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FÍSICA

MODERNA I
Prof.: Paulo Victor
Email: paulo.victor@ifce.edu.br

TEMA 2: QUANTIZAÇÃO DA ELETRICIDADE, LUZ E


ENERGIA
2

Objetivos

◦ As tentativas de estimar a razão carga-massa (𝑞/𝑚).


◦ Descrever o experimento de J.J. Thomson para medição da razão carga-massa.
◦ Descrever o experimento de Millikan para medição da carga 𝒆 do elétron.
◦ Conhecer a lei de Stefan-Boltzmann e entender a distribuição espectral da
radiação de corpo negro.
◦ Saber o que significa “catástrofe do ultravioleta”.
◦ Conhecer as premissas adotadas por Plank para correção da distribuição
espectral da radiação de corpo negro.
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Objetivos

◦ Conhecer o efeito fotoelétrico e ser hábil para discutir sobre quais


características estão de acordo e quais não estão com as predições da física
clássica.
◦ Conhecer a equação de Einstein para o efeito fotoelétrico.
◦ Entender como o conceito de fóton explica o efeito fotoelétrico, a regra de
Duane-Hunt para o comprimento de onda de corte de raios-x e o efeito Compton
de espalhamento de raios-x.
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”

◦ Tudo começa com Michael Faraday na metade dos


anos 1800.
◦ Faraday realizou experimentos onde aplicava uma
corrente elétrica através de soluções fracamente
condutoras.
◦ Em um desses experimentos utilizou eletrodos de
zinco e platina imersos em uma solução fraca de
ácido sulfúrico.
◦ Nesse experimento ele mediu a perda de massa do
eletrodo de zinco.
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”


◦ Faraday observou, coletou e mediu também a
quantidade de hidrogênio e oxigênio liberados
durante o processo da forma de gás.
◦ Ao repetir os ensaios várias vezes ele encontrou que
a razão de água comparada ao zinco oxidado era
sempre de 1:3,59.
◦ De acordo com a lei de Faraday da eletrólise “a
mesma quantidade de eletricidade, F = 96485,33 C,
definida como constante de Faraday, decompõe
sempre 1g de massa iônica* para íons
monovalentes”.

*1g de massa iônica é igual ao número de Avogadro de íons (6,02. 1023 íons).
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”

◦ Por exemplo:
Em uma solução de NaCl, 96485,33 C
decompõe 23g de Na e 35,5g de Cl.
◦ Para íons bivalentes, tal como Cu, é
necessário 2F para decompor 1g de massa
iônica.
◦ É razoável assumir que cada íon
monovalente contém a mesma carga "𝑒" e
que:
𝐹 = 𝑁𝐴 . 𝑒
onde 𝑁𝐴 é o número de Avogadro e “𝑒” a carga
de um íon monovalente.
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”

◦ Desta forma, Faraday poderia


determinar 𝑁𝐴 ou “𝑒” se um deles fosse
conhecido.
◦ Mesmo ciente disso, Faraday não podia
determinar nenhuma das quantidades.
◦ Usando estimativas do número de
Avogadro na lei de Faraday da eletrólise,
encontraremos um valor da ordem de
10−19 𝐶 para a carga “𝑒”.
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”

◦ Em 1874, George J. Stoney, estimou “𝑒” como sendo da ordem de


10−20 𝐶.
◦ Em 1880, Helmholtz apontou ser impossível obter uma
subunidade dessa carga.
◦ Em 1896, P. Zeeman encontrou a primeira evidência para a
existência de partículas atômicas.
◦ Em 1897, John Sealy Townsend, aluno de Joseph John Thomson,
foi o primeiro a medir essa menor unidade de carga. Ele usou
um aparato que foi o percursor do famoso experimento de John Sealy Townsend
Millikan da gota de óleo.

*Não Confundir Charles Thomson Rees Wilson com J.J. Thomson do experimento do tubo de raios catódicos, o
qual falaremos a diante..
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”

◦ O experimento de Zeeman consistia em observar a luz emitida


por átomos colocados em um campo magnético forte.
◦ Ao observar a luz emitida pelos átomos, usando um
espectroscópio, Zeeman percebeu que essa luz apresentava-se
como um conjunto de linhas discretas o qual nós chamamos de
linhas espectrais.
◦ De acordo com a teoria eletromagnética clássica, uma carga
oscilando em movimento harmônico emitirá radiação
eletromagnética na frequência da oscilação. Pieter Zeeman

◦ Quando a carga é colocada sob influência de um campo


magnético externo surgirá uma força adicional.
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”

◦ Em uma primeira aproximação, esta força deverá


mudar a frequência de oscilação desta carga.
◦ A frequência deverá aumentar levemente, diminuir
levemente ou nenhuma mudança ocorrerá,
dependendo da orientação do eixo de oscilação
relativo ao campo magnético.
◦ De acordo com a teoria clássica, se uma linha
espectral de um átomo surge devido a oscilação de
uma partícula carregada, aquela linha deverá se
dividir em três linhas quando o átomo for colocado Efeito Zeeman
sob influência de um campo magnético externo. Esse
efeito é conhecido como Efeito Zeeman.
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Estimativas iniciais de “𝑒” e “𝑒/𝑚”

◦ A magnitude da separação depende da razão


carga-massa (𝑞/𝑚) da partícula oscilante.
◦ Zeeman mediu essa separação e obteve um valor
de 1,6. 10−11 𝐶/𝑘𝑔 para a razão carga-massa da
partícula.
◦ O valor dessa razão para o elétron ( 𝑒/𝑚 )
atualmente é 1,76. 10−11 𝐶/𝑘𝑔.
◦ Zeeman concluiu também, a partir da polarização
das linhas espectrais, que as partículas oscilantes Efeito Zeeman
estavam carregadas negativamente
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O experimento de Thomson

◦ A medida direta da razão carga-massa (𝑒/𝑚) do elétron foi feita


por Joseph John Thomson em 1897 e pode ser considerada o
começo do nosso entendimento da estrutura atômica.
◦ O experimento clássico de Thomson evoluiu do estudo de
descargas elétricas em gases*.
◦ Para realizar este experimento, Thomson utilizou o que
chamamos de tubo de raios catódicos.
◦ Vamos explicar o que é um tubo de raios catódicos no slide a
J. J Thomson
seguir.

*Muitos estudos desse fenômeno foram realizados no final do século XIX e aumentou devido à descoberta dos raios-x, os quais ionizam gases,
permitindo o controle da condutividade destes. Clique AQUI para ver um experimento!
13

O experimento de Thomson

◦ O tubo de raios catódicos foi inventado no século XIX.


◦ Consiste de um tubo de vidro o qual é feito vácuo e
contém dois eletrodos em que se aplica uma tensão da
ordem de alguns milhares de volts.
◦ Ao aplicar essa tensão entre os eletrodos (um deles em Tubo de raios catódicos

anel) surge um feixe luminoso que atinge a parte frontal


do tubo.
◦ Ao aproximarmos um imã desse feixe ocorre um desvio
do feixe como vemos na animação.
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O experimento de Thomson

◦ Acreditava-se que esse feixe luminoso era composto de


partículas carregadas.
◦ Se isso fosse verdade, um campo elétrico também
deveria desviar o feixe.
◦ Para mostrar isso, Thomson resolveu aplicar um campo Tubo de raios catódicos

elétrico e mostrou que esse feixe também sofria desvio.


◦ Thomson sugeriu que essas partículas deveriam estar
presentes em toda a matéria.
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O experimento de Thomson

◦ Os raios do cátodo C passam através de uma


abertura em A o qual é um tubo metálico conectado
a um fio aterrado.
◦ Depois passam através de uma segunda abertura em
outro tubo metálico B também conectado à terra.
◦ Após isso, os raios viajam em direção a duas placas
paralelas (D e E) com cerca de 5cm de comprimento
por 2cm de largura, separadas por 1,5cm.
◦ Depois disso o raio atinge a parte frontal do tubo, Tubo de raios catódicos
produzindo uma linha bem definida na tela
fosforescente.
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O experimento de Thomson

◦ Um campo magnético de magnitude 𝐵 foi


colocado perpendicularmente ao caminho
original e ao campo elétrico 𝐸 produzido entre as
placas D e E de tal forma que anulasse a deflexão.
◦ A partir da segunda lei de Newton, podemos
escrever:
𝑞𝑣𝐵 − 𝑞𝐸 = 0 (1)
◦ Isolando 𝑣, temos:
Tubo de raios catódicos
𝐸
𝑣= 𝐵
(2)
17

O experimento de Thomson

◦ Ele então retirou o campo magnético e mediu a


deflexão das partículas na tela.
◦ Para calcularmos essa deflexão, vamos dividir
em duas partes:
❑(I) quando a partícula se encontra entre as placas
D e E;
❑(II) quando a partícula sai da região entre as
placas.

o Vamos supor que as partículas chegam na


Tubo de raios catódicos
região entre as placas com velocidade 𝑣𝑥 (ou
seja, não tem componentes ao longo de 𝑦).
18

O experimento de Thomson

◦ (I) Quando as partículas se encontram entre as


placas a força devido ao campo elétrico 𝐸 acelera
as mesmas na direção 𝑦 , causando um
deslocamento 𝑦1 dado por:
1
𝑦1 = 𝑎𝑡1 2 (3)
2

◦ Como na direção 𝑥 não há aceleração, o


movimento é uniforme ao longo dessa direção e
portanto 𝑡1 é dado por:
Tubo de raios catódicos
𝑥1
𝑡1 = (4)
𝑣𝑥
19

O experimento de Thomson

◦ Logo, substituindo (4) em (3), temos:

1 𝑥1 2
𝑦1 = 𝑎 𝑣 (5)
2 𝑥

◦ A aceleração 𝑎 vem da segunda Lei de Newton:


𝑒𝐸
𝑎= (6)
𝑚

Logo,

1 𝑒𝐸 𝑥1 2 1 𝑒𝐸 𝑥1 2
𝑦1 = = (7) Tubo de raios catódicos
2 𝑚 𝑣𝑥 2 𝑚 𝑣𝑥 2

Vamos guardar esse resultado.


20

O experimento de Thomson

◦ (II) Depois que as partículas deixam a região


entre as placas, elas sofrem um deflexão 𝑦2 .
Observe que nesse segundo trecho a trajetória é
em linha reta!
◦ Podemos escrever 𝑦2 como:

𝑦2 = 𝑣𝑦 𝑡2 (8)

onde 𝑣𝑦 é a velocidade final na direção 𝑦 alcançada


no intervalo de 0 a 𝑡1 . Logo: Tubo de raios catódicos
𝑒𝐸
𝑣𝑦 = 𝑎𝑡1 = 𝑡 (9)
𝑚 1
21

O experimento de Thomson

◦ Substituindo (9) em (8), temos:


𝑒𝐸
𝑦2 = 𝑡 𝑡 (10)
𝑚 1 2

◦ Podemos escrever 𝑡1 e 𝑡2 em termos dos


deslocamentos 𝑥1 e 𝑥2 . Logo:
𝑥
𝑡1 = 𝑣1 (11)
𝑥

𝑥 Tubo de raios catódicos


𝑡2 = 𝑣2 (12)
𝑥

◦ Substituindo (11) e (12) em (10), temos:


𝑒𝐸 𝑥1 𝑥2
𝑦2 = (13)
𝑚 𝑣𝑥 2
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O experimento de Thomson

◦ A deflexão total é dada por:


∆𝑦 = 𝑦1 + 𝑦2 (14)
◦ Logo, substituindo (5) e (11), temos:

1 𝑒𝐸 𝑥1 2 𝑒𝐸 𝑥1 𝑥2
∆𝑦 = + (15)
2 𝑚 𝑣𝑥 2 𝑚 𝑣𝑥 2

𝑒𝐸 1
∆𝑦 = 𝑚𝑣 2 2 𝑥1
2
+ 𝑥1 𝑥2 (16)
𝑥
Tubo de raios catódicos
◦ Isolando 𝑒Τ𝑚, chegamos a:

𝑒 1 ∆𝑦 A acurácia desse método era baixa! O valor atual para a


2
= 𝑣𝑥 (17) razão carga massa é de 1,76. 1011 𝐶/𝑘𝑔. Thompson obteve
𝑚 𝐸 1𝑥1 2 +𝑥1 𝑥2 um valor médio de 0,7. 1011 𝐶/𝑘𝑔 . Apesar disso, esse
2 experimento tinha a vantagem de reprodutibilidade.
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Quantização da carga elétrica


◦ Após realizar a medida de 𝑒/𝑚, J.J. Thomson iniciou uma série
de medidas para determinar a carga elétrica “𝑒”.
Eletrômetro
◦ Esses experimentos foram executados por J. S. Townsend (seu
aluno).
Tubo de
◦ Townsend usou eletrólise para produzir íons gasosos, os quais secagem

formavam uma nuvem quando borbulhados em água.


◦ Ele mediu a massa (M) da nuvem ao passar através de tubos de
secagem e determinou o aumento de peso desses tubos.
◦ Mediu também a carga total (Q) da nuvem utilizando um
eletrômetro e determinou o raio médio (𝑎) das gotas de água na
Anôdo Catôdo
nuvem por observar a razão de queda da nuvem devido a
gravidade. Experimento de Townsend
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Quantização da carga elétrica


◦ Para medir a razão de queda da nuvem ele usou
a segunda lei de Newton para uma única gota
caindo em um meio viscoso:
𝑑𝑣
σ 𝐹 = 𝑚 = 𝐹𝑔 − 𝐹𝑑 = 𝑚𝑔 − 𝑏𝑣
𝑑𝑡
(18)

onde 𝑚 é a massa da gota e 𝑏 é o coeficiente de


arrasto.
◦ A gota alcança rapidamente a velocidade
𝑑𝑣
terminal, a qual é encontrada fazendo-se =0
𝑑𝑡
na equação (18).
𝑚𝑔 Experimento de Stokes
𝑣𝑡 = 𝑏
(19)
25

Quantização da carga elétrica

◦ O coeficiente 𝑏 depende do raio da gota (𝑎) e


da viscosidade do fluido (𝜂) o qual a gota se
encontra (Lei de Stokes).
𝑏 = 6𝜋𝜂𝑎 (20)
◦ Escrevendo a massa da gota em termos da
sua densidade 𝜌, temos:
4
𝑚 = 3 𝜋𝑎3 𝜌 (21)

◦ Substituindo (20) e (21) em (19) encontramos,


Experimento de Stokes
1 𝜂 𝑣𝑡
𝑎=3 (22)
2 𝑔𝜌
26

Quantização da carga elétrica


◦ Usando essa expressão para determinar o tamanho médio das
gotas da nuvem e usando a massa total, Townsend calculou o
número total de gotas na nuvem (N).
◦ Dividindo o número total de gotas (N) pela carga total (Q) e
assumindo que cada íon formou uma gota, ele estimou a carga
média em cada íon em torno de 1,03. 10−19 𝐶.
◦ Esse valor é da ordem daquele obtido usando a lei de Faraday da
eletrólise (10−19 𝐶).
◦ Variações dessa técnica foram realizadas por J.J. Thomson e H.
A. Wilson.
◦ Wilson produziu nuvens entre placas de um capacitor e
observou sua queda devido a gravidade. Depois ele combinou a
gravidade com um campo elétrico produzido entre essas placas
e anotou o resultado de 11 testes. Resultados de Wilson
27

Experimento de Millikan

◦ Embora o método de Thomsom-Wilson ser


reprodutível ele não apresentava uma boa
acurácia por dois motivos:
I. a razão de evaporação das gotas era incerta;
II. a suposição de que cada gota continha uma única carga.

◦ R. M. Millikan, em 1909, tentou eliminar o


problema da evaporação usando um campo
elétrico forte mas depois ele teve uma ideia bem
melhor: usar gotas de óleo pulverizadas entre as
R. M. Millikan
placas do capacitor (o qual o meio era ar seco).
28

Experimento de Millikan
◦ Durante esse experimento ele notou que gotas em equilíbrio de repente se moviam para cima
ou para baixo, o que possivelmente seria causado pela captação de cargas positivas ou
negativas.
◦ Isso acontecia pelo fato de que essas gotas já se carregavam durante o processo de
pulverização e durante o curso da observação elas perdiam cargas ou ganhavam.
◦ Ele notou também que ao alternar o campo elétrico essas gotas mudavam o sentido do seu
movimento.
◦ Assumindo apenas que a velocidade terminal da gota era proporcional à força atuante sobre
ela, Millikan obteve evidências conclusivas que as cargas sempre ocorrem em múltiplos
inteiros de uma unidade fundamental “𝑒”.
◦ Vamos examinar esse experimento em detalhes!

Clique AQUI para ver o experimento na prática.


29

Experimento de Millikan
◦ Quando o campo elétrico está
ligado, temos:
𝑑𝑣
𝑞𝑛 𝐸 − 𝑚𝑔 − 𝑏𝑣 = 𝑚 (23)
𝑑𝑡

◦ Desse modo, a velocidade terminal


para cima (subida), na presença do
campo elétrico é:
𝑞𝑛 𝐸−𝑚𝑔
𝑣𝑠 = (24)
𝑏

◦ Quando a velocidade terminal é


alcançada as gotas viajam para
cima ou para baixo com velocidade
constante. Experimento de Millikan
30

Experimento de Millikan

◦ Nesse experimento a velocidade terminal é alcançada quase que imediatamente.


◦ Quando o campo elétrico é retirado, “𝑏” é dado em termos da velocidade terminal
(de descida)
𝑚𝑔
𝑏= (25)
𝑣𝑑

◦ Usando as equações (24) e (25) e isolando 𝑞𝑛 , temos:


𝑚𝑔 (𝑣𝑑 +𝑣𝑠 )
𝑞𝑛 = (26)
𝐸 𝑣𝑑
31

Experimento de Millikan

◦ Note que para medirmos as velocidades 𝑣𝑑 e 𝑣𝑠 precisamos medir distância e


tempo.
◦ Logo, vamos estabelecer uma distância 𝐿 em ambas as medições (com e sem
campo elétrico).
◦ Os tempos medidos em ambos os casos serão chamados 𝑇𝑑 e 𝑇𝑠 .
◦ Logo, substituindo isso na equação (26), temos:

𝐿 𝐿
+
𝑚𝑔 𝑇𝑑 𝑇𝑠
𝑞𝑛 =
𝐸 𝐿
𝑇𝑑
32

Experimento de Millikan
◦ Isso nos dá:
𝑚𝑔 1 1
𝑞𝑛 = + 𝑇 𝑇𝑑 (27)
𝐸 𝑇𝑑 𝑠

◦ Se uma carga adicional é capturada/perdida pela bolha, a velocidade


terminal muda na presença do campo elétrico.
◦ Essa nova velocidade terminal é dada, em termos de uma nova carga 𝑞′𝑛 , por:
𝑞′𝑛 𝐸−𝑚𝑔
𝑣′𝑠 = (28)
𝑏
◦ Isolando 𝑞 ′ 𝑛 , temos:
𝑣′𝑠 𝑏+𝑚𝑔
𝑞′𝑛 = (29)
𝐸
33

Experimento de Millikan

◦ Substituindo “𝑏” pela equação (25) na equação (29), temos:


𝑚𝑔
𝑣′𝑠 +𝑚𝑔
′ 𝑣𝑑
𝑞 𝑛 = 𝐸

◦ Logo:
𝑣 ′𝑠
𝑣𝑑 + 1
𝑞′𝑛 = 𝑚𝑔
𝐸
◦ O que nos dá:

𝑚𝑔 𝑣 ′ 𝑠 +𝑣𝑑
𝑞′ 𝑛
= (30)
𝐸 𝑣𝑑
34

Experimento de Millikan

◦ Subtraindo (30) de (26), temos:

′ 𝑚𝑔 𝑣 ′ 𝑠 +𝑣𝑑 𝑚𝑔 (𝑣𝑑 +𝑣𝑠 )


𝑞 𝑛 − 𝑞𝑛 = −
𝐸 𝑣𝑑 𝐸 𝑣𝑑

◦ O que nos dá:

𝑚𝑔 𝑣 ′ 𝑠 −𝑣𝑠
𝑞′ 𝑛
− 𝑞𝑛 = (31)
𝐸 𝑣𝑑

◦ Note que para medirmos as velocidades 𝑣𝑑 , 𝑣𝑠 e 𝑣′𝑠 precisamos medir


distância e tempo.
◦ Novamente vamos estabelecer uma distância 𝐿 em todas as medições (com e
sem campo elétrico).
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Experimento de Millikan

◦ Os tempos medidos em ambos os casos serão chamados 𝑇𝑑 , 𝑇𝑠 e 𝑇′𝑠 .


◦ Assim, a quantidade total de carga perdida/ganha é dada por:
𝑚𝑔 1 1
𝑞 ′ 𝑛 − 𝑞𝑛 = 𝑇
𝐸 𝑑 𝑇′𝑠
−𝑇 (32)
𝑠

◦ Se nós pegarmos a equação (27) e escrevermos 𝑞𝑛 = 𝑛𝑒, temos:

1 1 1 𝐸𝑒
+ = (33)
𝑛 𝑇𝑑 𝑇𝑠 𝑚𝑔𝑇𝑑

◦ Se fizermos 𝑞′𝑛 = 𝑛′ 𝑒 na equação (32), temos:

1 1 1 𝐸𝑒
− = (34)
𝑛′ 𝑇′𝑠 𝑇𝑠 𝑚𝑔𝑇𝑑
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Experimento de Millikan
𝐸𝑒
◦ As equações (33) e (34) tem o mesmo valor constante do lado direito 𝑚𝑔𝑇 *.
𝑑

◦ Perceba que 𝑇𝑑 é constante (embora tenha o erro experimental) analisando os


valores da coluna 1 na tabela a seguir.
◦ A massa (𝑚) da gota pode ser calculada através da massa específica do óleo
utilizado e da medida do raio dessa gota (calculado pela lei de Stokes).
◦ O campo elétrico (𝐸) é dado e a aceleração gravitacional (𝑔) também.

*Perceba que embora “𝑒” seja desconhecido, isso não muda o fato de que o lado direito das equações
(33) e (34) são constantes.
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Bibliografia

◦ TIPLER, Paul A. Modern Physics. Worth


Pub. Inc., New York, 1978, Capitulo 3.

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