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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA - CAMPUS SANTA


MÔNICA

KELLY CRISTINA FÉLIX MACHADO - 12011EAU026

CONVERSÃO DE ENERGIA E TRANSFORMADORES


Aula N° 8 - Polaridade de Transformadores Monofásicos
Professor: José Roberto Camacho
Engenharia de Controle e Automação

Uberlândia
2023
Sumário

1. Introdução 3
2. Objetivos 5
3. Atividade experimental 5
3.1 Materiais utilizados 5
3.2 Montagem 6
3.3 Experimento 8
3.4 Resultados e discussões 9
5. Conclusão 9
6. Referências Bibliográficas 10

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1. Introdução

A polaridade em um transformador monofásico refere-se à relação entre as


polaridades das tensões e correntes nos enrolamentos primário e secundário. Ela determina se
as tensões nos terminais do enrolamento secundário têm a mesma polaridade que as tensões
aplicadas no enrolamento primário. Uma conexão adequada é crucial para garantir a
transmissão eficiente de energia.
Existem duas polaridades comuns em transformadores monofásicos:
Polaridade Aditiva (ou Soma): Nesse caso, a polaridade da tensão induzida no
enrolamento secundário é a mesma que a polaridade da tensão aplicada no enrolamento
primário. Ou seja, as tensões se somam quando os terminais do enrolamento secundário estão
conectados juntos. Isso ocorre quando os terminais de alta e baixa tensão estão corretamente
relacionados. A seguir podemos vemos sua configuração:

Figura 1: Polaridade Aditiva.

Polaridade Subtrativa (ou Diferença): Aqui, a polaridade da tensão induzida no


enrolamento secundário é oposta à polaridade da tensão aplicada no enrolamento primário.
Isso significa que, ao conectar os terminais do enrolamento secundário, as tensões se
subtraem. A polaridade subtrativa ocorre quando os terminais de alta e baixa tensão estão
erroneamente relacionados. A seguir podemos vemos sua configuração:

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Figura 2: Polaridade Subtrativa.

A polaridade pode ser determinada de várias formas, veremos algumas a seguir.


O Método do Golpe Indutivo, também conhecido como "Teste de Curto-Circuito" ou
"Método de Curto-Circuito", é uma técnica comumente utilizada para determinar a polaridade
de transformadores. Consiste em realizar uma curta conexão entre os terminais de alta tensão
e baixa tensão do transformador, enquanto se aplica uma baixa voltagem no lado de alta
tensão. Em seguida, observa-se a corrente que flui no circuito.
Ao aplicar uma voltagem relativamente baixa no enrolamento primário, uma corrente
significativa circula devido ao curto-circuito. Esta corrente cria um campo magnético que
influencia o campo magnético original do transformador. Dependendo da polaridade do
transformador, a corrente resultante pode ser aditiva (soma-se à corrente original) ou
subtrativa (subtrai-se da corrente original).
Tal corrente, pode causar uma deflexão no voltímetro do secundário, podendo ser uma
deflexão no mesmo sentido da deflexão do voltímetro do primário, caso a polaridade seja
aditiva, ou uma deflexão no sentido oposto, caso a polaridade seja subtrativa. A seguir vemos
o esquemático da montagem de tal método:

Figura 3: Método do Golpe Indutivo.

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O Método da Corrente Alternada é outra abordagem para determinar a polaridade de
transformadores, e é frequentemente chamado de "Método de Tensão Aplicada". Este método
envolve a aplicação de uma voltagem de corrente alternada ao enrolamento primário do
transformador, enquanto se mede a voltagem induzida no enrolamento secundário.
Ao aplicar uma voltagem de corrente alternada no enrolamento primário, ocorre uma
variação do campo magnético no transformador. Isso resulta na indução de uma voltagem no
enrolamento secundário. A polaridade da voltagem induzida é comparada com a polaridade
da voltagem aplicada para determinar a polaridade do transformador. Nisto, temos que a
polaridade dos enrolamento é aditiva, quando as tensões do primeiro e do secundário
somadas, resultando na tensão entre as bobinas, bem como a polaridade é subtrativa caso a
tensão entre as bobinas seja a diferença entre a tensão no primário e no secundário. A seguir
vemos o esquemático da montagem de tal método:

Figura 4: Método da Corrente Alternada.

2. Objetivos

O objetivo deste estudo é investigar e compreender a influência da polaridade em


transformadores monofásicos, visando otimizar a operação e garantir a segurança dos
sistemas elétricos. Para tanto, serão analisados métodos de determinação de polaridade, assim
como a importância da conexão correta dos enrolamentos primário e secundário, a fim de
promover uma distribuição de energia elétrica eficiente e confiável.

3. Atividade experimental

3.1 Materiais utilizados

Para a realização da prática proposta, foram utilizados os seguintes materiais:

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● 3 Voltímetros de bancada analógicos da marca Politerm-Modelo 71;
● 1 Amperímetro de bancada analógico da marca Politerm-Modelo 71;
● 1 Variador de tensão trifásico (varivolt) do tipo ATV-245-T;
● 1 Transformador, GHR trifásicos 1E24;
● Fonte alternada de 220V e 60Hz (rede elétrica);
● Fonte Corrente-Contínua, não-regulada;
● Cabos de conexão “banana-banana”.

3.2 Montagem

Para a montagem da primeira parte do experimento, conectamos uma fonte CC ao


primário do transformador e, em seguida, conectamos um voltímetro analógico (V1CC) em
paralelo ao primário, para observarmos a tensão aplicada ao sistema, e um voltímetro (V2CC)
em paralelo ao secundário do transformador, conectados na proporção 1:1. Vale ressaltar que
a fonte CC não pode ser uma fonte regulada, para que essa não “desarme”, uma vez que, visto
da fonte, o primário do transformador comporta-se como um curto-circuito em
corrente-contínua. Feito o experimento, invertemos os conectores do voltímetro do
secundário, colocando agora o positivo do voltímetro em X2 e o negativo em X1, a fim de ver
a resposta do sistema.

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Figura 5: Montagem do método do golpe indutivo.

Já para a segunda montagem, aplicamos ao sistema uma tensão alternada. Para isso,
utilizamos o varivolt conectado ao primário do transformador, e um voltímetro analógico em
paralelo aos dois (V1). A parte de baixo das bobinas foram curto-circuitadas (H1 e X1 – bornes
da direita), entre as cabeças das mesmas (H2 e X2 – bornes da esquerda), foi conectado um
voltímetro (V2) e, em paralelo ao secundário do transformador foi conectado mais um
voltímetro (V3), também na relação de 1:1. Realizado o experimento, invertemos os
conectores de V3, colocando agora o negativo do voltímetro em X2 e o positivo em X1. Por
fim, voltamos os bornes do secundário para a posição inicial (positivo-X2 e negativo-X1) e
conectamos V3 de forma que o sistema ficasse com uma relação de 2:1.

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Figura 6: Montagem do método da corrente alternada.

3.3 Experimento

Para a primeira parte do experimento, fizemos uso do Método do Golpe Indutivo, o


qual nos permite descobrir a polaridade dos enrolamentos por meio de corrente contínua.
Feita a primeira montagem descrita anteriormente, ajustamos a fonte CC em 2,5 V e ligamos
a mesma, observando o comportamento dos voltímetros, onde o V1CC indicou a tensão
aplicada, enquanto V2CC deu um pulso, com deflexão no mesmo sentido. Já após a inversão
dos conectores do secundário, percebemos uma deflexão no sentido oposto.
Para a segunda parte do experimento, utilizamos o Método da Corrente Alternada
para determinar a polaridade dos enrolamentos. Aplicamos então uma tensão de 120 V no
primário, e medimos ao valores de V1,V2 E V3, os quais podem ser vistos na tabela a seguir:

V1 (V) V2 (V) V3 (V)

110 110 0
Tabela 1: Tensões para a primeira conexão

Anotados os resultados, verificamos os valores apresentados pelos voltímetros após


invertemos os conectores do secundário, os quais também podem ser vistos a seguir:

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V1 (V) V2 (V) V3 (V)

110 110 220


Tabela 2: Tensões para a segunda conexão

Por fim, após conectarmos o sistema de forma que o mesmo ficasse em uma
proporção de 2:1, observamos os seguintes valores:

V1 (V) V2 (V) V3 (V)

220 110 110


Tabela 3: Tensões para a terceira conexão

3.4 Resultados e discussões

Como vimos na primeira parte do experimento, onde utilizamos o método do golpe


indutivo, houve primeiro, em V2CC, uma deflexão de mesmo sentido da V1CC, quando este
estava conectado com o negativo em X2 e o positivo em X1, e uma deflexão de sentido oposto
quando invertemos tais conectores. Portanto, assim como o método nos diz, os enrolamentos
possuem polaridade subtrativa, podendo ter polaridade aditiva, a depender da conexão do
secundário, assim como vemos no primário caso.
Para a segunda parte do experimento, assim como o método da corrente alternada
descreve, observamos os valores mostrados por V1, V2 e V3 e vimos que na primeira conexão,
a tensão mostrada em V3 é resultado da subtração das tensões mostradas em V1 e V2. Bem
como, após invertermos as conexões, V3 resultou na soma de V1 e V2. Por meio disso,
constatamos mais uma vez que os enrolamentos do transformador em questão, possuem
polaridade subtrativa, podendo ser conectado de forma aditiva apenas invertendo os
conectores, assim como no segundo caso mostrado. Por fim, conectado na polaridade
negativa e relação 2:1, vimos que V3 continua apresentando a diferença entre V1 e V2, assim
como esperado.

5. Conclusão

Em suma, a compreensão da polaridade em transformadores monofásicos é de


fundamental importância para o funcionamento eficiente e seguro dos sistemas elétricos. Ao

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garantir que as polaridades das tensões e correntes estejam corretamente alinhadas entre os
enrolamentos primário e secundário, evitamos possíveis falhas e danos nos equipamentos. A
escolha adequada da polaridade, seja aditiva ou subtrativa, e a verificação precisa desta
configuração são etapas cruciais na instalação e manutenção de transformadores
monofásicos. Ao seguir esses princípios, podemos assegurar uma distribuição de energia
elétrica confiável e eficaz, contribuindo para a operação segura e eficiente de sistemas
elétricos em todo o mundo.

6. Referências Bibliográficas

[1] FITZGERALD, A. E. Máquinas Elétricas. 6ª edição. Editora Bookman, 2006.

[2] ADALTON L. DE AGUIAR, JOSÉ R. CAMACHO. Transformadores de Potência, 18


fevereiro de 2014. Disponível em:
https://www.dropbox.com/sh/y0c63qd0xcx4m8t/AADo3ywXtCIB6Fz5pybW0LEta/Apostila
%20de%20Transformadores?dl=0&lst=&preview=Apostila_Trafo_v.pdf. Acesso em: 17 de
out. de 2023.

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