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Teoria e Aplicações
Tecnologias em Fluidos
A mecânica dos uidos é a parte da física que estuda o efeito de forças em uidos. Os uidos em equilíbrio
estático são estudados pela hidrostática (ou uidostática) e os uidos sujeitos a forças externas diferentes
a forças aplicadas externamente. Um uido sempre escorre quando forças deformantes lhe são aplicadas.
Note que embora a tendência é imaginar os uidos principalmente como líquidos, os uidos também
descrevem o comportamento dos gases. Este capítulo apresenta os princípios físicos, conceitos e exemplos
de um uido em repouso (estática dos uidos) e de um uido em movimento (dinâmica dos uidos).
Parte 1
Fluidostática
CAPíTULO 1
Fases ou estados da matéria são conjuntos de congurações que objetos macroscópicos podem apresen-
tar. O estado físico tem a relação com a velocidade do movimento das partículas de uma determinada
substância. Canonicamente, e segundo o meio em que foram estudados, são três os estados ou fases con-
siderados: sólido, líquido e gasoso. Outros tipos de fases da matéria, como o estado pastoso ou o plasma
são estudados em níveis mais avançados da Física. As características de estado físico são diferentes em
1.1.1. Os estados físicos. Há muitas discussões sobre quantos estados da matéria existem, porém
as versões mais populares atualmente são de que a matéria somente tem três estados: sólido, líquido
e gasoso. Mas há também outros que, ou são intermediários ou pouco conhecidos. Por exemplo: os
vapores, que nada mais são uma passagem do estado líquido para o gasoso na mesma fase em que o gás;
porém, quando está em estado gasoso, não há mais possibilidade de voltar diretamente ao estado líquido;
já quando em forma de vapor, pode ir ao estado líquido, desde que exista as trocas de energia necessárias
para tal fato. Por isto que diz-se comumente vapor d´água e não água gasosa.
No estado sólido considera-se que a matéria do corpo mantém a forma macroscópica e a posição relativa
4
1.1. ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA 5
A rigidez absoluta dos chamados corpos rígidos é uma ilusão. Sólidos são formados por átomos que
estão ligados por forças similares a forças de mola (g. 1.1.1). Sólidos são arranjos periódicos de átomos
formando redes cristalinas. Cada átomo está em equilíbrio devido à interação (mola) com seus vizinhos.
As constantes de mola efetivas são grandes. É necessário forças grandes para separar os átomos. Daí a
1
impressão de rigidez! [ ] Sólidos resistem a tensões de cisalhamento (g. 1.1.2)
posição relativa da partículas não se mantém. É particularmente estudado nas áreas da hidrostática e da
hidrodinâmica.
No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendo variar amplamente a forma
Por cederem às forças de cisalhamento, os uidos assumem a forma do recipiente que os contêm (g.
O Plasma (ou quarto estado da matéria) difere dos sólidos, líquidos e gasosos por possuir seus átomos
separados ao ponto de desprenderem-se dos elétrons. Por este motivo o plasma é também chamado de
gás ionizado. Estima-se que 99% de toda matéria existente esteja no estado de plasma, o que faz deste o
A mudança para o estado físico de plasma acontece da seguinte forma: ao transferimos energia em nível
atômico (calor, por exemplo) a um corpo de massa sólida, este aumenta sua temperatura até o ponto de
fusão, tornando sua massa líquida; se transferirmos ainda mais energia, este atingirá a temperatura de
ebulição e sua massa tornar-se-á gasosa, ainda se aumentarmos a energia transferida ao gás a altíssimas
1.1. ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA 6
temperaturas, obteremos o plasma. Sendo assim, se colocarmos os estados físicos da matéria em ordem
Como o plasma está em uma temperatura muito alta, a agitação de seus átomos é tão grande que as
colisões entre partículas é freqüente, não podendo mais o átomo ser mantido coeso. A força nuclear forte
não é mais capaz de manter o núcleo atômico estável e nem existem combinações entre os elétrons livres,
assim sendo, o átomo também não pode receber atuação da força nuclear fraca.
• galáxias e nebulosas que contém gás e poeira cósmica interestelar, em estado eletricado, ou
ionizado;
• plasmas gerados e connados pelos Cinturões de Radiação de Van Allen, nas imediações do
planeta Terra;
• as auroras Austral e Boreal, que são plasmas naturais e ocorrem nas altas latitudes da Terra,
fera, quando bombardeados por partículas carregadas expelidas do Sol e deetidas pelo campo
geomagnético;
• as lâmpadas uorescentes; e
• as descargas atmosféricas (raios), que não passam de descargas elétricas de alta corrente (dezenas
a centenas de quiloamperes) que ocorrem na atmosfera com uma extensão usual de alguns
quilômetros.
Veja nota
1 abaixo sobre as modernas TVs a plasma.
1Dentro da tela O gases xenônio e neônio presentes em uma televisão de plasma estão contidos em centenas de milhares de
células minúsculas, posicionadas entre duas placas de vidro. Eletrodos extensos também são colocados entre as placas de
vidro, em ambos os lados das células. Os eletrodos emissores cam atrás das células, ao longo da placa traseira de vidro.
Os eletrodos de exposição transparentes, que são envolvidos por uma camada isolante de material dielétrico e cobertos por
uma camada protetora de óxido de magnésio, são colocados sobre as células ao longo da placa de vidro dianteira.
1.1. ESTADOS FÍSICOS DA MATÉRIA 7
Condensado de
Bose−Einstein Sólido Liquido Gasoso Plasma
O sexto estado da matéria, o Condensado Fermiônico, acontece quando certa matéria é aquecida a ponto
1.1.1.1. Outros estados da matéria. Existem outros possíveis estados da matéria; alguns destes só
existen sob condições extremas, como no interior de estrelas mortas, ou no começo do universo depois do
Big Bang:
1.1.3. Este estudo. Para os ns a que este curso se destina, serão considerados principalmente os
uidos em estado líquido, pelas aplicações em hidráulica (vazão e bombeamento), máquinas hidráulicas,
lubricantes e temas ans. A termodinâmica dos uidos será considerada nos efeitos relativos à compres-
sibilidade e variação da viscosidade, não sendo aqui abordada a mudança de fase e suas implicações em
sistemas mecânicos.
As propriedades dos uidos relevantes para o estudo do escoamento dos uidos são a massa especíca, a
tensão supercial, a viscosidade e as propriedades reológicas. A reologia é o ramo da mecânica dos uidos
que estuda as propriedades físicas que inuenciam o transporte de quantidade de movimento num uido.
A viscosidade é a propriedade reológica mais conhecida, e a única que caracteriza os uidos newtonianos.
1.2.1. Massa especíca. A massa especíca ou densidade ρ é uma propriedade física da matéria,
m
(1.2.1) ρ=
V
Esta denição vale para qualquer corpo. A densidade representa nos uidos o equivalente à massa nos
sólidos.
a unidade é
[m] kg
[ρ] = = 3
[V ] m
x
Onde o símbolo [ ] representa a unidade de x. Outras unidades usadas na prática são g/cm³, kg/ℓ, etc.
2
1.2.1.2. Conversão entre unidades. A densidade é medida e citada em diferentes sistemas de unidades
conforme a área de estudo. Químicos adotam freqüentemente a unidade kg/ ℓ, engenheiros mecânicos e
civis adotam o S.I. ( kg/m³ ), biólogos e outras áreas da Química utilizam o CGS (g/cm³ ).
Antes, algumas equivalências são úteis, segundo a tabela a seguir:
Equivalência:
1 cm³ = 1 mℓ
1 dm³ = 1 ℓ
1 m³ = 1000 ℓ
Apresentaremos aqui alguns métodos de conversão, utilizando princípios de Metrologia.
kg kg 1 kg kg
1 = 1. 3
= −3 3 = 1000 3
ℓ 0, 001 m 10 m m
Alguns valores de densidade. A tabela a seguir mostra a densidade das substâncias mais conhe-
cidas [1]:
Água 1 000
Mercúrio 13 600
Glicerina 1 260
Acetona 792
Etanol 791
Benzeno 899
Clorofórmio 1 490
Éter 736
Hélio 0,179
Metano 0,717
Oxigênio 1,429
Aço 7830
Bronze 8740
Latão 8600
Invar 8000
Cortiça 220
Quartzo 2670
Cobre 8890
Estanho 7300
Ferro 7900
Niquel 8800
Ouro 19300
Platina 21400
Chumbo 11340
Tungstenio 18900
Zinco 7100
alumínio 2700
1.2.2. Densidade relativa. A densidade relativa δ de uma dada substância é a razão da densidade
Sendo a razão entre duas grandezas iguais, a unidade é adimensional. Ex.: a densidade relativa do
1.2.3. Peso especíco. O peso especíco é denido analogamente à massa especíca, isto é,
P
(1.2.3) γ=
V
Outra unidade bastante utilizada vem da equivalência entre massa no S.I. e peso em Unidades Técnicas
(U.T.), ou seja, 1 quilograma força (kgf ) equivale ao peso de um corpo de massa 1 kg na superfície
terrestre. Assim,
m
1 kgf ≡ [P ] = [m].[g] = 1 kg · 9, 8 = 9, 8 newtons
s2
Com esta equivalência podemos utilizar
[P ] kgf
[γ] = = 3
[V ] m
e percebemos que
kgf kg
γH2 O = 1000 ≡ ρH2 O = 1000 3
m3 m
Em palavras, o peso especíco de uma substância, dado em U.T. é numericamente igual à massa especíca
dada no S.I. Esta equivalência será utilizada em vários cálculos nos capítulos adiante, economizando o
uso de g = 9, 8 m/s2 .
Note que
P m·g m
(1.2.4) γ= = = ·g =ρ·g
V V V
medir a densidade do líquido da bateria elétrica de um automóvel. O densímetro indicado na g. 1.2.1A
utua na água de modo que a escala vertical marca 1,0, a densidade da água, na superfície do líquido. Na
g. 1.2.1B o densímetro está utuando no líquido de uma bateria inteiramente carregada (o densímetro
que você viu no pôsto de gasolina constava, provavelmente, de um tubo semelhante a um grande conta-
gotas, para aspirar o líquido da bateria, no interior da qual estava um pequeno densímetro). O líquido
da bateria é uma solução de ácido sulfúrico em água. Sua densidade é maior que a da água.
Densímetros especiais usados para medir densidade de álcool e de leite são chamados alcoômetros e
lactômetros.
Exercise 1.2.1. Resolva os exercícios a seguir sobre os conceitos vistos até aqui.
(1) Faça uma pesquisa sobre as tecnologias que utilizam plasma, como a solda e a TV.
(2) Descreva a natureza do fogo, da faísca e da aurora boreal através das propriedades do plasma.
(3) Um frasco contendo água pesa 125 gf, e vazio 20 gf. Substituiu-se a água por um líquido
desconhecido, enchendo o mesmo frasco ao nível em que estava a água. O peso anotado foi de
110 gf. Calcule o peso especíco deste líquido, em U.T. e a densidade no S.I.
(5) Calcule a massa de ouro necessária para revestir 0,5 m² de um objeto, com uma película de 0,1
Resp.: 0,98 kg
(6) Um cubo de alumínio mede 10 cm de aresta, porém é oco e fechado, tendo suas paredes 1 cm
de espessura. Calcule a massa de alumínio utilizada para fabricá-lo. Dado: a densidade relativa
do alumínio é 2,7.
(7) Refaça os cálculos da questão anterior, sendo agora o objeto uma esfera oca de diâmetro 10 cm
dade de variação de pressão. Consideremos um corpo uido aprisionado em um cilindro obturado por um
êmbolo, como se ilustra a seguir. Mantendo constantes todas as demais condições físicas (em particular,
Seja V o volume ocupado pelo uido quando submetido a pressão p , e seja V + ∆V volume sob
pressão p+∆p. Quando a pressão aumenta (∆p > 0) volume diminui (∆V< 0), e vice-versa. Ensaiando
uidos diversos, ocupando inicialmente volumes iguais, verica-se que a um mesmo incremento ∆p da
pressão correspondem incrementos ∆V do volume que variam grandemente de caso para caso. Ao maior
1 1 ∆V
(1.2.5) =− ·
C V ∆C
As unidades de medida desta grandeza são os recíprocos das unidades de pressão. O recíproco C do
que o intervalo de variação desta não se torne muito amplo; o coeciente de compressibilidade é da
ordem de 10−5 atm−1 , o que equivale a armar que um incremento de pressão de uma atmosfera técnica
determina em um líquido uma diminuição de volume da ordem de 1/100 000 do volume inicial.
Para os gases, o coeciente de compressibilidade depende das condições nas quais se realiza a compressão;
por exemplo, tem-se C=p na transformação isotérmica, e C = (Cp /CV ) · p na transformação adiabática.
Em confronto com os líquidos, gases têm compressibilidade enorme e densidade baixíssima sob pressões
Em Fluidostática entende-se por líquido perfeito o líquido ideal incompressível, e por gás perfeito o gás
Nos uidos incompressíveis, a densidade absoluta independe da pressão; nos uidos compressíveis, a
1
∆V = − · V · ∆p = −4, 6 · 10−5 · 1000 · (5, 0 − 1, 0) = −0, 18 ℓ
C
O volume da água diminui do equivalente a um copo d'água (180 mℓ).
−1
Líquido Temperatura (°C) Compressibilidade (atm )
−4
Ácido sulfúrico 0 3, 0 · 10
Água 20 4, 6 · 10−5
Benzeno 16 9, 0 · 10−5
20 7, 9 · 10−5
Etanol 20 1, 0 · 10−4
Glicerina 15 2, 2 · 10−5
Mercúrio 20 3, 9 · 10−6
Óleo de oliva 15 5, 6 · 10−6
20 6, 3 · 10−5
3Mantendo-se constante a temperatura de um gás, sua pressão varia na razão inversa do volume ocupado.
CAPíTULO 2
Empuxo
O
2.1. Que é o empuxo? fu-
turo
Quando você anda da parte rasa para a parte funda de uma piscina, o seu peso parece diminuir e os da
seus pés exercem uma força cada vez menor sobre o fundo da piscina. Quando você entra num bote que nossa
utua, o seu peso faz com que ele afunde mais na água. O fundo do bote estando à maior profundidade, civi-
onde a pressão da água é maior, recebe agora uma força maior da água de baixo para cima, o que suporta liza-
o peso adicional. Essa força é o empuxo da água. Chamamos empuxo a força exercida, de baixo para ção
cima, por um líquido sobre todo corpo que utua no líquido ou que nele está submerso. de-
pende
Por que um corpo utua? Coloque alguns grãos de chumbo num tubo de ensaio e ponha o tubo a
da
utuar na água. Para que o tubo utue, o empuxo da água deve igualar o peso do tubo. Suponha
am-
que a área da secão transversal do tubo seja de 1 centímetro quadrado. Se o tubo com o chumbo pesa
pla
5 gramas, ele deve utuar a uma profundidade tal que a água exerça sobre seu fundo uma força de 5
di-
gramas. Portanto, a pressão da água no fundo do tubo deve ser de 5 gramas por centímetro quadrado.
vul-
A água em B (g. 2.1.1) deve ter portanto uma profundidade de 5 centímetros. Suponha que você
ga-
ponha mais chumbo, até que o peso total do tubo seja de 10 gramas. Então o tubo afundará até a
ção
profundidade de 10 centímetros. A pressão no fundo do tubo será 10 gramas por centímetro quadrado e a
e do
água empurrará o tubo para cima com uma força de 10 g. Um navio vazio utua com uma grande parte
pro-
do casco fora da água. À medida que vai sendo carregado ele imerge mais e mais. Antigamente muitos
fundo
navios recebiam excesso de carga e naufragavam em viagem. Há cêrca, de 85 anos Plimsoll persuadiu
ar-
o Parlamento Britânico a aprovar uma lei exigindo que todos os navios tivessem uma linha pintada no
rai-
ga-
mento
dos
há-
bitos
de
pen-
sa-
mento
ci-
entí-
co.
(John
Dewey,
edu-
ca-
dor
Figura 2.1.1. Empuxo (A) O tubo afunda até que seu peso seja igualado pelo empuxo
ame-
da água. (B) Com peso duplo o tubo afunda duas vêzes mais.
ri-
14 cano ).
2.1. QUE É O EMPUXO? 15
Figura 2.1.2. A Linha Plimsoll, ou linha de carga, de um navio mostra a linha da água
quando um navio tem a sua maior carga dentro do limite de segurança. Cada navio tem
linhas de carga para o verão e inverno e para água doce e salgada.
casco, para indicar a linha da água quando o navio tivesse a maior carga compatível com sua segurança
(g. 2.1.2). Nenhum navio poderá zarpar de um porto britânico se a linha Plimsoll estiver abaixo da
água: AB - Serviço Americano de Navegação; TF - Água Doce Tropical; F - Outras Águas Doces; T -
Mares Tropicais; S e W - Outros Mares, Verão e Inverno; WNA - Inverno no Atlântico Norte.
Arquimedes descobriu a lei do empuxo. O famoso cientista grego Arquimedes viveu em Siracusa,
Sicília, há vinte e dois séculos (g. 2.1.3). Seu amigo, o rei da Sicília, suspeitava que o seu ourives
havia usado um metal mais barato que o ouro para fazer sua coroa. Por isso, chamou Arquimedes para
descobrir a verdade. Alguns dias mais tarde, ao tomar banho, Arquimedes observou que o volume da água
derramada da banheira cheia em que entrara era igual ao volume da parte do seu corpo dentro da água.
Viu imediatamente como deveria resolver o problema. Sem ao menos se vestir (g. 2.1.4) Arquimedes
correu para casa gritando Eureka! (Achei!) Primeiro, pesou a coroa no ar, depois suspendeu-a na água e
vericou qual a perda de peso devida ao empuxo da água. Essa perda, ele observou, dependia do volume
de água deslocada. Então repetiu a experiência com um pedaço de ouro puro, de mesmo peso que a
coroa. O volume da coroa deve ter sido maior que o volume do pedaço de ouro de igual peso. Portanto,
neste caso, a densidade da coroa era menor que a densidade do ouro e a coroa não poderia ser feita de
ouro puro! Não sabemos do resultado; você pode estar certo, porém, que, desde então, os ourives caram
mais cautelosos!
Mais tarde, Arquimedes descobriu a lei do empuxo que denominamos lei de Arquimedes: A perda aparente
de peso de um corpo imerso ou utuante é igual ao peso do líquido que ele desloca. Por exemplo, se o
volume de uma esfera for 5 centímetros cúbicos, ela deslocará este volume de água quando submersa nela.
O volume de água deslocada pesa 5 gramas. Portanto, a esfera parecerá pesar menos 5 gramas quando
submersa na água que quando no ar. Se a esfera pesar 20 g no ar, parecerá pesar 15 g quando submersa
na água.
Para fazer uma vericação da lei do empuxo, coloque numa balança um vaso com um tubo lateral para
saída de excesso de água (g.2.1.5). Encha o vaso de água até derramar pelo tubo lateral e equilibre-o
na balança; coloque cuidadosamente um bloco de madeira na água e espere até o que o escoamento do
excesso de água cesse. Observe que a balança continua equilibrada. Como o peso da água deslocada se
Figura 2.1.5. Lei de Arquimedes. O bloco utuante desloca o seu peso em água. Como
este esquema ilustra a lei? Uma rolha de cortiça mantida debaixo da água desloca líquido
que pesa mais do que ela própria; portanto, o empuxo da água é maior do que o peso da
rolha. Quando sôlta, a rolha sobe para a superfície. Uma pedra debaixo da água desloca
líquido pesando menos que ela e, portanto, vai para o fundo. Só um corpo que utua
num líquido desloca exatamente o seu peso de líquido.
O submarino americano Squalus afundou em 1939 com todos os homens a bordo. Trinta e três homens
foram salvos pela câmara de socorro que foi baixada até a sala anterior de torpedos do submarino. Pesados
tanques de água foram descidos e presos ao submarino. A água foi então expelida dos tanques bombeando
ar comprimido neles. A fotograa mostra o submarino subindo à superfície, auxiliado pelo empuxo dos
Figura 2.1.7. O submarino atômico "Nautilus". Um reator nuclear, que usa urânio
como combustível, aciona este submarino a velocidades relativamente grandes. O Nau-
tilus pode permanecer debaixo da água durante semanas consecutivas.
Para fazer um submarino mergulhar, o navegador admite água nos tanques até que a nau afunde. Em
seguida, suas máquinas fazem o submarino mover-se para a frente; os lemes horizontais de mergulho
forçam então a nau ainda mais para baixo. Quando os motores são desligados, o navegador controla a
profundidade mudando o peso. Ele admite mais água nos tanques para fazer o submarino descer e expele
a água com ar comprimido para fazer a nau subir. Um submarino moderno pode mergulhar 30 segundos
O que produz o empuxo? A g. 2.1.8 mostra blocos cúbicos num tanque de água. O bloco superior
apenas aora na superfície da água; sua face inferior está a 1 decímetro de profundidade. A pressão nessa
profundidade é de 1 quilograma por decímetro quadrado; portanto a água exerce sôbre esse bloco uma
força para cima de 1 quilograma. esse é exatamente o peso da água que o bloco desloca (1 dm3). A força
A força de baixo para cima na face inferior de cada bloco é maior que a força de cima para baixo na
face superior. O empuxo não depende da profundidade. A base do bloco inferior está a 4 decímetros de
profundidade; portanto a água faz sôbre ela uma força, para cima, de 4 quilogramas. A face superior do
bloco estando a 3 decímetros de profundidade recebe uma força para baixo de 3 quilogramas. A diferença
das forças, 1 quilograma, é igual ao peso da água daslocada, justamente corno para o primeiro bloco. Um
líquido exerce um empuxo sôbre um corpo utuante ou submerso nêle porque a pressão na parte inferior
do corpo é maior que a pressão na sua parte superior. A força de empuxo no bloco depende da diferença
entre a pressão na sua face inferior e a pressão na face superior. Essa diferença é exatamente a mesma
2.2. VOCÊ PODE DETERMINAR DENSIDADES USANDO A LEI DE ARQUIMEDES. 18
quando o bloco está a 30 centímetros de profundidade e quando está a 30 metros. O empuxo não depende
da profundidade. Finalmente, suponhamos que um terceiro bloco, pesando 1800 g no ar, desloque 1 dm3
de água e esteja completamente submerso na água. Que força deve um homem exercer para sustentar o
bloco dentro da água e impedir que vá para o fundo? Como antes, a diferença entre a força para baixo
devida à pressão da água sôbre a face superior do bloco e a força para cima sôbre a face inferior é 1 kg.
Essa é a força de empuxo e ajuda a sustentar o bloco. Portanto, o homem deve exercer uma força para
cima igual a 1800 g menos 1000 g, isto é, 800 g para sustentar o bloco submerso. Dizemos que o bloco
pesa 800 g quando submerso na água. Lembre-se, contudo, de que êste é seu peso aparente. A Terra
que demonstra a lei do empuxo. Encha uma garrafa de remédio ou de bebida, achatada lateralmente,
com água e coloque nela um pequeno tubo de ensaio ou um tubo de pastilhas com a extremidade aberta
para baixo. Tenha cuidado de que o tubo esteja com cêrca, de três quartas partes cheias de água de modo
que êle apenas aore na superfície da água da garrafa (g. 2.1.9). Coloque uma rôlha não muito apertada
na garrafa, sem deixar ar entre a rôlha e a água. Apertando mais a rôlha ela exercerá uma pressão sôbre
a água que por sua vez comprimirá o ar no tubo, diminuindo seu volume. O empuxo será então menor,
não equilibrando mais o peso, e então o tubo afunda. Soltando a rôlha ou removendo-a, o ar do tubo
expande novamente, deslocando maior quantidade de água e portanto aumentando o empuxo de modo
que o tubo sobe. Graduando a pressão na rôlha você pode fazer o tubo parar em qualquer posição. Se
a garrafa fôr de plástico você pode usar uma rôlha bem prêsa e comprimir a garrafa lateralmente. Você
poderá enganar seus amigos dizendo que faz o tubo afundar quando você sopra na rôlha. Na realidade
êle afunda porque você comprime, simultâneamente, a garrafa e assim aumenta a pressão na água.
Para determinar a densidade de um corpo você divide seu peso pelo peso de igual volume de água. Por
outro lado a lei de Arquimedes diz que a diminuição de peso de um corpo num líquido é igual ao peso do
líquido deslocado (que tem o mesmo volume que o corpo). Suponhamos que uma pedra de 5 quilogramas
pese, quando imersa na água, 3 quilogramas. Portanto ela desloca água pesando 2 quilogramas. A
densidade da pedra é então 5 kg dividido por 2 kg = 2,5. Para calcular a densidade de um corpo divida
seu peso pela sua perda de peso na água, isto é, pelo peso de igual volume de água. Exemplo: Determine
a densidade de uma pedra que pesa 90 g no ar e 60 g quando submersa na água (g. 2.2.1). 90 g = peso
2.2. VOCÊ PODE DETERMINAR DENSIDADES USANDO A LEI DE ARQUIMEDES. 19
Figura 2.2.1. Densidade pela lei de Arquimedes. Qual é a densidade da pedra? Qual
é o seu volume?
da pedra no ar; 60 g = peso da pedra na água. Determine a densidade da pedra. peso de igual volume
E = Pf luido deslocado = mf d · g = ρf d · Vf d · g
ρcorpo > ρf d
2.2. VOCÊ PODE DETERMINAR DENSIDADES USANDO A LEI DE ARQUIMEDES. 20
V
corpo
Vfd
Figura 2.2.2. quando um corpo utua, o volume deslocado é menor que o volume total
do corpo.
ρcorpo = ρf d
ρcorpo < ρf d
Mas, se Pcorpo < E , haverá sempre uma força resultante para cima. O corpo não pode subir para sempre!!
A observação mostra que, ao chegar à superfície, cessa o movimento, o que implica em um equilíbrio de
forças. Assim,
ρcorpo < ρf d
a igualdade de forças se manterá somente se
Vcorpo > Vf d
Para o volume de uido deslocado ser menor que o do corpo, este deverá car parcialmente submerso,
Exercise 2.2.1. Um cubo de arestas 20 cm, constituído de madeira (ρM = 0, 28 g/cm3 ) utua em óleo
3
( ρO = 0, 80 g/cm ) com a base na horizontal. Calcule sua altura emersa.
Solução: observando a gura 2.2.2 e considerando que o cubo está sob equilíbrio de forças,
V cubo = AC · hC . O volume deslocado mede Vf d = Af d · himersa . Ambos têm a mesma área da base,
logo
himersa = 7 cm =⇒ hemersa = 20 − 7 = 13 cm
Exercise. Tente estes problemas
(2) Uma peça de metal pesa 63 gf no ar e tem densidade relativa igual a 7. Ache seu peso na água.
Resp.: 55 gf
(3) Um pedaço de parana pesa 164 gf no ar. Quando inteiramente submerso desloca 184 g de
(2) Se um corpo bóia, apenas aorando na superfície da água, (a) como se compara seu peso com
(3) Por que um menino numa piscina pode boiar facilmente com o auxílio de uma câmara de ar de
automóvel?
(4) Um pedaço de ferro afunda na água, mas uma panela, com o mesmo peso, utua. Por quê?
(5) Uma tábua grossa está utuando horizontalmente na água, parcialmente submersa. Essa tábua
afundará mais se colocarmos uma pedra sobre ela ou se pendurarmos a mesma pedra na sua
(6) Você acha que os navios que afundam vão em geral para o fundo do mar? Por quê?
(7) (a) Explique como funciona um densímetro. (b) Ele ca mais alto na água ou na gasolina? Por
quê?
(8) Se você mal consegue boiar numa piscina você boiará ou afundará no mar calmo? Por quê?
(9) As densidades relativas de certas substâncias são: parana, 0,94; carvão, 1,4; alumínio, 2,7; co-
bre, 8,9; chumbo, 11,3; ouro, 19,3; ácido sulfúrico, 1,84 e mercúrio, 13,6. Qual dessas substâncias
(10) Nos países frios costuma-se dissolver álcool (densidade 0,8) na água do radiador do automó-
vel para impedir que ela congele. Quanto maior a percentagem de álcool, tanto mais baixa
(11) Você poderia utuar num tanque de gasolina? (densidade 0,75). Poderia você utuar ou mesmo
nadar na água com um pedaço de chumbo preso às costas e pesando 1/4 do seu peso?
(12) Uma bola de ferro utua no mercúrio. Derrama-se água sobre o mercúrio. A bola utuará mais
(13) Um menino recebeu de presente uma pequena estátua que se supunha ser feita de prata. Ele
não sabia a densidade da prata mas sua mãe tinha uma colher de prata pura. Explique como
(14) Um rapaz de 50 kg bóia na água quando inspira ar e afunda quando expira o ar. Qual é
(15) Um vaso com água está em uma balança. Aumenta seu peso quando você mergulha a mão no
(16) Qual é o aumento de peso se você colocar uma pedra de 1 kg na água (densidade relativa 2)?
(1) Uma caixa cúbica de 30 cm de aresta utua quase submersa na água. Quantos gramas de água
a caixa desloca?
Resp.: 27000 g = 27 kg
(2) Um bloco de 10 cm de aresta utua quase submerso na água. Quantos gramas de água desloca?
Resp.: 1000 g
(3) Se você pesa 50 kgf e mal consegue utuar na água, (a) quantos litros de água você desloca?
(4) Uma pedra pesa 1200 gf no ar e 900 gf na água. (a) Qual o empuxo na água? (b) Qual é o peso
(6) Qual é o peso especíco de um anel que pesa 21 gf e sofre um empuxo na água de 1,5 gf ?
o volume do anel? (c) Qual sua densidade? (d) O anel é feito de ouro puro?
Resp.: a) 1 gf = 10−3 kgf = 10−2 N, b) 1 cm³, c) 15 g/cm³, d) não, pois ρouro = 19, 3g/cm³
(8) Quando o caminhão carregado entrou numa balsa para atravessar o rio esta penetrou mais 8 cm
densidade relativa é 0,8. (a) Qual é seu peso? (b) Quantos gramas de água ela deslocará quando
(10) Um cubo de gelo tem 2 cm de aresta e sua densidade é 0,9. (a) Qual é seu peso? (b) Quantos
gramas de água desloca quando submerso ? (c) Que fração do cubo cará fora da água quando
utuar?
(11) Uma força de 1,5 kgf é suciente para alçar um rapaz de 60 kg submerso numa piscina. Qual é
(12) Um bloco de madeira pesa 80 gf no ar. Você deve exercer uma força de 20 gf para fazê-lo
(13) Uma bola de vidro pesa 60 gf no ar, 35 gf no álcool. Determine: (a) a densidade do vidro, (b)
Resp.: a) g/cm³, b)
(14) Uma bola de metal pesa 120 gf no ar, 108 gf na água e 102 gf num ácido. Determine: (a) a
(15) Um homem ao ar livre pode e elevar uma pedra de 36 kg. Qual o peso que pode elevar debaixo
Figura 2.2.3. Cortiça, madeira e ferro utuantes. Cada corpo desloca o seu próprio
peso de líquido.
(16) Uma garota está mergulhada numa piscina até o pescoço. Quando ela expira o ar dos pulmões,
Resp.: 4,5 ℓ
Tente você mesmo. Coloque mercúrio, água e gasolina num vidro e ponha nele uma rolha de cortiça um
bloco de madeira e uma porca de ferro ou um prego. Cada um deles deslocará o seu próprio peso de
líquido. A porca utuará na superfície do mercúrio, o bloco na água e a cortiça na gasolina (Fig. 2.2.3).
CAPíTULO 3
Pressão
Considere a ação de polimento de um automóvel. Suponha que neste trabalho esteja sendo aplicada uma
força F constante, esfregando-se a palma da mão sobre a superfície do carro (g. 3.0.1).
Imagine, agora, que se deseja eliminar uma mancha bastante pequena existente no veículo. Nesta ação
esfregam-se apenas as pontas dos dedos na região da mancha, a m de aumentar o poder de remoção
Nos dois casos, a força aplicada F foi a mesma, porém os resultados obtidos no trabalho foram diferentes.
Isto acontece por que o efeito do polimento depende não apenas da força que a mão exerce sobre o
Conjecture 3.0.2. Você está em um ônibus lotado. A seu lado um halterolista e uma jovem secretária.
Observe seus pesos (ele: 110 kgf, ela: 52 kgf) e seus calçados (ele: bota nº 45, ela: saltinho agulha). De
quem você prefere levar um pisão?
24
3.1. ESFORÇOS EM FLUIDOS 25
Portando, a pressão de uma força sobre uma superfície é o quociente entre a intensidade da força normal
No S.I. a unidade de pressão é o newton por metro quadrado (N/m² ) denominado pascal (Pa). Outras
• bária: ba = dyn/cm²
• psi (pounds per square inch): libra-força por polegada quadrada: psi = lbf/pol²
• atmosfera: atm
• milibar: mbar
Remark 3.1.1. O valor da pressão depende não só do valor da força exercida, mas também da área A na
qual esta força está distribuída. Uma vez xado o valor de A, a pressão será, evidentemente, proporcional
ao valor deF. Por outro lado, uma mesma força poderá produzir pressões diferentes, dependendo da área
sobre a qual ela atuar. Assim, se a área A for muito pequena, poderemos obter grandes pressões, mesmo
com pequenas forças. Por este motivo, os objetos de corte (faca, tesoura, enxada, etc.) devem ser bem
aados e os objetos de perfuração (prego, broca, etc.) devem ser pontiagudos. Desta maneira, a área na
qual atua a força exercida por estes objetos será muito pequena, acarretando uma grande pressão, o que
Em outros casos, quando desejamos obter pequenas pressões devemos fazer com que a força se distribua
sobre grandes áreas. Para caminhar na neve, uma pessoa usa sapatos especiais, de grande área de apoio,
3.1.1. Conversão de unidades. Utilizaremos uma técnica para mostrar como se convertem as
1
1 Pa = 1 N/m² = (
9,8 kgf )/m² = 0,10204081632 kgf/m²
1
1 kgf/m² = 1 kgf/(100 cm)² = 1 kgf/(100²cm²) =
10000 kgf/cm² = 10−4 kgf/cm²
Converter 1 psi em kgf/cm²:
0,453
1 psi = 1 lbf/pol² = 1 (0,453 kgf ) / (2,54 cm)² =
2,542 kgf/cm² = 0,0702 kgf/cm²
Outras conversões serão mostradas adiante, à medida que se denirem outras unidades de pressão.
3.2. A PRESSÃO É SEMPRE DEVIDO À COMPONENTE PERPENDICULAR 26
Example 3.2.1. Uma pá de ventilador de teto está inclinada 30° em relação à horizontal. É aproxima-
F⊥ = F · cos30 = 3 · 0, 5 = 1, 5 kgf
e a pressão é
F⊥ 1, 5 kgf kgf
p= = = 0, 003
A 10 cm · 50 cm cm2
A componente tangencial da força dá impulso para que o vento seja desviado para baixo, para o ventilador
comprimento = 10 cm
Calcule a pressão exercida pela caneta na folha de papel quando colocada: a) em pé sobre a base traseira;
Exercise. Quatro cubos metálicos idênticos de aresta 10 cm cada estão empilhados conforme a g. 3.2.2.
A pressão sobre o plano de apoio é 104 Pa. Calcule a densidade dos cubos.
Pressão hidrostática ou pressão efetiva (pef ) num ponto de um uido em equilíbrio é a pressão que o
Considere-se um copo cilíndrico com um líquido até a altura h e um ponto B no fundo; sendo A a área
Remark 3.3.1. A pressão efetiva depende somente da densidade do uido, da altura do uido acima do
Em um uido estático, sob a ação da gravidade terrestre, as forças são perpendiculares à superfície
terrestre. Caso exista uma força resultante em uma porção do uido, esta porção do uido entrará em
movimento.
A razão é que um uido pode escoar, ao contrário de um objeto rígido. Se uma força for aplicada a um
ponto de um objeto rígido, o objeto como um todo sofrerá a ação dessa força. Isto ocorre porque as
moléculas (ou um conjunto delas) do corpo rígido estão ligadas por forças que mantêm o corpo inalterado
em sua forma. Logo, a força aplicada em um ponto de um corpo rígido acaba sendo distribuída a todas
as partes do corpo. Já em um uido isto não acontece, pois as forças entre as moléculas (ou um conjunto
delas) são muito menores. Um uido não pode suportar forças de cisalhamento ( quebras ), sem que isto
leve a um movimento de suas partes. Logo, a pressão a uma mesma profundidade de um uido deve ser
3.3.1. Teorema de Stevin. Supondo que a constante da gravidade local g não varie apreciavel-
mente dentro do volume ocupado pelo uido, a pressão em qualquer ponto de um uido estático depende
estiver a uma distância vertical h abaixo do ponto 1, a pressão no ponto 2 será maior (g. 3.3.1). Para
calcular a diferença de pressão entre os dois pontos basta imaginar um volume cilíndrico, cuja altura h
seja ao longo da vertical à superfície com as bases contendo os pontos 1 e 2, respectivamente. A área da
base A pode ser qualquer: desde que elas estejam dentro do uido. Como o volume cilíndrico é estático,
a força na base de baixo deve ser igual à força na base de cima somada à força peso devido ao volume de
Figura 3.3.2. as pressões na parte inferior são maiores. Força resultante para cima.
m=ρ·V =ρ·A·h
F2 − F1 = (ρ · A · h) · g
Dividindo esta equação por A obtemos que a pressões nos pontos 1 e 2 estão relacionadas por
(3.3.2) p2 − p1 = ρ · g · h
p2 − p1 = γh
cresce linearmente com a profundidade; a diferença de pressão entre dois pontos é igual ao produto do
peso especíco do uido pela diferença de nível entre os pontos considerados.
Note que o ponto 2 não precisa estar diretamente abaixo do ponto 1; basta que ele esteja a uma distância
vertical h abaixo do ponto 1. Isto signica que qualquer ponto a uma mesma profundidade em um uido
estático possui a mesma pressão. A construção imaginária que zemos acima, com o volume cilíndrico,
pode ser repetida com vários outros cilindros, com diferentes bases e alturas, até chegarmos ao resultado,
Através do teorema de Stevin, pode-se concluir que todos os pontos que estão numa mesma profundidade,
líquido qualquer. Como já sabemos, o líquido exercerá forças de pressão em toda a superfície do corpo
em contato com este líquido. Como a pressão aumenta com a profundidade, as forças exercidas pelo
líquido, na parte inferior do corpo, são maiores do que as forças exercidas na parte superior (g. 3.3.2).
A resultante destas forças, portanto, deverá ser dirigida para cima. É esta resultante que representa o
empuxo que atua no corpo, tendendo a impedir que ele afunde no líquido. Observe, então que a causa do
empuxo é o fato de a pressão aumentar com a profundidade. Se as pressões nas partes superior e inferior
do corpo fossem iguais as forças de pressão se anulariam e não existiria o empuxo sobre o corpo.
3.3.1.2. Por quê a superfície não se inclina também? Se a superfície do líquido se inclinasse com o
recipiente (g. 3.3.3), haveria colunas de líquido de alturas diferentes (logo, pressões diferentes a uma
3.3. PRESSÃO DE UMA COLUNA DE LÍQUIDO OU PRESSÃO HIDROSTÁTICA: 29
pressões, de modo que a superfície tem que voltar a ser plana e horizontal.
3.3.1.3. O volume maior não empurraria o menor, fazendo-o jorrar para cima? A pressão nas res-
pectivas superfícies é igual à atmosférica, portanto, devem estar na mesma altura (g.3.3.4) . No tubo
horizontal de comunicação (embaixo), a pressão está equalizada, logo, a altura das colunas deve ser igual
acima dele.
3.3.2. Fluidos imiscíveis. A pressão total no fundo de um recipiente contendo líquidos que não se
misturam (imiscíveis entre si) é a soma das pressões dadas pela coluna de cada líquido:
Ptotal P1 + P2 + P3 + . . . m1 g + m2 g + m3 g + . . . ρ1 V 1 g + ρ2 V 2 g + ρ3 V 3 g + . . .
p = = = = =
A A A A
A (o fundo do recipiente).
recipiente é
gf
p = γ1 h1 + γ2 h2 + γ3 h3 = 0, 8 · 10 + 1, 0 · 8 + 13, 6 · 5 = 84
gf gf gf
cm2
cm3 · cm + cm3 · cm + cm3 · cm
onde γ = ρg na eq. 3.3.3.
Exercise 3.3.3. Calcule as pressões nas profundidades indicadas na g. 3.3.6, em um recipiente cujos
Figura 3.3.6. a pressão em cada profundidade é dada pela coluna de líquido acima dela
Solução:
profundidades. A 32 cm, a pressão obtida é aquela sobre o fundo do recipiente (pressão relativa, sem
Em torno da Terra há uma camada de ar, denominada atmosfera. Ela é constituída por uma mistura
gasosa cujos principais componentes são o oxigênio e o nitrogênio. Aproximadamente 90% de todo o ar
existente se encontra abaixo de 18 000 metros. Essa massa de ar exerce pressões sobre todos os corpos
no seu interior, pressão esta denominada atmosférica. Observe os exemplos que comprovam a existência
dessa pressão.
• Com uma bomba de vácuo, podemos extrair grande parte do ar do interior de uma lata vazia.
Se zermos isto, a lata será esmagada pela pressão atmosférica. Antes de retirarmos o ar isto
não acontecia, porque a pressão atmosférica estava atuando tanto no interior quanto no exterior
da lata. Ao ser ligada a bomba de vácuo, a pressão interna torna-se bem menor do que a externa
• A primeira bomba de vácuo foi construída por Von Guericke, em Magdeburg, na Alemanha,
permitindo que ele realizasse a famosa experiência dos hemisférios de Magdeburgo . Tomando
dois hemisférios, bem adaptados um ao outro, formando, assim, uma esfera oca de cerca de 50
cm de diâmetro, von Guericke extraiu o ar do interior desta esfera. Como a pressão interna foi
muito reduzida, a pressão externa (pressão atmosférica) forçou um hemisfério tão fortemente
contra o outro que foram necessários 16 fortes cavalos para separá-los. Na g. 3.4.2, uma versão
• É também graças à força exercida pela atmosfera que você consegue tomar refresco com um
canudinho. Quando você suga na extremidade do canudo, provoca uma redução na pressão do ar
no interior do canudo. A pressão atmosférica, atuando na superfície do líquido, faz com que ele
suba no canudinho (g. 3.4.3). Algumas bombas, para elevação de água, têm seu funcionamento
3.4.1. Experiência de Torricelli. No início do século XVII, um problema foi apresentado a Galileu
Galilei: por que as bombas aspirantes não conseguem elevar água acima de 18 braças (10,3 metros, ao
nível do mar)? Galileu não chegou à solução do problema, porém supôs que essa altura máxima dependia
Um discípulo de Galileu, Evangelista Torricelli, resolveu fazer a experiência com um líquido muito denso:
o mercúrio. Tomou um tubo de vidro de 1,30 m de comprimento, fechado em uma extremidade, encheu-o
completamente com mercúrio e, tampando a extremidade aberta, emborcou-o num recipiente contendo
mercúrio também. Ao destampar o tubo, Torricelli vericou que a coluna de mercúrio no tubo descia até
Isto signica que a pressão do ar no nível z é igual ao peso do ar que está acima deste nível na coluna
vertical de seção reta com área unitária (como calculamos no caso de pressão em pontos submersos). Se
a massa da atmosfera estivesse uniformemente distribuída sobre o globo, a pressão ao nível do mar (z=0)
seria 1013 mbar (milibares) ou 101300 Pa, que é referida como a pressão atmosférica normal.
Para saber como a pressão varia na vertical, vamos substituir γ na eq. 3.4.1 usando a equação dos gases
(3.4.3) pV = nRT
onde R é a constante do gás (para o ar seco, Rs = 287 J/kg.K) e T é a temperatura (na escala Kelvin).
Sendo n a massa molar do gás (m/mol) e ρ = m/V , temos p = ρRT . Então a eq. 3.4.1 ca:
dp g
(3.4.4) − = dz
p RT
Supondo g constante e T constante com a altura (atmosfera isotérmica) e integrando entre dois níveis z1
e z2 , cujas pressões são p1 e p2 , obtemos
p2 z2
dp g
− = dz
p RT
p1 z1
que, resolvida,
p2 g
ln = (z2 − z1 )
p1 RT
Onde ln signica logaritmo natural ou neperiano, cuja base é o número e = 2, 718. Desta equação
obtém-se:
z2 −z1
(3.4.5) p2 = p1 e−( H )
onde H= R
gT = 29, 3.T , dado que R e g são constantes.
Se zermos z1 = 0 (nível do mar) na eq. 3.4.5, obtemos a seguinte expressão para a pressão a uma altura
z
(3.4.6) p(z) = p(0) · e− H
A temperatura da atmosfera geralmente varia com a altura. Neste caso, para integrar a eq. 3.4.4 denimos
Em regiões montanhosas as diferenças na pressão da superfície de um local para outro são devidas prin-
cipalmente a diferenças de altitudes. Para isolar a parcela do campo de pressão que é devida à passagem
de sistemas de tempo, é necessário reduzir as pressões a um nível de referência comum, geralmente o nível
do mar. A correção da pressão (em milibares) é aproximadamente igual à altitude z dividida por 8, ou
seja, perto do nível do mar a pressão cai em torno de 1 mb a cada 8 m de ascensão vertical.
Na prática, usam-se correções empíricas que, contudo, não são totalmente satisfatórias para eliminação
3.4.3. Pressão absoluta X pressão relativa. A pressão considerada absoluta é comparada com
o vácuo, onde não há matéria. Por exemplo, no espaço interplanetário. Logo, pvcuo = 0 e todas as outras
Para efeitos práticos (em tecnologia), o ambiente de desenvolvimento de sistemas é aquele onde o homem
sobrevive, ou seja, sob a pressão atmosférica. Neste caso, considera-se uma pressão relativa :
pressão positiva: qualquer pressão acima do valor da pressão atmosférica, de forma a comprimir o ar,
pressão nula: a pressão igual à da atmosfera, o sistema está em equilíbrio com o ambiente;
pressão negativa: pressão abaixo da atmosférica, causando efeitos de sucção e é medida por vacuô-
metros (que são manômetros invertidos). Por exemplo, no caso onde sugamos bebidas em
canudinhos. É possível provocar uma sucção de forma que o líquido forme uma coluna de
Vejamos duas situações onde considerar ou não a pressão atmosférica depende do problema:
Example 3.4.3. Suponha que encaixemos o orifício de uma lata metálica hermeticamente fechada em
uma mangueira acoplada a uma bomba de vácuo. A bomba, extraindo ar da lata, provoca uma pressão
Por outro lado, ao calcularmos pressões de coluna de líquidos em recipientes, é sensato considerar que há
uma extremidade aberta, por onde se introduziu o líquido. Por isto, a pressão atmosférica está sempre
em equilíbrio nas partes interna e externa do recipiente. Na prática, a pressão considerada é apenas a da
coluna de líquido.
cou hermeticamente fechado com 1 atm de pressão interna (para a sobrevivência dos marinheiros...).
Da mesma forma, em grandes barragens (engenharia civil), a variação da pressão atmosférica com a altura
a força necessária para abrir a escotilha, de 2 m² de área. Calcule em newton e em kgf. Que pressão será
3.4.4. Lei (ou princípio) de Pascal - transmissão da pressão . Como já vimos, a pressão em
determinada região do líquido, é devido ao peso da coluna líquida, que vai desde essa região até à sua
superfície livre, ou seja, a profundidade dessa região. Assim sendo, ela é maior perto do fundo do frasco
que a contém e decresce gradualmente conforme vamos nos aproximando da superfície livre. Isso pode
ser mostrado facilmente, fazendo-se pequenos furos laterais em um recipiente (um recipiente de cartolina
enrolada em forma de um cilindro e com seu fundo tapado, permite facilmente realizar esse experimento).
Observaremos as diferenças de pressões nos vários níveis, comparando as dimensões e os alcances dos
Se submetermos a água contida num cilindro a uma pressão adicional, adaptando a esse cilindro um
êmbolo com um peso considerável em cima (direita da g. 3.4.7), a situação será bem diferente da
anterior. A água jorrará dos orifícios superiores quase tão rapidamente quanto dos inferiores. Se o
peso colocado sobre o êmbolo for muito maior que o peso da água, todos os jatos terão a mesma forma e
apresentarão alcances horizontais iguais. Como a velocidade dos jatos de água é determinada pela pressão
no interior do recipiente, concluímos que: Um líquido comprido num frasco exerce a mesma pressão sobre
seu nome.
rentes em um recipiente contendo um líquido de densidade ρ. A diferença de pressão entre estes pontos
pressões se tornarão
′
pA = pA + ∆pA
′
pB = pB + ∆pB
3.4. PRESSÃO ATMOSFÉRICA 39
Figura 3.4.9. forças de reação do peso do líquido causadas pelas paredes do recipiente.
As componentes verticais dessas forças de reação, por serem orientadas de baixo para cima, opõem-se
ao peso das partículas do líquido correspondente, na gura, às regiões limitadas pelos triângulos ACB e
A'B'C' (g. 3.4.9). As componentes horizontais R~h dessas forças de reação anulam-se duas a duas.
Assim, a força de pressão exercida pelo líquido no fundo do vaso V2 corresponde exclusivamente ao peso
do líquido que constitui a coluna BB'CC', exactamente como se o vaso V2 tivesse a forma do vaso V1.
Example 3.4.6. Procure interpretar, analogamente, o paradoxo hidrostático no caso do vaso que contém
Vão existir forças de pressão exercidas pelo líquido sobre as paredes laterais do vaso, e perpendicular-
mente a estas e, analogamente, vão existir forças de reação destas paredes sobre o líquido, forças estas
também perpendiculares às paredes do vaso, mas que apontam para dentro do mesmo. Estas forças têm
componentes verticais e horizontais. As componentes horizontais destas forças de reação têm resultante
nula. As componentes verticais destas forças de reação têm o mesmo sentido que o peso das partículas
de líquido e assim, temos que a força exercida no fundo vaso é, não só devida ao peso das partículas de
líquido existentes, mas também como se existissem dois triângulos de líquido que, apostos no vaso lhe
vaso (g. 3.3.4). Isto ocorre porque a pressão deve-se apenas à altura da coluna e densidade do líquido.
Mas, o que acontece se colocarmos em cada vaso líquidos de densidades diferentes (desde que sejam
0, 8 · h1 = 1, 0 · 10
gf gf
cm3 · cm cm3 · cm
h1 = 12, 5 cm
Example 3.4.10. Um tubo em "U" contém mercúrio ( h = 2 cm), água ( h = 7,2 cm) e óleo ( h = 8 cm)
no ramo esquerdo e apenas mercúrio no ramo direito. Calcule a altura da coluna de mercúrio no ramo
direito.
pESQ = pDIR
γM hM + γA hA + γO hO = γM h′M
13, 6 · 2 + 1 · 7, 2 + 0, 8 · 8 = 13, 6 · h′M
h′M = 3 cm
Note que são 3 cm de altura total, i. é, até o fundo do ramo direito. Como já havia 2 cm de mercúrio no
ramo esquerdo, há 1 cm de mercúrio do lado direito, com referência à altura da interface mercúrio-água.
3.4.5.1. Prensa hidráulica. É uma das aplicações do Princípio de Pascal. Considere um cilindro
horizontal composto por duas secções, a primeira de diâmetro φ1 e a segunda de diâmetro φ2 . Suponha
este cilindro completamente cheio de algum líquido praticamente incompressível, contendo êmbolos nas
duas extremidades. Se aplicarmos uma força F1 no êmbolo de diâmetro φ1 , com qual força responderá o
A resposta está na transmissão da pressão, que ocorrerá igualmente em todos os pontos do líquido. O
F1 F2
êmbolo 1 produziu uma pressão p= A1 que se transmite ao êmbolo 2 da forma p= A2 . Como a pressão
é a mesma,
F1 F2
(3.4.8) =
A1 A2
Example 3.4.11. Uma seringa hipodérmica, de diâmetro 1 cm, recebe no seu êmbolo uma força de 20
gf ao injetar um líquido. Em uma agulha de diâmetro 2 mm, qual a força de saída do líquido?
Solução:
algum trecho vertical no sistema hidráulico, a coluna de líquido resultante deve ser acrescida no cálculo
3.4.5.2. Elevador hidráulico. Uma forma simples consiste em um tubo em "L", de forma que a bomba
que no ramo horizontal impulsionando um embolo menor e o êmbolo maior no ramo vertical (g. 3.4.12).
Neste caso, diferentemente do sistema horizontal do exemplo anterior, começa a surgir uma coluna de
Example 3.4.13. Suponha uma bomba conectada a uma mangueira, impulsionando um êmbolo de diâ-
uma plataforma com um automóvel em cima. A plataforma e o automóvel pesam juntos 2000 kgf. Sendo
o sistema acionado com óleo (δ = 0, 75), qual a força que a bomba exerce:
3.4. PRESSÃO ATMOSFÉRICA 42
Solução:
no êmbolo vertical, a pressão total pV refere-se ao peso sobre área do êmbolo, mais a coluna de óleo. No
êmbolo horizontal (da bomba), a pressão pH é apenas a força exercida sobre a área do êmbolo.
a): com o automóvel ainda embaixo, a coluna de óleo na vertical ainda não se formou. Neste caso,
pV =peso/área e pH =força/área:
obtemos Fbomba =20 kgf. Note que o diâmetro foi dividido por dois na equação acima para
b): neste caso, há uma coluna de óleo de 50 cm sob o automóvel, contribuindo com pV . A solução
ca
c): neste caso, há uma coluna de óleo de 160 cm sob o automóvel, contribuindo com pV . A solução
ca
que resulta Fbomba =20,848 kgf. A bomba realiza um esforço de 848 gf a mais.
Example 3.4.14. Os êmbolos do sistema da g. 3.4.13 têm áreas 600 cm² e 40 cm² respectivamente.
Sobre o êmbolo menor aplica-se uma força de 40 N. Supondo ambos os êmbolos no mesmo nível, calcule
o peso do garoto.
3.4. PRESSÃO ATMOSFÉRICA 43
Solução:
pESQ = pDIR
estando no mesmo nível, as colunas de óleos em ambos os lados anulam-se em pressão, cancelando γh.
Resta a força nos êmbolos:
Pgaroto FDIR
+ γh = + γh
AESQ ADIR
Pgaroto 40 N
2
=
600 cm 40 cm2
Pgaroto = 600N
note que as unidades em ambos os lados da equação está em N/cm², o que não invalida o cálculo, pois o
600 N
peso deve ser expresso em newtons. Para saber em kgf: 600 N = N
9,8 kgf
= 61, 2 kgf .
Example 3.4.15. Se, na g. 3.4.13, o êmbolo da direita subir de forma que o nível de contato do mesmo
com o óleo que 30 cm acima do da esquerda, e considerado o peso do garoto obtido no exemplo anterior
(600 N), qual será o novo valor da força aplicada no êmbolo da direita?
Solução:
pESQ = pDIR
Há uma coluna de óleo adicional no ramo direito
Pgaroto FDIR
= +γ·h
AESQ ADIR
de modo que é necessário também saber a densidade (ou o peso especíco) do óleo. Supondo γ = 850
kgf/m³ = 0,85 gf/cm³,
600 N FDIR
2
= + 0, 85 · 30
600 cm 40 cm2 gf
cm3 · cm
é necessário um acerto de unidades, sendo mais fácil converter a força de 600 N = 61,2 kgf, e 0,85 gf/cm³
com um corpo de massa 200 kg sobre o pistão menor. Qual deve ser a razão entre os raios dos
3.4. PRESSÃO ATMOSFÉRICA 44
dois pistões?
Resp.: 5.
(2) Um dentista eleva um paciente de 800 N sobre sua cadeira de trabalho. O pistão que a suspende
tem área de 500 cm². O êmbolo do pedal tem área de 30 cm². Calcule a força que o dentista
(3) Imagine um sistema como o da g. 3.4.14. As áreas dos êmbolos são A2 = 2A1 e A3 = 1, 5.A2 .
Sendo a massa sobre o êmbolo 1 igual a 200 g, calcule as demais massas.
verticais são de 500 cm² e do êmbolo da bomba, 50 cm². Os óleos nos vasos têm a mesma
densidade: 0,85 g/cm³. Se as forças nos dois casos são iguais, porque? Se são diferentes, calcule
Resp.: as forças exercidas pela bomba são iguais nos dois casos (36,7 kgf ), pois a pressão nas