A luz tem uma longa história a respeito de sua natureza corpuscular
ou ondulatória, desde a teoria corpuscular de Newton, até os experimentos de Young, Fresnel, Fermat e outros. Com o advento das Equações de Maxwell, provou-se que a onda era de fato uma onda eletromagnética o que, por alguns anos, deu o assunto por encerrado. Porém, alguns fenômenos observados experimentalmente não podiam ser explicados com as leis do Eletromagnetismo. Era o caso da radiação de corpo negro: um metal, aquecido a temperaturas muito elevadas que passava a emitir radiação em forma de luz. Quando a curva da frequência da radiação emitida era levantada, tal dependência não condizia com o previsto teoricamente. Foi Planck, um matemático, que resolveu o problema assumindo que se a radiação fosse emitida discretamente em forma de pacotes de energia (os quais ele chamou de quanta), a curva teórica finalmente coincidia com a experimental, mesmo admitindo não saber a razão. Outros experimentos, como o espalhamento Compton, e o efeito fotoelétrico, também não podiam ser explicados utilizando as leis do Eletromagnetismo. Foi então que Einstein, brilhantemente, admitiu que Planck estava correto e que sim, a luz possuía um aspecto corpuscular, que se sobressai durante a sua interação com a matéria. Ele não só admitiu que Planck estava correto, como utilizou seu argumento para resolver teoricamente o problema do efeito fotoelétrico, trabalho este responsável por seu prêmio Nobel. O que fato acontece com a luz é sua propagação é indiferente ao tratamento que se faz enquanto onda ou partícula. Mesmo na interação da luz com a matéria num nível macroscópico, a reflexão e a refração pode ser obtida tratando-a como um campo eletromagnético e utilizando condições de contorno na interface entre dois meios, e obter as expressões para coeficientes de reflexão e refração. Mas é quando a luz interage com a matéria num nível microscópico que seu aspecto corpuscular é observado. Assim, a luz tem um comportamento duplo, se revelando de maneira dual como onda e partícula. A relação de Planck diz que um quantum de radiação luminosa (ou fóton) tem energia dada: 𝐸 = ℎ𝑓 Onde ℎ é a constante de Planck (ℎ = 6,63 ∙ 10−34 𝐽 ∙ 𝑠) e 𝑓 é a frequência da radiação. A quantização da energia levou a resolver outras questões, como as linhas espectrais do átomo de hidrogênio, mostrando que energia de um átomo também se apresentava em níveis de energia discretos, fato que levou ao modelo atômico de Bohr. No modelo de Bohr, os elétrons da eletrosfera só podiam absorver energia se esta energia fosse igual à diferença de energia entre dois níveis permitidos. Se excitados por energia eletromagnética, então a diferença de energia deveria ser igual ao do fóton incidente: ∆𝐸 = ℎ𝑓. De forma semelhante, ao ir de um nível mais alto para um mais baixo, emitiria radiação igual à do fóton absorvido. Os elétrons, por sua vez, por estarem em movimento em torno do núcleo, Bohr assumiu que o momento angular orbital os elétrons também deveriam ser quantizados. Em sua expressão: 𝑚𝑣𝑟 = 𝑛ℏ , onde ℏ = ℎ⁄2𝜋 A princípio, a dualidade onda-partícula estava relacionada apenas à luz, mas um trabalho teórico feito por de Broglie deu início a outra revolução, ao assumir que partículas também possuíam características de onda. Os desdobramentos desse trabalho é o assunto deste texto.
Os Postulados de de Broglie: Em sua tese de doutorado, de
Broglie lançou uma ideia simples, porém extremamente importante, que deu início à Mecânica Quântica. Como mencionado, a partir do conceito do quantum de energia para a radiação eletromagnética, ficou claro que as ondas poderiam, em certas ocasiões, se comportar como partícula. Contudo, coube a de Broglie supor o contrário, que partículas sob certas circunstâncias, poderiam apresentar um comportamento ondulatório. Mesmo não havendo na época qualquer indício experimental de tal comportamento, de Broglie supôs sua analogia diante do comportamento dual da luz. Diante do seu argumento, as partículas poderiam sofrer, por exemplo, difração e interferência, se os obstáculos fossem extremamente pequenos, da ordem do comprimento de onda de matéria (chamadas por ele de ondas piloto. O primeiro passo de sua teoria tratava de calcular o comprimento de onda da matéria. Supondo que o comportamento dual da matéria era de natureza quântica, assim como a luz, era natural supor que este comprimento de onda fosse calculado da mesma maneira. Lembrando que ara uma partícula relativística, a sua energia é dada por: 𝐸 2 = 𝑐 2 𝑝2 + (𝑚0 𝑐 2 )2 Para fóton (massa nula), tempos que 𝐸 = 𝑐𝑝, e como a energia também é descrita por 𝐸 = ℎ𝑓, temos que: 𝑐 ℎ𝑓 = 𝑐𝑝 ⟹ ℎ = 𝑐𝑝 𝜆 ℎ 𝜆= 𝑝 Este comprimento de onda era muito pequeno para ser detectado experimentalmente para uma partícula clássica. Por exemplo, ao calcular o comprimento de onda de de Broglie para uma partícula de massa 10−6 𝑔 se movendo a uma velocidade de 10−6 𝑚/𝑠: ℎ ℎ 6,63. 10−34 𝐽. 𝑠 𝜆= = = = 6,63. 10−19 𝑚 𝑝 𝑚𝑣 (10−9 𝑘𝑔)(10−6 𝑚/𝑠) Em virtude de 𝜆 o ser muito menor que qualquer obstáculo possível (cerca de 10 mil vezes menor que o núcleo de um átomo), seu caráter ondulatório é impossível de ser detectado. Porém, para elétrons, é uma realidade bastante possível. Imaginemos um elétron livre (carga 𝑒), acelerado por uma diferença de potencial 𝑉 = 13,6 𝑉 (𝐸 = 13,6 𝑒𝑉). Sua energia pode ser descrita como: 𝑝2 𝐸= = 𝑒𝑉 ⟹ 𝑝 = √2𝑚𝑒𝑉 2𝑚 ℎ ℎ 6,63 ∙ 10−34 𝐽 ∙ 𝑠 𝜆= = = ≈ 3,31 ∙ 10−10 𝑚 𝑝 √2𝑚𝑒𝑉 √(2 ∙ 9,1 ∙ 10−31 𝑘𝑔)(1,6 ∙ 10−19 𝐶 ∙ 13,6𝑉)
Um valor aproximadamente igual ao da primeira órbita de Bohr, ou
seja, aproximadamente do tamanho de um átomo. Ou seja, se fizermos um feixe de elétrons, nesta voltagem, atravessar um cristal (onde as posições são bem definidas), o espaçamento entre dois átomos vizinhos funcionaria aproximadamente como uma fenda.
Verificação Experimental de Davisson e Germer: A descoberta
desses dois cientistas (e também de G.P. Thomson, filho de J.J. Thomson do modelo atômico) se deu totalmente ao acaso, quando estudavam o espalhamento de elétrons num alvo de níquel. Ao aquecer o alvo para remover uma camada de oxidação, perceberam que o padrão dos elétrons espalhados apresentava uma configuração de máximos e mínimos dependente do ângulo 𝜃. Eles então descobriram que o alvo tinha acidentalmente cristalizado e que estavam diante da difração de elétrons. Eles então produziram um cristal de níquel e incidiram o feixe no cristal novamente, e observaram o mesmo padrão. Na difração de ondas, como por exemplo a luz de comprimento de onda 𝜆, a distância entre mínimos consecutivos está ligada a abertura da fenda 𝑑 (no experimento de fenda simples) através da expressão: 𝑛𝜆 = 𝑑 ∙ sen 𝜃 Assim, conhecendo a distância dos átomos de níquel no cristal, e medindo os ângulos relacionados aos mínimos, chegaram ao valor de 𝜆 ≈ 1,65 ∙ 10−10 𝑚. No experimento original, Davisson e Germer usaram um feixe com energia aproximada de 54 𝑒𝑉. De forma que: ℎ ℎ 6,63 ∙ 10−34 𝐽 ∙ 𝑠 𝜆= = = ≈ 1,67 ∙ 10−10 𝑚 𝑝 √2𝑚𝑒𝑉 √(2 ∙ 9,1 ∙ 10−31 𝑘𝑔)(1,6 ∙ 10−19 𝐶 ∙ 54𝑉)
Concordando muito fortemente com os valores experimentais. Esse
experimento foi repetido diversas vezes, mudando a intensidade, o alvo, e até mesmo outras partículas subatômicas (prótons e nêutrons), e em todas as vezes, o comprimento de onda de de Broglie foi verificado com precisão, validando sua teoria. Outra consequência da relação de Broglie está relacionada à quantização do momento angular. Segundo o postulado de Bohr, 𝑚𝑣𝑟 = 𝑛ℏ. Como 𝑝 = 𝑚𝑣, temos que: ℎ ℎ 𝑟𝑝 = 𝑛ℏ ⟹ 𝑟=𝑛 𝜆 2𝜋 𝑛𝜆 = 2𝜋𝑟 A expressão anterior é equivalente à condição de uma onda estacionária e 2𝜋𝑟 era a circunferência da órbita circular de Bohr. A quantização das órbitas de Bohr, que levava aos níveis de energia, estava ligada à existência de um número inteiro de ondas estacionárias dos elétrons em torno do núcleo, que ao vibrar em frequências discretas, geravam as energias vistas nos espectros de emissão e absorção de luz.
Dualidade Onda-Partícula: Imaginar que elétrons e outras
partículas apresentassem comportamento ondulatório era um tanto contra-intuitivo, porém, essa estranheza surge do nosso entendimento clássico do que são ondas e partículas. Neste caso, tanto a luz quanto os elétrons e suas ondas são diferentes do clássico. Uma partícula clássica, como uma bola de tênis, é localizada no tempo e no espaço com precisão (especificando sua posição e velocidade), e troca energia com a matéria aos pacotes, por meio de colisões. Uma onda clássica, no entanto, transporta energia de forma contínua ao interagir com a matéria, uma vez que sua energia está continuamente distribuída no tempo e no espaço. Quando estudamos a luz, vemos que as ondas associadas não são ondas clássicas, pois trocam energia aos pacotes, como uma partícula clássica. Além disso, após de Broglie, elétrons e partículas subatômicas não podem ser consideradas partículas clássicas, pois mesmo trocando energia aos pacotes, não podem ser localizadas no tempo e no espaço com precisão, pois não é possível determinar com precisão sua posição e velocidade simultaneamente, como veremos a seguir. O fato de ondas possuírem propriedades corpusculares e partículas terem propriedades ondulatórias é chamado de dualidade onda-partícula.
Princípio da Incerteza: Vamos discutir uma consequência de
extrema importância dos postulados de de Broglie: o princípio da incerteza de Heisenberg. Quando descrevemos o movimento de uma partícula clássica, conseguimos determinar (considerando a precisão do aparato) a velocidade e posição da partícula em qualquer instante. Por exemplo, se iluminarmos a partícula enquanto ela se move, o padrão da luz espalhada nos ajuda a determinar estas duas quantidades. Obviamente, como vimos, a luz transfere momento para a partícula, mas ele é tão pequeno em relação ao momento medido que podemos considerar o momento da luz como uma perturbação desprezível. Ao determinar a posição e momento de um elétron na órbita que este faz em torno do núcleo, por exemplo, a situação é diferente. A precisão da medida significa utilizar comprimentos de onda de radiação muito pequenos (como raios-X). Como 𝑝 = ℎ⁄𝜆, essa radiação possui um momento linear bastante elevado, que se transfere ao elétron mudando a sua velocidade (às vezes até mesmo fazendo com que transitem para orbitais mais elevados). Para diminuir este efeito, obviamente, teríamos que reduzir 𝜆, ao custo de diminuir substancialmente a precisão na medida da posição da partícula. Heisenberg formulou uma teoria utilizando matrizes para classificar as quantidades observáveis e dela extraiu que: é impossível determinar com precisão e de maneira simultânea, a posição e o momento de uma partícula, de forma que, para um movimento unidimensional na direção 𝑥, a incerteza nas medidas da posição (∆𝑥) e do momento linear (∆𝑝𝑥 ) são inversamente proporcionais: ℏ ∆𝑥 ∙ ∆𝑝𝑥 ≥ 2 É possível ilustrar o princípio da incerteza utilizando como exemplo um experimento de fenda simples que difrata um feixe de elétrons, todos com mesma energia (e, portanto, 𝜆 = ℎ⁄𝑝). Esta configuração equivale a de uma onda plana. A onda é difratada pela fenda (𝑎) e, num anteparo distante, surgem o padrão de máximos e mínimos (interpretado como uma incerteza completa na determinação da posição do elétron). O primeiro mínimo de difração (defletido de 𝜃) é representado por sin 𝜃 = 𝜆⁄𝑎 . Classicamente, é esperado que a posição do elétron (se ele for uma partícula clássica) que ele se encontre numa região determinada pela abertura da fenda, ou seja, que ∆𝑦 = 𝑎. Obviamente, pela difração, o pico central é mais largo que a abertura da fenda. Isso pode ser interpretado como uma deflexão na velocidade do elétron, ou seja, gerando uma imprecisão do seu momento na direção 𝑦 (paralela ao anteparo). Assim: ∆𝑝𝑦 = 𝑝 ∙ sin 𝜃
De forma que o produto destas incertezas é:
𝜆 ℎ ∆𝑦 ∙ ∆𝑝𝑦 = 𝑎 ∙ 𝑝 ∙ sin 𝜃 = ∙ ∙ sin 𝜃 sin 𝜃 𝜆 ∆𝑦 ∙ ∆𝑝𝑦 = ℎ
Ou seja, como ℎ é uma constante, aumentar a precisão na medida
da posição (diminuir ∆𝑦) tem como consequência diminuir a precisão na medida do momento (aumenta ∆𝑝𝑦 ), e tal consequência decorre apenas quando consideramos que o elétron se comporta como uma onda, pelo princípio de de Broglie. Percebemos então que, no mundo subatômico, as leis da Mecânica Clássica não são mais suficientes para descrever os movimentos das partículas, sendo então necessário outro formalismo. Todas as evidências observadas experimentalmente, desde o efeito fotoelétrico até os postulados de de Broglie culminaram na aceitação da dualidade onda-partícula, que alimentaram os esforços de Heisenberg e Schrödinger em estabelecer um conjunto de relações que descrevessem o movimento destas partículas (ou ondas), assim como as Leis de Newton levam às equações de movimento na Mecânica Clássica.
A versão de Schrödinger para a Mecânica Quântica: Outra
teoria para prever o movimento de uma partícula foi desenvolvida por Schrödinger. Seu formalismo, que culminava na famosa equação de Schrödinger, descreve a função de onda de probabilidade de encontrar uma partícula numa certa posição e tempo. Curiosamente, o formalismo de Schrödinger leva aos mesmos resultados do formalismo matricial de Heisenberg, inclusive culminando no mesmo princípio da incerteza, tornando-os totalmente equivalentes. A demonstração que leva a equação de Schrödinger foge dos objetivos atuais, mas podemos anuncia-la e mostrar que estão em perfeito acordo com as relações de de Broglie, estados estacionários, e etc. Por estarmos lidando com ondas ligadas a partículas, precisamos de uma função de onda da qual possamos extrair as propriedades mensuráveis de uma partícula (posição, momento, energia, etc.). Schrödinger utilizou funções de onda de probabilidade como sendo funções quadrado-integráveis do espaço de Hilbert, representadas por Ψ(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) = 𝜓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝜙(𝑡). A lógica é a mesma da difração, em que a intensidade da luz num ponto, proporcional a 𝐸 2 (𝑥, 𝑦, 𝑧), é uma medida da probabilidade de um fóton atingir aquele ponto. Assim, |Ψ(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡)|2 é a densidade de probabilidade uma partícula ter coordenadas (𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡). Esta função deve ter algumas propriedades, como a normalização: ∞ ∫ |𝜓(𝑥, 𝑦, 𝑧)|2 𝑑𝑉 = 1 −∞
Isto por que a probabilidade de encontrar a partícula em qualquer
ponto do espaço deve ser igual a 1. Outra propriedade são os estados estacionários. Da forma como está escrita, a probabilidade de encontrar uma partícula num ponto (𝑥, 𝑦, 𝑧) varia no tempo. Porém, existe um conjunto de funções que são chamados de estados estacionários, onde a a probabilidade de encontrar uma partícula num ponto (𝑥, 𝑦, 𝑧) não varia no tempo. Eles podem ser escritos como: Ψ(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) = 𝜓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑒 −𝑖𝐸𝑡/ℏ Desta forma, a densidade de probabilidade é: 2 |Ψ(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡)|2 = |𝜓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑒 −𝑖𝐸𝑡/ℏ | = 𝜓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑒 −𝑖𝐸𝑡/ℏ ∙ 𝜓 ∗ (𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑒 𝑖𝐸𝑡/ℏ |Ψ(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡)|2 = |𝜓(𝑥, 𝑦, 𝑧)|2 Onde 𝜓∗ (𝑥, 𝑦, 𝑧) é o complexo conjugado da função 𝜓. Esses estados têm energia fixa (constante), como veremos mais adiante. O que é importante saber é que, embora os estados estacionários pareçam casos especiais, podemos combinar suas funções de onda para encontrar qualquer estado possível, ou seja, elas formam uma base, da mesma forma que as ondas estacionárias numa corda podem ser combinadas para descrever qualquer função periódica. Assim, estados estacionários são de extrema importância na Mecânica Quântica. Estamos agora habilitados para estudar a equação de Schrödinger. Tomemos uma partícula, com função de onda Ψ(𝑥, 𝑡), se movendo apenas em uma dimensão. Digamos que, nesse espaço, ela esteja sujeita a um potencial 𝑈(𝑥) ligado a uma força conservativa. A equação de Schrödinger relaciona estas quantidades de tal forma que: ℏ2 𝜕 2 𝜕 − Ψ(𝑥, 𝑡) + 𝑈(𝑥)Ψ(𝑥, 𝑡) = 𝑖ℏ Ψ(𝑥, 𝑡) 2𝑚 𝜕𝑥 2 𝜕𝑡 Percebemos que, para estados estacionários: 𝜕 𝜕 𝑖ℏ Ψ(𝑥, 𝑡) = 𝑖ℏ (𝑒 −𝑖𝐸𝑡/ℏ ) = 𝐸𝜓𝑒 −𝑖𝐸𝑡/ℏ 𝜕𝑡 𝜕𝑡 Assim: ℏ2 𝜕 2 𝜓 − + 𝑈𝜓 = 𝐸𝜓 2𝑚 𝜕𝑥 2 Onde o próximo passo envolve encontrar a parte espacial da função de onda. Para isto, precisamos especificar 𝑈(𝑥), que obviamente será diferente para cada problema. Por exemplo, para uma partícula livre (𝑈(𝑥) = 0), temos: ℏ2 𝜕 2 𝜓 − = 𝐸𝜓 2𝑚 𝜕𝑥 2 Neste caso, uma possível solução é 𝜓(𝑥) = 𝐴𝑒 𝑖𝑘𝑥 , e assim: ℏ2 𝜕 2 − 𝐴𝑒 𝑖𝑘𝑥 = 𝐸𝐴𝑒 𝑖𝑘𝑥 2𝑚 𝜕𝑥 2 ℏ2 𝑘 2 𝑖𝑘𝑥 𝐴𝑒 = 𝐸𝐴𝑒 𝑖𝑘𝑥 2𝑚 ℏ2 𝑘 2 (ℎ⁄2𝜋 ∙ 2𝜋⁄𝜆) (ℎ⁄𝜆)2 2 𝑝2 𝐸= = = = 2𝑚 2𝑚 2𝑚 2𝑚
Que nada mais é que a energia de uma partícula livre quando se
admite a relação de de Broglie. Ao desenvolver sua teoria, Schrödinger aplicou-a para descrever uma série de problemas já conhecidos, como obter os níveis de energia de um átomo de Hidrogênio e um oscilador harmônico. Os resultados era extremamente próximos dos níveis de energia obtidos por Bohr, e quase que os mesmos níveis de energia de um oscilador harmônico admitidos por Planck e Einstein para explicar a radiação de corpo negro. Assim, a equação de Schrödinger tem diversas comprovações experimentais e aplicações, tornando a Mecânica Quântica um campo de pesquisa extremamente ativo até os dias atuais.