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I.

Introdução
Uma forma simplificada de definir a matéria é: Matéria é tudo aquilo que
tem massa, volume e ocupa um lugar no espaço. Segundo a teoria
actualmente aceite e generalizada, a matéria é constituída de minúsculas
partículas, que podem ser átomos, moléculas ou iões.
Na natureza a matéria não é uniforme, ela encontra-se mais ou menos
segmentada constituindo os corpos físicos. Estes podem se apresentar em
diferentes estados físicos.
Os diferentes estados físicos diferem entre sí pelo modo as partículas se
organizam e se agregam.
I.1 Objectivos
I.1.1 Objectivo geral
 Caracterizar os estados da matéria e as forças intermoleculares
I.1.2 Objectivos específicos
 Definir o conceito de mistura
 Definir o conceito de força intermolecular
 Descrever as características das misturas
 Descrever as características das forças intermoleculares

II. Desenvolvimento

II.1 Estados da matéria


Como se afirmou anteriormente, a matéria não é una e uniforme, ela é
constituída por diferentes “materiais”, isto é, de mistura de diferentes
substâncias, formando corpos que se podem apresentar em diversos estados
físicos.
De acordo com vários autores, embora a ciência já tenha chegado a mais
estados físicos possíveis da matéria – alguns deles intermediários – quando
estudamos a forma com que as substâncias se apresentam na superfície da
Terra, temos três estados físicos da matéria possíveis, com efeitos visíveis a
olho nu: sólido, líquido e gasoso.
Simplificadamente, o que diferencia um estado físico de outro é a
organização dessas partículas, se elas estão mais próximas umas às outras
ou mais afastadas, isto é, se estão mais agregadas ou menos agregadas. Por
isso, os estados físicos podem ser correctamente chamados de “estados de
agregação”.

Os estados da matéria correspondem a fases específicas


de agregação ou coesão das moléculas e átomos, além da intensidade de
movimento, o que varia conforme temperatura e pressão. Assim, as
principais características dos diferentes estados físicos são as seguintes:
Sólido: Nesse estado, as partículas estão bem próximas umas às outras, de
modo que não se movimentam. Estão bem organizadas e, por isso, possuem
forma e volume fixos, não podendo sofrer compressão.
 Líquido: Nesse estado, as partículas possuem maior liberdade de
movimentação que no estado sólido, pois estão um pouco mais afastadas
umas das outras, havendo certo espaço entre elas. Por essa razão, as
substâncias líquidas possuem forma variável, adaptando-se ao recipiente
em que estão contidas, mas não podem ser comprimidas, pois possuem
volume constante.
Gasoso: Nesse estado, as partículas estão bem afastadas umas das outras,
possuindo grande liberdade de movimentação. Por isso, os gases e os
vapores não possuem forma nem volume fixos, conformando-se de acordo
com o recipiente e podendo ser comprimidos.
II.2 Forças intermoleculares

No dia-a-dia, vemos várias substâncias com diversas propriedades


diferentes, tais como, os estados físicos, os pontos de fusão e de ebulição, a
solubilidade e assim por diante.
Em grande parte, essas diferenças de propriedades que observamos nas
substâncias devem-se às diferentes interações e atrações que se estabelecem
entre as suas moléculas. Por exemplo, dependendo do tipo de interacção
entre essas partículas, a quantidade de energia necessária para provocar a
mudança de estado físico pode variar. Se a força intermolecular for bem
intensa, precisará de mais energia, ou seja, precisaremos aquecer bastante a
substância para mudá-la de estado físico e vice-versa.
Esses tipos de interações foram bastante estudados pelo físico holandês
Johannes Diederik Van der Waals (1837-1923) e, em sua homenagem, elas
passaram a ser chamadas de Forças de Van der Waals ou Forças
Intermoleculares
Existem três tipos de forças intermoleculares, nomeadamente: dipolo
permanente, dipolo induzido e ligações de hidrogênio (ou pontes de
hidrogênio). Vejamos cada uma:
 Força de dipolo permanente:

Ocorre somente em moléculas polares, em que os electrões estão


distribuídos de forma assimétrica, ou seja, uma parte da molécula possui
maior densidade eletrónica. No caso de moléculas diatómicas, o elemento
mais eletronegativo atrai os electrões da ligação e força a um dipolo
elétrico, como ocorre com o cloreto de hidrogênio (HCl). Em moléculas
assim, a parte positiva atrai a parte negativa de outra molécula e assim
sucessivamente.
Essa é a força de dipolo permanente que possui intensidade média (é mais
intensa que a força de dipolo induzido, mas é menos intensa que a força da
ligação de hidrogénio).
 Força de dipolo induzido (forças de London):
Ocorre em moléculas polares e moléculas apolares (que são aquelas em que
os electrões estão distribuídos uniformemente, não havendo um dipolo
elétrico na molécula).
No entanto, quando essas moléculas (ou átomos, como no caso dos gases
nobres) aproximam-se, pode acontecer que ocorram deformações nas
nuvens de electrõess, pois há atracções e repulsões entre os electrõess e os
núcleos dos átomos. Essa deformação é apenas temporária, mas forma
regiões do átomo ou da molécula que ficam com maior quantidade de
electrões, ou seja, são formados dipolos instantâneos.
Ao se aproximar de outras moléculas, esse dipolo instantâneo pode induzir
a molécula vizinha a também se polarizar e assim surgem forças atractivas,
que são as forças de dipolo induzido.
 Ligações de Hidrogênio:
Esta é a força intermolecular mais intensa e é uma atracção que ocorre
entre o hidrogénio e átomos de flúor, oxigénio e nitrogénio.
É esse tipo de força intermolecular que ocorre, por exemplo, entre as
moléculas de água. Tais moléculas são polares, sendo que o oxigênio
possui carga parcial negativa (δ-) e os hidrogênios possuem carga parcial
positiva (δ+). Assim, acontece que um hidrogênio de uma molécula de água
é atraído pelo oxigênio de outra molécula de água e assim por diante,
formando ligações de hidrogênio.

Conclusão
Conclui-se que:
 Matéria é tudo aquilo que forma o mundo físico e que se caracteriza
por possuir massa, volume e ocupar um lugar no espaço;
 Os estados da matéria correspondem a fases específicas
de agregação ou coesão das moléculas e átomos, além da intensidade
de movimento, o que varia conforme temperatura e pressão.
 As diferenças de propriedades que observamos nas substâncias
devem-se às diferentes interações e atrações que se estabelecem entre
as suas partículas constituintes.
II.3 Aplicações em laboratório de análises clínicas
O conhecimento das propriedades e comportamento da matéria, em função
do seu estado de agregação, pode ser aplicado em laboratórios clínicos. Por
exemplo, em cromatografia para separar componentes de amostras
formados por misturas que têm diferentes habilidades para aderirem a
superfícies sólidas, pois quanto maior a atracção do componente pela
superfície (papel), mais lentamente ele se move.

Bibliografia
White D. P. (2005). QUÍMICA, A Ciência Central. 9ª Edição. Pearson Education
Fogaça, J. (s.d.). Aula 14. Disponível em
https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/tipos-forcas-intermoleculares.htm

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