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PREPARATÓRIO SUCESSO

Curso Preparatório de Ingresso ao Ensino Superior

PROGRAMA MÍNIMO DE QUÍMICA //ENGENHARIA

AUTOR: JERÓNIMO EDUARDO LUÍS MANECO


JERÓNIMO EDUARDO LUÍS MANECO (BIOMÉDICO) TEL.927174562. 2
1 - Estruturas atômicas
O átomo é a menor partícula capaz de de identificar um elemento químico e participar de
uma reacção química. É a menor partícula que constitui a matéria.
O estudo do átomo iniciou-se na Grácia antiga com o Filósofo Leucipo e o seu disciplo
Demócrito. Para eles, o átomo era o menor componente de toda a matéria existente. Sendo
então, impossível de dividi-lo em partes menores.
O átomo é constituído pelo núcleo (Protões e Neutrões) e electrosfera (Orbitrais e
electrosfera):
 Electrões –São partículas dotadas de carga eléctrica negativa e a primeira
partícula subatómica a ser descrita. Descobertos por Joseph John Thompson
(1856 – 1940). Nasceu em Manchester, vencedor do Nóbel de Física.
 Protões – São partículas que junto aos neutrões formam o núcleo atómico.
Possuemcarga positiva de mesmo valor absoluto que a carga dos electrões; assim,
um protão e um electrão tendem a se atrair electricamente. É a segunda partícula
subatómica a ser descoberta. Os estudos sobre essa partícula começaram em 1886
por Eugen Goldstein, no entanto foi Ernest Rutherford que a registou como,
Próton, que significa Primário.
 Neutrões – Os neutrões junto aos protões, formam o núcleo atómico. Possuem
carga electríca nula, e são dispostos estrategicamente no núcleo de modo a
estabiliza-lo. A sua descoberta aconteceu no ano de 1932 com o Físico Inglês
James Chadwick.
Ao desenrolar da história, diversos cientistas e estudiosos tentaram definir o átomo quanto
a sua forma, dando origem a diversas teorias sobre sua constituição física. Foi assim que
surgiram então, os modelos atômicos.
1.1– Modelos atômicos
Na história da química, os séculos XVII e XVIII caracterizaram-se pela aquisição de um
grande número de informações obtidas experimentalmente. Deu-se uma certa preferência
aos processos químicos, e como consequência o conhecimento químico cresceu em
quantidade e, em alguma extensão, em qualidade. Muitos experimentos eram rudimentais
e logo percebeu-se a necessidade de observações mais cuidadosas e medidas mais exatas.
No final deste período, um grande número de factos químicos floresceu, porém, as
perguntas aumentavam e poucas explicações eram apresentadas. No início do século XIX
acreditava-se que havia diferenças fundamentais entre os elementos, compostos e
misturas. As leis da conservação da massa e da composição definida haviam sido
propostas e, embora fossem sustentadas por alguns dos químicos mais progressistas da
época, não podiam satisfatoriamente explicar porquê massas eram conservadas durante
uma transformação química e porquê certos tipos de matéria pareciam ter a mesma
composição.
 Modelos atómicos, são teorias baseadas nas experimentações feitas por cientistas
para poder explicar o átomo.
1.1.1 – Modelo atómico de Demócrito
Demócrito postulou que o átomo era uma partícula una e indivisível.
1.1.2– Modelo atómico de John Dalton
Em 1803, John Dalton, acreditando nas leis da conservação de massa e da composição
definida, propôs uma teoria que explicava estas e outras generalizações químicas. De
facto Dalton, ressuscitou o conceito Grego de Demócrito que dizia que o átomo era uma

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bolinha una e indivisível e foi capaz de sustentar este conceito com evidências
experimentais que ele e outros obtiveram.
Postulados de Dalton:

 Os átomos são indivisíveis;


 Os átomos de um mesmo elemento são iguais;
 Os átomos diferem de elemento para elemento;
 Os átomos de diversos elementos combinam entre si, formando compostos;
 Os átomos não se criam nem se destroem.
1.1.3– Modelo de Thompson
Para explicar os fenômenos anteriores, Joseph John Thomson propôs, em 1903, um novo
modelo de átomo, formado por uma “pasta” positiva “recheada” pelos elétrons de carga
negativa, o que garantia a neutralidade elétrica do modelo atômico (esse modelo ficou
conhecido como “pudim de passas”). Começava-se, então, a admitir oficialmente a
divisibilidade do átomo e a reconhecer a natureza elétrica da matéria. O modelo atômico
de Thomson explicava satisfatoriamente os seguintes fenômenos:
 Eletrização por atrito, entendendo-se que o atrito separava cargas elétricas (parte
das positivas em um corpo e igual parte das negativas em outro, como no caso do
bastão atritado com tecido);
 Corrente elétrica, vista como um fluxo de elétrons;
 Formação de íons negativos ou positivos, conforme tivessem, respectivamente,
excesso ou falta de elétrons;
 Descargas elétricas em gases, quando os elétrons são arrancados de seus átomos
(como na ampola de Crookes).

Joseph John Thomson Filho de um livreiro, nasceu em


1856, em Manchester (Inglaterra). Pretendia ser
engenheiro, mas dificuldades financeiras devidas à morte
de seu pai o levaram a estudar Matemática, Física e
Química. Tornou-se professor em Cambridge, onde
organizou o laboratório Cavendish, de grande importância
nas pesquisas sobre estrutura atômica. Em 1906, recebeu o
prêmio Nobel por seus trabalhos envolvendo as
propriedades dos elétrons. Faleceu em 1940.
1.1.4 – Modelo de Rutherford
Em 1911, Rutherford fez uma experiência muito importante, que veio alterar e melhorar
profundamente a compreensão do modelo atômico. Resumidamente, a experiência é
descrita a segui

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Acompanhando a figura acima, vemos então que um pedaço do metal polônio emite um
feixe de partículas α, que atravessa uma lâmina finíssima de ouro. Rutherford observou,
então, que a maior parte das partículas α atravessava a lâmina de ouro como se esta fosse
uma peneira; apenas algumas partículas desviavam ou até mesmo retrocediam. Como
explicar esse fato?
Rutherford viu-se obrigado a admitir que a lâmina de ouro não era constituída de átomos
maciços e justapostos, como pensaram Dalton e Thomson. Ao contrário, ela seria formada
por núcleos pequenos, densos e positivos, dispersos em grandes espaços vazios.
Em resumo, o átomo seria semelhante ao sistema solar: o núcleo representaria o Sol; e os
elétrons seriam os planetas, girando em órbitas circulares e formando a chamada
eletrosfera.

1.1.5 – Modelo de Bohr


O modelo de Rutherford apesar de esclarecer satisfatoriamente os resultados da
experiência sobre a dispersão dearticulas, possuía algumas deficiências, como, por
exemplo, não explicar os espectros atômicos e como os electrões estavam distribuídos.
Diante dessa teoria, Bohr passou a estudar o comportamento do átomo de hidrogénio, a
partir disso, ele observou que o gás era capaz de emitir luz com a passagem de corrente
electrica. Daí, Bohr propôs em 1913 a sua teoria que é a teoria responsável por relacionar
a distribuição dos electrões na electrosfera em camadas de energia. Sendo assim, no
átomo de Bohr, os electrões estão presentes em um átomo distribuídos em diferentes
camadas que se afastam do núcleo atómico, aumentando a sua energia. Além disso, Bohr
também propôs que os electrões podem absorver energia e saltar para um estado mais
energético e ao retornarem ao seu estado fundamental liberam radiações.
Este modelo baseou-se nas ideias de quantização de energia de Planck e Einstein e no
modelo atômico de Rutherford. É por isso que também é chamado de Rutherford – Bohr.

Postulados de Bohr
 Quantização da energia atômica (cada electrão apresenta uma quantidade
específica de energia)
 Os electrões se movem em uma órbita as quais são chamadas de estado
estacionários. Ao absorver enegia, o electrão salta para uma órbita mais distante
do núcleo e ao emitir energia salta para uma órbita mais próxima do núcleo.

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 Os níveis de energias ou camadas ou camadas electrónicas, acomodam um
número determinado de electrões e são designados pelas letras K;L;M;N;O;P;Q.
1.1.6 – Modelo da Nuvem electrónica
O modelo atualmente aceite é o modelo da nuvem electrónica Este modelo é mais
complexo que o modelo atómico de Bohr. De acordo com esta teoria atómica actual não
é possível saber com exatidão a posição do electrão em relação ao núcleo, num dado
momento. Na realidade, só é possível conhecer a zona em volta do núcleo onde o electrão
tem maior probabilidade de se encontrar.

Conclusões do modelo da nuvem electrónica


 O átomo não tem limites bem definidos, ao contrário dos objectos existentes a
nossa volta;
 Apenas é possível determinar a probabilidade de localização de um electrão e não
a sua localização exata;
 O electrão de um átomo não se deve encontrar muito longe do núcleo;
 Os átomos podem ser representados por nuvens com uma zonas mais claras que
as outras; Nas zonas mais claras, a probabilidade de se encontrar um electrão é
maior.
 Os átomos são partículas de dimensões muito reduzidas, geralmente o seu raio
mede-se em picómetro que é o submúltiplo de metro (1x10-12m)

1.2– Estrutura e Características do átomo


Das experiências efectuadas pelos cientistas no déculo XX, concluiu-se que os átomos
são constituídos por partículas que se desígnam por subatómicas. São elas o protão 1,
electrão2 e neutrão3.

Número atómico (Z): é um número determinado experimentalmente, característico de


cada elemento, representando o número de protões contidos no núcleo e caracteriza os
diversos átomos. Em um átomo electricamente neutro, o número atómico é igual ao
número de electrões. Ou seja o número atómico é definido como o número de protões
existentes no núcleo de um átomo.
Por exemplo:

 Todos os átomos de Sódio possuem 11 protões; portanto o número atómico (Z) é


igual a 11.

1 Partícula confirmada por Ernest Rutherford em 1914, é de símbolo p, carga +1, massa igual a 1840.
2 Partícula descoberta por Joseph Thomson em 1897, é de símbolo e-, carga -1, massa igual a 1.
3 Partícula descoberta por J. Chadwick em 1932, é de símbolo n, carga 0, massa igual a 1840.

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 Todos os átomos de ferro possuem 26 protões; portanto, número atómico (Z) é
igual a 26.

Número de massa (A): representa a soma do número de protões e neutrões do núcleo de


um átomo. A = Z + n.

Número de neutrões: em um átomo neutro, o número de cargas positivas é igual ao


número de cargas negativas. Também pode ser dado pela diferença entre o número de
massa (A) e o número atómico (Z). Para calcular o número de neutrões: n = A – Z.

Representação Simbólica: zXA


Número atômico = Z
Número de massa = A
Elemento químico qualquer = X

Átomos com desequilíbrio eléctrico


Ião: é uma espécie química carregada electricamente, geralmente um átomo ou molécula
que perdeu ou ganhou electrões. Os iões carregados positivamente são chamados catiões
(catião) e os carregados negativamente são chamados aniões (anião).

Catiões: são átomos que apresentam mais cargas positivas do que negativas. Isto ocorre
porque o átomo perdeu electrões.

Aniões: são átomos que apresentam mais cargas negativas do que positivas. Isto ocorre
porque o átomo ganhou electrões.
Número de valência: indica o número de ligações que um átomo poderá realizar. Como
em cada ligação está envolvido 1 electrão, o total da cargas adqueridas, positivas ou
negativas determina a valência.
Os catiões ou aniões podem ser:

 Monovalentes: Na+, Cl-, K+...


 Bivalentes: Ca+, O2-...
 Trivalentes: Al3+, P3-

Tetravalentes: Pt4+, (SiO4)4-
Orbital: é a zona do espaço atómico onde é maior a probabilidade de encontrar o electrão.

Atomicidade
Nas fórmulas das substâncias existem índices, abaixo e à direita do símbolo de cada
elemento químico, que informam a quantidade de átomos dos elementos que entram na
composição de cada molécula da substância. Dizemos que o índice expressa a
atomicidade da substância.
Podemos então dizer que:

O gás oxigênio (O2) é uma substância simples diatómica, pois cada uma das suas
moléculas é formada por dois átomos iguais de oxigênio.
Resumidamente, temos:

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Atomicidade Substâncias
Monoatómica He, Ne, Ar, Kr
Diatómica H2, O2, HCl, CO, NO,
Triatómica O3
Tetratómica P4 (fósforo branco), CH3, NO3, SO3
Indeterminada Pn (fósforo vermelho), Cgrafite, Metais

Alotropia
Do grego allos = outro, tropos = maneira ou forma. A alotropia é a propriedade que certos
elementos químicos possuem de formar diferentes substâncias simples. Podem ser
diferenciados por dois motivos: sua atomicidade4 e estrutura5.

 Carbono: grafite (Cn), Diamante (Cn), Fulereno (C60).


 Oxigênio: Oxigênio (O2), Ozono (O3).
 Enxofre: Rômbico (S8), Monoclínico (S8).
 Fósforo: Vermelho (Pn), Branco (Pn).

Relações Atômicas:
Isótopos
São átomos de um mesmo elemento que possuem propriedades químicas identicas
(mesmo número de protões), mas propriedades físicas diferentes (diferente número de
massa). Exemplo: 6C12, 6C13, 6C14.

Isóbaros
São átomos de elementos diferentes com o mesmo número de massa e diferente número
atómico. Suas propriedades químicas são totalmente diferentes. Exemplo: 20Ca42, 21Sc42,
42
22Ti .

Isótonos
São átomos com diferente número atómico e de massa, porem com o mesmo número de
neutrões. Exemplo: a) 5B11, 6C12 ; b) 17Cl37, 20Ca40.

2- Tabela periódica
No final do século XVIII surgiram as primeiras tentativas de agrupar, em conjuntos ou
famílias, os elementos químicos então conhecidos, tendo como critério a semelhança das
propriedades físicas e a analogia do comportamento químico.

Estas tentativas partiram de uma necessidade crescente em sistematizar a informação


proveniente de inúmeras experiências, dando, então, origem à tabela periódica. Vários
foram os cientistas que contribuíram para a definição da tabela periódica, como,

4 Quantidade de átomos que formam a molécula.


5 Arranjo dos átomos no retículo cristalino.
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Lavoisier, Mendeleyev6 e Niels Bohr. Este último interpretou a estrutura do átomo,
explicando de forma científica e coerente.

Lavoisier, no seu Tratado Elementar de Química, de 1789, tentou, pela primeira vez,
agrupar 23 substâncias, atribuindo-lhes nomes de acordo com analogias por si verificadas
no comportamento químico.

Em 1869, Dimitri Mendeleyev apresentou uma classificação que constitui a base da


classificação moderna, agrupando os elementos de tal modo que:

 Os que constituem uma família com propriedades físicas e comportamento


químico semelhante posisionam-se numa mesma linha vertical.
 Prevê a deferenciação gradual nas propriedades dos elementos de várias famílias
pelos valores que apresentam essas propriedades.
 A disposição dos elementos era organizada por ordem crescente das suas massas
atómicas, podendo visualizar-se periodicamente os elementos duma mesma
família, mostrando que as propriedades variam de forma regular.

A tabela periódica de Mendeleyev é a que ainda hoje utilizamos, embora bastante mais
completa, dado que, na altura, só eram conhecidos 60 elementos. Actualmente,
conhecem-se mais de 118 (92 naturais e 26 artificiais) elementos e estes encontram-se
dispostos por ordem crescente do número atómico e não pela ordem de valor de massa
atómica, como originalmente pensou Mandeleyev.

2.1 -Estrutura da tabela periódica actual


Os elementos na tabela periódica estão ordenados da esquerda para a direita e de cima
para baixo, por ordem crescente dos seus números atómicos, sendo a nomenclatura
adoptada pela IUPAC7.

A tabela periódica possui 18 colunas, que são representadas por números de 1 a 18, e 7
linhas horizontais, numeradas de 1 a 7. Nas colunas figuram os grupos de elementos de
uma mesma família. São elementos transitivos os que pertencem aos grupos 1, 2, 13, 14,
15, 16, 17 e 18. Os outros denominam-se elementos de transição.

As famílias ou grupos
 Grupo 1 – Metais alcalinos
 Grupo 2 – Metais Alcalinos Terrosos
 Grupo 13 – Família do Boro
 Grupo 14 – Família do Carbono
 Grupo 15 – Família do Nitrogênio
 Grupo 16 - Calcogênios
 Grupo 17 - Halogênios
 Grupo 18 – Gases Nobres

7 International Union of Pure and Applied Chemistry (União internacional de Química Pura e Aplicada).
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2.2 - Classificação dos elementos
Metais: bons condutores de calor e electricidade; são sólidos a temperatura ambiente com
excepção do Hg; são maleáveis (propriedade de serem transformados em lâminas) e
dúcteis (propriedade de serem transformados em fios); resistentes a fractura; perdem
facilmente electrões dando origem a iões positivos; poucos electrões na última camada.

Não metais: apresentam propriedades opostas às dos metais; são os mais abundantes na
natureza; maus condutores de calor e electricidade, podem assumir qualquer estado físico
na temperatura ambiente.

Gases nobres: o termo “gás nobre” vem do facto de que a característica destes gases é de
não se combinarem com os demais elementos; . apresentam baixa reatividade, sendo até
pouco tempo considerados inérteis, porem o termo não é exato visto que já tem sido
demonstrado que alguns podem participar de reações químicas.
Hidrogênio: o Hidrogênio é considerado um grupo a parte, pois é um elemento químico
com propriedades diferentes de todos os outros. É inodoro, incolor, combustivel e o
elemento menos denso conhecido. Possui a propriedade de se combinar com matais e não
metais. É empregado como combustivel em fontes especiais.
O Hidrogênio tem características distintas de todos os demais elementos e, em alguns
sistemas periódicos, é representado à parte, ou representado duplamente sobre a família
dos alcalinos e sobre a dos halogênios, pois manifesta características dessas duas famílias.
Nas famílias os elementos podem ser classificados em representativos ou de transição
(interna ou externa). Os representativos são aqueles cuja destribuição electrónica termina
em s ou p. Os elementos de transição externa são aqueles cuja distribuição termina em d,
e os de transição interna terminam em f. A localização de um elemento na tabela periódica
pode ser indicada pelo seu grupo e seu período. Os elementos de transição interna são os

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que se encontram nas duas linhas bem em baixo na tabela periódica e na verdade é como
se estivessem localizados no sexto e sétimo período do grupo 3.
2.3 - Propriedades periódicas.
Quando observa uma propriedade periódica pode verificar que a intervalos mais ou menos
regulares os valores da propriedade citada são semelhantes, a medida que o Z aumenta.
São exemplos de Propriedades periódicas: raio atómico, densidade, ponto de fusão e
ebulição, energia de ionização, electropositividade, electronegatividade e afinidade
electrónica.
Raio atômico: mede o tamanho de um átomo. Corresponde à distância do núcleo até o
último elétron deste átomo. Fatores que exercem influência sobre o raio de um átomo: a
quantidade de camadas e a carga nuclear

Na vertical os raios aumentam de cima para baixo; na horizontal os raios diminuem da


esquerda para a direita.
Ponto de Fusão e Ebulição: elementos com menores pontos de fusão e ebulição estão
situados à direita e na parte superior da tabela.

Energia de ionização: É a propriedade que mede a energia mínima necessária para


arrancar um electrão de um átomo gasoso e isolado, em seu estado fundamental. A energia
fornecida ao átomo deve ser capaz de vencer a força de atração que as cargas positivas do
núcleo exercem sobre os eletrões. Quanto maior o raio do átomo, menor a energia de
ionização necessária para remover o electrão. Na vertical aumenta de baixo para cima e
na horizontal aumenta da esquerda para a direita.

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Afinidade eletrônica: É a propriedade que mede a energia liberada por um átomo
isolado, no estado gasoso e em seu estado fundamental, quando a ele é adicionado um
electrão. Ao receber esse electrão observamos um aumento na força de repulsão existente
entre os electrões na eletrosfera, o que gera uma instabilidade momentânea do átomo. Na
vertical aumenta de baixo para cima e na horizontal aumenta da esquerda para a direita.

Eletronegatividade: É a propriedade que mede a atração exercida sobre os electrões de


uma ligação química; ou é a tendência que um átomo tem em receber electrões em uma
ligação química. Quanto mais forte for esta força de atração mais eletronegativo será o
elemento. Quanto maior o raio atômico menor será a eletronegatividade. Na vertical
aumenta de baixo para cima e na horizontal da esquerda para a direita. O F é o elemento
mais electronegativo.

Electropositividade: é a tendência que um átomo tem em perder electões em uma ligação


química, os metais são os mais electropositivos.

2.4- Distribuição electrónica


De acordo com a teoria de Summerfeld, os electrões giram na eletrosfera em torno do
núcleo e ocupam as “camadas eletrônicas” ou “níveis de energia”, chamados de números
quânticos principais (n). Até o momento, foram estabelecidas sete camadas ou níveis de
energia, representados pelos números 1 a 7 ou por letras maiúsculas K, L, M, N, O, P, Q.

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Os electrões se movem nas camadas e, quando passam de uma camada para outra, liberam
ou absorvem energia.
Quanto mais distante do núcleo estiver o electrão maior a energia deste. Por exemplo, o
electrão que se encontra na camada L possui menor energia que o electrão da camada P.
Em cada nível de energia (n) há um número máximo de electrões.

As camada ou níveis de energia são formados de subcamadas ou subníveis de energia,


designados pelas letras s, p ,d e f.

2.4.1 -Diagrama de Pauling (energia)

Assim, seguindo o diagrama de Pauling8, podemos montar a distribuição eletrônica de


qualquer elemento químico, por exemplo: 26Fe: 1s2 , 2s2 , 2p6 , 3s2 3p6 , 4s2 , 3d6 .
2.4.2 - Definição do nível de valência e electrões de valência

Os electrões, após serem distribuídos em ordem de energia, ou seja, seguindo as diagonais


do diagrama, podem ser organizados em ordem geométrica ou de camadas para facilitar
a observação do número de electrões da camada de valência (última camada), que são os

8Linus Carl Pauling (1901-1994) foi um químico estadunidense. Suas contribuições para a Química foram inúmeras,
dentre as quais destacamos os trabalhos teóricos sobre as ligações químicas, a elucidação da geometria molecular
das proteínas e a elaboração do conceito de eletronegatividade.
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responsáveis pelas ligações químicas. Ordem geométrica é a ordenação crescente de
níveis energéticos, por exemplo: 26Fe: 1s2 /2s2 2p6 /3s2 3p6 3d6 /4s2 .
Os electrões só podem ser organizados na ordem geométrica após terem sido distribuídos
segundo a ordem energética.
2.4.3 - Regras para a distribuição electrónica

 Conhecer o número atómico


 A distribuição electrónica deve ser feita pala notação nlx.
 Seguir o diagrama de Pauling sem saltar nenhum subnível.
 Se a distribuição electrónica terminar em s ou p, é um elemento representativo, se
terminar em d é um elemento de transição externa e se terminar em f é um
elemento de transição interna.
2.4.5 - Regras para identificar o grupo e o período

 Os elementos representativos do grupo IA e IIA terminam sempre em s. O período


será sempre o último nível e o grupo será o electrão no último subnível.
 Os elementos representativos dos grupos IIIA, IVA, VA, VIA, VIIA e VIIIA
terminam sempre em p.
 Os elementos de transição terminam em d ou f. O período será sempre o último
nível e o grupo será o somatório do electrão do último subnível da primeira
configuração com o electrão do último subnível da segunda configuração.
OBS:Para classificar em série A ou B considera-se sempre o último subnível da
primeira configuração

3 - NÚMEROS QUÂNTICOS
A mecânica foi desenvolvida a partir das idéias de De Broglie, Heisenberg, Schrödinger,
Dirac, entre outros, e foi chamada de mecânica quântica. A mecânica quântica estabelece
que só é possível estudar o comportamento de sistemas microscópicos em termos de
“probabilidades”. Assim, não é permitido utilizarmos expressões, como a trajetória de um
electrão, mas sim a região de maior probabilidade de se encontrar um electrão, que é o
orbital atômico, passando esses sistemas a serem descritos por uma função de onda.
Em 1926, Erwin Schrödinger formulou uma equação de onda para descrever o
comportamento de sistemas microscópicos, em que considerava o comportamento
dualístico de uma partícula se movimentando em três dimensões.
Os números quânticos servem para identificar (localizar) os electrões na electrosfera de
um átomo. Existem quatro números quânticos:
 Número quântico principal (n);
 Número quântico secundário ou azimutal (l);
 Número quântico magnético (m);
 Número quântico spin (s).
Número quântico principal (n): Refere-se ao nível de energia em que está localizado o
electrão. Assim os valores de n variam de 1 a 7, de acordo com o nível de energia do
electrão. Quanto maior o número quântico principal, maior é a energia do electrão.

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Número quântico secundário ou azimutal (l): Refere-se ao subnível de energia em que
está localizado o electrão.

Número quântico magnético (m): Refere-se a orbital em que está o electrão.

Número quântico spin (s): Refere-se ao sentido de rotação do electrão no interior de


uma orbital. É por isso que cada orbital possui no máximo dois electrões com spin
opostos, que são simbolizados por setas. Isso é dito pelo Princípio da Exclusão de pauli.
Por convenção, adotou-se o seguinte: a seta para cima corresponde a s = -1/2, e a seta
para baixo corresponde a s= +1/2.

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Segundo a regra de Hund ou Regra da máxima multiplicidade, o preenchimento das
orbitais de um subnível deve ser feito de uma forma que contenha o maior número
possível de electrões desemparelhados (isolados). Por isso, temos que preencher primeiro
as orbitais (quadradinhos), colocando somente as setas para cima, e depois voltamos a
preencher as setas para baixo.

4- LIGAÇÕES QUÍMICAS
Na metade do século XX, os cientistas já haviam percebido que o átomo de hidrogênio
nunca se liga a mais de um outro átomo. Já, por exemplo, o átomo de oxigênio pode ligar-
se a dois átomos de hidrogênio, o de nitrogênio a três de hidrogênio, o de carbono a quatro
de hidrogênio, como podemos ver a seguir:

Surgiu, então, a idéia de valência, entendida como a capacidade de um átomo ligar-se a


outros. Dizemos que o hidrogênio tem uma valência (é monovalente); o oxigênio tem
duas valências (é bivalente); o nitrogênio tem três valências (é trivalente); o carbono tem
quatro valências (é tetravalente), e assim por diante. No entanto, foi somente em 1916
que os cientistas Gilbert N. Lewis e Walter Kossel chegaram a uma explicação lógica para
as uniões entre os átomos, criando a teoria eletrônica da valência. De fato, consideremos
as configurações eletrônicas dos gases nobres:

Com exceção do hélio, constatamos que os átomos dos gases nobres têm sempre 8
elétrons na última camada eletrônica (é o chamado octeto eletrônico). Foi associando a
observação de que os átomos dos gases nobres têm pouca tendência a se unirem entre si
ou com outros átomos com a de que os átomos dos gases nobres têm o número máximo
de elétrons na última camada (em geral 8 elétrons, ou 2, no caso do hélio), que os
cientistas Lewis e Kossel lançaram a hipótese: os átomos, ao se unirem, procuram perder,
ganhar ou compartilhar elétrons na última camada até atingirem a configuração eletrônica
de um gás nobre. Essa hipótese costuma ser traduzida pela chamada regra do octeto:

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Um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elétrons na camada eletrônica mais
externa, ou 2 elétrons quando possui apenas a camada K.
Na prática, quando dois átomos vão se unir, eles “trocam elétrons entre si” ou “usam
elétrons em parceria”, procurando atingir a configuração eletrônica de um gás nobre.
Surgem daí os três tipos comuns de ligação química — iônica, covalente e metálica —,
que estudaremos a seguir.

4.1 – Ligação Iónica Electrovalente ou Heteropolar


Vamos considerar a reação entre o sódio e o cloro, produzindo-se o cloreto de sódio:

Na + Cl NaCl
Eletronicamente, essa reação é explicada esquematicamente, com cores-fantasia, do
seguinte modo:

Nesse exemplo, o átomo de sódio cede definitivamente 1 elétron ao átomo de cloro. Desse
modo, forma-se um íon positivo (cátion Na+ ) e um íon negativo (ânion Cl-), ambos com
o octeto completo, ou seja, com a configuração de um gás nobre (no caso, neônio e
argônio, respectivamente). Considerando que essa explicação envolve apenas os elétrons
da última camada (elétrons de valência), é comum simplificar a representação anterior da
seguinte maneira:

Os sinais • e x estão representando exatamente os elétrons da camada mais externa.


Essa representação é chamada notação de Lewis.
considerando como segundo caso a reação entre o magnésio e o cloro temos:

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Como podemos observar, o número de íons que se unem é inversamente proporcional às
suas respectivas cargas (valências). Disso resulta a seguinte regra geral de formulação:

 Ligação iônica é a força que mantém os íons unidos, depois que um átomo cede
definitivamente um, dois ou mais elétrons para outro átomo.

 Eletrovalência é a carga elétrica do íon.


A ligação iônica é, em geral, bastante forte e mantém os íons firmemente “presos” no
reticulado. Por isso, os compostos iônicos são sólidos e, em geral, têm ponto de fusão e
ponto de ebulição elevados.

4.1.1 - A ligação iônica e a Tabela Periódica


A ligação iônica ocorre, em geral, entre átomos de metais com átomos de não-metais,
pois:
 os átomos dos metais possuem 1, 2 ou 3 elétrons na última camada e têm forte
tendência a perdê-los (veja os casos do Na, do Mg e do Al, nos exemplos
anteriores);
 os átomos dos não-metais possuem 5, 6 ou 7 elétrons na última camada e têm
acentuada tendência a receber mais 3, 2 ou 1 elétron e, assim, completar seus
octetos eletrônicos (veja o caso do Cl, nos exemplos anteriores).

Essa idéia pode ser generalizada se olharmos para a Tabela Periódica. Como sabemos,
nas colunas A, o número de elétrons na última camada de cada elemento coincide com o
próprio número da coluna. Sendo assim, temos:

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Dessas propriedades resultam as valências (carga elétrica) de alguns íons bastante
importantes:

4.2 - LIGAÇÃO COVALENTE, MOLECULAR OU HOMOPOLAR


Consideremos, como primeiro exemplo, a união entre dois átomos do elemento
hidrogênio (H) para formar a molécula da substância simples hidrogênio (H2 ):

H+H H2
Eletronicamente (as figuras são representações esquemáticas):

esta última representação, o traço (—) está indicando o par de elétrons que os dois átomos
de hidrogênio passam a compartilhar. Assim, por comodidade, costuma-se representar
uma ligação covalente normal por um traço. A molécula H2 é estável (isto é, os átomos
não se separam) porque há um equilíbrio entre as forças de atração elétrica (entre núcleo
e elétrons) e as forças de repulsão elétrica (entre os dois núcleos e entre os dois elétrons),
como ilustramos na figura a seguir.
Consideremos, como segundo exemplo, a união entre dois átomos do elemento cloro (Cl),
formando uma molécula de gás cloro (Cl2 ). Note que, no esquema, só estão representados
os elétrons da última camada eletrônica do cloro, isto é, sua camada de valência:

Observamos que, na molécula final (Cl2), há um par de elétrons compartilhado pelos dois
átomos de cloro. Com isso, podemos dizer que cada átomo de cloro dispõe de seus sete

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elétrons mais um elétron compartilhado, perfazendo então o octeto, que dá a cada átomo
a configuração estável de um gás nobre. Na molécula formada acima, os elétrons da
última camada que não participam do par eletrônico compartilhado são comumente
chamados elétrons não-ligantes ou pares eletrônicos isolados.
Consideremos, como terceiro exemplo, a formação da molécula da substância simples
oxigênio (O2):

Cada átomo de oxigênio tem apenas seis elétrons na camada de valência. Os dois átomos
se unem compartilhando dois pares eletrônicos, de modo que cada átomo “exerça
domínio” sobre oito elétrons. Forma-se assim uma ligação dupla entre os átomos, que é
indicada por dois traços na representação O=O (nos exemplos do H2 e do Cl2 , o único
par eletrônico comum constitui uma ligação simples).
Como quarto exemplo, vejamos a formação da molécula da substância simples
nitrogênio (N2 ):

Cada átomo de nitrôgênio tem apenas cinco elétrons na camada periférica. Eles se unem
compartilhando três pares eletrônicos. Forma-se assim uma ligação tripla entre os átomos,
que é indicada pelos três traços na representação .
Desse modo, cada átomo está com o octeto completo, pois além de seus cinco elétrons,
compartilha três elétrons com o átomo vizinho.
Concluindo, definimos:
 Ligação covalente ou covalência é a união entre átomos estabelecida por pares
de elétrons.
Nesse tipo de ligação, a valência recebe o nome particular de covalência e corresponde
ao número de pares de elétrons compartilhados. As fórmulas em que os elétrons aparecem
indicados pelos sinais • e x são chamadas fórmulas eletrônicas ou fórmulas de Lewis.
Quando os pares eletrônicos covalentes são representados por traços ( - )chamamos essas
representações de fórmulas estruturais planas; no último exemplo considerado:

Todos os exemplos dados até agora foram de substâncias simples. No entanto, as ligações
covalentes aparecem ainda com maior freqüência entre as substâncias compostas, como passamos
a ilustrar.

 Formação da molécula do ácido clorídrico

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Continuamos notando que cada átomo termina ficando com o octeto completo. De fato,
cada oxigênio, além de seus seis elétrons, passa a ter mais dois (compartilhados com o
carbono); e o átomo de carbono, além de seus quatro elétrons, passa a ter mais quatro
(dois compartilhados com um dos átomos de oxigênio e mais dois compartilhados com o
outro).
Como conclusão, podemos dizer que:
 A ligação é covalente quando os dois átomos apresentam a tendência de ganhar
elétrons
4.2.1 – Ligação covalente e classificação períodica

4.2.2 – Caso particular da ligação covalente (Ligação dativa)


Vejamos como primeiro exemplo a formação da molécula de gás sulfuroso (SO2 ):

Observe que o par eletrônico destacado (que está ligando o enxofre ao segundo oxigênio)
pertencia, de início, apenas ao enxofre. Trata-se não mais da ligação covalente usual, em
que cada ligação é formada por 1 elétron de cada átomo, mas de uma covalência especial,
na qual o par eletrônico é cedido apenas por um dos átomos da ligação.
Antigamente, esse tipo de ligação era denominado de ligação dativa e indicado por uma
seta que vai do átomo doador para o átomo receptor do par eletrônico, como mostramos
ao lado. De qualquer modo, você continuará contando 8 elétrons ao redor de cada átomo.

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5 – SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS E INORGÂNICAS

Tarefa das mais importantes na atividade científica é reunir substâncias semelhantes em classes
ou grupos, de modo a facilitar seu estudo. Uma classificação fundamental, nascida na metade
do século XVIII, é a que divide as substâncias em inorgânicas (ou minerais) e orgânicas.
Inicialmente, dizia-se:

 Substância inorgânica (ou mineral) é a que se origina dos minerais.


 Substância orgânica é a que se origina dos organismos vivos (vegetais e animais).
Posteriormente, verificou-se que todas as substâncias orgânicas contêm o elemento carbono e,
então, passou-se a dizer:

 Substâncias orgânicas são as que contêm carbono.


 Substâncias inorgânicas (ou minerais) são as formadas por todos os demais elementos
químicos.

Dentro desse critério, porém, existem exceções; de fato, há compostos que contêm carbono,
mas que apresentam todas as características de substância inorgânica, como CO, CO2 , Na2CO3
, KCN etc. Devido às suas características, essas substâncias são consideradas inorgânicas.

 Função química é um conjunto de substâncias com propriedades químicas


semelhantes, denominadas propriedades funcionais.

5.1 –ÁCIDOS
Do ponto de vista prático, os ácidos apresentam as seguintes características:

 Formam soluções aquosas condutoras de eletricidade;


 Mudam a cor de certas substâncias (chamadas, por esse motivo, de indicadores de
ácidos).
Definição de ácido de Arrhenius
Do ponto de vista teórico, Arrhenius definiu:

 Ácidos são compostos que em solução aquosa se ionizam, produzindo como íon
positivo apenas cátion hidrogênio (H+ ).

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O H+ é, nessa perspectiva, o responsável pelas propriedades comuns a todos os ácidos,
sendo chamado, por esse motivo, de radical funcional dos ácidos.
Exemplos:

5.1.1 - Classificação dos ácidos

1 - De acordo com o número de hidrogênios ionizáveis


a) Monoácidos: na ionização, a molécula produz apenas 1 H" (HCl, HNO3 etc.).
b) Diácidos: na ionização, a molécula produz 2 H " (H2SO4 , H2CO3 etc.).
c) Triácidos: na ionização, a molécula produz 3 H " (H3PO4 , H3BO3 etc.).
d) Tetrácidos: na ionização, a molécula produz 4 H " (H4P2O7 , H4SiO4 etc.).
Os ácidos com 2 ou mais hidrogênios ionizáveis são denominados poliácidos.
2-De acordo com a presença ou não de oxigênio na molécula

a) Hidrácidos: não contêm oxigênio (HCl, HBr, H2S etc.).


b) Oxiácidos: contêm oxigênio (HNO3 , H2SO4 , H3PO4 etc.).
3-De acordo com o grau de ionização

a) Ácidos fortes: quando α ( 50%. Exemplos: HCl (α % 92%), H2SO4 (α % 61%) etc.
b) Ácidos moderados ou semifortes: quando 5 ' α ' 50%. Exemplos: HF (α % 8%), H3PO4
(α % 27%) etc.
c) Ácidos fracos: quando α ' 5%. Exemplos: HCN (α % 0,008%), H2CO3 (α % 0,18%) etc

5.1.2 - Nomenclatura dos ácidos


1. Hidrácidos
O nome é feito com a terminação ídrico:

2. Oxiácidos
a) Quando o elemento forma apenas um oxiácido, usa-se a terminação ico:

b) Quando o elemento forma dois oxiácidos:

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c) Quando o elemento forma três ou quatro oxiácidos:

5.2 – Bases ou Hidróxidos


Definição de base de Arrhenius
Do ponto de vista teórico, Arrhenius definiu:
 Bases ou hidróxidos são compostos que, por dissociação iônica, liberam, como
íon negativo, apenas o ânion hidróxido (OH-), também chamado de oxidrila ou
hidroxila.
O OH- é o responsável pelas propriedades comuns a todas as bases, constituindo por isso
o radical funcional das bases.
Exemplos:

De modo geral, as bases são formadas por um metal, que constitui o radical positivo,
ligado invariavelmente ao OH- . A única base não-metálica importante é o hidróxido de
amônio (NH4OH).
5.2.1 - CLASSIFICAÇÕES DAS BASES
1- De acordo com o número de hidroxilas (OH-)

a)Monobases: possuem apenas uma oxidrila (OH-). Exemplos: NaOH, NH4OH etc.

b)Dibases: possuem duas OH- . Exemplos: Ca(OH)2 , Fe(OH)2 etc.

c)Tribases: possuem três OH- .Exemplos: Al(OH)3 , Fe(OH)3 etc.

d)Tetrabases: possuem quatro OH- . Exemplos: Sn(OH)4 , Pb(OH)4 etc.

Não existem bases com mais de quatro oxidrilas por molécula.

2-De acordo com o grau de dissociação

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a)Fortes: são aquelas cujo grau de dissociação é praticamente 100%. É o caso dos
hidróxidos dos metais alcalinos, como NaOH, KOH etc., e dos metais alcalino-terrosos,
como Ca(OH)2 , Ba(OH)2 etc., que já são iônicos por natureza. O Mg (OH)2 é uma
exceção à regra, pois constitui uma base fraca.
b)Fracas: cujo grau de dissociação é, em geral, inferior a 5%. É o caso do hidróxido de
amônio (NH4OH) e dos hidróxidos dos metais em geral (excluídos os metais alcalinos e
alcalino-terrosos), que são moleculares por sua própria natureza.
3-De acordo com a solubilidade em água
a)Solúveis: hidróxidos dos metais alcalinos como NaOH, KOH etc., e hidróxido de
amônio (NH4OH).
b)Pouco solúveis: hidróxidos dos metais alcalino-terrosos, como Ca(OH)2 , Ba(OH)2 etc.
c)Praticamente insolúveis: todos os demais.
5.2.2-NOMENCLATURA DAS BASES
a) Quando o elemento forma apenas uma base

b)Quando o elemento forma duas bases

5.3 – Sais
Do ponto de vista prático, podemos dizer que:

 Sais são compostos formados juntamente com a água na reação de um ácido com uma
base de Arrhenius.

De fato, já vimos que a reação entre um ácido e uma base de Arrhenius — chamada de reação
de neutralização ou de salificação — forma um sal, além da água:

Do ponto de vista teórico, dizemos que:

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 Sais são compostos iônicos que possuem, pelo menos, um cátion diferente do H+ e um
ânion diferente do OH- .

Por exemplo:

5.3.1 -Reação de neutralização total/Sais normais ou neutros


Dizemos que uma reação é de neutralização total quando reagem todos os H+ do ácido e todos
os OH- da base. O sal assim formado é chamado de sal normal ou neutro.

5.3.2 - Nomenclatura dos sais normais


O nome de um sal normal deriva do ácido e da base que lhe dão origem. Assim, para obter
o nome de um sal, basta alterar a terminação do nome do ácido correspondente, de acordo
com o seguinte código:

5.4 –ÓXIDOS
 Óxidos são compostos binários nos quais o oxigênio é o elemento mais
eletronegativo.

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Por exemplo: H2O, CO2 , Fe2O3 , SO2 , P2O5 etc.
Os óxidos constituem um grupo muito numeroso, pois praticamente todos os elementos
químicos formam óxidos (até mesmo gases nobres, como, por exemplo, o XeO3 ).
Apenas os compostos oxigenados do flúor (como, por exemplo, OF2 e O2F2 ) não são
considerados óxidos, mas sim fluoretos de oxigênio, pois, como já vimos, o flúor é mais
eletronegativo que o oxigênio.
Sendo assim, outra definição possível para os óxidos seria:
 Óxidos são compostos binários do oxigênio com qualquer outro elemento
químico, exceto o flúor.
5.4.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS ÓXIDOS
1- Óxidos ácidos ou anidridos
Óxidos ácidos ou anidridos são óxidos que reagem com a água, produzindo um ácido,
ou reagem com uma base, produzindo sal e água.

5.4.2 - Nomenclatura dos óxidos ácidos

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2- Óxidos básicos
 Óxidos básicos são óxidos que reagem com a água, produzindo uma base, ou
reagem com um ácido, produzindo sal e água.

Os óxidos básicos são formados por metais com números de oxidação baixos (+1, +2
ou +3). São compostos sólidos, iônicos, que encerram o ânion oxigênio (O-2 ) e
apresentam pontos de fusão e de ebulição elevados. Os óxidos dos metais alcalinos e
alcalino-terrosos reagem com a água; os demais óxidos básicos são pouco solúveis
em água.
5.4.3 – Nomenclatura dos óxidos básicos

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6 – REACÇÃO E EQUAÇÃO QUÍMICA
Uma reacção química é qualquer transformação química em que uma ou mais substâncias
se transformem em outras diferentes .
 O início de uma reacção representa os reagentes.
 O final de uma reacção representa os produtos.
Uma Equação química é a representação simbólica e abreviada de uma reação química
(ou fenômeno químico).
As equações químicas representam a escrita usada pelos químicos. É uma linguagem
universal, isto é, não muda de uma língua para outra ou de um país para outro. Isso
simplifica bastante a maneira de expressar um fenômeno ou reação química.
Nas equações químicas, temos:

As fórmulas (H2 , O2 , H2O), indicam quais são as substâncias participantes da reação química.
No primeiro membro, aparecem os reagentes, isto é, as substâncias que entram em reação; no
segundo membro, aparecem os produtos, isto é, as substâncias que são formadas pela reação.

6.1 – Ajustes de equações químicas


É importante ressaltar que uma equação química só está correta quando representa um
fenômeno químico que realmente ocorre, por meio de fórmulas corretas (aspecto qualitativo) e
coeficientes corretos (aspecto quantitativo). Lembrando que numa reação química os átomos
permanecem praticamente “intactos”, podemos enunciar o seguinte critério geral:

 Acertar os coeficientes ou balancear uma equação química é igualar o número total de


átomos de cada elemento, no 1º e no 2º membros da equação.

Existem vários métodos de balanceamento de uma equação química, porém o mais simples é o
chamado método por tentativas, que segue as regras abaixo.

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6.2 - Classificações das reações químicas segundo mudança energética

6.3 - Número de oxidação


No caso dos compostos iônicos, chama-se número de oxidação (Nox.) a própria carga
elétrica do íon, ou seja, o número de elétrons que o átomo perdeu ou ganhou.
Por exemplo:

Dado o conceito de número de oxidação, podemos ampliar o conceito de oxidação e


redução dizendo:
 Oxidação é perda de elétrons ou aumento do número de oxidação de um elemento.
 Redução é ganho de elétrons ou diminuição do número de oxidação de um
elemento.

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6.3.1– Regras para determinar o número de oxidação
o número de oxidação de um elemento ou substância simples é zero;
 Nas substâncias compostas, temos os seguintes valores usuais:
O número de oxidação do hidrogênio é sempre +1 (exceto nos hidretos metálicos,
como NaH, CaH2 etc., nos quais é -1);
 O número de oxidação do oxigênio é sempre -2 (exceto nos peróxidos, como H2O2
, Na2O2 etc., nos quais é -1);
 O número de oxidação dos elementos das colunas A da Classificação Periódica
pode ser deduzido do próprio número da coluna, de acordo com a tabela a seguir:

6.3.2– Cálculo do número de oxidação


É fácil calcular o número de oxidação de um elemento que aparece numa substância,
lembrando que a soma dos números de oxidação de todos os átomos, numa molécula, é
zero. Vamos, por exemplo, calcular o número de oxidação do fósforo, na substância
H3PO4 . Lembre-se de que H (Nox. =+1); O (Nox. = -2). Chamando de x o Nox. do
fósforo e, considerando o número de átomos de cada elemento, temos:

Para calcular o número de oxidação de um elemento formador de um íon composto,


devemos lembrar que a soma dos números de oxidação de todos os átomos, num íon
composto, é igual à própria carga elétrica do íon.
Por exemplo:

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6.3.2 - Reações de oxirredução (Redox)
Para que uma reação de oxirredução ocorra, um dos reagentes deve apresentar a tendência
de ceder elétrons, e o outro, de receber elétrons. Em relação a essas tendências, é
fundamental destacar o comportamento dos metais e o dos não-metais:
Comportamento dos metais
Os metais têm sempre tendência para ceder elétrons; conseqüentemente, eles se oxidam
e agem como redutores. Os químicos, comparando vários metais, conseguiram determinar
quais são os metais que têm maior tendência e quais os que têm menor tendência para
ceder elétrons. Daí surgiu a fila da reatividade ou fila de tensões eletrolíticas, que é dada
parcialmente a seguir:

Nessa fila, qualquer metal mais reativo irá deslocar o menos reativo. Em outras palavras,
qualquer metal pode deslocar (ceder elétrons) outro metal situado mais à direita na fila.
Comportamento dos não-metais
Os não-metais têm sempre tendência para receber elétrons; conseqüentemente, os não-
metais se reduzem e agem como oxidantes. Podemos também arrumar os não-metais em
uma fila de reatividade.

Qualquer não-metal desta fila pode deslocar (receber elétrons) de outro não-metal situado
mais à direita na fila

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