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Universidade Federal de Uberlândia

Faculdade de Engenharia Elétrica


Transformadores

Operação
em
Paralelo
de
Transformadores

Professor: Áureo César de Lima


Data do laboratório: 29/08/2002
Data de entrega: 17/09/2002
Aluno: Gustavo Henrique de Nóbrega
n:1982065-3
1.Objetivo:

Neste laboratório temos como objetivo:


1.1. Observar dois transformadores ligados em paralelo;

2.Introdução Teórica:

Dois transformadores estão ligados em paralelo quando seus primários e secundários são
conectados às mesmas linhas primária e secundária, respectivamente. Nessa situação,
qualquer carga, eventualmente ligada à linha secundaria, comum aos dois transformadores é
alimentada pelos dois transformadores, ou dito de outra maneira, dividida entre os dois
transformadores. A contribuição individual de cada transformador é função de alguns
parâmetros.
Obviamente que a situação ideal é aquela na qual as contribuições sejam proporcionais às
respectivas potências e a potência total requerida pela carga seja exatamente a soma das
potências individuais dos transformadores. Para que isto ocorra, algumas condições têm que
ser atendidas.
A possibilidade da ligação de transformadores em paralelo é vantajosa por uma série de
razões, dentre as quais destacam-se:
►Confiabilidade de fornecimento;
►Facilidade ou mesmo viabilidade de transporte;
►Manutenção sem interrupção;
►Adiamento de investimentos;
►Aumento da potência disponível;
►Operação próxima dos pontos de máximo rendimento;

É fácil constatar que, para que se tenha um bom paralelismo, não deverá haver corrente de
circulação entre os dois transformadores, da mesma forma que não deve haver esta corrente
quando se colocam duas pilhas de CC em paralelo, para alimentar uma mesma carga.
Para transformadores trifásicos, além da mesma relação de transformação e da ligação de
terminais de mesmos índices primário e secundário dos dois transformadores nas mesmas
linhas, os dois transformadores deverão ter também o mesmo defasamento angular.
Portanto, essas condições para o paralelismo são ditas obrigatórias (mesma relação de
transformação; mesmo defasamento angular), pois se não forem atendidas, provocam
corrente de circulação entre os transformadores em paralelo. Entretanto, elas não garantem
uma distribuição ideal de potência conforme citado. Para que isto ocorra, duas outras
condições devem ser atendidas. São elas:
☻Mesmo módulo da impedância percentual;
☻Mesmo ângulo da impedância percentual;

Para que o paralelismo de dois transformadores seja ideal, as contribuições percentuais de


cada transformador devem ser iguais. Como os transformadores têm valores de impedâncias
diferentes por faixa de potência, recomenda-se como regra geral, nunca colocar em paralelo
transformadores que apresentem relação entre as suas potências nominais superior a 3.

3.Preparação:

3.1.Equipamentos:

-Foi utilizado, para a realização deste laboratório, dois (2) transformador trifásico com as
seguintes características:
Potência nominal (Pn): 1,5KVA freqüência (f): 60 Hz
Tensão (AT): 220Volts Ligação: estrela
Tensão (BT): 110Volts Ligação: estrela
-3 amperímetros para correntes alternadas com escalas apropriadas;
-1 voltímetro CA para tensão alternada com escala apropriada;
-2 vatímetros CC de escalas apropriadas;
-1 varivolt trifásico tendo 220V e 60Hz de entrada e tensão variando entre
0V e 240V na saída com 11 A de corrente e 4,5KVA de potência;
-3 reostatos;

3.2.Material:

-cabos de ligação do tipo "banana-banana";

3.3.Segurança:

Primeiramente verificar se a bancada está desligada para que seja feita a montagem da
experiência. Depois de montado, verificar se as ligações foram feitas corretamente. Feito
isso, liga-se à bancada e efetuam-se as leituras de tensão, correntes e potência. Neste estágio
os valores são muito importantes, todo cuidado deve ser tomado durante a leitura.
Nunca se esquecendo de vestir roupas adequadas para as aulas de laboratório, ou seja,
nunca usar chinelos e bermudas, pois os equipamentos são pesados e alguns trabalham com
altas tensões, para que se ocorrer algum acidente inesperado, não cause maiores danos.

4.Experiência Prática:

TESTE DA RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO

Alimenta-se o primário de cada um dos dois transformadores com a tensão primária de


220V e mede-se a tensão secundária tap de 110 volts.
Para o transformador ensaiado a relação de transformação (Kn) foi de 1:2.

DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS

Para determinação dos parâmetros de funcionamento do transformador, faz-se um ensaio


em curto-circuito, de acordo com a figura abaixo.
Esse ensaio nos deu os seguintes resultados:

Vcc1 = 10.3 volts Vcc2 = 8 volts


Pcc1 = 37.0 watts Pcc2 = 48 watts

Os parâmetros são, portanto:

Z1 = Vcc1 / Ifn , Z1% = 4,6%


2
R1 = Pcc1 / Ifn , R1% = 2,47%
X1 =  Z1 - R1 , X1% = 3,98%
2 2

Z2 = Vcc2 / Ifn , Z2% = 3,63%


2
R2 = Pcc2 / Ifn , R2% = 3,2%
X2 =  Z2 - R2 , X2% = 1,72%
2 2

DEFASAMENTO ANGULAR

Para determinar o defasamento angular dos dois transformadores utilizar o método da


comparação de tensões da ABNT. Para isso, pode-se aproveitar a montagem do circuito
acima do ensaio em curto, bastando apenas retirar o curto do secundário, ligar H1 e X1 e
medir as tensões abaixo e compará-las.

Transformador 1: Transformador 2:
VH1-H2 = 101.6 volts VH1-H2 = 98.9 volts
VH2-X2 = 50.7 volts VH2-X2 = 49.5 volts
VH2-X3 = 87.5 volts VH2-X3 = 86.5 volts
VH3-X2 = 86.4 volts VH3-X2 = 88.7 volts

Então de acordo com a tabela (presente na apostila de ensaio de transformadores na página


31) os dois transformadores apresentam defasamento angular igual a 0º.

PARALELISMO

De posse dos dados dos ensaios, conclui-se que já há condições de ligação em paralelo dos
dois transformadores, cuja montagem é descrita abaixo.
Estando os transformadores ligados em paralelo meça a corrente circulante entre os dois
transformadores com os neutros interligados e com os neutros no secundário isolados
Comparando os valores das correntes, observa-se que com os neutros aterrados a corrente
circulante é maior do que com os neutros isolados, devido o fato de que quando os neutros
estão aterrados a corrente circula por um caminho de menor impedância, por terem potencial
comum os pontos neutros dos enrolamentos em .

5. Discussões:

Para que se torne satisfatória a operação dois transformadores em paralelo, eles devem
apresentar corrente circulante próxima a zero e tensão de secundário o mais próxima
possível da nominal. Em uma situação ideal, a corrente circulante entre dois
transformadores seria zero, pois as tensões de secundário seriam iguais anulando assim tal
corrente.

I circ = E21 – E22 = 0


Z 1 + Z2

Quando dois transformadores estão em paralelo a relação abaixo deve ser satisfeita:

Ou seja,

S1% = (S1/S1n).100 = ((V1n.I1)/(V1n.I1n)).100 = (Z1n/Z1).100 =(Z2/Z2n).100 = Z2%


S2% (S2/S2n).100 ((V2n.I2)/(V2n.I2n)).100 (Z2n/Z2).100 (Z1/Z1n).100 Z1%

Sendo assim quanto menor a impedância percentual do transformador mais sobrecarregado


ele fica, tendo então que suprir maior parte da potência necessária na alimentação da carga.
4.Conclusão:

Para que dois transformadores possam ser ligados em paralelo, podemos chegar a algumas
conclusões:
- devem possuir a mesma relação de transformação;
- devem ter o mesmo número de defasamento;
- devem apresentar a mesma impedância percentual;
- e mesma relação entre resistência e reatância equivalentes;
Portanto, antes de se executar a ligação em paralelo dos transformadores, as condições
enumeradas devem ser verificadas através dos testes realizados.

5.Referências Bibliográficas:

Tratado sobre transformadores de potência; José Roberto Camacho;


Laboratório de Ensaios de transformadores; José Roberto Camacho;
Internet;

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