceu acesa com a fonte DC ligada, apenas brilhou
levemente quando ouve uma variação abrupta de corrente, ou seja, quando a
fonte foi ligada e desligada.

5 CONCLUSÃO
Na prática 9, sabendo que não existe nenhum tipo de contato elétrico entre os
dois enrolamentos de um transformador, que apenas por indução e variações de
fluxo magnético é produzida uma tensão no secundário do transformador, é
notório que para que o fluxo magnético varie é necessário uma corrente que
varie no tempo, ou seja que não seja constante, por esta razão se ao invés de
tensão alternada, fosse utilizada a tensão continua, não existiria esta relação de
transformação entre o primário e o secundário do transformador, pois sem
variação da corrente, não há variação de fluxo magnético, logo não há tensão
induzida. Na prática 10, Foi possível observar e analisar o funcionamento de um
transformador, bem como efetuar na prática, a sua montagem, observando os
componentes necessários e seu arranjo. Também foi realizada a análise das
linhas de campo magnético em suas respectivas formas produzidas.
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6 REFERÊNCIAS

REITZ,J.R.;MILFORD,F.J.;CHRISTY,R.W. Fundamentos da Teoria


Eletromagnética. Rio de janeiro: Editora Campus, 1ª edição, 1982.

YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: Eletromagnetismo. 12. ed.
São Paulo: Pearson, 2009.

HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl. Fundamentos de Física,

volume 3: Eletromagnetismo, 8 Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

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