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Classificação de Baltimore

• Os vírus de DNA de fita dupla (DNAfd) são agrupados na Classe I. O DNA genômico é transportado para o
núcleo e imediatamente transcrito em RNAm por enzimas celulares. A partir dessa transcrição, são
traduzidas, primeiramente, proteínas regulatórias de toda a síntese de proteínas e do genoma do vírus,
assim como proteínas que conferem vantagens para a produção de RNAm viral. Em uma etapa mais tardia
da biossíntese, são sintetizadas proteínas estruturais, para então começar a montagem da partícula viral.
• Os vírus de DNA de fita simples (DNAfs) são agrupados na Classe II. Esses vírus fazem uma fita complementar
ao DNA genômico antes do início da replicação, uma vez que a DNA polimerase apenas reconhece DNAfd.
A maioria dos vírus DNA faz sua replicação no núcleo da célula, com exceção dos poxvírus constituídos de
DNAfd, que ficam no citoplasma durante toda a síntese de proteínas e de ácido nucleico. Os poxvírus são
praticamente autônomos com relação a fatores de transcrição; já os parvovírus, constituídos de DNAfs, são
replicados no núcleo celular utilizando-se de polimerases celulares.
• Os vírus de RNA de fita dupla (RNAfd) são agrupados na Classe III. Para que a replicação tenha início, é
necessária a síntese de RNAm. Esses vírus trazem a enzima RNA polimerase-RNA dependente como parte do
vírion.
• Na Classe IV, temos os vírus de RNA de fita simples de polaridade positiva (RNAfs+), que servem como
RNAm; essa é a maneira mais simples de replicação. Assim que é liberado no citoplasma da célula-alvo, é
reconhecido pela maquinaria de tradução da célula, ocorrendo tradução de proteínas, que serão
processadas posteriormente. Esse vírus vai necessitar da enzima de RNA polimerase-RNA dependente para a
replicação do seu genoma, que é codificada pelo genoma viral. O RNA genômico serve de molde para uma
fita negativa complementar, que será transcrita novamente em RNA genômico por meio da polimerase viral.
Durante o processo, muitas fitas genômicas são sintetizadas, além de proteínas que serão utilizadas para a
montagem da partícula.
• Os vírus de RNA de fita simples com polaridade negativa (RNAfs–) correspondem à Classe V e não podem ser
traduzidos diretamente in vivo ou in vitro. Assim, seu genoma sozinho não é considerado infeccioso. Como
no caso dos vírus de RNA de fita dupla, é necessário que o genoma esteja associado a uma transcriptase viral
(RNA polimerase-RNA dependente), que irá primeiramente sintetizar uma fita complementar positiva
(RNAm), para somente então ser traduzido. A partir daí, maior quantidade de proteínas virais e genoma será
sintetizada para a montagem dos vírus.
• Os retrovírus constituem a Classe VI; contêm um genoma diploide e, durante o ciclo de replicação,
sintetizam um DNA intermediário (transcrição reversa). Tal transcrição é feita pela enzima transcriptase
reversa, que tem atividade de DNA polimerase-RNA dependente, que irá transcrever o RNA viral em DNA
para ser integrado no genoma da célula. Uma vez inserido no genoma celular, o genoma viral recebe o nome
de provírus, e a transcrição dos RNAm virais é feita por enzima RNA polimerase-DNA dependente celular.
A maioria dos vírus de RNA faz sua replicação no citoplasma da célula, com exceção dos ortomixovírus, que
utilizam enzimas nucleares para a síntese do ácido nucleico.
• Na Classe VII, estão os vírus com genoma de DNAfd, com o envolvimento de um intermediário RNA no ciclo
replicativo. Esses vírus apresentam também uma transcriptase reversa codificada em seu genoma, mas a sua
produção de RNAm é bastante similar à dos vírus DNAfd da Classe I.

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