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Desta segunda lei podemos concluir, entre outras coisas, que as leis da eletrólise
são análogas às que regem as reações químicas; logo, se um número definido de
átomos se combina com uma pré-determinada quantidade de eletricidade, parece
ser logicamente válido supor que a própria eletricidade é constituída por partículas.
Desta forma, uma molécula deve poder receber ou perder um número inteiro
destas partículas que constituem a eletricidade.
A baixas pressões, é evidente que alguma coisa deixa o cátodo e viaja para o
ânodo.
Provou a afirmação mostrando que o raio catódico pode ser desviado se passar
entre placas de metais carregados opostamente em um tubo de Crookes.
Ele vaporizou gotas de óleo entre duas placas metálicas carregadas opostamente
e, por meio de um microscópio, observou que tais gotículas caíam pelo ar sob
influência da gravidade.
Figura 3 – Tubos de raios catódicos com campos magnéticos e elétricos perpendiculares. Os
raios catódicos (elétrons) originam-se na placa negativa à esquerda e são acelerados em
direção à placa positiva, que tem um orifício no centro. Um feixe de elétrons passa através do
orifício e é desviado pelos campos magnéticos e elétricos. A razão carga-massa dos elétrons
pode ser determinada pela medida dos efeitos dos campos magnéticos e elétricos na direção
do feixe.
Ele então irradiou o espaço entre as placas com raios X. Estes, chocando-se com
moléculas dor ar, refletiam elétrons de tais moléculas e alguns destes elétrons
eram capturados pelas gotículas de óleo.
Assim, ele determinaria esta carga e calcularia o tamanho da carga em uma única
gotícula. Ele repetiu o experimento várias vezes e determinou a carga de muitas
gotículas de óleo individualmente.
Mais tarde, uma gotícula poderia captar apenas um número inteiro de elétrons, e
quando ele descobriu que cada gotícula era carregada por um múltiplo inteiro:
-1,6 x 10-19 C (coulumbs).
Assim, concluiu que cada elétron precisava carregar a carga: - 1,6 x 10-19 C
(FIGURA 4).
Figura 4 – (a) Uma representação do instrumento de Millikan usado para medir a carga do
elétron. Pequenas gotas de óleo, os quais capturam elétrons extras, são deixadas cair entre
duas placas carregadas eletricamente. Millikan monitorou as gotas medindo como a voltagem
nas placas afetava a velocidade da queda. A partir desses dados ele calculou as cargas nas
gotas. Seu experimento mostrou que as cargas eram sempre múltiplos inteiros de 1,60x10-19 C,
o que ele deduziu ser a carga de um único elétron. (b) Robert Millikan e seu aparato usado no
experimento da gota de óleo.
J. J. Thomson já tinha mostrado que a razão carga-massa é a mesma para todos
os elétrons e havia determinado sua magnitude.
De posse desta informação, Millikan pôde calcular a massa do elétron, 9,1 x 10-28g.
Millikan foi assim capaz de mostrar que todos os elétrons são idênticos, isto é,
todos têm a mesma massa e carga.
1,60 x 10 -19 C
Massa do elétron 8
9,10 x 10 - 28
g
1,76 x 10 C/g
Todos os átomos contêm elétrons. O que mais eles contêm?
O cátodo no tubo de Goldstein tinha uma fenda montada próximo ao meio do tubo.
Goldstein observou um fluxo incandescente que parecia começar na fenda e
mover-se em direção ao cátodo.
Ao contrário, eles têm diferentes cargas, embora cada carga seja um múltiplo
inteiro de +1,6 x 10-19 C.
Quando uma molécula (ou um único átomo) perde um ou mais de seus elétrons,
adquire uma carga líquida positiva igual ao número de elétrons perdidos, porque
agora a soma de suas cargas positivas é maior do que a de suas cargas negativas.
A partir de 1890, ficou evidente para a maioria dos cientistas que os átomos
consistem em uma parte carregada positivamente e alguns elétrons, mas isto não
era totalmente claro.
O hidrogênio tem três isótopos (TABELA 2). O mais comum (1H) não tem
nêutrons, sendo então o núcleo um próton sozinho.
Os outros dois isótopos são menos comuns mas contudo tão importantes que
recebem nomes e símbolos especiais. Um isótopo (2H) é chamado de deutério (D),
e o outro (3H) é chamado trítio (T).
Em 1895, o físico alemão Wilhelm Röntgen descobriu que os raios-X, são emitidos
do ânodo de um tudo de raios catódicos de alta voltagem.
Tabela 2 – Alguns isótopos de elementos comuns.
Em 1896, o físico francês Antoine Henri Becquerel pensou que tinha encontrado uma
fonte natural de raios-X: sulfato uranila de potássio, K2UO2(SO4)2, mas, mais tarde,
ele percebeu que os raios naturais emanados destes e de outros compostos de urânio
eram diferentes dos raios-X de Röntgen (FIGURA 8).
Raios alfa (α) consistem em um fluxo de partículas (agora chamadas partículas alfa)
que são idênticas a núcleos de 42He (sendo dois prótons e dois nêutrons fortemente
ligados).
Raios beta (β) constituídos de uma corrente de elétrons, geralmente de alta energia,
chamadas partículas β e designados 0-1e (o subscrito -1 indica a carga e o sobrescrito
0, a massa extremamente pequena do elétron).
Raios gama () não são partículas; são radiações eletromagnéticas, como raios-X,
mas são geralmente de freqüência mais alta e, portanto, energia mais alta (E = h).
(FIGURA 10).
Figura 8 – Henri Becquerel descobriu a radioatividade quando observou que uma placa
fotográfica não-exposta, deixada perto de um pouco de óxido de urânio, tinha ficado
escurecida. Esta fotografia mostra uma de suas placas originais.
Figura 9 – Um núcleo pode ser descrito como uma coleção de prótons fortemente ligados e
nêutrons. O diâmetro de um núcleo é de cerca de 10 fm (1 fm = 10-15 m).
Figura 10 – Os efeitos de um campo elétrico sobre a radiação nuclear. O desvio identifica os
raios α como positivamente carregados, os raios β como negativamente carregados e os raios
como não-carregados.
6) MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD
Em 1890 descobriu-se que certos elementos são radioativos. Uma partícula alfa
carrega uma carga positiva e tem massa que é muito maior do que um elétron.
Neste aparelho (FIGURA 11), as partículas alfa foram detectadas por um clarão
formado sobre um anteparo revestido com uma camada de sulfeto de zinco
fosforescente.
O espalhamento de ângulos maiores que 90º não foi previsto pelos cientistas; isto
significa que algumas partículas alfa realmente emergiam da superfície do ouro, ou
seja, as partículas eram rebatidas após o choque, sem atravessar a folha.
Por que somente poucas partículas se desviavam, e por que alguns dos ângulos
medidos eram tão grandes?
Tal distribuição difusa de massa poderia significar que nada seria muito sólido para
uma partícula alfa atravessar, e a carga positiva carregada pela partícula não seria
influenciada por nenhuma concentração alta de carga positiva ou negativa
localizada na folha.
Neste ponto Rutherford retomou uma idéia proposta em 1904 pelo físico japonês
Hantaro Nagaoka (1865-1950): um átomo poderia ser composto por um
pequeníssimo núcleo carregado positivamente (no centro do átomo) rodeado por
uma região comparativamente maior, contendo os elétrons.
Figura 14 – (a) Radiação de pequeno comprimento de onda: observe como o campo elétrico
muda acentuadamente em cada um dos três instantes sucessivos. (b) Para os mesmos três
instantes, o campo elétrico de uma radiação de grande comprimento de onda muda muito
menos. Mostramos a diferença dizendo que a radiação de pequeno comprimento de onda
tem alta freqüência enquanto que a radiação de grande comprimento de onda tem baixa
freqüência.
Um comprimento de onda pequeno corresponde, então à radiação de alta
freqüência e um comprimento de onda longo corresponde à radiação de baixa
freqüência.
Luz branca, que inclui a luz do sol, é uma mistura de todos os comprimentos de
onda da luz visível.
A radiação ultravioleta é a radiação de freqüência mais alta que a luz violeta; seu
comprimento de onda é menor que 400 nm. Este é o componente da radiação do
sol que causa danos e é o responsável pelas queimaduras e bronzeamento, e é
diminuída pela camada de ozônio.
Figura 15 – O espectro eletromagnético e a denominação de suas regiões. A região
chamada “luz visível” ocupa um intervalo muito pequeno de comprimento de onda. As regiões
não foram desenhadas em escala.
Tabela 3 – Unidades de comprimentos de nos comuns para radiações eletromagnéticas
A radiação infravermelha, a radiação que conhecemos como calor, tem uma
freqüência mais baixa e comprimento de onda maior que a luz vermelha (maior que
800 nm).
Esta mistura de ondas pode ser separada usando-se um prisma ótico, que não só
desvia o raio de luz (o que é chamado refração), mas também desvia a luz de
diferentes comprimentos, de quantidades diferentes (dispersão).
Em, 1913, dois anos após Rutherford propor o modelo atômico do átomo, o físico
inglês Henry Moseley (1887-1915) desenvolveu o conceito de números atômicos.
Ele descobriu que cada elemento produz raios X de freqüência única; além disso,
ele descobriu que a freqüência aumenta quando a massa atômica aumenta.
(2) A emissão de elétrons a partir de uma superfície metálica onde a luz incide (o
efeito fotoelétrico).
Sabemos que à medida que um objeto torna-se mais quente, ele brilha com maior
intensidade e a cor da luz que emite muda do vermelho para o branco (FIGURA
17).
O “objeto quente” é conhecido como corpo negro (mesmo que emita cor branca
quando muito quente). O nome significa que o objeto não deve favorecer um
comprimento de onda especial.
Figura 17 – A cor e a intensidade de luz emitidas por um objeto quente depende da
temperatura do objeto. A temperatura é mais alta no centro desse derramamento de aço
fundido. Como resultado, a luz emitida do centro é mais intensa e de comprimento de onda
mais curto (maior energia).
No final do século XIX alguns físicos estudavam esse fenômeno, tentando
entender a relação entre a temperatura e a intensidade e os comprimentos de onda
da radiação emitida.
Planck focalizou sua atenção nas paredes do corpo negro e em seus átomos que
oscilavam rapidamente.
Ou seja, sua idéia central foi que os átomos oscilantes a uma freqüência podem
trocar energia com sua vizinhança somente em pacotes de magnitude
E = h
A constante h, agora conhecida como constante de Planck, tem o valor de 6,63 x
10-34 J s (joule segundos).
Se a quantidade de energia emitida por um átomo for 3h , por exemplo, dizemos
que foram emitidos três quanta de energia (quanta é o plural de quantum).
Além disso, dizemos que as energias permitidas são quantizadas, isto é, seus
valores são restritos a determinadas quantidades. Ou seja, A hipótese de Planck
implica em que a radiação de freqüência pode ser gerada somente se energia
suficiente estiver disponível.
Ele propôs que a radiação eletromagnética consistia de partículas, que, mais tarde,
foram chamadas fótons.
Exemplo: De acordo com a energia acima, para a luz azul de freqüência 6,4 x 1014
Hz, cada fóton tem energia:
Quando diferentes gases são colocados sob pressão em um tubo e uma alta
voltagem é aplicada, os gases emitem diferentes cores de luz.
Quando a luz vinda de tais tubos passa através de um prisma, apenas linhas de
poucos comprimentos de onda estão presentes nos espectros resultantes
(FIGURA 19).
Rapidamente a equação de Balmer foi estendida para uma equação mais geral,
chamada equação de Rydberg (Johann Rydberg, 1854-1919), que permitiu
calcular os comprimentos de onda de todas as linhas espectrais do hidrogênio:
1 1 1 1 1
v R 2 2 ou R 2 2 eq. 1
n1 n2 n1 n2
n1 = 1,2,... n2 = n1 + 1, n1 + 2,...
Passaram-se mais de 30 anos para que essa pergunta fosse respondida, como
veremos a seguir.
Por exemplo, os comprimentos de onda das linhas nas três séries citadas são
obtidos por substituição, como a seguir:
À medida que o elétron perde energia, ele deve mover-se em forma de espiral em
direção ao núcleo.
Bohr abordou esse problema quase da mesma forma que Planck tinha abordado o
problema da natureza da radiação emitida por objetos quentes: Assumindo que as
leis predominantes da física eram inadequadas para descrever todos os aspectos
dos átomos.
Além disso, ele adotou a idéia de Planck de que as energias eram quantizadas.
Bohr baseou seu modelo em três postulados:
-18 1 eq. 2
E = (-2,18 x 10 J) 2
n
O número inteiro n, que pode assumir valores de 1 a infinito, é chamado número
quântico.
Dessa forma, a primeira órbita permitida (a órbita mais próxima ao núcleo) tem
n = 1, a próxima órbita permitida (a segunda mais próxima ao núcleo) tem n = 2, e
assim por diante.
1
E = (-2,18 x 10 -18
J) 2 0
n
Portanto, o estado no qual o elétron é removido do núcleo é o estado de referência,
ou energia zero, do átomo de hidrogênio. Esse estado de energia zero é mais alto
em energia que os estados com energias negativas.
No seu terceiro postulado, Bohr supôs que o elétron poderia “pular” de um estado
de energia permitido para outro, absorvendo ou emitindo fótons cuja energia
radiante corresponda exatamente à diferença entre os dois estados.
Um elétron deve absorver energia para que ele mude para um estado de mais alta
energia (um estado com um valor mais alto de n).
E = E f Ei E fóton h eq. 3
1 1
2.18 10 J 2 2
hc
E h 18 eq. 4
n n
f i
Nessa equação, ni e nf são os números quânticos principais dos estados inicial e
final do átomo, respectivamente.
1 1 8
E = (- 2,18 x 10-18 J) 2 2 (- 2,18 x 10 -18 J) - 1,94 x 10-18 J
1 3 9
c
hc (6,63 x 10-34 Js)(3,00 x 108 m/s)
= 1,03 x 10 -7
m
E 1,94 x 10 J-18
1 (- 2,18 x 10-18 J) 1 1
2 2
eq. 5
=
hc n f ni
De fato, a combinação das constantes, (2,18 x 10-18 J) / hc é igual à constante de
Rydberg (R = 1,10 x 107 m-1).
O mais importante sobre a teoria de Bohr é que ela apresenta suas idéias
principais que também são incorporadas por nosso modelo atual: (1) os elétrons
existem apenas em níveis de energia distintos, que são descritos pelos números
quânticos. (2) A energia está envolvida na movimentação de um elétron de um
nível para outro. Além disso, parte do vocabulário associado com o novo modelo
remonta ao modelo de Bohr. Por exemplo, ainda usamos a idéia de estados
fundamentais e excitados para descrever as estruturas eletrônicas dos átomos.
= h / mv eq. 6
Os elétrons eram difratados pelos cristais, do mesmo modo que os raios X sofriam
difração. FIGURA 23
Considere, por exemplo, uma bola descendo uma rampa. Usando a física clássica,
podemos calcular sua posição, direção de movimento e velocidade a qualquer
momento, com grande exatidão.
h
x . mv eq. 8
4
Por exemplo: Um cálculo rápido ilustra as implicações dramáticas do princípio da
incerteza. O elétron tem massa de 9,11 x 10-31 Kg e move-se a uma velocidade
média de aproximadamente 5 x 106 m/s em um átomo de hidrogênio. Vamos supor
que conhecemos a velocidade para uma incerteza de 1% (isto é, uma incerteza de
(0,01)(5 x 106 m/s) = 5 x 104 m/s) e que essa é a única fonte importante de
incerteza no momento para que mv = mv.
h 6, 63 x 10-34 J s
x 1 x 10 -9
m
4 mv 4 (9,11 x 10 Kg)(5 x 10 m/s)
-31 4
Seu trabalho abriu uma nova maneira de lidar com partículas subatômicas
conhecida como mecânica quântica ou mecânica ondulatória. A aplicação da
equação de Schrödinger requer cálculos avançados, e não nos preocuparemos
com os detalhes de sua abordagem.
2 d 2 h
V ( x) E
2m dx 2 2
2 é uma densidade de probabilidade, assim, para obter a probabilidade de que a
partícula esteja em uma pequena região do espaço, multiplicamos 2 pelo volume
da região.
De acordo com a interpretação de Born, desde que 2 seja grande, há uma alta
densidade de probabilidade para a partícula; e se 2 é pequena, há somente uma
baixa densidade de probabilidade para a partícula.
Uma posição que passa por 0 é chamada nó, então podemos dizer que a
partícula tem densidade de probabilidade zero quando a função de onda tem nós.
(FIGURA 24)
Ou seja, onde duas funções de onda propagam na mesma região do espaço, tal
como ocorre quando dois átomos estão próximos o suficiente para formar uma
ligação, pode haver um significativo aumento da probabilidade de encontrar as
partículas naquela região.
Reciprocamente, uma região positiva de uma função de onda pode ser cancelada
por uma região negativa de uma segunda função de onda (FIGURA 25.b). A
interferência destrutiva entre funções de onda, reduz muito a probabilidade de uma
partícula ser encontrada naquela região.
Figura 25 – As funções de onda interferem onde elas se propagam na mesma região do
espaço. (a) Se elas possuem o mesmo sinal na região, elas interferem construtivamente e a
função de onda total tem uma amplitude intensificada na região. (b) Se as funções de onda
possuem sinais opostos, então elas interferem destrutivamente, e a superposição resultante
tem uma amplitude reduzida. OBS: A interferência de funções de onda é de grande
importância na explicação da ligação química.
Uma maneira de representar a probabilidade de encontrar o elétron em várias
regiões de um átomo é mostrada na FIGURA 26.
Por exemplo, o orbital de mais baixa energia no átomo de hidrogênio tem energia
de -2,18 x 10-18 J e formato ilustrado na FIGURA 26.
Observe que um orbital (modelo da mecânica quântica) não é o mesmo que órbita
(modelo de Bohr).
Por exemplo, todos os orbitais que têm n = 3 chamados terceiro nível. Além disso,
o conjunto de orbitais que têm os mesmos valores de n e l é chamado subnível.
Quando o elétron está em um orbital está em qualquer outro orbital, o átomo está
em estado excitado. A temperaturas ordinárias praticamente todos os átomos de
hidrogênio estão em seus estados fundamentais.
O elétron pode ser excitado para um orbital de mais alta energia pela absorção de
um fóton de energia apropriada.
O orbital de mais baixa energia, o 1s, é esférico, como mostrado na FIGURA 26.
Essa figura indica que a probabilidade de encontrar o elétron diminui à medida que
nos afastamos do núcleo em qualquer direção específica.
Esse efeito indica que o elétron, puxado em direção ao núcleo por forças
eletrostáticas, é improvável de ser encontrado longe do núcleo.
Observe que para o orbital 2s, 2 vai para zero e depois aumenta de novo em
valor antes de finalmente se aproximar de zero a um maior valor de r.
Em um nó, 2 = 0.
É útil lembrar que não estamos fazendo afirmações de como o elétron está se
movendo dentro do orbital; a FIGURA 30 retrata a distribuição média da densidade
eletrônica em um orbital 2p.
Cada nível começando com n = 2 tem três orbitais; portanto, existem três orbitais
2p, três orbitais 3p, e assim por diante.
RESUMINDO:
Quatro das superfícies limite dos orbitais d têm formato “trevo de quatro folhas” e
cada uma se encontra principalmente em um plano.
Os dxy, dxz e dyz situam-se nos planos xy, xz e yz, respectivamente, como os
lóbulos orientados entre os eixos.
O orbital dz2 tem aspecto muito diferente dos outros quatro: dois lóbulos ao longo
do eixo z e uma “rosquinha” no plano xy.
Mesmo que ele pareça diferente, ele tem a mesma energia que os outros quatro
orbitais d. As representações na FIGURA 31 são normalmente utilizadas
independentemente do número quântico principal.
Figura 31 – A superfície limite de um orbital d é mais complicada que as dos orbitais s e p.
Há, de fato, cinco orbitais d de uma dada energia; quatro deles têm quatro lóbos, um é
ligeiramente diferente. Em nenhum caso, um elétron que ocupa um orbital d será encontrado
no núcleo.
Quando n é maior ou igual a 4, existem sete orbitais f equivalentes (para
os quais l = 3).
RESUMINDO:
Dois dos orbitais d se encontram em um plano alinhado ao longo dos eixos x-, y- e
z.
Até aqui temos visto que a mecânica quântica conduz a uma descrição muito
elegante do átomo de hidrogênio. Entretanto, ele tem apenas um elétron.
Para descrever esses átomos, devemos considerar não apenas a natureza dos
orbitais e suas energias, mas também como os elétrons ocupam os orbitais
disponíveis.
O modelo da mecânica quântica não seria muito útil se não pudéssemos estender
aos outros átomos o que aprendemos sobre hidrogênio.
Temos de considerar as forças entre os elétrons e como estas são afetadas pelas
formas dos orbitais.
Por exemplo, os orbitais com n = 3 aumentam a sua energia na ordem s < p < d.
Observe que todo os orbitais de determinado subnível (como os orbitais 3d) ainda
têm a mesma energia da mesma forma que no átomo de hidrogênio. Dizemos que
os orbitais com a mesma energia são degenerados.
Figura 33 – Disposição de níveis de energia do orbital em átomos polieletrônicos, até os
orbitais 4p. Como na FIGURA 23, que mostra os níveis de energia dos orbitais para o átomo
de hidrogênio, cada quadrícula representa um orbital. Note que os orbitais em diferentes
subníveis diferem em energia.
15) SPIN ELETRÔNICO E O PRINCÍPIO DE EXCLUSÃO DE PAULI
Acabamos de ver que podemos usar orbitais semelhantes aos do hidrogênio para
descrever átomos polieletrônicos.
Isso significava, essencialmente, que havia duas vezes mais níveis de energia do
que se “supunha”.
Apenas dois valores possíveis são permitidos para ms, +1/2 ou -1/2, que foi
primeiro interpretado como indicador dos dois sentidos opostos nos quais o elétron
pode girar.
Para um dado orbital (1s e 2pz etc.), os valores de n, l e m são fixos. Se quisermos
colocar mais de um elétron em um orbital e satisfazer o princípio de exclusão de
Pauli, nossa única escolha é assinalar diferentes valores de ms para os elétrons.
Como existem apenas dois valores, concluímos que um orbital pode receber o
máximo de dois elétrons, e eles devem ter spins opostos.
Três regras:
• Dois elétrons com o mesmo spin não podem ocupar o mesmo orbital (Pauli).
Se não existirem restrições nos possíveis valores para os números quânticos dos
elétrons, todos os elétrons se aglomerariam no orbital 1s porque é o mais baixo em
energia (FIGURA 33).
Entretanto, o princípio da exclusão de Pauli nos diz que pode haver no máximo
dois elétrons em um único orbital.
Assim os orbitais são preenchidos em ordem crescente de energia, com não mais
que dois elétrons por orbital.
Por exemplo, considere o átomo de lítio, que tem três elétrons. (Lembre-se de que
o número de elétrons em um átomo neutro é igual ao seu número atômico).
O orbital 1s pode acomodar dois elétrons. O terceiro elétron vai para o próximo
orbital de mais baixa energia, o 2s.
Podemos resumir qualquer configuração eletrônica escrevendo o símbolo
para cada subnível ocupado e adicionando um índice superior para indicar
o número de elétrons em cada subnível.
Li
1s 2s
H : 1s1
1s
Aqui, a escolha de um elétron de spin +½ é arbitrária; poderíamos
igualmente mostrar o estado fundamental com um elétron de spin -½ no
orbital 1s. Entretanto, é habitual mostrar os elétrons desemparelhados com
seus spins para cima.
O próximo elemento, o hélio, tem dois elétrons. Uma vez que dois
elétrons com spins contrários podem ocupar um orbital, ambos os elétrons
do hélio estão em um orbital 1s.
He : 1s2
1s
Os dois elétrons presentes no hélio completam o primeiro nível.
Be 4 1s22s2
B 5 1s22s22p1
C 6 1s22s22p2
N 7 1s22s22p3
Ne 10 1s22s22p6
Na 11 1s22s22p63s1
O elemento posterior ao lítio é o berílio; sua configuração eletrônica é
1s22s2 (TABELA 5).
Entretanto, esse novo elétron vai para o orbital 2p, que já tem um elétron, ou para
um dos outros?
Essa pergunta é respondida pela regra de Hund (formulada pelo físico alemão
Friedrich Hund, 1896-1997): Para orbitais degenerados, a menor energia será
obtida quando o número de elétrons com o mesmo spin for maximizado (spins
paralelos).
Portanto, para um átomo de carbono atingir sua energia mais baixa, os dois
elétrons 2p terão o mesmo spin. Para que isso aconteça, os elétrons devem estar
em orbitais 2p diferentes (TABELA 5). Assim, um átomo de carbono em seu estado
fundamental tem dois elétrons desemparelhados.
CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS CONDENSADAS
LANTANÍDEOS E ACTINÍDEOS