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I.

Introdução
A Natureza, no seu todo, é uma combinação mais ou menos complexa de diferentes substâncias. Há
milhares de anos se sabe que o vinagre, o suco de limão e muitos outros alimentos têm um sabor
ácido. No entanto, foi só algumas centenas de anos atrás que foi descoberto por que essas coisas
tinham sabor ácido. O termo ácido vem do termo latim “acere”, que significa ácido. Existem
definições diferentes de ácidos e bases, sendo que cada uma delas toma em conta o comportamento de
cada espécie química, em determinado sistema.
Os ácidos têm um sabor azedo, mudam a cor do azul de tornesol e reagem com certos metais
libertando hidrogénio. As bases têm um sabor amargo, tornam vermelha a fenolftaleína e têm um
“toque” de sabão. Quando uma solução aquosa de um ácido é combinada com outra de uma base,
ocorre uma reacção de neutralização.

I.1 Objectivos
I.1.1 Objectivo geral
 Descrever o equilíbriop ácido-base
I.1.2 Objectivos específicos
 Caracterizar ácidos mono e poliprotónicos
 Descrever titulação ácido-base

II. Desenvolvimento

II.1 Conceito de ácido e de base


Segundo Arrhenius, o ácido é uma substância que aumenta a concentração de catião hidrônio, H3O+,
quando dissolvido na água. Esta definição baseia-se no equilíbrio da dissociação da água em hidrônio
e hidróxido:
H2O(l) + H2O (l)   H3O+(ac) + OH-(ac)

Embora o conceito de Arrhenius seja muito útil para descrever muitas reações, também é um pouco
limitado no escopo. Brønsted e Lowry reconheceram, independentemente, que as reações ácido-base
envolvem a transferência de um protão.

Um ácido de Brønsted-Lowry (ou simplesmente ácido Brønsted) é uma espécie que doa um protão
para uma base Brønsted-Lowry. A teoria Brønsted-Lowry de ácido-base tem várias vantagens sobre a
teoria de Arrhenius.

Considere as seguintes reações do ácido acético (CH3COOH):


Ambas as teorias descrevem facilmente a primeira reação: CH3COOH age como um ácido de
Arrhenius, porque age como uma fonte de H3O+, quando dissolvido na água, e age como um ácido
Brønsted doando um protão para a água.

No segundo exemplo, CH3COOH passa pela mesma transformação, doando um protão para amônia
(NH3), mas não pode ser descrito usando a definição de Arrhenius de ácido, pois a reação não produz
catiões de hidrónio. A teoria de Brønsted-Lowry também pode ser usada para descrever compostos
moleculares, enquanto os ácidos de Arrhenius devem ser compostos iónicos.

II.2 Ácidos polipróticos


Ácidos monopróticos
Ácidos monopóticos (HA) são aqueles ácidos que, como o ácido clorídrico (HCl) e o ácido nítrico
(HNO3), são capazes de doar um protão por molécula durante o processo de dissociação (às vezes
chamado de ionização), como mostrado abaixo:
HA(aq) + H2O(l)   H3O+(ac) + A−(ac)         Ka
Além disso, para ácidos orgânicos, como o ácido fórmico (HCOOH), o ácido acético (CH3COOH) e ácido
benzoico (C6H5COOH), o termo geralmente indica a presença de um grupo carboxílico e, às veces, esses
ácidos são conhecidos como ácidos monocarboxílicos.
Ácidos polipóticos
Os ácidos polipóticos são capazes de doar mais de um protão por molécula de ácido, em contraste com
ácidos monopóticos que só doam um protão por molécula. Tipos específicos de ácidos polipóticos têm
nomes mais específicos, como ácido dipótico (dois protões potenciais para doar) e ácido tripótico (três
protões potenciais para doar).
Um ácido polipótico (HnA) pode sofrer uma ou várias dissociações, dependendo do pH. Cada dissociação
tem sua própria constante de dissociação, Ka1,2,3...
Por exemplo, um ácido triprótico (H3A) pode sofrer uma, duas, ou três disociações, e tem três constantes
de disociações, donde Ka1 > Ka2 > Ka3.
H3A(ac) + H2O(l)   H3O+(ac) + H2A−(ac)        Ka1
H2A−(ac) + H2O(l)   H3O+(ac) + HA2−(ac)       Ka2
HA2−(ac) + H2O(l)   H3O+(ac) + A3−(ac)         Ka3
II.3 Dissociação e equilibrio

As reações ácidas são frequentemente generalizadas na forma

HA H+ + A-,
onde HA representa ácido, e A- é a base conjugada.

Os pares conjugados ácida-base diferem em um protão, podendo ser interconvertidos pela adição ou
remoção de um protão (protonação e desprotenaração, respectivamente). Observe que o ácido pode
ser a espécie carregada, e a base conjugada pode ser neutra, nesse caso o esquema de reação
generalizado pode ser descrito como

HA H+ + A.

Na solução há um equilíbrio entre o ácido e sua base conjugada. A constante de equilíbrio Ka é uma
expressão das concentrações de equilíbrio de moléculas ou iãos em solução. O valor numérico de Ka é
dada por.

O mais forte dos dois ácidos terá Ka maior que o ácido mais fraco; a razão entre iãos de hidrogênio e
ácido será maior para o ácido mais forte, uma vez que o ácido mais forte tem maior tendência a perder
seu protão. Como a gama de valores possíveis para Ka se estende por várias ordens de magnitude,
uma constante mais manipulada, pKa, é mais usada, onde pKa = -log10 Ka. Ácidos mais fortes têm
pKa mais baixo do que ácidos fracos. Os valores de pKa. experimentalmente determinado a 25 °C em
solução aquosa geralmente são apresentados em livros didáticos e material de referência.

Para se perder um protão, é necessário que se incremente o pH do sistema em relação ao pKa do ácido
protonado. A diminuição na concentração de H+, na solução básica, desloca o equilíbrio no sentido da
base conjugada (a forma desprotonada do ácido). Em soluções com pH menor (mas ácidas), há
suficiente concentração de H+ para que o ácido permaneça na sua forma protonada.

II.4 Titulação ácido-base


A titulação ácido-base é uma técnica frequentemente realizada em laboratórios e indústrias para
determinar a concentração desconhecida de uma solução.
Titulação ácido-base envolve a titulação de espécies químicas ácidas com uma solução padrão alcalina
(ALCALIMETRIA) e titulação de espécies químicas básicas com uma solução padrão ácidas
(ACIDIMETRIA).
A água é o solvente usual para as titulações de ácido-base. Alguns analitos não são tituláveis em meio
aquoso, pois sua solubilidade é muito baixa ou suas forças como ácidos ou como bases não são
suficientemente grandes para fornecer pontos finais satisfatórios. Nestes casos, a titulação pode ser
realizada em outro solvente diferente da água.
O ponto de final é determinado por um indicador químico (indicador ácido-base) ou um método
instrumental.” A maneira como o pH varia nas imediações do ponto de equivalência (PE) é importante
para a escolha do indicador adequado para determinar o ponto final (PF), pois cada indicador possui um
intervalo de valores de pH que ocorre variação da coloração: ZONA DE TRANSIÇÃO
A titulação de ácido poliprótico com uma base forte assemelha-se à titulação de vários ácidos
monopróticos de forças diferentes. As diferenças entre as sucessivas constantes de dissociação do ácido
são suficientemente grandes para que a neutralização ocorra etapa por etapa.
Considere-se o sistema abaixo em que titulação usando-se uma base forte:
H2A(aq) + H2O (l) H3O+ (aq) + HA- (aq) Ka1
HA- (aq) + H2O (l) H3O + (aq) + A-2 (aq) Ka2
A reação global de titulação deste sistema é:
H2A(aq) + 2NaOH(aq) Na2A(aq) + 2H2O(l) Ka1/Ka2 > 104
Cálculo do volume de NaOH necessário para atingir ponto de equivalência
Para o 1º PE:
H2A(aq) + NaOH(aq) NaHA(aq) + H2O(l)
Nº mol H2A = nº mol NaOH
Conc H2 A x Vol H2 A = ConcNaOH x Vol NaOH
• Para o 2º PE:
HA- (aq) + NaOH(aq) Na2A(aq) + H2O(l)
H2A(aq) + 2NaOH(aq) Na2A(aq) + 2H2O(l)
Nº mol NaHA = nº mol NaOH
2 x nº mol H2A = nº mol NaOH
2 x Conc H2 A x Vol H2 A = Conc NaOH x Vol NaOH

II.5 Conclusão
Conclui-se que:

 Segundo Arrhenius, o ácido é uma substância que, em solução, aumenta a concentração de catião
hidrônio, H3O+
 Segundo Brønsted-Lowry, ãcido é uma espécie que doa um protão para uma base Brønsted-
Lowry.
 A teoria Brønsted-Lowry de ácido-base tem várias vantagens sobre a teoria de Arrhenius.
 Ácidos monopóticos são aqueles que são capazes de doar um protão por molécula durante o
processo de dissociação, enquanto que os ácidos polipóticos são capazes de doar mais de um
protão por molécula de ácido
 Os pares conjugados ácida-base diferem em um protão, podendo ser interconvertidos pela adição
ou remoção de um protão
 Na solução há um equilíbrio entre o ácido e sua base conjugada.
 A constante de equilíbrio Ka
 A titulação ácido-base é a técnica em que se coloca para reagir uma solução a qual se sabe a
concentração, que é denominada de titulante, com a solução da qual não se sabe a concentração,
que é denominada de titulado. Uma dessas soluções é uma base, enquanto a outra é um ácida
 O ponto de final é determinado por um indicador químico (indicador ácido-base) ou um método
instrumental
 A titulação de ácido poliprótico com uma base forte assemelha-se à titulação de vários ácidos
monopróticos de forças diferentes

II.6 Aplicações em laboratório de análises clínicas


 Determinação de cloreto em amostra comercial de soro fisiológico pelo método de Mohr (É
APENAS UM EXEMPLO)
Bibliografia
Matos, M. A. C. (2018). TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE Ácido forte e base forte. Universidade Federal de
Juiz de Fora Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química.
Silva, L. L. R. (2017). Volumetria Ácido-base. Disponível em
https://www.ufjf.br/baccan/files/2017/06/Aula-4-Acidos-polipróticos_final.pdf
Calderón, W. R. (s. d.). Investigación de ácidos y bases. Disponível em
https://www.academia.edu/18238002/Investigacion_de_acidos_y_bases
Araujo, M. P. (2019). Equilíbrio ácido-base.Universidade Federal Paraná Departamento de Química
Disciplina CQ167

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