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12/05/2023, 23:17 Eletromagnetismo I

Eletromagnetismo I
UNIDADE 3 – FORÇA ELÉTRICA E FORÇA
MAGNÉTICA

Autoria: Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues – Revisão técnica: Alexandre de Moraes
Araújo

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12/05/2023, 23:17 Eletromagnetismo I

Introdução
Olá, caro aluno.
As relações eletromagnéticas podem ser
compreendidas, sem sombra de dúvidas, a partir
da expressão das forças elétricas, estabelecidas
dada a existência de campo elétrico em uma
situação prática, da força magnética a partir de
um campo magnético ou da presença de ambos
os campos e do estudo de como eles se
relacionam. Nesta unidade, estudaremos os principais pressupostos teóricos e
práticos para a definição, cálculo e entendimento de forças elétricas e magnéticas,
sozinhas ou em conjunto.
Primeiramente, revisitaremos as principais premissas para a realização do
experimento de Joseph John Thomson, de forma que consigamos entender o que foi
feito na ocasião e qual a importância dessa experiência para o eletromagnetismo em
geral, visto que ela foi responsável pela descoberta dos elétrons e, mais adiante,
permitiu que Thomson desenvolvesse um novo modelo atômico. Em seguida,
estudaremos mais detalhes a respeito das forças elétricas isoladamente – em um
primeiro momento, a força magnética –; depois, veremos a correlação entre esses
dois importantes tipos de forças, incluindo estudos da atração e repulsão de fios,
cálculo do torque e momento magnético.
Nesta unidade, também analisaremos detalhes dos trabalhos de Ampère. Sabemos
que a Lei de Ampère é uma das principais bases dos estudos eletromagnéticos – seja
na sua forma geral ou diferencial –, desenvolvida para diversas situações práticas.
Finalmente, entenderemos o cálculo do rotacional da densidade de fluxo magnético.
Bons estudos!

3.1 Experimento de
Thomson

O físico britânico Joseph John Thomson (1856-1940) realizou uma série de experimentos no fim
do século XIX que permitiram, inclusive, delinear um novo modelo atômico, conhecido
popularmente como o modelo do “pudim de passas”. Ele serviu de base para outros modelos
atômicos de grande importância e mais completos, como o modelo de Rutherford-Bohr.
Neste tópico, veremos mais detalhes dos feitos de Thomson, com o experimento a partir do uso
de um tubo de raios catódicos e como era estabelecido o modelo do pudim de passas.
Acompanhe o conteúdo!

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3.1.1 Experimento e descoberta do elétron


No ano de 1897, Joseph Thomson foi responsável pela descoberta dos elétrons, o que
revolucionou a forma como o homem compreendia até então os átomos. Isso permitiu também
entender diversos conceitos importantes, como o próprio estabelecimento da energia elétrica.
Por esse feito, no ano de 1906, o pesquisador recebeu o prêmio Nobel de Física.
Assim, foi em 1897, na cidade de Cambridge, na Inglaterra (mais precisamente, no laboratório
Cavendish, da Universidade de Cambridge), que um dispositivo com raios catódicos (que
posteriormente foi denominado como “dispositivo de Thomson”) buscou medir a razão entre a
carga obtida e a massa do elétron (YOUNG; FREEDMAN, 2009). Na figura a seguir, é possível
observar uma imagem desse objeto, lembrando que tubos de raios catódicos são, basicamente,
tubos de vidro lacrados que não possuem ar em seu interior (ou a maior parte dele é retirada).
Nessa estrutura de vidro, a partir de dois eletrodos em uma das extremidades, aplica-se um
valor consideravelmente elevado de tensão, que fará com que seja gerado um fluxo de
partículas, estabelecido do catodo (eletrodo negativo) para o anodo (eletrodo positivo). Dessa
forma, visto que os “raios” originam-se do terminal catodo, podemos entender a denominação
desse tipo de dispositivo. Além disso, para que o raio possa ser visualizado facilmente, utilizam-
se substâncias químicas como o fósforo, que é capaz de emitir centelhas (luz) a partir da
relação descrita.

Figura 1 - Experimento de Thomson


Fonte: Adaptada de Young e Freedman, 2009, p. 215.

#PraCegoVer: a imagem ilustra um tubo de vidro comprido, com duas partes arredondadas nas
extremidades superior e inferior, visto de frente com as extremidades lado a lado. No lado
esquerdo, há a aplicação da tensão V, contínua; trata-se do catodo, que está a uma distância de
dois anodos, A e A’, através dos quais já se estabelece o feixe de elétrons. Mais adiante, na
metade do tubo, aparecem duas placas iguais, P e P’, através das quais são estabelecidos um
campo magnético de fora para dentro e um campo elétrico de cima para baixo. Na extremidade
direita, há a tela, através da qual o feixe incide.

Agora, entenderemos detalhes do funcionamento do experimento. Sabendo-se que há um


vácuo bastante considerável, como já informado anteriormente, todos os comportamentos
estabelecidos no sistema devem considerar esse fato. Os elétrons são provenientes do catodo;
logo em seguida. acelerados e agrupados, de maneira a formarem um feixe a partir da diferença
de potencial estabelecida também entre os anodos (YOUNG; FREEDMAN, 2009). Os elétrons

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atingem uma dada velocidade (v), diretamente dependente do potencial aplicado, de maneira
que, considerando ainda a carga elementar do elétron e a relação de energia cinética, é
possível delinearmos a seguinte expressão matemática:

Também é possível escrever que:

Os elétrons passarão, em seguida, entre as placas P e P’ e colidirão com a tela, que está
coberta com um material apropriado para que esse feixe possa ser visto (YOUNG; FREEDMAN,
2009). Sabe-se que a trajetória apresentada por esses elétrons é retilínea, caso a equação
adiante seja satisfeita:

Com essa equação combinada à anterior, tem-se:

Ou:

Note que, tanto o campo elétrico quanto o magnético podem, de fato, ser medidos. É essa
possibilidade que permite estabelecer conclusões importantes acerca dos elétrons; mais
especificamente, a respeito da razão e/m, sendo que m corresponde à massa do elétron e e é a
carga, como já mencionado. De forma resumida, podemos concluir que o raio catódico é
composto por partículas de carga negativa (são partículas subatômicas), e a massa pode ser
comparada com a do átomo de hidrogênio, por exemplo.
Para compreender o porquê de os elétrons terem sido descobertos nesse momento do
experimento, é fundamental notar que Thomson encontrou um único valor para e/m, que não
dependia do material utilizado para o catodo ou do gás residual do tubo – na verdade, de
nenhum parâmetro do experimento. Foi essa independência que mostrou que as partículas
presentes no feixe (elétrons) são uma componente comum das matérias (YOUNG; FREEDMAN,
2009). Outro fato de grande importância é que a velocidade desenvolvida nesse caso é de cerca
de, tipicamente, 10% da velocidade da luz, algo significativamente superior. A razão geralmente
utilizada para e/m é de aproximadamente C/kg, e a massa, por si só, é adotada
como aproximadamente kg.

Você sabia?
O experimento realizado por Thomson pode ser
replicado para a medição de massas atômicas e
moleculares, o que também inclui a massa de íons. Um
exemplo disso é o espectrômetro de massa, de Aston,
feito por volta de 1920.

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A seguir, veremos mais detalhes a respeito do modelo atômico desenvolvido a partir dessa
“descoberta” dos elétrons e entenderemos como esse importante modelo possibilitou refutar
relações válidas até então, como o modelo de Dalton, que basicamente estabelecia que os
átomos eram indivisíveis.

3.1.2 Modelo atômico de Thomson


Até o momento, Thomson tinha o conhecimento de que o átomo possuía uma carga total neutra.
Com a descoberta dos elétrons, ficou claro que existia, em conjunto com o modelo até então
conhecido, cargas positivas que “balanceavam” as cargas negativas dos elétrons. Assim,
Thomson chegou à conclusão de que os átomos poderiam ser representados a partir de
partículas negativas, flutuando em um local repleto de cargas positivas difusas. Na ocasião, o
modelo passou a ser conhecido como “pudim de passas”, referência a uma popular sobremesa
da Inglaterra. Observe a figura a seguir, que ilustra, de forma simplificada, essa proposição.

Figura 2 - Comparações do que se estabeleceu no modelo atômico de Thomson


Fonte: Adaptada de Flowers et al., 2015.

#PraCegoVer: do lado esquerdo, sobre um prato vermelho, há uma foto do pudim de passas
inglês. É uma espécie de bolo do qual foi retirada uma fatia para mostrar seu interior cheio de
passas. Do lado direito, há o desenho de uma fatia do pudim colorida de marrom. Há vários
círculos disformes de cor marrom escuro, as passas, em que aparecem sinais de menos; ao
redor desses círculos, há sinais de mais. Uma seta aponta para o interior do pudim com a
informação “matéria carregada positivamente”; embaixo, uma seta aponta para o desenho de
uma passa, que representa o elétron.

Mais adiante, outros pesquisadores e cientistas testaram a veracidade do modelo proposto por
Thomson e propuseram modelos mais completos, como o de Rutherford (1871-1937), com
proposições importantes e válidas até hoje, como o fato de que as cargas positivas estão em
um menor volume dentro da estrutura atômica, por exemplo.

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Vamos Praticar!
O experimento realizado por Thomson foi, sem dúvidas, um
grande marco para entendermos as diversas relações que
envolvem magnetismo e eletricidade. Agora, reflita e
responda: qual foi a motivação desse pesquisador e o que
permitiu que ele afirmasse que os elétrons poderiam ser
encontrados em quaisquer tipos de elementos?

3.2 Relação entre os campos elétrico e


magnético

Para entendermos as principais relações que são estabelecidas entre o campo magnético e o
campo elétrico, estudaremos as ligações entre as forças elétrica e magnética. Em seguida,
verificaremos as relações de atração/repulsão que podem ocorrer entre fios devido à condução
elétrica. Além disso, veremos mais detalhes a respeito do conceito de torque para as espiras e,
por fim, definiremos o que é o momento magnético.

3.2.1 Força elétrica


Primeiramente, devemos relembrar o que é a força elétrica. Sabe-se que a força elétrica possui
relação direta com o campo elétrico estabelecido ou pode ser definida pela Lei de Coulomb, por
exemplo, considerando duas cargas distintas. Nesse caso, tendo como base duas cargas
elétricas pontuais, de módulos Q1 e Q2, colocadas no vácuo ou em um espaço livre qualquer,
define-se matematicamente que a força elétrica na carga 2 devido a 1 é:

Nesse cálculo, ϵ é a permissividade do meio (caso seja o vácuo, tem-se ϵ0), R é a distância
entre essas duas cargas e R12 é o vetor de posição da carga 1 com relação a 2. O valor
geralmente adotado para a permissividade no vácuo é de 8,85 pF/m; para outros tipos de
ambientes, esse número pode ser consultado ou experimentado. A situação formulada pode ser
representada da seguinte forma:

Figura 3 - Representação da Lei de Coulomb


Fonte: Adaptada de Notaros, 2012, p. 20.

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#PraCegoVer: o desenho mostra cargas Q1 e Q2 (são círculos de cor laranja) posicionadas no


vácuo (permissividade ϵ0), a uma distância R, com R12 apontando da carga 1 para a 2; a força
elétrica sai da carga 2 e aponta para fora desta, na direção R12.

Em função do campo elétrico, por outro lado, torna-se possível também definir a força elétrica
produzida com relação à carga de prova utilizada no ponto avaliado (carga q), tal que:

Ou seja, as características vetoriais serão adquiridas a partir do campo e podem existir diversas
contribuições, a serem computadas em um mesmo ponto, não só de cargas elétricas, como da
presença de um campo magnético, por exemplo. Com isso, adiante retomaremos o que é, de
fato, a força magnética.

3.2.2 Força magnética


De modo similar ao que acontece entre a força elétrica e o campo elétrico, o campo magnético e
a força magnética também possuem relação direta, de forma que podemos definir essa força
em função da velocidade de movimentação (v) de uma carga de prova (Qp) e o vetor densidade
de fluxo magnético (B).

Você quer ver?


Para ter uma ideia inicial, mas bastante importante, de
como é estabelecida a força magnética diretamente
relacionada à presença de corrente elétrica, assista a
uma explicação acerca da força magnética sobre cargas.
Clique no ícone e aproveite.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?
v=N0Hhmj4s5-k)
Supondo-se agora uma partícula que esteja carregada, em movimento, imersa em um campo
magnético, sabe-se que há a ação de uma força perpendicular à velocidade, que tem módulo
proporcional à carga elétrica, à velocidade e também é proporcional à densidade de fluxo
magnético (EDMINISTER; NAHVI-DEKHORDI, 2013). Dessa forma, obtemos a seguinte relação
para o cálculo da força magnética:

Analise então a figura simples a seguir, que representa basicamente a força magnética
estabelecida entre duas cargas pontuais, que estão se movimentando no vácuo, a uma
distância R uma da outra, e novamente com a direção R12 para orientação do sentido:

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Figura 4 - Representação da força magnética entre duas cargas pontuais


Fonte: Adaptada de Notaros, 2012, p. 142.

#PraCegoVer: trata-se de uma ilustração que mostra uma carga Q1 e uma carga Q2 a uma
distância R, sendo que o vetor R12 dá a direção da carga 1 para a 2, apontando para esta
última. A carga Q1 possui velocidade v1, para a mesma direção da carga 2, porém acima desta;
a velocidade da 2 possui menor intensidade. O meio é o vácuo, sendo a permeabilidade igual a
µ0; a carga 1 exerce na 2 uma força magnética Fm12, divergente à carga 2, apontando com um
ângulo fechado em relação a R e para baixo.

Considerando a permeabilidade no vácuo igual a , tem-se a seguinte relação para a


força magnética entre as cargas:

Devemos lembrar que, nesse caso, a densidade do fluxo magnético é:

Considerando, por fim, que o campo magnético seja uniforme em uma dada região analisada e
que a carga possui velocidade inicial perpendicular ao campo, sabe-se que a trajetória
apresentada pela carga é circular, definida por um círculo de raio r. Pela Segunda Lei de
Newton, podemos estabelecer a seguinte relação:

Também podemos dizer que:

Nessa equação, r é uma medida indireta do momento linear dessa partícula, que é igual à
massa pela velocidade (mv). Além disso, sabe-se que a força magnética, diferentemente da
elétrica, não realiza trabalho e, por isso, não altera a energia cinética da partícula.

Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

A presença de campo elétrico e campo magnético em um mesmo local de análise é algo


comum. A seguir, veremos as principais relações entre a eletricidade e o magnetismo por meio
da força magnética e da força elétrica combinadas.

3.2.3 Relação entre forças elétrica e magnética

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Para entendermos como o campo magnético e o campo elétrico estão correlacionados,


considere a presença desses dois tipos de campos em uma dada região na qual há uma
partícula. Essa partícula, que também está carregada, está sujeita à seguinte força:

Trata-se da Força de Lorentz, a partir da qual, em conjunto com as condições iniciais às quais
a partícula esteja sujeita, podemos determinar a trajetória com a superposição das forças
elétrica e magnética (EDMINISTER; NAHVI-DEKHORDI, 2013). Para entender como essa
relação ocorre na prática, considere uma região com campo magnético e
campo elétrico , no qual inserimos um próton com massa de aproximadamente
1,67.10-27 kg e carga elétrica com o mesmo módulo de um elétron. A entrada desse próton
ocorre na origem, sendo que a velocidade inicial é de 2,5.105 m/s na direção de x. Suponha que
você deseje descrever o movimento do próton considerando a realização de três voltas
completas (lembre-se que, nesse caso, a trajetória será circular). O módulo da força inicial,
considerando a equação anterior, é dado por:

Por outro lado, é importante ter em mente que a componente da força, na direção z, está
associada ao campo elétrico e ao campo magnético, visto que ambos estão na direção de z.
Logo, utilizando a equação do movimento (lembre-se de conceitos da física mecânica), é
possível definir para o campo elétrico que:

Já a outra componente em z, com relação ao campo B, pode ser definida como:

Note que, nesse caso, utilizamos a direção ar, o que permite concluir que esta última
componente em z é que define a trajetória circular desenvolvida pelo próton na região. Cada
revolução demora um certo tempo, definido pelo período, que, no exemplo, é:

Entretanto, é importante ressaltar que, na visão tridimensional, o movimento desenvolvido pela


partícula será, na verdade, helicoidal. Além disso, considerando-se que, mesmo após ocorrerem
três revoluções, não há nada nas direções x e y, então, conforme mostrado pela componente z,
podemos ainda apresentar que a posição atingida pelo próton é, a partir da direção z:

Então, P (0, 0, 37).


Agora, veremos detalhes básicos das relações de atração e repulsão entre fios, com a
visualização de alguns pontos importantes acerca do que ocorre com as interações entre
correntes elétricas.

3.2.4 Atração e repulsão entre fios


Antes de mais nada, é necessário compreender qual é a força magnética sobre um elemento
capaz de conduzir corrente elétrica. Assim, considere a existência de um dado elemento de
corrente elétrica, imerso em uma região de campo magnético. Considerando o cálculo
diferencial da corrente (I = dQ/dt), analogamente tem-se que:

Na equação anterior, dl é o elemento diferencial linear, acerca do comprimento do elemento de


corrente, que possui a mesma direção convencional desta. Mais ainda, sabe-se que, se o
condutor é retilíneo, o campo é constante ao longo de toda a extensão desse condutor
(EDMINISTER; NAHVI-DEKHORDI, 2013). Portanto, é possível definir a relação para a força
estabelecida adiante, sendo que essa força agirá nos elétrons que formam a corrente elétrica:

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Trata-se da força exercida a partir de uma distribuição linear de carga, por exemplo, na qual a
variável L representa o comprimento desse condutor e theta é o ângulo formado entre a
velocidade e B. Agora, vamos considerar uma análise mais completa, para entender as
possíveis relações entre condutores. Então, imagine que existam dois condutores em
movimento, imersos em campos estacionários. Você sabe como definir a força magnética entre
eles? Clique no ícone e descubra como!

A força magnética, nesse caso, pode ser definida como visto anteriormente, tal que:

Agora, também precisamos definir outro parâmetro importante, o campo elétrico


mocional, por meio de sua intensidade, tal que temos:

Caso o condutor que atravessa o campo B possua uma grande quantidade de cargas livres,
sabe-se que o campo elétrico criado (Em) gerará uma diferença de potencial entre os dois
terminais desse condutor, e o valor dependerá desse campo (EDMINISTER; NAHVI-
DEKHORDI, 2013). Considerando dois terminais distintos, a e b, descubra a seguir como
calcular a diferença de potencial.

1
Temos a seguinte diferença de potencial:

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2
Se a velocidade forma um ângulo reto com o campo, com o condutor normal a eles, tem-se:

3
Devemos considerar que l é o comprimento desse condutor. Em um circuito fechado, define-
se:

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Caso somente parte do circuito fechado esteja em movimento, Em será nulo para qualquer
outro ponto a ser considerado na análise e a integração ocorrerá somente com relação à
parcela não nula (EDMINISTER; NAHVI-DEKHORDI, 2013). A força total entre dois circuitos
filamentares 1 e 2, a partir das relações anteriores, estando os dois posicionados a uma dada
distância qualquer (d), será:

Essa relação pode parecer difícil; entretanto, algumas considerações práticas permitem
simplificá-la, supondo ainda que existam dois condutores imersos em um campo magnético e
que, devido às correntes estabelecidas e à correlação com o campo, estes poderão se mover
na mesma direção ou em direção oposta, por exemplo, conforme demandado por suas
velocidades. Ademais, caso os campos sejam variáveis ao longo do tempo, tem-se:

Essa relação, estabelecida a partir das proposições apresentadas por Faraday, pode ser
adotada para casos como um circuito condutor fechado em movimento. Mais adiante,
exploraremos melhor essa e outras considerações.

3.2.5 Torque
O torque – ou momento de uma força, como também é conhecido – expressa uma importante
relação na física e no eletromagnetismo. Ele pode ser definido matematicamente como o
produto vetorial entre o vetor “braço potente” com a força em questão. O braço potente, por
sua vez, é definido por r e dirige-se do ponto no qual o torque é obtido até o ponto no qual a
força é aplicada (EDMINISTER; NAHVI-DEKHORDI, 2013). Considere então que seja aplicada
uma dada força a um cilindro, capaz de exercer livremente a rotação, tal como mostra o
diagrama aproximado a seguir:

Figura 5 - Dedução da relação de torque


Fonte: Adaptada de Chapman, 2013, p. 6.

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#PraCegoVer: trata-se de um desenho que apresenta um círculo maior, representando a visão


frontal do cilindro, com um círculo menor preto no centro representando o eixo. O raio é r e o
vetor r, apontando do centro do cilindro até o ponto no qual aplica-se a força F é representado,
sendo que esse vetor r faz um ângulo com a normal de 180 graus menos theta, com theta igual
ao ângulo da normal com o prolongamento de r, para fora do cilindro. A força F é representada
por um vetor apontando para dentro do cilindro, na parte externa, também no eixo normal. A
distância do centro até a normal é r vezes seno de 180 graus menos theta, que é igual a r vezes
seno de theta.

O torque (ou conjugado) ( ) é dado então pela força aplicada em função da distância
perpendicular, o que permite seu cálculo, considerando o exemplo anterior, do cilindro em
rotação, sujeito a uma dada força F (que poderia ser uma força magnética, por exemplo):

Ou, ainda, na forma vetorial:

A unidade de medida nesse caso é N.m (Newton vezes metro). Além disso, podemos perceber,
com o auxílio da figura anterior, que o torque possuirá sentido horário, caso a força exercida
faça com que a rotação do cilindro também seja no sentido horário. Esse é um dos princípios
básicos para a compreensão do funcionamento das máquinas elétricas, considerando a
“capacidade de movimentação” de uma dada carga associada a um motor, por exemplo, por
meio do torque.

3.2.6 Momento magnético


Imaginemos agora a movimentação de uma espira plana, considerando ainda que ela esteja
presente em uma região de campo magnético uniforme e que esteja sujeita a um torque, tal
como é apresentado na figura a seguir:

Figura 6 - Espira diferencial de corrente em uma região de campo magnético


Fonte: Adaptada de Hayt Jr. e Buck, 2013, p. 255.

#PraCegoVer: o desenho mostra o eixo xy, com uma espira quadrada e plana centrada na
origem O, sendo que nela circula a corrente I no sentido anti-horário. Sua largura é dx (no
sentido x) e sua altura é dy (no sentido y). Há a marcação de quatro pontos distintos, com o
ponto 1 no eixo y na parte negativa, o 2 no eixo x na positiva, o 3 no eixo y na positiva e o 4 no

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eixo x na parte negativa, todos no contorno dessa espira. A espira está imersa em uma região
de campo magnético, B, com linhas de campo atravessando a espira de baixo para cima, da
esquerda para a direita.

Agora, acompanhe alguns cálculos. Clique nos ícones e observe com atenção. 

O torque, nesse caso, pode ser dado na forma diferencial, tal que:

Agora, definiremos de fato as contribuições de cada um dos lados. Assim, o vetor força no
lado 1 é:

O torque é dado por:

No lado 3, temos as mesmas contribuições, de forma que a seguinte relação é válida:

Analogamente, para os lados 2 e 4, temos:

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Isso permite concluir que:

Nesse cálculo, dS é a área diferencial da espira. 

O momento magnético diferencial (dm), por sua vez, é definido a partir da relação
anterior como:

dm = I dS

A partir do torque, é possível estabelecer que:

Fora da forma diferencial, com o momento correspondente a m, temos:

O torque na espira de corrente sempre tenderá a girá-la, de forma que a espira se alinhe com o
campo magnético. Dessa maneira, temos uma forma fácil de determinar parâmetros
importantes, como a direção e o sentido do torque (HAYT; BUCK, 2013).

Vamos Praticar!
Considere a espira apresentada e as demais relações
mencionadas, válidas para os efeitos da inserção da espira
em um dado campo magnético. Sabe-se, adicionalmente, que
é possível expressar relações semelhantes de torque e dipolo
para o caso de um campo elétrico. Como isso é possível, na
prática? Dica: considere as relações anteriores.

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No próximo tópico, você verá mais detalhes da Lei de Ampère, outra proposição fundamental,
base para os estudos eletromagnéticos.

3.3 Lei de
Ampère

Agora, teremos o auxílio da Lei de Ampère para a avaliação do campo magnético que é
produzido a partir de distribuições de correntes simétricas em um dado espaço. Basicamente,
tem-se a relação apresentada na figura a seguir, considerando um dado espaço, formado por
um contorno arbitrário, em uma região de campo magnetostático:

Figura 7 - Contorno em um campo magnetostático


Fonte: Adaptada de Notaros, 2012, p. 134.

#PraCegoVer: o desenho mostra um contorno arbitrário com área S no vácuo (permeabilidade


µ0), com área elementar dS na qual analisa-se o campo. Tem-se ainda dl o vetor elemento
linear apontando para fora do contorno, que encontra em seu início com o vetor B; n é o vetor
normal à superfície formada pelo contorno. No elemento de área, tem-se o vetor de densidade
de corrente J, normal a esse elemento de área, e o próprio vetor dS, transversal a J. Embaixo,
aparece o desenho de uma mão direita, com a palma virada para a frente, fazendo o sinal de
“joia”, demonstrando as relações entre o campo e a corrente.

A Lei de Ampère estabelece que a integral de linha (integral de circulação) do vetor densidade
do fluxo magnético ao redor de um dado contorno C, no vácuo, por exemplo, será µ0 vezes a
corrente total que está nesse contorno (Ic) (NOTAROS, 2012). Assim, tem-se matematicamente,
basicamente que:

Além disso, sabe-se que a direção que é a referência do fluxo está relacionada à de referência
do contorno por meio da regra da mão direita. Como visto na figura anterior, a corrente é
estabelecida na direção dada pelo posicionamento do polegar da mão direita, e os demais
dedos apontarão para a direção do contorno analisado. É importante notarmos também que a
Lei de Ampère é derivada de outra importante lei do eletromagnetismo: a Lei de Biot-Savart.

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Você o conhece?
O francês André-Marie Ampère (1775-1836), físico,
matemático, filósofo e cientista, é considerado um dos pais
do eletromagnetismo devido a suas diversas contribuições.
Algumas das principais delas, sem dúvidas, são as primeiras
observações das propriedades magnéticas da corrente
elétrica, realizadas na Academia de Ciências de Paris, e a
obra Teorias matemáticas dos fenômenos eletrodinâmicos.
Para conhecer mais detalhes da vida e da obra desse
importante pesquisador, clique no ícone.
Acesse
(https://www.ebiografia.com/andre_marie_ampere/#:~:tex
t=Andr%C3%A9%2DMarie%20Amp%C3%A8re%20(1775
%2D,recebeu%20seu%20nome%20%2D%20o%20ampere
)

Considerando, por outro lado, a corrente volumétrica (J), temos a expressão da Lei de Ampère
descrita a seguir. Nesse caso, S é, da mesma forma que definimos anteriormente, uma
superfície arbitrária delimitada por um dado contorno:

Logicamente, assim como na formulação matemática anterior, utilizamos como base um espaço
livre no vácuo; entretanto, caso tenhamos um outro tipo de espaço, estabeleceremos outro valor
de permeabilidade, de acordo com o material predominante, por exemplo.

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Caso
O contorno pode ser estabelecido em várias situações, como
dentro de um cabo condutor de uma linha de transmissão, por
exemplo. Assim, suponha que se tenha, na prática, o contorno
dentro de um dado condutor cilíndrico conduzindo uma corrente
I, cujo comprimento pode ser considerado como um dado valor
ou muito longo (nesse último caso, para boa parte das análises,
de comprimento aproximadamente infinito). Você consegue
imaginar como se estabelecerá o fluxo magnético ao longo desse
contorno? Bem, conforme a Lei de Ampère, temos a seguinte
relação , considerando a permeabilidade do vácuo.
Outro ponto importante a ser lembrado é que essa relação é
válida porque a corrente total é a mesma que circulará
internamente no condutor.

Ademais, é comum nos depararmos com algumas outras situações práticas, além do cálculo da
corrente elétrica algébrica total. Assim, veremos como formular a Lei de Ampère para alguns
exemplos de aplicação, além da forma diferencial dessa importante lei. Por fim, formularemos
sua forma generalizada.

3.3.1 Aplicações
Como um primeiro exemplo, considere que você deseja estabelecer o campo magnético em um
condutor cilíndrico de cobre, infinitamente longo, algo bastante próximo da realidade quando
estudamos condutores de linhas de distribuição e de transmissão de energia, por exemplo. Esse
condutor está sujeito à circulação de uma corrente contínua I, no ar, e deseja-se saber qual é a
densidade do fluxo magnético internamente e fora dele. Na figura a seguir, do lado esquerdo,
veja a aplicação da Lei de Ampère e, do lado direito, a prova de que as linhas do campo
magnético possuem a forma circular, algo que ficará mais claro ao longo de nossos estudos
neste subtópico:

Figura 8 - Seção transversal de um condutor cilíndrico de raio a


Fonte: Adaptada de Notaros, 2012, p. 134.

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#PraCegoVer: a ilustração mostra duas seções transversais do condutor do exemplo. Do lado


esquerdo, tem-se a permeabilidade do meio (mi zero), válida tanto dentro quanto fora do
condutor, que está centrado em z, saindo do plano, assim como a corrente I e dS. O contorno C
é circular, anti-horário, e a corrente volumétrica J é definida em volta deste, saindo do plano, a
partir da região entre um dado ponto P distante em r do eixo z, até a (o raio). Nesse mesmo
ponto P, temos os vetores phi, B e dl, todos apontando para cima e formando ângulos retos com
esse ponto, porém com dimensões diferentes. No lado direito, a seção transversal tem, no
mesmo ponto P, a correlação deste (geométrica) com dois componentes, J’dv e J’’dv, simétricos
e que formam, em seu ponto médio, um ângulo reto até o eixo z. Além disso, no ponto P,
aparecem os vetores dB’’, dB’ + dB’’ e dB’.

Considerando que a corrente é distribuída de forma uniforme, em todo o corte transversal feito
no condutor, é possível definirmos a densidade J a partir da seguinte relação, lembrando-se que
a é o raio do condutor:

Pela simetria, as linhas do campo magnético a partir da corrente no condutor serão círculos com
centro no eixo deste. Para demonstrar que isso é válido, podemos considerar a direção do vetor
de densidade do fluxo magnético (B) em um dado ponto P, dentro e fora do condutor
(NOTAROS, 2012). Agora, reveja na figura anterior a seção da direita. Nela, a distância do
ponto até o eixo é r e os elementos diferenciais dB’ e dB” representam, respectivamente, os
campos no ponto P gerados pelos elementos simétricos de corrente J’dv e J”dv. A partir da Lei
de Biot-Savart, estudada anteriormente, tem-se o campo tangencial ao contorno, representado
na intensidade pela soma entre os dois componentes diferenciais dB’ e dB”, algo que ocorreria
para qualquer outro par de pontos, representados pelos elementos simétricos de corrente.
Dessa forma, pode-se concluir que o campo resultante (representado por B) em um dado ponto
P de análise será tangencial ao contorno C estabelecido para estudo, de forma que a magnitude
desse campo seja constante e dependa somente da coordenada radial r. Assim, pela simetria e
pelas relações constantes de campo e corrente, é possível definir também que B, para sendo
o vetor circular unitário, é dado como:

Similarmente, é possível definir a relação da circulação do campo, através de B, ao longo de


todo o contorno, de maneira que temos:

É importante considerar ainda que a corrente contida é:

Logo, temos as seguintes expressões para o cálculo do campo magnético (a partir de B),
gerado por um condutor cilíndrico de espessura não desprezível, no qual circula uma corrente
contínua:

Ao analisarmos essas relações, podemos perceber que o campo magnético fora do condutor
será o mesmo daquele gerado por uma corrente de linha de mesma intensidade que tenha sido
colocada ao longo do eixo desse condutor (NOTAROS, 2012). Portanto, a corrente de linha –
expressa em casos de condutores como fios finos – e a corrente em um condutor como esse
podem ser tomadas como fontes equivalentes, quando analisamos a região externa desses
condutores.

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Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

Veja que, independentemente do tipo de situação, as possíveis análises são similares, partindo
do pressuposto da Lei de Ampère aplicada a um dado contorno.
A seguir, você verá como expressar a Lei de Ampère na forma diferencial e outra importante
formulação: a generalização dessa lei.

3.3.2 Forma diferencial e generalização da Lei de Ampère


Similarmente ao que estabelecemos para a Lei de Gauss, a Lei de Ampère também pode ser
expressa na forma diferencial, considerando inicialmente o caso unidimensional e que a
densidade de corrente J só possui componente em z, por exemplo. Utilize como base também a
relação apresentada na figura a seguir, para uma espira determinada pelo contorno C:

Figura 9 - Derivação da Lei de Ampère em sua forma diferencial, unidimensional


Fonte: Adaptada de Notaros, 2012, p. 138.

#PraCegoVer: a figura ilustra uma espira quadrada, de lado dx e altura l, definida por um
contorno C. Ela está posicionada no plano positivo xy, sendo que o eixo z está saindo do plano
e a permeabilidade é mi zero. A corrente, nesse caso, está representada pela densidade Jz em
função de x, saindo do plano no centro da espira. Temos os vetores nas laterais da espira: By
em função de x e By em função de x mais dx, do lado esquerdo e direito, respectivamente,
apontando para cima.

Assim, tem-se:

Considerando agora a generalização, é importante recordar que, no espaço tridimensional, a


corrente volumétrica é dada por:

Tomando como base uma dada distribuição arbitrária de corrente, a relação expressa na figura
anterior torna-se então o que é apresentado adiante, com a espira no espaço tridimensional
cartesiano, sendo esta de lados dados por dy e dz:

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Figura 10 - Relação para determinação tridimensional da forma diferencial


Fonte: Adaptada de Notaros, 2012, p. 139.

#PraCegoVer: a figura ilustra uma espira no espaço xyz, de origem O, colocada no plano yz, de
lados dy e dz conforme seu contorno C. No centro da espira, aparece a corrente volumétrica,
expressa pelas componentes Jx, Jy e Jz nos mesmos sentidos do plano. Cada uma delas
produz Bz em função de x, y e z apontando para cima no lado esquerdo, Bz em função de x, y
mais dy e z apontando para cima no lado direito; tem-se também By em função de x, y e z no
lado de baixo apontando para a direita e By em função de x, y e z mais dz no lado de cima,
apontando para a direita.

Temos, por fim, a seguinte relação diferencial:

Por outro lado, na forma genérica, a Lei de Ampère pode ser definida para o cálculo da
densidade do fluxo magnético, considerando situações práticas, como um sistema de materiais
magnéticos e condutores, por exemplo, como mostra a seguinte relação matemática:

Na equação anterior, Ic representa a corrente condutora total e Imc é a corrente de


magnetização total, para um dado contorno qualquer C. Podemos ainda, a partir dessa relação,
e definindo-se M como o vetor de magnetização, calcular a corrente Ic assim:

Isso permite, por fim, escrever a forma generalizada mais utilizada da Lei de Ampère:

O vetor intensidade do campo magnético pode, ainda, ser extraído da relação anterior, tal que
ele vale , novamente utilizando o vetor de magnetização M.

Vamos Praticar!

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De maneira similar ao que foi definido anteriormente, a


Lei de Ampère, também em sua forma generalizada,
pode ser convenientemente definida em termos da
densidade de corrente, conforme a necessidade prática
da análise. Como isso pode ser feito?

3.4 Rotacional para campos


magnéticos

Neste último tópico da unidade, o principal objetivo será fazer uso da definição de rotacional
para a importante tarefa prática, em diversas situações de análise possíveis, para verificar a
existência de densidade de corrente nesse meio avaliado. Acompanhe o conteúdo!

Você quer ler?


Para relembrar aspectos importantes do rotacional – o
que é de fato e como calculá-lo –, você pode consultar o
livro Ondas eletromagnéticas, de Quevedo e Quevedo-
Lodi, ou o volume 2 da obra Cálculo, de Anton, Bivens e
Davis.
O rotacional do campo magnético, expresso em coordenadas cartesianas, pode ser dado por:

Essa mesma relação pode ser expressa ainda na forma vetorial e utilizada para o cálculo do
rotacional do campo, tal que a seguinte relação é válida para expressarmos a Lei de Ampère:

De maneira similar, o rotacional pode ser expresso em coordenadas esféricas ou cilíndricas,


dependendo da necessidade de análise. Também é possível fazer o cálculo a partir de um dado
campo em função de uma relação de limite, para uma dada superfície .

Vamos Praticar!

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Tomando como exemplo esse último caso, de definição do


rotacional do campo magnético a partir do valor do
rotacional de B em função do operador limite, cite uma
situação de análise na qual esse tipo de aproximação é
válido e permite tirar conclusões importantes.

Conclusão
Para compreendermos as relações entre a força magnética e a
força elétrica nas diversas possíveis situações práticas,
devemos adquirir uma série de conhecimentos; precisamos
entender, por exemplo, a Lei de Ampère, um dos conteúdos
trabalhados ao longo de nossos estudos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

compreender mais detalhes do experimento de Thomson;

analisar as principais relações existentes entre os campos


elétrico e magnético, incluindo exemplos práticos;

conhecer a Lei de Ampère e suas principais aplicações;

aprender como calcular o rotacional para campos magnéticos,


em diversas situações de análise.

Referências
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. 10. ed. São Paulo:
Bookman, 2014. v. 2.
CHAPMAN, S. J.  Fundamentos de máquinas elétricas.
Porto Alegre: AMGH Editora, 2013.
EDMINISTER, J. A.; NAHVI-DEKHORDI, M. Eletromagnetismo. São Paulo: Bookman,
2013.

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FLOWERS, P. et al. Chemistry. OpenStax, Houston, Texas, 11 mar. 2015. Disponível


em: https://openstax.org/books/chemistry/pages/2-2-evolution-of-atomic-theory
(https://openstax.org/books/chemistry/pages/2-2-evolution-of-atomic-theory).
Acesso em: 30 dez. 2020.
FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGAS – Eletromagnetismo – Aula 3 – Prof. Marcelo
Boaro. [S. l.: s. n.], 11 jul. 2014. 1 vídeo (20 min). Publicado pelo canal Professor Boaro.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=N0Hhmj4s5-k
(https://www.youtube.com/watch?v=N0Hhmj4s5-k). Acesso em: 19 dez. 2020.
FRAZÃO, D. André-Marie Ampère. E-biografia, [s.  l.], 26 jul. 2019. Disponível em:
https://www.ebiografia.com/andre_marie_ampere/#:~:text=Andr%C3%A9%2DMari
e%20Amp%C3%A8re%20(1775%2D,recebeu%20seu%20nome%20%2D%20o%20a
mpere
(https://www.ebiografia.com/andre_marie_ampere/#:~:text=Andr%C3%A9%2DMar
ie%20Amp%C3%A8re%20(1775%2D,recebeu%20seu%20nome%20%2D%20o%20a
mpere). Acesso em: 30 dez. 2020.
HAYT JR, W. H.; BUCK, J. A. Eletromagnetismo. São Paulo: Bookman, 2013.
NOTAROS, B. Eletromagnetismo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
QUEVEDO, C. P.; QUEVEDO-LODI, C. Ondas eletromagnéticas. São Paulo:
Pearson. 2009.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física 3 – eletromagnetismo. 12. ed. São Paulo:
Edusp, 2009.

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