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TRABALHO

DE
QUÍMICA
Colégio Leonor Teles de Meneze
Prof: Marcos Aurélio
Assunto: Estrutura Molecular e
propriedades dos materiais
Turma: 1º Ano
Alunos: Yasmim Duarte, Maycon Felipe,
Diogo Oliveira, Marina Vitória, Vitoria
Francinny, Layla Rocha, Patrick Swyzer,
Ryan da Silva, Naeli, Maria das Graças
Propriedades da Matéria
As propriedades da matéria auxiliam na identificação de uma substância e

podem ser: físicas, funcionais, químicas, organolépticas, entre outras.

Quando o gelo está sobre a água, a propriedade física densidade torna-se evidente

Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e possui massa.


Porém, cada matéria pode apresentar uma ou mais
características (propriedades da matéria) que são diferentes de outra
matéria, como também pode apresentar características semelhantes.
Quando misturamos óleo na água, ambos no estado líquido,
percebemos rapidamente que um não se dissolve no outro e posiciona-
se de forma diferente no recipiente.
Mistura formada por água e óleo

Essa simples mistura é suficiente para visualizarmos diversas


propriedades da matéria, como a solubilidade (por não se
dissolverem) e a densidade (por se posicionarem de forma diferente).
Mapa Mental: Matéria
De uma forma geral, as propriedades da matéria estão divididas em
dois grupos, as gerais e as específicas, todas exploradas a seguir:
Propriedades gerais da matéria
São as características que toda matéria apresenta, independentemente
do seu estado físico(sólido, líquido ou gasoso)

A matéria é composta por pequenas partículas e, de acordo com o


maior ou menor grau de agregação entre elas, pode ser encontrada em
três estados: sólido, líquido e gasoso.
O volume, a densidade e a forma de um composto podem variar com a
temperatura, sendo assim, os compostos apresentam características de
acordo com o estado físico em que se encontram, veja as
características de cada um:

Estado Sólido: as moléculas da matéria se encontram muito próximas,


sendo assim possuem forma fixa, volume fixo e não sofrem
compressão. Por exemplo: em um cubo de gelo as moléculas estão
muito próximas e não se deslocam.

Estado Líquido: as moléculas estão mais afastadas do que no estado


sólido e os elementos que se encontram nesse estado possuem forma
variada, mas volume constante. Além dessas características, possui
facilidade de escoamento e adquirem a forma do recipiente que os
contém.

Estado Gasoso: a movimentação das moléculas nesse estado é bem


maior que no estado líquido ou sólido. Se variarmos a pressão
exercida sobre um gás podemos aumentar ou diminuir o volume dele,
sendo assim, pode-se dizer que sofre compressão e expansão
facilmente. Os elementos gasosos tomam a forma do recipiente que os
contém.

Essas características obedecem a fatores como a Força de Coesão (faz


com que as moléculas se aproximem umas das outras) e a Força de
Repulsão (as moléculas se afastem umas das outras). No estado
gasoso a Força de Repulsão predomina, enquanto que no estado sólido
é a Força de Coesão.

Assim, quando uma substância muda de estado físico sofre alterações


nas suas características microscópicas (arranjo das partículas) e
macroscópicas (volume, forma), sendo que a composição continua a
mesma.
 Inércia
Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado,
seja de repouso, seja de movimento, a não ser que uma força externa
influencie.

Inércia, massa e força

Inércia, massa e força, respectivamente, representam a propriedade de resistir


à aceleração, a medida da inércia e o que causa uma mudança de velocidade
ou deformação em um corpo.

Ao levantar o haltere, a mulher está aplicando ou “fazendo” força

Os conceitos de força e massa são utilizados diariamente por todos


nós fora do ambiente científico. Neste artigo, veremos as definições de
massa, inércia e força relacionadas às nossas tarefas diárias.
Todos nós, alguma vez, já experimentamos os efeitos da inércia.
Dentro de um ônibus, por exemplo, estamos nos deslocando com a
mesma velocidade que ele. Sempre que o ônibus faz uma curva,
arranca ou freia, ele sofre uma variação de velocidade, seja no módulo
ou na direção. Quando isso ocorre, precisamos nos segurar para evitar
a queda, pois a tendência do nosso corpo é manter a velocidade. É
como se nosso corpo, de alguma forma, estivesse se opondo à
mudança de velocidade. Entretanto, quando o ônibus viaja em linha
reta, com velocidade constante, não é preciso fazer esforço para ficar
parado dentro dele.
- inércia é a propriedade que os objetos têm de opor resistência à
aceleração.
- massa é uma medida da inércia. Ela mede a quantidade de matéria
do objeto. A massa é uma grandeza escalar e sua unidade no Sistema
Internacional é o quilograma (kg)
Definição de força
Intuitivamente, associamos o conceito de força à ação de puxar ou de
empurrar objetos. Quando levantamos uma mala do chão, estamos
exercendo uma força sobre ela. Quando empurramos um carro,
também estamos fazendo uma força. Quando uma bola de futebol rola
sobre a grama e para, isso significa que a grama exerceu uma força
sobre a bola. Em situações práticas, sempre teremos vários objetos
com várias forças agindo sobre cada um deles.
A correta identificação das forças que atuam em cada objeto é o
primeiro passo para descrever o que ocorre com ele. Força é o que
causa uma mudança de velocidade ou deformação em um objeto.
Características de uma força
- sempre ocorre entre dois objetos
- causa mudança na velocidade ou causa uma deformação
- é uma grandeza vetorial: para caracterizá-la é necessário conhecer
sua intensidade, direção e sentido.
No Sistema Internacional de Unidades, a força é medida em newtons,
que se abrevia por N.
1N = 1kg.m/s2

 Massa
Fisicamente, massa é uma grandeza que indica a medida da inércia ou
da resistência de um corpo de ter seu movimento acelerado. Porém,
podemos, de uma forma geral, associar a massa à quantidade de
partículas existentes em uma matéria.
 Volume
É o espaço que uma matéria ocupa independentemente do seu estado
físico.
 Impenetrabilidade
Duas matérias não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
Para enchermos uma garrafa com água, por exemplo, o ar tem que sair
dela.
 Compressibilidade
É a característica que a matéria apresenta de diminuir o espaço que
estava ocupando quando submetida a uma força externa. Isso pode ser
visto quando tampamos a ponta de uma seringa e empurramos o gás
em seu interior com o êmbolo.
 Elasticidade
É a característica que uma matéria tem de voltar à sua forma original
quando uma força externa a estica ou comprime.
 Divisibilidade
É a capacidade que a matéria possui de ser dividida inúmeras vezes
sem deixar de ser o que ela é, isto é, não há modificação de sua
composição química.
Propriedades específicas da matéria
São características próprias de cada matéria, ou seja, se uma matéria
apresenta, não quer dizer que outra também apresentará a mesma
característica.
a) Propriedades organolépticas
É a característica que a matéria apresenta de estimular pelo menos um
dos cinco sentidos. Veja alguns exemplos:
 Paladar: quando ingerimos cloreto de sódio, sentimos o sabor salgado;

Na língua, são encontrados diversos botões gustativos, que estão relacionados com a percepção dos
gostos

O paladar é um importante sentido do corpo humano que nos permite


reconhecer os sabores, além de sentir a textura dos alimentos
ingeridos. A língua é o principal órgão desse sentido e é capaz de
diferenciar entre os gostos doce, salgado, amargo, azedo e umami.
Esse último é o sabor produzido por alguns tipos de aminoácidos.
Na língua, principalmente, são encontradas diversas estruturas
chamadas de botões gustativos. Eles são formados por células
epiteliais com propriedades neurais e são responsáveis pela percepção
de sabores. Os botões gustativos estão localizados principalmente na
região das papilas, variando em quantidade em cada um dos tipos. Nas
papilas filiformes não existem receptores gustativos, diferentemente
das fungiformes, das folhadas e das circunvaladas. Nessas últimas, os
botões apresentam-se em maior quantidade quando comparados às
outras.
Anteriormente, acreditava-se que esses botões estavam dispostos por
áreas na língua, sendo cada área responsável pela sensação de um
sabor diferente. Diante desse pensamento, surgiu um esquema
bastante difundido nos livros didáticos (observe o desenho abaixo) e
que perdura até os dias atuais.
Hoje sabemos que os botões gustativos estão espalhados pela
superfície dorsal de toda a língua, na região do palato, epiglote,
faringe e laringe, de maneira que permite a percepção do gosto em
qualquer uma dessas partes. Sendo assim, o esquema demonstrado
acima não deve mais ser utilizado.
Os receptores gustativos são estimulados graças às substâncias
químicas presentes nos alimentos que desencadeiam o impulso
nervoso. Os gostos doce, amargo e umami são percebidos em virtude
de receptores de membrana acoplados às proteínas G. Já o salgado e o
ácido, para serem percebidos, dependem de canais iônicos. Percebe-
se, portanto, que existem diferentes células especializadas para
percepção de um determinado gosto.
Após a percepção desses sinais, o impulso nervoso deverá ser levado
ao sistema nervoso central, onde será interpretado. Pesquisas recentes
demonstram que cada sabor ativa uma região específica do córtex
gustativo, com exceção do azedo, que aparentemente não é
interpretado nesse local.
Algumas doenças podem prejudicar o paladar, assim como alguns
medicamentos, principalmente aqueles usados de forma crônica. A
quimioterapia e a radioterapia também estão relacionadas com a perda
e alterações nesse sentido, porém esses efeitos podem ser revertidos
após o tratamento.
Curiosidade: Você sabia que a temperatura pode influenciar no
sabor do alimento? Quando temos alimentos mais frios, percebemos
melhor o gosto azedo. Quando o alimento está com uma temperatura
maior, percebemos ele mais doce. Sendo assim, chocolates que ficam
guardados na geladeira apresentam-se menos doces que aqueles
consumidos na temperatura ambiente.

 Audição: o som produzido pelo bife sendo frito em uma panela;


O nosso ouvido é o órgão responsável pelo sentido da audição. Ele divide-se
em três partes: orelha externa, orelha média e orelha interna.

O órgão dos sentidos responsável pela audição é a orelha.

O órgão dos sentidos responsável pela audição é a nossa orelha,


também chamada de ouvido. A fim de entender melhor sua função,
costuma-se dividi-la em três partes: orelha externa, orelha
média e orelha interna.
Estrutura do ouvido
A orelha externa é a nossa orelha, que, com o pavilhão auditivo,
capta o som que passa pelo canal auditivo até chegar ao tímpano,
onde começa a orelha média. Em nossa orelha externa, há glândulas
sebáceas responsáveis pela secreção de cera. A função da cera é
proteger nossas orelhas média e interna de micro-organismos e poeira
que podem causar infecções, prejudicando nossa audição.
A orelha média tem início no tímpano, e, quando o som chega a essa
estrutura, ela imediatamente transfere esse estímulo aos ossículos que
fazem parte dela: o martelo, a bigornae o estribo. Também na orelha
média há um canal flexível chamado de tuba auditiva, que permite a
comunicação com a garganta. É nesse canal que ocorre a regulação da
pressão em nosso ouvido. Se subirmos ou descermos uma serra,
podemos perceber uma pressão dentro de nosso ouvido em razão da
diferença da pressão atmosférica dentro do ouvido e fora dele. Se
bocejarmos ou engolirmos saliva, ocorre a abertura das tubas
igualando a pressão, e melhorando essa sensação de pressão no nosso
ouvido.
Como percebemos o estímulo sonoro?
Quando o som chega até o tímpano, ele transfere esse estímulo até os
ossículos da orelha média (martelo, bigorna e estribo), que transmitem
essas vibrações à orelha interna. A orelha interna se encontra no osso
temporal, em nosso crânio. As vibrações que chegam dos ossículos da
orelha média passam por uma membrana, a janela oval, até chegarem
à cóclea, um órgão cheio de líquido que lembra a concha de um
caracol. No interior da cóclea, além do líquido, há uma membrana
repleta de células sensoriais ciliadas que se agrupam no órgão de
Corti. Sobre o órgão de Corti, há a membrana tectórica, que se apoia
sobre os cílios das células sensoriais. Ao estimular os cílios, gera-se
um impulso nervoso que é transmitido ao nervo auditivo e
consequentemente ao centro da audição no córtex cerebral.

 Tato: quando passamos uma toalha no rosto e sentimos que ela é


áspera;
Graças ao tato, deficientes visuais podem ler com destreza.

A dificuldade em definir o tato, provavelmente, é porque se trata de um sentido


que não se restringe somente a uma ou duas regiões do corpo. Temos sensações
táteis não somente com as mãos, mas com diferentes regiões da pele, inclusive
com as estruturas relacionadas diretamente aos outros quatro sentidos.

Se colocarmos um cotonete no ouvido, por exemplo, temos uma sensação


específica, e que é bem diferente da que teríamos se, ao invés dele, fosse
introduzido um palito de fósforo – que, por sua vez, forneceria uma sensação
distinta da que um palito de dente provocaria.

Outra questão é que o tato não define somente um tipo de sensação: se está frio
ou quente, por exemplo. Ele nos dá a capacidade de diferenciar se algo é liso ou
rugoso; macio ou duro; leve ou pesado; molhado ou seco; etc. Além disso, com
ele podemos ter sensação agradáveis, como a que sentimos quando recebemos
um afago; ou ruins, como quando adquirimos um arranhão.

 Visão: luz percebida a partir da explosão de fogos de artifício;


A visão é um dos cinco sentidos, e os olhos são os órgãos responsáveis por
esse sentido tão importante para os animais vertebrados.

Anatomia do olho humano

A visão é um dos órgãos dos sentidos, e é por meio desse sentido que
temos a capacidade de enxergar tudo à nossa volta.
Os olhos são os órgãos responsáveis pelo sentido da visão. Eles se
encontram no interior de cavidades ósseas, chamadas de órbitas
oculares, e são revestidos por uma camada de tecido conjuntivo
fibroso chamado de esclerótica. Na esclerótica estão inseridos os
músculos que movem os globos oculares; além disso, ela apresenta, na
parte anterior do olho, uma área transparente com maior curvatura,
chamada de córnea. Entre a córnea e o cristalino encontramos um
líquido fluido que preenche a câmara anterior do olho, chamado de
humor aquoso.
Logo abaixo da esclerótica encontramos a coroide, uma película
dotada de vasos sanguíneos e melanina que tem a função de nutrir e
absorver a luz que chega à retina. Na parte anterior da coroide
localiza-se a íris, estrutura muscular de cor variável. Na íris há um
orifício central que chamamos de pupila. É por esse orifício que há a
entrada da luz no globo ocular. A íris é a responsável por regular a
quantidade de luz que entra no olho.
Observe que quando estamos em um ambiente mal iluminado, o
orifício da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de
luz. Quando estamos em locais muito claros, o orifício da pupila
diminui, de forma a não nos ofuscar, e não deixar que a luminosidade
em excesso prejudique as células da retina.
O cristalino se situa atrás da íris e é uma lente biconvexa que orienta a
passagem de luz até a retina. Está cercado por fluidos na parte anterior
e posterior. Na parte anterior, há uma câmara preenchida pelo humor
aquoso, enquanto que na parte posterior, há uma câmara preenchida
com um líquido viscoso e transparente chamado de humor vítreo.
Com a chegada da idade, o cristalino pode perder a sua transparência
normal, dificultando a visão – é o que chamamos de catarata.
A retina é uma membrana mais interna e se encontra abaixo da
coroide. Ela possui dois tipos de células fotossensíveis, os cones e os
bastonetes.
Os bastonetes são células extremamente sensíveis à luz, sendo muito
importantes em situações de pouca luminosidade. Essas células são
encontradas em grandes quantidades na retina dos animais com
hábitos noturnos.
Os cones são as células capazes de distinguir as cores. Eles são menos
sensíveis à luz e fornecem uma imagem mais nítida, rica em detalhes.
No olho humano encontramos três tipos de cones: um que se excita
com a luz vermelha, outro que se excita com a luz verde, e o terceiro
que se excita com a luz azul.
Na retina existem duas regiões: uma chamada de fóvea e outra
chamada de ponto cego. A fóvea se situa no local onde a imagem do
objeto é projetada, e nessa região encontramos apenas cones, o que
maximiza a qualidade visual. Na região do ponto cego não
encontramos cones nem bastonetes. O ponto cego se encontra no
fundo do olho e é insensível à luz.
Algumas pessoas apresentam problemas de visão, como miopia,
hipermetropia, vista cansada e astigmatismo. Todos esses problemas
ocorrem em razão da incapacidade do olho de focalizar as imagens
sobre a retina. Outros problemas que podem acometer os olhos
são glaucoma, catarata, daltonismo e conjuntivite.

 Olfato: o aroma liberado quando descascamos uma mexerica.


O olfato é um dos cinco sentidos e apresenta como seu principal órgão
olfativo o nariz. Comparados a outros mamíferos, os seres humanos possuem
o olfato pouco desenvolvido.

As moléculas de cheiro entram com o ar pelo nariz e são percebidas pelas células olfativas.
O olfato é um dos cinco sentidos. O principal órgão responsável pelo
olfato, nos humanos, é o nariz. Comparados a outros mamíferos, os
seres humanos possuem o olfato pouco desenvolvido.
Como sentimos os cheiros?
Em nosso nariz, o ar entra pelas fossas nasais e vai em direção
à cavidade nasal, onde ele é umedecido, aquecido e purificado. No
teto da cavidade nasal, encontramos a mucosa olfativa, também
chamada de mucosa amarela, composta de células olfativas, cujos
prolongamentos ficam mergulhados na camada de muco que cobre as
cavidades nasais. As moléculas de cheiro que ficam dissolvidas no ar
entram pelas fossas nasais, chegando até a cavidade nasal, onde se
dissolvem no muco e atingem os prolongamentos das células olfativas.
As células olfativas mandam impulsos para o sistema nervoso, onde as
sensações olfativas serão interpretadas e produzidas.
Na região inferior da cavidade nasal, encontramos outra mucosa,
chamada de mucosa vermelha. Essa mucosa é rica em vasos
sanguíneos e possui glândulas secretoras de muco que umedecem a
região. Quando estamos resfriados, a produção de muco por essas
glândulas aumenta, deixando o nariz obstruído.
Poucas moléculas dispersas no ar já são suficientes para estimular
a mucosa olfativa, causando-nos a sensação de odor. Quanto maior
for a concentração de moléculas odoríferas no ar, mais os receptores
olfativos serão estimulados e maior será a nossa sensação de cheiro.
Importância do olfato
Nós não sentimos os sabores dos alimentos apenas com o sentido do
paladar, mas também pela estimulação das células olfativas. Os
sentidos do olfato e do paladar agem juntos para identificar melhor o
gosto dos alimentos. Ao ingerirmos os alimentos, eles liberam
moléculas olfativas que são detectadas pela mucosa olfativa, e nos dão
a combinação de sabores e aromas. Por isso, quando estamos com o
nariz entupido, por causa de um resfriado, não sentimos muito bem o
sabor dos alimentos.
O nosso olfato possui uma grande capacidade adaptativa, pois quando
somos expostos a um forte odor temos uma sensação olfativa bem
intensa, mas depois de um minuto, a sensação já se tornou
praticamente imperceptível.

b) Propriedades funcionais
É a característica que algumas substâncias apresentam de
desempenhar um mesmo papel (função) ou promover uma mesma
sensação. Veja alguns exemplos:
 Ácidos
Toda substância classificada como ácida apresenta sabor azedo
(quando ingerida) e é capaz de sofrer o fenômeno
da ionização (produzir íons).
Ácido acético, ácido tartárico e ácido cítrico são exemplos de ácidos
orgânicos. Ácido nítrico e ácido fluorídrico são exemplos de ácidos
inorgânicos.
Judeus foram mortos em câmeras de gás contendo ácido cianídrico

Svante Arrehenius foi um químico sueco que, em 1887, realizou


inúmeras experiências com substâncias diluídas em água e observou
que:
- Quando em solução aquosa, os ácidos se ionizam, isto é, dão origem
a íons, produzindo como cátion H+.
- Em solução aquosa, os ácidos conduzem eletricidade. Isso ocorre
porque os ácidos se desdobram em íons.
- Os ácidos têm sabor azedo. O limão, o vinagre, o tamarindo contêm
ácidos; é por isso que eles são azedos.
- Os ácidos alteram a cor de certas substâncias chamadas indicadores.
Os indicadores têm a propriedade de mudar a cor conforme o caráter
ácido ou básico das soluções. O tornassol e a fenolftaleína são
indicadores de ácidos e bases. A solução de fenolftaleína vermelha
fica incolor em presença de um ácido. Já o papel de tornassol azul fica
vermelho.
- Os ácidos reagem com as bases, formando sais e água. Essa reação
se chama reação de neutralização.
Resumindo, a definição de Arrehenius ficaria assim: ácido é toda
substância que se ioniza em presença de água e origina, como um
dos íons, o cátion H+.
Veja os exemplos de ácidos orgânicos (que fazem parte de nossa
alimentação), e onde podem ser encontrados:
Ácido acético = vinagre.
Ácido tartárico = uva.
Ácido málico = maçã.
Ácido cítrico = laranja, acerola, limão.
Ácido fosfórico = usado na fabricação de refrigerantes à base de cola.
Ácido carbônico = sob a forma de gás carbônico, é um dos
constituintes das águas minerais gaseificadas e dos refrigerantes.
Existe uma classe de ácidos muito perigosos, que se forem ingeridos
podem levar o indivíduo à morte, são os chamados ácidos inorgânicos.
Exemplos:
Ácido Clorídrico (HCl)--> O HCl impuro é comercializado com o
nome de ácido muriático e é utilizado principalmente na limpeza de
pisos ou de superfícies metálicas antes da soldagem. O HCl é um
componente do suco gástrico, conferindo a ele um pH adequado para a
ação das enzimas digestivas gástricas.
Ácido Fluorídrico (HF) --> O HF tem a propriedade de corroer o
vidro; por isso, é usado para fazer gravações em vidros e cristais.
Ácido Sulfúrico (H2SO4) --> É utilizado nas baterias de automóvel,
na fabricação de corantes, tintas, explosivos e papel; é também usado
na indústria de fertilizantes agrícolas, permitindo a fabricação de
produtos como o sulfato de amônio.
Ácido Nítrico (HNO3) --> É usado na fabricação de explosivos como
o trinitrotolueno (TNT) e a nitroglicerina (dinamite); é muito útil para
a indústria de fertilizantes agrícolas, permitindo a obtenção do salitre.
É usado também na identificação de amostras de ouro.
Ácido Cianídrico (HCN) --> Ácido utilizado em indústrias diversas,
como nas de plásticos, acrílicos e corantes, entre outras. Mas ele tem
também um destino sinistro: nos Estados Unidos, é usado nas
"câmaras de gás" para executar pessoas condenadas à morte, este
ácido libera um gás extremamente tóxico.

 Bases
Toda substância classificada como básica promove a sensação de
adstringência (sensação de secura e aperto na boca quando ingerida) e
é capaz de sofrer o fenômeno da dissociação (liberar íons) em água.
O sabonete é feito através da base NaOH.
Base é toda substância que em solução aquosa sofre dissociação
iônica, liberando o ânion OH- (Hidróxido).
A dissociação iônica está relacionada ao comportamento das bases em
presença de água. Exemplo: a soda cáustica (NaOH) é uma substância
sólida que em contato com a água libera os íons Na + e OH- que se
dissolvem devido à atração pelos polos negativos e positivos da
molécula de H2O. Sendo assim, bases são substâncias compostas pela
combinação de um cátion (geralmente de um metal) com o ânion OH -.

Uma das características das bases é seu sabor adstringente, que


“amarra” a boca, ou seja, diminui a salivação.
Da mesma forma que os ácidos, as bases também conduzem corrente
elétrica quando dissolvidas em água. Os indicadores fenolftaleína
(solução) e papel de tornassol também mudam de cor em presença de
hidróxidos. A fenolftaleína incolor torna-se vermelha; papel de
tornassol vermelho fica azul: reações inversas às que verificamos no
caso dos ácidos.

Vejamos as principais bases:

Hidróxido de Sódio (NaOH): Conhecida também como soda cáustica, essa


substância é utilizada na fabricação do sabão, celofane, detergentes e raiom, produtos
para desentupir pias e ralos, e também no processo de extração de celulose nas
indústrias de papel, etc.

Hidróxido de Magnésio (Mg(OH)2): Está presente na solução que é


comercializada com o nome de “leite de magnésia”, produto utilizado como laxante e
antiácido estomacal.
Hidróxido de Cálcio (Ca (OH)2): Conhecida como cal hidratada ou cal extinta,
essa substância é usada na construção civil: na preparação de argamassa (areia + cal) e
na caiação (pintura a cal); as indústrias açucareiras utilizavam o hidróxido de cálcio na
purificação do açúcar comum.

Hidróxido de Amônio (NH4OH): Essa substância é obtida em solução aquosa do


gás de amônia e comercializada como amoníaco. É usado na fabricação de produtos de
limpeza doméstica, na revelação de filmes fotográficos, em detergentes, na indústria
têxtil, etc.

Hidróxido de Potássio (KOH): Conhecida como potassa cáustica, é usada para


alvejamento, na fabricação de sabões moles e no processamento de certos alimentos.

 Sais
Toda substância classificada como salina possui sabor salgado
(quando ingerida) e é capaz de sofrer o fenômeno da dissociação
(liberar íons) em água.

O sal iodeto de sódio previne o “bócio”

Os sais são compostos iônicos, têm sabor salgado e são sólidos.


Características dos sais:
1 - Conduzem corrente elétrica quando estão em solução.
2 - Os sais têm sabor salgado.
3 - Os sais reagem com ácidos, com hidróxidos, com outros sais e com
metais.
4 - Ao reagir com um ácido, dão origem a outro sal e a outro ácido, se
o ácido formado for mais volátil que o empregado na reação.
5 - Quando reagem com hidróxido, dão origem a outro sal e a outro
hidróxido, se o hidróxido formado for menos solúvel que o empregado
na reação.
6 - Se reagem com outros sais, dão origem a dois novos sais se um
deles for menos solúvel que os reagentes.
7 - E, por fim, quando reagem com um metal, dão origem a um novo
sal e um novo metal, se o metal reagente for mais reativo que o metal
deslocado na reação.
Principais sais e suas utilizações:
Bicarbonato de Sódio (NaHCO3) --> É usado em medicamentos que
atuam como antiácidos estomacais. É também empregado como
fermento na fabricação de pães, bolos, etc., uma vez que libera gás
carbônico aquecido, que permite o crescimento da massa. É, ainda,
usado para fabricar extintores de incêndio de espuma.
Carbonato de Cálcio (CaCO3) --> Componente do mármore, é usado
na confecção de pisos, pias, etc. O carbonato de cálcio (calcário) é
também empregado na fabricação do vidro comum e do cimento.
Sulfato de Cálcio (CaSO4) --> É um sal usado na fabricação do giz e
do gesso de porcelana.
Cloreto de Sódio (NaCl) --> Esse sal é intensamente usado na
alimentação e também na conservação de certos alimentos; além
disso, é um dos componentes do soro caseiro, usado no combate à
desidratação. No sal de cozinha, além do cloreto de sódio existe uma
pequena quantidade de iodeto de sódio (Nal) e de potássio (Kl). Isso
previne o organismo contra o bócio ou "papo", doença que se
caracteriza por um crescimento exagerado da glândula tireoide,
quando a alimentação é deficiente em sais de iodo.
Fluoreto de Sódio (NaF) --> É um sal usado na fluoretação da água
potável e como produto anticárie, na confecção de pasta de dente.
Nitrato de Sódio (NaNO 3) --> Conhecido como salitre do Chile, esse
sal é um dos adubos (fertilizantes) nitrogenados mais comuns.

c) Propriedades químicas
É a característica que uma matéria apresenta de se transformar em
outra, em um processo denominado de fenômeno químico. Muitas
vezes um fenômeno químico só ocorre quando a matéria é submetida
a determinadas condições (temperatura, catalisadores, eletrólise etc.).
Uma matéria só se transforma em outra quando apresentam uma
caraterística química em comum, principalmente átomos de elementos
químicos em comum. Se queremos produzir iogurte, é preciso utilizar
leite, e não suco de uva, por exemplo.
Outro exemplo clássico de fenômeno químico é a formação da água.
Nesse processo, submetemos os gases oxigênio (O2) e hidrogênio (H2)
a altas pressões e temperaturas, sendo o resultado a produção de uma
substância completamente diferente, a água.
Isso não é possível quando reagimos os gases cloro (Cl 2) e hidrogênio
(H2). Nesse caso, o resultado é a formação de ácido clorídrico (HCl).
d) Propriedades físicas
São características da matéria determinadas de forma experimental.
 Solubilidade
É a característica que uma determinada matéria apresenta de dissolver
outra. A água, por exemplo, tem a capacidade de dissolver o cloreto
de sódio (sal de cozinha). Vale ressaltar que a quantidade de soluto,
solvente e a temperatura são fatores que influenciam a solubilidade.
Um exemplo da influência da temperatura, quantidade de soluto e
solvente está descrito na tabela a seguir:

Na tabela, podemos observar que, se tivermos 100 mL de água, a


10oC, dissolveremos 190,5 g de sacarose. Agora, se essa mesma
quantidade de água estiver a 50 oC, a quantidade de sacarose que
poderá ser dissolvida é de 260,4 g.
 Densidade (d)
É a relação entre a massa (m) da matéria e o espaço (volume) que ela
ocupa. Ela é calculada por meio da seguinte expressão:
d=m
V
A densidade é uma grandeza que expressa a razão entre a massa de um
material e o volume por ele ocupado.
A diferença de densidade é a propriedade que mantém os líquidos da figura separados
A densidade é uma propriedade específica de cada material que serve
para identificar uma substância. Essa grandeza pode ser enunciada da
seguinte forma:
A densidade (ou massa específica) é a relação entre a massa (m) e o
volume (v) de determinado material (sólido, líquido ou gasoso).
Matematicamente, a expressão usada para calcular a densidade é dada
por:

Equação matemática para o cálculo da densidade

Unidades de medida para a densidade


A unidade de medida da densidade, no Sistema Internacional de
Unidades, é o quilograma por metro cúbico (kg/m3), embora as
unidades mais utilizadas sejam o grama por centímetro
cúbico (g/cm3) ou o grama por mililitro (g/mL). Para gases, ela
costuma ser expressa em gramas por litro (g/L).
Interpretação da expressão matemática da densidade
Conforme se observa na expressão matemática da densidade, ela é
inversamente proporcional ao volume. Isso significa que, quanto
menor o volume ocupado por determinada massa, maior será a
densidade.
Para entendermos como isso ocorreu na prática, pense, por exemplo,
na seguinte questão: o que pesa mais, 1 kg de chumbo ou 1 kg de
algodão?
Na realidade, eles possuem a mesma massa, ou seja, o “peso” deles é
o mesmo. A diferença entre 1 kg de chumbo e 1 kg de algodão
consiste na densidade, pois 1 kg de chumbo concentra-se em um
volume muito menor que 1 kg de algodão. A densidade do algodão é
pequena porque sua massa espalha-se em um grande volume.
Desse modo, vemos que a densidade de cada material depende do
volume por ele ocupado. E o volume é uma grandeza física que varia
com a temperatura e a pressão. Isso significa que,
consequentemente, a densidade também dependerá da
temperatura e da pressão do material.
Um exemplo que nos mostra isso é a água. Quando a água está sob a
temperatura de aproximadamente 4ºC e sob pressão ao nível do mar,
que é igual a 1,0 atm, a sua densidade é igual a 1,0 g/cm 3. No entanto,
no estado sólido, isto é, em temperaturas abaixo de 0ºC, ao nível do
mar, a sua densidade mudará – ela diminuirá para 0,92 g/cm3.

Gelo adicionado a líquidos com diferentes densidades


Observe que o gelo flutua quando colocado na água e afunda quando
colocado em bebidas alcoólicas. A densidade é a grandeza que explica
esse fato. Conforme já dito, a densidade do gelo (0,92 g/cm 3) é menor
que a da água (1,0 g/cm3); já a densidade do álcool é de 0,79 g/cm3, o
que significa que é menor que a densidade do gelo, por isso, o gelo
afunda.
Outra questão que pode ser observada na ilustração é que o gelo não
fica totalmente acima da superfície da água. Isso ocorre porque,
comparando a densidade do gelo com a da água, podemos calcular
pela diferença entre elas que é necessário apenas 92% do volume do
gelo para igualar a massa de água que ele desloca. Dessa forma, 92%
do volume do gelo fica abaixo da superfície da água e apenas 8% fica
acima da superfície. É por isso que os icebergs são tão perigosos para
a navegação.

A maior parte de um iceberg está submersa


É em razão disso que várias espécies animais e vegetais sobrevivem,
pois, em épocas frias, a água da superfície de mares e lagos congela-
se. Quando a temperatura aumenta, esse gelo derrete. No entanto, se o
gelo formado afundasse, ficando no fundo dos lagos e mares, o
resultado seria que dificilmente esse gelo derreteria e, em pouco
tempo, as vidas das espécies nessas regiões estariam comprometidas.
Densidades de alguns materiais
A seguir temos as densidades de algumas substâncias do nosso
cotidiano:
Leite integral...........................1,03 g/cm3
Alumínio ................................ 2,70 g/cm3
Diamante .................................3,5 g/cm3
Chumbo...................................11,3 g/cm3
Mercúrio .................................13,6 g/cm3
 Ponto de fusão (PF)
É a temperatura que indica quando uma matéria deixa de ser sólida e
passa a ser totalmente líquida. O ferro, por exemplo, deixa de ser
sólido e passa a ser líquido a 1535 oC.

Ponto de ebulição (PE)É a temperatura que indica quando uma


matéria deixa de ser líquida e passa a ser totalmente gasosa. O metal
mercúrio, por exemplo, deixa de ser líquido e passa a ser gasoso a
356,9 oC.
 Tenacidade
É a capacidade que uma matéria tem de resistir ao impacto com outra
matéria. Quando uma pedra é arremessada no vidro, este se quebra, ou
seja, a pedra é mais tenaz que o vidro.
 Dureza
É a capacidade que uma matéria apresenta de riscar outra. Um
exemplo é quando uma pedra arranha o vidro de uma janela, ou seja, a
pedra é mais dura que o vidro.

ESTRUTURA MOLECULAR
1880: Estrutura molecular
A ciência química, ao menos nos cem últimos anos,
desenvolveu-se em torno de um grande e fundamental
conceito unificador: a estrutura molecular. O químico vem,
nesse mesmo período, identificando química com estrutura
molecular. O químico é como que um profissional das
moléculas, e quando ‘pensa’ nelas ele tem como objeto um
arranjo tridimensional muito bem definido dos átomos que
constituem cada molécula em particular no espaço.
Exemplo: o arranjo planar e angular de dois hidrogênios e
um oxigênio na água e o arranjo tetraédrico dos quatro
hidrogênios em torno do carbono no metano etc.

Não é difícil entendermos o porquê desse caráter


fundamental do conceito de estrutura molecular para o
químico. Tomemos inicialmente os átomos. Eles são em um
número um pouco superior a cem (ver a tabela periódica).
Apenas pouco mais de cem. E o número de moléculas
conhecidas hoje? Cerca de dez milhões. Não seria possível
uma mesma ciência, um mesmo tratamento científico
desses dez milhões de unidades sem um conceito ou
modelo unificador de suas estruturas e propriedades físicas.
Esse conceito reside justamente em descrever cada
molécula como um arranjo tridimensional específico a partir
de cerca de apenas cem tipos de ‘blocos básicos’: os
átomos. Evidentemente os químicos precisavam, antes de
tudo, entender bem a estrutura e as propri

edades de cada um desses cerca de cem tipos de tijolos


atômicos. Depois, precisaram responder a uma questão
fundamental — e é dela que trata o presente texto — sobre
cada arquitetura molecular: por que uma dada molécula
(como a da água) tem exatamente uma geometria
específica e não qualquer outro arranjo espacial de seus
átomos constituintes? A partir dessa resposta, os químicos
concluíram que nesse arranjo ou geometria privilegiada de
cada molécula, os átomos constituintes permanecem
praticamente sem deformações em relação a sua estrutura
original quando ainda não ligados. Apesar de todos os
avanços da química teórica, é exatamente isso que permite
ao químico, essencialmente, manter o modelo tradicional
da estrutura molecular como arranjo tridimensional dos
átomos constituintes. É importante acrescentar que essa
mesma geometria privilegiada permanece praticamente
inalterável mesmo quando, em fase condensada (fases
líquida ou sólida), as moléculas se aproximam e interagem
entre si de modo mais apreciável. Ou seja, o mesmo
modelo de estrutura molecular é válido nos três estados da
matéria. Essa notável ‘resistência’ da estrutura molecular
quando em fase condensada

Mecânicas
As respostas às questões acima envolvem o que podemos
denominar ‘teoria padrão’ dos 300 últimos anos da história
das ciências naturais: a descrição dos fenômenos em
termos de modelos mecânicos, a começar pela mecânica
clássica ou newtoniana.

Como acontece com todas as mecânicas, a mecânica


clássica começa com uma equação fundamental e geral: a
‘equação do movimento’, cuja forma mais adequada é E =
T + V (energia total do sistema, que vamos admitir
constante, é igual à soma das energias cinética e potencial
das partículas do sistema). Para um dado sistema de n
partículas que interagem entre si sob um dado potencial
(por exemplo: potencial gravitacional, potencial
eletrostático de Coulomb etc.), podemos prever no tempo
todas as outras configurações subseqüentes, se
fornecermos uma configuração ou arranjo espacial dessas
partículas com as velocidades iniciais de cada uma delas.
Essa é a solução da equação do movimento: a descrição
espaçotemporal das partículas do sistema.

Infelizmente, essa mecânica mostrouse incapaz de


responder sequer à questão central acima formulada por
volta de 1880: por que uma molécula tem uma dada
geometria privilegiada e não qualquer outra? Do ponto de
vista de uma descrição mecânica em termos de energia,
isso equivale a perguntar sobre a estabilidade molecular:
por que há uma geometria molecular particularmente
estável, ou seja, com uma energia total notavelmente baixa
em relação a todos os outros arranjos espaciais possíveis?
Foi preciso uma nova mecânica — somente disponível em
1926 — para responder a essas e a outras questões acerca
das propriedades físicas do mundo atômico-molecular. É a
mecânica quântica.

Essa nova mecânica também parte de uma equação


fundamental do ‘movimento’ que tem semelhança ao
menos formal com a equação-mãe da mecânica
newtoniana: E = T + V. É a equação de Schrödinger. A
solução que objetivamos ao resolver essa equação agora
consiste em obter a ‘função de onda’  do sistema (por
exemplo, um átomo ou uma molécula). Essa função não
mais fornece a evolução espaço-temporal das partículas do
sistema, e aliás nem tem relação direta, ela mesma, com
nenhum dado experimental. No entanto, é o principal
instrumento para calcularmos (e daí testarmos em
laboratório) valores de qualquer variável fisicamente
significativa desse mesmo sistema. Por isso,  é também
denominada ‘descrição completa do sistema’.

1930: Estrutura molecular e mecânica quântica


Por volta de 1927, essa nova mecânica começou a ser
aplicada com sucesso para descrever as estruturas
de átomos e moléculas. No caso de átomos, tem-se a
estrutura de camadas eletrônicas, com cada elétron
aproximadamente descrito por uma função de onda
própria, ou seja, um ‘orbital atômico’. A função
completa  para o sistema de n elétrons é então obtida
(em termos bastante simplificados) pelo produto dos n
orbitais atômicos. Temos então as famosas ‘configurações
eletrônicas’ de cada átomo na tabela periódica (átomo de
hidrogênio, 1s; átomo de hélio, 1s2; átomo de lítio, 1s2 2s
etc., onde 1s, 2s etc. são funções que descrevem
espacialmente os orbitais, que diferem entre si em tamanho
e forma).

Já no caso de moléculas, a solução da equação de


Schrödinger correspondente era tão complexa e demorada
que foi necessária uma aproximação na própria equação
para que resultados exeqüíveis pudessem ser alcançados.
Essa aproximação, conhecida como aproximação de Born-
Oppenheimer, de 1927, baseou-se na enorme disparidade
mássica entre elétrons e núcleos: estes últimos possuem
massas no mínimo duas mil vezes maiores que a de cada
elétron (essa disparidade vale para o hidrogênio; já para o
lítio, por exemplo, a relação entre a massa dos elétrons e
do núcleo é ainda maior: 1:14 000). Com isso, pode-se
desdobrar o problema em duas partes, um correspondendo
ao movimento eletrônico, outro ao movimento nuclear:

1. Primeiro, descreve-se o movimento quântico das


‘velozes’ partículas eletrônicas em torno dos núcleos
relativamente bem mais ‘pesados’ e quase ‘imóveis’,
tratados nesse caso como partículas clássicas (isto é,
podendo ser bem localizados e imobilizados ao mesmo
tempo). Para cada arranjo nuclear R fixado (R é a distância
internuclear em uma molécula diatômica, tomada aqui
como referência), temos um padrão de probabilidade
eletrônica. Esse padrão é convenientemente reinterpretado
pelo químico no seu cotidiano como uma nuvem
eletrostática de carga (‘nuvem eletrônica’).

2. Depois, descreve-se o movimento quântico dos núcleos


no próprio campo (médio) de energia potencial fornecido
pela ‘nuvem eletrônica’. Tomando- se uma molécula
diatômica, essa função de energia potencial nuclear U
depende da distância internuclear R, isto é, U = U(R). Esse
campo de potencial eletrônico tem uma forma matemática
tal que ele apresenta um mínimo agudo de energia (ou
‘fundo de poço’) em torno de uma dada geometria nuclear:
a geometria ou configuração de equilíbrio, que é
justamente a geometria privilegiada exibida pela molécula
na natureza. Numa molécula diatômica, essa geometria de
equilíbrio é dada pela distância internuclear Requil entre os
dois núcleos da molécula, que é mensurável
experimentalmente. Pois bem, o campo U(R) permite a
separação (aproximada) adicional do movimento dos
núcleos em dois submovimentos: a) movimento rígido de
rotação de todos os núcleos na geometria de equilíbrio
Requil – e b) movimento sincronizado (‘coletivo’) de
pequenas vibrações (ou de pequenas amplitudes) de todos
os núcleos em torno de suas respectivas posições na
geometria de equilíbrio Requil. Finalmente, concluímos que
a forma da ‘nuvem eletrônica’ privilegiada será aquela
associada à distância de equilíbrio Requil.

A partir das considerações energéticas que acabamos de


tecer, temos que a energia total da molécula separa-se
aproximadamente em três fragmentos, cada um
correspondendo a um dos movimentos internos da
molécula conforme descritos anteriormente: a) o pedaço
com quase 100 por cento da energia, a energia eletrônica
Eel, calculada na geometria rígida Requil do fundo do poço
de potencial b) a energia (quantizada) de vibração nuclear
Evib (cerca de 100 vezes menor que Eel) e c) a energia
(quantizada) do movimento rotacional nuclear Erot (cerca
de 100 vezes menor que Evib). Isto é, a energia total da
molécula é Etotal ≈ Eel + Evib + Erot. Essa é a fórmula
fundamental de toda a abordagem quantomecânica da
chamada ‘espectroscopia molecular’, que estuda a estrutura
e propriedades moleculares por meio da interação entre
radiação eletromagnética e moléculas.
Como foi apresentado, os núcleos ‘enxergam’ o movimento
eletrônico médio como nós enxergamos as pás de um
ventilador em movimento. Assim, podemos introduzir e
utilizar aqui o conceito de ‘nuvem’ ou densidade eletrônica
de um modo mais fisicamente significativo. Essa densidade
é obtida resolvendo-se a equação de Schrödinger para o
movimento eletrônico no campo dos ‘núcleos fixos’ (item a
acima). Para cada valor fornecido de R obtemos uma
densidade diferente. No entanto, como o movimento
vibracional nuclear praticamente se restringe a
pequeníssimos desvios em torno de suas respectivas
posições de equilíbrio em Requil, a densidade eletrônica
fisicamente significativa é aquela obtida para essa mesma
distância. Como a ordem de grandeza de Requil em
moléculas diatômicas é de um angstrom (10-8 cm), o
desenho final da estrutura molecular (com dois núcleos
idênticos), em termos de sua descrição quântica, é o de
uma nuvem eletrônica na forma de um elipsóide de
revolução de dimensões da ordem do angstrom,
envolvendo os dois núcleos fixos localizados nos dois focos
do elipsóide e separados pela distância ou geometria de
equilíbrio (Fig. 1).

Figura 1: Densidade eletrônica típica de molécula diatômica homonuclear.

esse portanto o modelo fundamental de estrutura


molecular tal como descrito pela mecânica quântica. Ele
prevê corretamente a geometria de equilíbrio experimental,
bem como a forma e a estrutura experimental da nuvem
eletrônica.

1980: Moléculas têm estrutura?


Assim, recuperamos através da mecânica quântica o
conceito fundamental da química. Mas teremos recuperado
o modelo de estrutura molecular de modo puramente
quântico, sem nenhum artifício estranho a tal mecânica?
Essa interrogação foi levantada pelo físico-químico inglês
Woolley no final da década de 70. Woolley argumenta que,
ao contrário do que se pensa atualmente, a resposta é
‘não’. Dentro do tratamento matemático acima mencionado
de separação de movimentos eletrônico e nuclear
(aproximação de Born- Oppenheimer — BO), o próprio
conceito físico de estrutura molecular é introduzido
sutilmente (mas conscientemente, por Born e
Oppenheimer). Assim, o conceito fundamental da química
não surgiria ao final de um tratamento quântico
pretensamente restrito apenas a golpes de uma técnica
matemática aproximativa. O conceito básico de toda a
química, tal como a conhecemos, só foi recuperado ao final
do tratamento quântico de Born- Oppenheimer porque ele
simplesmente foi introduzido ad hoc — como um conceito
geométrico de núcleos fixos da mecânica clássica — no
início daquele próprio tratamento matemático. Isso
evidencia a enorme ‘resistência’ do conceito químico —
ainda clássico, não quântico — de estrutura molecular
dentro da nova mecânica. Em outras palavras, continua
Woolley, se resolvermos a equação molecular completa de
Schrödinger — sem separação alguma em seus
movimentos internos —, a previsão é de que a tradicional
estrutura molecular da Fig.1 estaria totalmente ausente da
função de onda molecular exata. Mas se a estrutura
molecular é uma propriedade que vem sendo medida em
laboratório (difração de raios X etc.), como explicar de
modo também puramente quântico tal resultado
experimental?

Para responder a essa pergunta, Woolley dá, ao mesmo


tempo, uma explicação para o sucesso da aproximação
semiclássica de BO quanto as suas previsões estruturais,
experimentalmente confirmadas. Para Woolley, a
criatividade desses dois pioneiros da mecânica quântica foi
terem construído um modelo não rigorosamente quântico
de molécula isolada capaz de simular certas propriedades
que em termos rigorosamente quânticos resultariam de
interações entre um número imenso de moléculas, vale
dizer, propriedades de meio ou de muitos corpos (many
body). Assim, por exemplo, o metano (CH4) não ‘teria’ uma
estrutura tetraédrica como normalmente nos é ensinado;
tal estrutura tetraédrica somente emergiria mediante uma
concentração ou aglomeração suficientemente grande de
moléculas de metano, aglomeração essa que já seria
alcançável em fase gasosa, desde que a pressão não seja
excessivamente baixa. Com isso, responde-se também à
pergunta final do último parágrafo: em termos
rigorosamente quânticos, o conceito de estrutura molecular
não emergiria, ainda segundo Woolley, como uma
propriedade intrínseca das moléculas individuais — – ao
contrário do que pensa a quase totalidade da comunidade
química — mas sim como resultante de interações
intermoleculares ou de interações entre moléculas e
campos externos, o que seria extremamente difícil de se
calcular ab initio ainda hoje.

Woolley aponta enfim para o futuro: com o avanço de


técnicas de medidas moleculares estaríamos chegando a
trabalhar no limite da molécula isolada, isto é, a trabalhar
com estados quânticos moleculares estáveis no tempo
(estados estacionários) e em fase gasosa em condições de
extrema rarefação que praticamente eliminem interações
intermoleculares. Nesse limite, se acompanhássemos
Woolley, teríamos atingido uma espécie de limite molecular
de uma mecânica sem química, ou melhor, sem estrutura
molecular.

Uma série de trabalhos no início dos anos 80 mostrou que


tal posição tão radical de Woolley na verdade não se
sustentava. Pelo menos em moléculas diatômicas — no
limite da ‘molécula isolada’ —, podemos recuperar de
modo rigorosamente quântico o conceito fundamental
tradicional de estrutura como aparece na Fig. 1.
Em sistemas poliatômicos, porém, ao menos parte das
reservas de Woolley devem ser levadas em conta, uma
discussão que vai além dos objetivos do presente trabalho.

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