Você está na página 1de 10

🧬

Resumo: 1º Prova De Fisio

Aula 01
Tema: Estrutura e Função de Membranas Biológicas.
Ementa: Fosfolipídios e sua função na organização e fluidez das membranas. Organização
proteica das membranas celulares, glicocálix; o Modelo mosaico fluido.

Propriedades Fundamentais de Membranas

Barreira semi-permeável (seletividade: substâncias hidrofóbicas passam, água e íons não)


Compartimentalização (estocagem: retículo estoca cálcio; tráfego - complexo de golgi)

Suporte para reações (reações simultâneas)

Proteção (serve como uma barreira protetora)


Movimento(ameba, células imunes - macrófago), comunicação (diapedese, intercâmbio)

→ A migração do linfócito requer extensões de membrana e reconhecimento de proteínas de


superfície

→ Carboidratos permitem ao linfócito “rolar” pelas paredes do endotélio

Resumo: 1º Prova De Fisio 1


→ Aumento da adesão no local da inflamação: selectinas e integrinas

As células podem fazer uma comunicação chamada “Tunneling nanotubes” que permite
a troca de substâncias (íons, nutrientes e até organelas)

Composição Estrutural das Membranas Biológicas:

A membrana é composta por uma matriz lipídica com inserção de proteínas anfipáticas
embebidas nessa matriz - as proteínas integrais - e proteínas distribuídas na superfície - as
proteínas periféricas - associadas às cabeças polares dos lipídios, sendo as proteínas integrais
distribuídas randomicamente e livres para difusão no plano da membrana (onde se inserem
proteínas (bloqueio da passagem de
substâncias hidrossolúveis)). A matriz é formada por duas monocamadas de lipídios
interpostas, ou seja, ela possui uma bicamada de fosfolipídio/ bicamada lipídica fluida.

Cabeça é polar, externa a célula e hidrofílica e a


cauda é apolar, interna a célula e hidrofóbica.

SEUS COMPOSTOS:

LIPÍDIOS GLICÍDIOS PROTEÍNAS


Os fosfolipídios possuem colesterol que funcionam periféricas ( Tem função
uma estrutura longa e como estabilizadores da enzimática, permite reações
complexa. Eles são lipídeos estrutu- que acontecem a nível
associados às moléculas de ra da membrana e celular)
Fosfato. A sua principal co1nplexos
integrais (atravessa as
função é manter a macromoleculares
membranas, transportam
estrutura da membrana chamados

Resumo: 1º Prova De Fisio 2


plasmática. As proteínas de "partículas através de um canal)
exercem várias funções, intrame1nbranarcs". (~50%)
sendo uma delas o monossacarídios ou
transporte de substâncias
oligossacarídios de
importantes para a célula
glicolipídios
glicerofosfolipídeos - mais
oligossacarídios das
abundantes
glicoproteínas de
esfingolipídios (estranho)
membrana
glicolipidios
colesterol

(~50%)

lipídios são anfipáticos


(ou seja: Que possui
domínios polares e
polares, falando
especialmente de
compostos ou
moléculas): uma
extremidade polar
e duas cadeias de ácidos
graxos apolares.

maior parte dos lipídeos da membrana plasmática são glicerofosfolipídeos. Uma das cadeias
tem uma ou mais ligações duplas (INSATURAÇÃO) tem importância estrutural.

Fosfolipídios

Os fosfolipídios são os principais componentes lipídicos estruturais das membranas.


Além disso, vários fosfolipídeos são agentes emulsificantes (composto que promove a
dispersão coloidal de um líquido em outro) e agentes surfactantes (composto que reduz a
tensão superficial de uma solução, como detergentes). Os fosfolipídeos exercem essas
funções pois são moléculas anfifílicas. Apesar das diferenças estruturais, todos os
fosfolipídeos são constituídos de “caudas” apolares alifáticas de ácidos graxos e
“cabeças” polares que contêm fosfato e outros grupos carregados ou polares. Quando os
fosfolipídios são suspensos em água, eles espontaneamente arranjam em estruturas
ordenadas. Os grupos hidrofóbicos são orientados no interior para excluir a água.

Resumo: 1º Prova De Fisio 3


Simultaneamente, os grupos das cabeças polares são orientados para a água. Quando as
moléculas de fosfolipídeos estão presentes em concentrações suficientes, elas formam
bicamadas lipídicas. Essa propriedade dos fosfolipídeos e de outras moléculas lipídicas
anfifílicas, é a base da estrutura das membranas biológicas.

Existem dois tipos de fosfolipídios: os glicerofosfolipídeos e os esfingomielinas.


1. Glicerofosfolipídeos ou fosfoglicerídios; São moléculas que contêm glicerol, ácidos
graxos, fosfato e um álcool (exemplo, colina). São os principais componentes lipídicos
das membranas celulares. O glicerofosfolipídeos mais simples, o ácido fosfatídico, o
precursor de todas as outras moléculas de glicerofosfolipídeos, consiste de
glicerol−3−fosfato, cujas posições C1 e C2 são esterificadas com dois ácidos graxos. Os
glicerofosfolipídeos são classificados de acordo com o álcool esterificado ao grupo
fosfato. Alguns dos mais importantes são: fosfatidilcolina (lecitina),
fosfatidiletanolamina (cefalina), fosfatidilinositol, fosfatidilglicerol e fosfatidilserina. Os
ácidos graxos frequentemente encontrados nos glicerofosfolipídeos tem entre 16 e 20
átomos de carbono. Os ácidos graxos saturados ocorrem geralmente no C1 do glicerol. A
posição C2 do glicerol é freqüentemente ocupada por ácidos graxos insaturados. Um
derivado do fosfoinositol denominado fosfatidil−4,5−bifosfato (PIP2), é encontrado em
pequenas quantidades nas membranas e é um importante componente na transdução de
sinal. O sistema do fosfoinositídeo iniciado quando certos hormônios ligam-se às
membranas dos receptores específicos na superfície externa da membrana plasmática

Esfingomielinas.
As esfingomielinas diferem dos fosfoglicerídeos por conterem esfingosina em lugar de
glicerol. Como as esfingomielinas também são classifcadas como esfingolipídeos, suas
estruturas e propriedades são descritas mais adiante

Esfingolipídeos
Os esfingolipídeos são a segunda maior classe de lipídeos de membranas em animais e
vegetais. As moléculas de esfingolipídeos contêm um aminoálcool de cadeia longa. Em
animais, o aminoálcool é a esfingosina. A fitoesfingosina é encontrada nos
esfingolipideos das plantas. As moléculas mais simples desse grupo são as ceramidas,
resultantes de ácidos graxos ligados ao grupo amino (−NH2) no C2 da esfingosina. As
ceramidas são precursoras das esfingomielinas e glicoesfingolipídeos. 1. Esfingomielina.
O grupo álcool primário da ceramida é esterificado ao grupo fosfórico da fosfocolina ou
fosfoetanolamina. A esfingomielina é encontrada na maioria das membranas plasmáticas
das células animais. Como o nome sugere, a esfingomielina é encontrada em grande
quantidade na bainha de mielina que reveste e isola os axônios em alguns neurônios. As
suas propriedades isolantes facilitam a rápida transmissão dos impulsos nervosos. 2.

Resumo: 1º Prova De Fisio 4


Glicoesfingolipídeos. As ceramidas são também precursoras dos glicoesfingolipídeos (ou
glicolipídeos). Nesses compostos, os monossacarídeos, dissacarídeos ou oligossacarídeos
estão ligados por ligação O−glicosídica. Os glicoesfingolipídeos não possuem grupos
fosfato e são não-iônicos. As classes mais importantes dos gliceroesfingolipídeos são os
cerebrosídeos, os sulfatídeos e os gangliosídeos. • Os cerebrosídeos são esfingolipídeos
cujas cabeças polares consistem de monossacarídeo. Os galactocerebrosídeos, o exemplo
mais comum dessa classe, são quase totalmente encontrados nas células das membranas
do cérebro Os esfingolipídeos que possuem oligossacarídeos com um ou mais resíduos
de ácido siálico (ácido N−acetilneuramínico) são chamados gangliosídeos. Os nomes dos
gangliosídeos incluem letras e números subscritos. As letras M, D e T indicam que a
molécula contém um, dois ou três resíduos de ácido siálico, respectivamente. Os
números designam a seqüência de açúcares ligados a ceramida. Os gangliosídeos GM1,
GM2 e GM3 são os mais conhecidos. Os gangliosídeos são componentes das membranas
da superfície celular.

Os glicoesfingolipídeos podem atuar como receptores de certas toxinas protéicas


bacterianas, como as que causam cólera, tétano e botulismo. Algumas bactérias também
ligam-se aos receptores glicolipídicos

Glicocálix: na parte de cima, está na membrana plasmática, mas não necessariamente faz
parte dela, pois é considerável um envoltório externo
quando ele está associado a lípidios: se chamará Glicolipidio

quando estiver associado a uma proteína: se chamará Glicoproteína.

PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DA MEMBRANA

Barreira semi-permeável (seletividade: substâncias hidrofóbicas passam, água e íons


não)

Compartimentalização (estocagem - retículo estoca cálcio; tráfego - complexo de golgi)

Suporte para reações (reações simultâneas)

Proteção (serve como barreira protetora)

Movimento (ameba, células imunes - macrófago) e comunicação (diapedese,


intercâmbio)

Resumo: 1º Prova De Fisio 5


→ Colesterol

Encontrado em grandes quantidades nas bicamadas lipídicas dos animais

Possui cabeça polar (hidroxila) e anéis esteróides de alta rigidez que se intercalam entre
os lipídeos na membrana, conferindo maior rigidez para a membrana (sofre menos
deformações - importante em tipos celulares expostos a stress). Essa interação acontece
em uma das monocamadas da membrana celular.

O colesterol muda as propriedades da membrana tornando-a menos deformável, o que


confere menor permeabilidade. O alto nível de colesterol impede a cristalização

Bactérias não contém colesterol e possuem apenas um tipo de fosfolipídio (PE)

Os eucariotos possuem alto colesterol e diferentes fosfolipídios

Fosfolipídios pouco concentrados podem ter papel importante nos processos de


sinalização

Os rearranjos lipídicos em solução

Os domínios hidrofóbicos e hidrofílicos se comportam de forma semelhante, formando


estruturas que dependem da forma dos lipídeos.

Resumo: 1º Prova De Fisio 6


A cabeça polar fica em contato com a água enquanto as cadeias de ácidos graxos ficam
protegidas internamente.

Fechamento da bicamada em um compartimento

Os fosfolipídios formam bicamadas espontaneamente (arranjo mais estável


energeticamente) e possuem capacidade de auto-reparo (re-arranjo para livrar arestas do
contato com a água), formando vesículas (seladas)

Outra característica que torna a bicamada lipídica ideal para formar o envoltório celular é
a fluidez.

Permeabilidade seletiva

Possui permeabilidade seletiva para íons e outras moléculas (aminoácidos, glicose,


etc)

A permeabilidade é maior para substâncias hidrofóbicas e apolares de pequeno


tamanho - O2, CO2, N2 e hormônios esteróides atravessam livremente

Resumo: 1º Prova De Fisio 7


Pequenas moléculas polares como glicerol, água e ureia atravessam lentamente - por
proteínas transportadoras - enquanto grandes moléculas demoram muito

Íons não atravessam a membrana (H2O também atravessa a membrana por ptn
transportadora, mas a bicamada lipídica é cerca de 10^9 vezes mais permeável à H2O do
que a íons)

Mobilidade dos fosfolipídios em bicamadas

O lipídio raramente muda de monocamada (“flip flop”), porém trocam de posições no mesmo
folheto com frequência, possuem alta difusão lateral e alta mobilidade em torno do próprio
eixo e das cadeias de ácidos graxos.
A fluidez da membrana está associada a sua composição fosfolipídica

→ As características dos lipídeos influenciam na taxa de transferência entre monocamadas e


entre diferentes membranas. Saturações e cadeias longas de a. graxos aumentam as interações
entre lipídeos e diminuem ambos os movimentos. Cadeias curtas e insaturadas diminuem as
interações, dando mais movimento e fluidez.

→ O aumento do tamanho e da polaridade da cabeça ou a diminuição da hidrofobicidade do


esqueleto aumentam a taxa de transferência entre membranas mas diminuem o “flip flop”.

O funcionamento das proteínas inseridas depende do nível de viscosidade da membrana (em


baixas temperaturas a viscosidade aumenta).

A assimetria é gerada por proteínas

Scramblases no retículo endoplasmático: distribuição aleatória

Flipases na membrana plasmática: construção da assimetria

A assimetria requer dispêndio de energia (flipases dependem de ATP para fazer o transporte
de lipídios)
→ A exposição da fosfatidilserina na monocamada externa sinaliza a morte celular
programada (apoptose). Durante a apoptose, scramblases são ativadas na membrana
plasmática e as flipases são inativadas.

Forças de van der waals não mantém lipídios unidos por muito tempo (distribuição
randômica na monocamada - scramblase)

Rafts

São microdomínios da membrana com composição diferenciada, rica em esfingolipídios


e colesterol, e fluidez diferente

São mais espessos que o resto da membrana

Resumo: 1º Prova De Fisio 8


Sua composição diferenciada acomoda melhor atividade de algumas proteínas de
membrana

São ilhas de organização da atividade enzimática (sinalização celular) e endocitose.

→ Cavéolas são microdomínios formados pela caveolina. Rafts podem tanto agregar quanto
segregar proteínas de membrana

Modelo do mosaico fluido


“Mar” de composição lipídico/proteica semi-permeável e de grande fluidez (mais mosaica do
que fluída -> “ilhas” de fluidez diferenciada)

→ Não leva em consideração a existência de rafts lipídicos

Droplets

As células armazenam lipídios (triglicerídeos e colesterol sintetizados no RE) em gotículas


lipídicas (droplets -> monocamadas “soltas” do REL) que são a fonte de energia e biossíntese
da membrana.
Os adipócitos são especializados no estoque de lipídios

As proteínas controlam o acesso aos lipídios contidos nas gotículas

→ A distribuição dos fosfolipídios é assimétrica nas monocamadas


A assimetria é importante nos mecanismos de sinalização intra e extracelular

Ex: os eritrócitos alocam toda a fosfatidilcolina (PC) na camada externa e fosfatidilserina


(PS) e etanolamina (PE) na interna

PS é negativamente carregada na sua cabeça polar conferindo diferença de cargas entre as


monocamadas. A proteína Cinase C (PCK) é ativada por PS que também ativa apoptose no
meio extracelular.

Alguns lipídios podem sofrer modificações em seu papel biológico

Fosfatases podem desfosforilar fosfatos específicos mudando o significado de sua mensagem

Fosfolipases quebram lipídios

Glicolipídios são esfingosina com açúcares ligados a sua cabeça polar durante sua passagem
pelo Golgi e são encontrados na monocamada externa da membrana plasmática (abundantes
em rafts).

Gangliosídeos possuem ácido siálico (carga negativa), o que confere um papel importante na
regulação da concentração de íons.

São importantes na interação da célula com seu entorno e com outras células.

Resumo: 1º Prova De Fisio 9


Gangliosídeos M1 atuam como receptores que permitem a entrada da toxina da cólera
que ativa a via de sinalização intracelular.

Resumo: 1º Prova De Fisio 10

Você também pode gostar