Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALGAS
1. Quem são as algas?
As algas são organismos eucariotos fotoautotróficos relativamente simples que não
possuem tecidos típicos de plantas (raízes, caules e folhas). Todas as algas podem se
reproduzir assexuadamente: para o caso dos organismos multicelulares pode ocorrer a
fragmentação formando um novo talo (corpo) ou filamento; enquanto a unicelular realiza
divisão (mitose) e formação de duas células completas (citocinese). Também pode ocorrer
reprodução sexuada: em algumas espécies alternância entre gerações (uma assexuada, outra
sexuada) e outras passam a reproduzir dessa forma pela mudança de condições ambientais.
Grandes algas multicelulares possuem possuem como estruturas vegetativas: apressórios
modificados que ancoram a uma rocha, hastes cauliformes e frequentemente ocas e lâminas
semelhantes a folhas.Também é importante salientar que o talo não possui tecido condutor, de
modo que os nutrientes são absorvidos ao longo de toda a superfície do corpo, por meio da
água (componente necessário para o suporte físico, reprodução e difusão de nutrientes). Deste
modo, são encontradas, no geral, ao longo da zona fótica dos corpos aquáticos, mas também
podem ser vistas no solo ou sobre árvores quando a umidade é suficiente. Por fim, sua
classificação ocorre de acordo com as sequências de rRNA, estrutura, pigmentos e outras
propriedades.
2. Interesses comerciais: Produtos naturais (antioxidantes, pigmentos e ácidos graxos),
alimentação, fertilizantes, cosméticos, biocombustíveis (biodiesel, bioetanol e biogás),
tratamento de efluentes, biofixação de CO2.
3. Cite as principais características dos grupos de microalgas, indicando a
composição da parede celular, os pigmentos presentes e a forma de reserva de
carboidrato (Rodófitas, diatomáceas, dinoflagelados, clorofíceas e euglenas).
Rodófitas: seu talo é delicadamente ramificado, podendo viver em profundidades oceânicas
maiores que outras algas. A parede celular é composta por celulose, possui como pigmentos
clorofila a e d e ficocianina e ficoeritrina; sendo seu material de reserva um polímero de
glicose. Os pigmentos vermelhos ajudam esses organismos a reter a luz azul que penetra nos
locais mais profundos do oceano, o ágar é extraído de algas vermelhas.
Diatomáceas: são algas unicelulares ou filamentosas, sua parede celular é complexa e
composta por pectina e sílica, sendo que a estrutura externa é denominada frústula. Possuem
pigmentos clorofila a e c, caroteno e xantofila, sendo o material de reserva, o óleo.
Dinoflagelados: são algas unicelulares coletivamente chamadas de plâncton, ou organismos
de livre flutuação. Possui celulose na membrana citoplasmática, os pigmentos clorofila a e c,
caroteno e xantinas, e o material de reserva é o amido. Ademais, alguns possuem fitotoxinas.
Clorofíceas: também chamadas de algas verdes, podendo ser uni ou pluricelulares. Sua
parede celular é composta por celulose, possui como pigmentos clorofila a e b e o material de
reserva é o amido.
Euglenas: possuem uma membrana plasmática semirrígida, com um envoltório denominado
película, que possuí composição predominantemente proteica. Seus pigmentos são clorofila a
e b, além de B-caroteno. Sua reserva de carboidratos é o paramilo.
4. Microalgas e cianobactérias podem apresentar riscos à saúde do ser humano?
Como?
No caso das diatomáceas tem como exemplo a intoxicação com ácido domóico, uma
doença neurológica que inclui diarréia e perda da memória, e, desde 1987, afetou pessoas que
consumiram mexilhões afetados por essas toxinas. Também há os dinoflagelados, que
produzem ratatoxinas: alguns produzem saxitoxinas que causam paralisia por envenenamento
por moluscos e pode afetar humanos.
FUNGOS
1. Quais as características gerais de fungos?
Os fungos são um grupo grande, diverso e amplamente disseminado de organismos,
consistindo de bolores, cogumelos e leveduras. Os fungos formam um grupo
filogeneticamente distinto dos outros protistas e são um grupo de microrganismos
estritamente relacionados com os animais. A maioria dos fungos é microscópica e terrestre.
Eles habitam o solo ou matéria vegetal morta e desempenham um papel crucial na
mineralização do carbono orgânico. Inúmeros fungos são parasitas de plantas, enquanto
outros podem causar diversas doenças em animais, inclusive no ser humano. Certos fungos
também podem estabelecer associações simbióticas com diversas plantas, auxiliando-as na
aquisição de minerais provenientes do solo, e muitos fungos beneficiam a vida humana por
meio da fermentação e da síntese de antibióticos.
➣Eucariontes aclorofilados;
➢ Quimio-heterotróficos;
➢ Aeróbios ou anaeróbios;
➢ Uni (leveduras) ou multicellular;
➢ Parede celular de quitina e glucanas;
➢ Maioria microscópico;
➢ Inúmeros fungos são parasitas de plantas;
➢ Simbiose: líquens e micorrizas.
2. O que são conídios: Como um conídio difere de uma hifa? E de um micélio?
As hifas são paredes celulares tubulares que envolvem a membrana citoplasmática. As hifas
fúngicas frequentemente são septadas, com paredes transversais dividindo cada hifa em
células separadas. Em alguns casos, no entanto, a célula vegetativa de uma hifa contém mais
de um núcleo, frequentemente estão presentes centenas de núcleos devido à divisão repetida
sem a formação de paredes transversais, condição denominada cenocítica. Cada filamento de
hifa cresce principalmente a partir da extremidade, por meio da extensão da célula terminal.
As hifas normalmente crescem em conjunto, ao longo de uma superfície, formando tufos
compactos macroscopicamente visíveis denominados micélio. A partir do micélio, hifas
aéreas crescem acima da superfície, e esporos denominados conídios são formados nas suas
pontas. Os conídios são esporos assexuados e podem ter pigmento negro, verde, vermelho,
amarelo ou marrom. A presença de tais esporos confere à massa miceliana um aspecto
pulverulento e a função de dispersão dos fungos para novos ambientes. Alguns fungos
formam estruturas reprodutivas microscópicas denominadas corpos de frutificação
(cogumelos ou puffballs, por exemplo) em que milhões de esporos podem ser dispersos pelo
vento, água ou animais. Em contraste com os fungos filamentosos, alguns fungos são
unicelulares; eles são as leveduras.
3. Qual é a característica dos quitrídios que os distingue dos demais fungos?
Os quitridiomicetos, ou quitrídios, são a linhagem fúngica de divergência mais antiga.
Sua denominação refere-se à estrutura do corpo de frutificação, que contém os esporos
sexuados (zoósporos). Estes esporos são incomuns entre os esporos fúngicos por serem
flagelados e móveis, e são ideais para a dispersão desses organismos em ambientes aquáticos,
principalmente água doce e solos úmidos, onde são comumente encontrados. Alguns
quitrídios são anaeróbios obrigatórios, uma característica altamente incomum nas células
eucarióticas, e habitam o rúmen de animais ruminantes. O rúmen é uma parte do sistema
digestório ruminante onde a celulose é quebrada em polissacarídeos relacionados.
4. Compare os fungos e bactérias quanto aos seguintes aspectos: tipo de célula,
membrana e parede celular, esporos e metabolismo.
VÍRUS
1. O que é um vírus? Qual a diferença entre um vírus nu e um vírus envelopado?
Embora os vírus não sejam células, eles possuem um genoma de ácido nucleico que
codifica as funções necessárias para sua replicação e uma forma extracelular, denominada
vírion, que permite que o vírus viaje de uma célula hospedeira para outra. Os vírus são
incapazes de replicarem-se, a menos que o próprio vírion (ou seu genoma, no caso de vírus
bacterianos) penetre em uma célula hospedeira adequada, um processo denominado infecção.
O vírion de um vírus consiste em um envoltório proteico, o capsídeo, que contém o
genoma viral. A maioria dos vírus bacterianos são nus, sem camadas adicionais, enquanto
muitos vírus de animais contêm uma camada externa consistindo de proteínas e lipídeos,
denominada envelope. Em vírus envelopados, a estrutura interna composta por ácido nucleico
e proteínas do capsídeo é denominada nucleocapsídeo. O vírion protege o genoma viral
quando o vírus está fora da célula hospedeira, e proteínas na superfície do vírion são
importantes no ancoramento à célula hospedeira. O vírion pode também conter uma ou mais
enzimas virais específicas que desempenham papéis durante a infecção e a replicação, como
discutido posteriormente.
2. Quais as formas que os vírus encontram para se replicar?
O vírus pode replicar e destruir o hospedeiro em uma infecção virulenta (lítica). Em
uma infecção lítica, o vírus redireciona o metabolismo do hospedeiro para suportar a
replicação do vírus e a montagem de novos vírions. Eventualmente, novos vírions são
liberados, e o processo pode repetir-se em novas células hospedeiras. Alternativamente,
alguns vírus podem submeter-se a uma infecção lisogênica; neste caso, a célula hospedeira
não é destruída, mas é geneticamente alterada, pois o genoma viral torna-se parte do genoma
do hospedeiro.
3. Genomas virais
Os vírus podem apresentar genomas de DNA ou de RNA e podem ser subdivididos
baseados no fato de o genoma ser de fita simples ou dupla-fita. Alguns vírus pouco comuns
utilizam tanto DNA quanto RNA como seu material genético, porém em diferentes estágios
de seu ciclo de replicação. Os genomas virais podem ser lineares ou circulares, e genomas
virais de fita simples podem também ser de senso positivo ou senso negativo, baseado na sua
sequência de bases. Os genomas virais de senso positivo apresentam a sequência de bases
exatamente igual ao do RNAm viral que será traduzido para formar as proteínas virais. Em
contrapartida, os genomas virais de senso negativo são complementares à sequência de bases
do RNAm viral.
4. Características gerais:
● Não possuem células.
● A maioria é 10 a 100 vezes menor que bactéria (tamanho médio de 20 a 300 nm).
● Dependem das células hospedeiras para replicação e geração de energia.
● Responsáveis por causar infecções em humanos, animais, vegetais e bactérias.
● Genoma constituído de DNA ou RNA.
● Incapazes de crescer independentemente em meios artificiais.
● Não são cultiváveis
● Podem existir nas formas extra ou intracelular.
● Estado extracelular: É uma partícula microscópica contendo ácido nucléico envolvido
por uma COBERTURA PROTEICA e, dependendo do tipo de vírus outras
macromoléculas.
● A estrutura viral completa é denominada VÍRION.
● É metabolicamente inerte, não realiza respiração ou biossíntese.
● O vírion é a estrutura a partir da qual o genoma viral é transferido.
5. Estrutura do vírion
O capsídeo é composto por um número de moléculas proteicas individuais,
denominadas capsômeros, que se organizam em um padrão preciso e altamente repetitivo, ao
redor do ácido nucleico. A informação requerida para o adequado dobramento e montagem
das proteínas nos capsômeros e subsequentemente nos capsídeos está contida na sequência de
aminoácidos das próprias proteínas virais. Quando este é o caso, a montagem do vírion é um
processo espontâneo, denominado automontagem. Entretanto, algumas proteínas e estruturas
virais requerem assistência de proteínas de dobramento da célula hospedeira para que
ocorram o dobramento e a montagem adequados. Por exemplo, as proteínas do capsídeo do
bacteriófago lambda requerem assistência da chaperonina GroE de Escherichia coli para se
dobrar em sua conformação ativa.
A simetria icosaédrica corresponde ao arranjo mais eficiente de subunidades em um
envoltório fechado, pois utiliza o menor número de unidades para construí-lo. O arranjo mais
simples de capsômeros corresponde a três por face triangular, com um total de 60 capsômeros
por vírion. Entretanto, a maioria dos vírus possui uma quantidade de ácido nucleico maior do
que a possível de ser empacotada em um envoltório composto por apenas 60 capsômeros e
então vírus com 180, 240 ou 360 capsômeros são mais comuns.
6. Que tipos de enzimas podem ser encontradas nos vírions de vírus de RNA? Por
qual motivo elas estão lá?
Vírus de RNA carregam suas próprias polimerases de ácido nucleico (denominadas
replicases de RNA) que atuam na replicação do genoma de RNA viral e produção do RNAm
vírus-específico. Essas enzimas são necessárias, uma vez que as células são incapazes de
sintetizar RNA a partir de um molde de RNA. Os retrovírus são vírus de RNA pouco comuns
que se replicam sob a forma de intermediários de DNA. Uma vez que produzir DNA a partir
de um molde de RNA é outro processo que as células não conseguem executar, esses vírus
possuem um DNA-polimerase dependente de RNA, denominado transcriptase reversa, que
transcreve o RNA viral em um intermediário de DNA.
7. Explique a forma geral do ciclo de vida viral.
Uma célula que suporta o ciclo completo de replicação de um vírus é dita permissiva
para aquele vírus. Em um hospedeiro permissivo, o ciclo de replicação viral pode ser dividido
em cinco etapas:
1. Ligação (adsorção) do vírion à célula hospedeira
2. Penetração (entrada, injeção) do ácido nucleico do vírion na célula hospedeira
3. Síntese de ácidos nucleicos e proteínas virais pela maquinaria da célula hospedeira, de
acordo com o redirecionamento determinado pelo vírus
4. Montagem dos capsídeos e empacotamento do genoma viral em novos vírions
5. Liberação de novos vírions pela célula
Ao final da maturação, ocorre a liberação de vírions maduros como resultado da lise
celular, ou de algum processo de brotamento ou de excreção, dependendo do vírus. O número
de vírions liberados, denominado tamanho da população liberada (do inglês, burst size),
depende do vírus e da célula hospedeira em particular, podendo variar de alguns poucos a
milhares. A duração de um ciclo completo de replicação varia de 20 a 60 minutos (no caso de
muitos vírus bacterianos) a 8 a 40 horas (para a maioria dos vírus de animais).
8. De que forma o processo de ligação contribui para a especificidade
vírus-hospedeiro?
O principal fator determinante para a especificidade de um vírus é a ligação. O
próprio vírion possui uma ou mais proteínas na superfície externa que interagem com
componentes específicos da superfície celular, denominados receptores. Na ausência de seu
receptor específico, o vírus não é capaz de adsorver e, portanto, não causa infecção. Além
disso, quando o sítio receptor é modificado, por exemplo, por mutação, o hospedeiro pode
tornar-se resistente à infecção viral. Assim, o espectro de hospedeiros de um vírus em
particular é determinado, em sua maior parte, pela presença de um receptor adequado que o
vírus seja capaz de reconhecer e se ligar a ele. Os receptores são componentes superficiais
normais da célula hospedeira, como proteínas, carboidratos, glicoproteínas, lipídeos,
lipoproteínas ou complexos desses. Os receptores realizam funções normais da célula; por
exemplo, o receptor para o bacteriófago T1 é uma proteína captadora de ferro, enquanto o
receptor do bacteriófago lambda normalmente está envolvido na captação de maltose. Os
carboidratos no lipopolissacarídeo (LPS) da membrana exterior de bactérias gram-negativas
são os receptores reconhecidos por bacteriófago T4, um fago que se liga ao LPS de
Escherichia coli.
9. Por que o fago T4 necessita de uma enzima similar à lisozima para infectar seu
hospedeiro?
A ação de uma enzima similar à lisozima promove a formação de um pequeno poro
no peptideoglicano e a bainha da cauda contrai-se. Quando isto ocorre, o DNA de T4 penetra
no interior do citoplasma da célula de E. coli, através de um orifício presente na ponta da
cauda fágica, em um formato que lembra a injeção por uma seringa. Em contrapartida, o
capsídeo de T4 permanece fora da célula. O DNA no interior da cabeça do bacteriófago está
sob alta pressão e, uma vez que o interior da célula bacteriana está sofrendo também a força
de pressões osmóticas, a injeção DNA do fago leva vários minutos para ser completada.
Enzimas específicas presentes no fago facilitam a infecção e a replicação na célula do
hospedeiro. No caso da lisoenzima, ou enzimas similares, presente no fago T4 é utilizada
para produzir um pequeno orifício no peptideoglicano para permitir a entrada do ácido
nucléico no citoplasma do hospedeiro.
10. Como Escherichia coli tenta se proteger do ataque de fagos e como o fago T4 se
protege dessas armas?
Apesar da ausência do sistema imune de animais, as bactérias possuem várias armas
contra os ataques virais. Um sistema antiviral denominado CRISPR ) é um destes, mas, além
disso, as bactérias podem destruir DNA viral de dupla-fita pela ação de endonucleases de
restrição, enzimas bacterianas que clivam o DNA estrangeiro em sítios específicos. Esse
fenômeno é denominado restrição e é parte de um mecanismo geral do hospedeiro que
impede a invasão por ácidos nucleicos virais (ou qualquer outro exógeno). Para que esse
sistema seja efetivo, o hospedeiro deve possuir um mecanismo que confira proteção a seu
próprio DNA do ataque das enzimas de restrição. O hospedeiro realiza esse processo por
meio da modificação de seu DNA, tipicamente pela metilação dos nucleotídeos nos sítios de
clivagem das enzimas de restrição.
11. Dê um exemplo de proteína precoce, intermediária e tardia do fago T4. Como o
fago T4 direciona a RNA-polimerase do hospedeiro para os genes
fago-específicos?
O genoma de T4 pode ser dividido em três regiões, que codificam as proteínas
precoces, proteínas intermediárias e proteínas tardias, os termos referentes à ordem geral de
sua aparência na célula. As proteínas precoces incluem enzimas para a síntese e a glicosilação
da base incomum de T4 5-hidroximetil-citosina, enzimas que funcionam no replissomo de T4
para produzir cópias específicas do genoma do fago e proteínas precoces que modificam a
RNA- -polimerase do hospedeiro. Em contrapartida, as proteínas intermediárias e tardias
incluem proteínas adicionais modificadoras da RNA-polimerase, e proteínas estruturais do
vírion e relacionadas com a liberação. Estas incluem, em particular, proteínas da cabeça e da
cauda e as enzimas virais requeridas para a liberação dos novos vírions da célula.
O gene viral vai sofrer glicosilação (impedir a degradação), assim, no processo de
transcrição vai haver a atuação de proteínas precoces, proteínas intermediárias e proteínas
tardias. Produziram os fatores antissigma que se ligam ao fator sigma da RNA-polimerase e
interferem no reconhecimento dos promotores do hospedeiro. Em seguida o vírus irá produzir
fatores sigma virais e farão a RNA-polimerase reconhecer a maquinaria viral.
O genoma de T4 não codifica sua própria RNA-polimerase; em vez disso, proteínas
específicas de T4 que modificam a especificidade da RNA-polimerase do hospedeiro, de
forma que ela reconheça apenas os promotores fágicos (lembre-se que promotores são as
regiões a montante de um gene estrutural, onde se liga a RNA-polimerase para iniciar a
transcrição). Estas proteínas modificadoras são codificadas por genes precoces de T4 e são
transcritas pela RNA-polimerase do hospedeiro. A transcrição do hospedeiro é interrompida
logo em seguida por um fator antissigma codificado pelo fago, o qual se liga ao fator sigma
da RNA-polimerase do hospedeiro e interfere no reconhecimento dos promotores do
hospedeiro. Esta eficiência altera a atividade da RNA-polimerase do hospedeiro de
transcrever genes do hospedeiro para transcrever genes de T4. Posteriormente no processo de
infecção, outras proteínas de fagos modificam a RNA-polimerase do hospedeiro de forma
que ela reconheça agora os promotores de genes intermediários de T4. Finalmente, começa a
transcrição de genes tardios de T4, e isso requer um novo fator sigma codificado por T4 que
direciona a RNA-polimerase hospedeira para promotores apenas destes genes. Neste ponto, a
montagem viral pode começar.
12. Ciclo lítico:
O genoma de DNA do bacteriófago T4 é forçosamente bombeado para uma capsídeo
pré-montado usando um motor de empacotamento movido a energia. Os componentes do
motor são codificados por genes virais, mas metabolismo da célula hospedeira é necessário
para produzir as proteínas e fornecer o ATP requerido para o processo de bombeamento. O
processo de empacotamento pode ser dividido em três fases: Primeiro, precursores da cabeça
do bacteriófago, chamados de “proheads”, são montados mas permanecem vazios. Os
proheads contêm proteínas que atuam como “andaimes temporários”, bem como proteínas
estruturais de cabeça. Em segundo lugar, um motor de empacotamento é montado na abertura
do prohead. O genoma de DNA linear de dupla-fita de T4 é então bombeado para dentro do
prohead sob pressão, usando ATP como a força motriz. O prohead expande quando
pressurizado pela entrada do DNA e as proteínas do andaime são descartadas ao mesmo
tempo. Em terceiro lugar, o próprio motor de empacotamento é descartado e a cabeça do
capsídeo é selada. Depois da cabeça ter sido preenchida, a cauda de T4, as fibras de cauda e
os outros componentes do vírion são adicionados, principalmente por automontagem. O
genoma do fago codifica um par de enzimas muito tardias que se combinam para romper os
dois principais obstáculos à liberação do vírion: a membrana citoplasmática do hospedeiro e
camada de peptideoglicano. Uma vez que estas estruturas sejam comprometidas, a célula se
rompe por lise osmótica e os vírions recém-sintetizadas são liberados. Após cada ciclo de
replicação, que leva apenas cerca de 25 minutos, mais de 100 novos vírions são liberados a
partir de cada célula hospedeira (o tamanho da população liberada, ou burst size, e estes
agora estão livres para infectar a vizinhança da célula hospedeira.
● Adsorção: o fago adere-se à célula hospedeira.
● Penetração: o fago penetra na célula hospedeira e injeta o seu DNA
● Biossíntese: o DNA do fago direciona a síntese de componentes virais pela célula
hospedeira.
● Maturação: os componentes virais são organizados, formando vírions.
● Liberação: a célula hospedeira sofre lise, e novos vírions são liberados.
1. Montagem de precursores da cabeça do bacteriófago – Prohead; 2. Acoplamento de motor
de empacotamento à abertura do Prohead
3. Bombemanto do DNA dupla-fita do fago para dentro do prohead (uso ATP); • Após
entrada do DNA, o prohead se expande, o motor é descartado, e o capsídeo é selado cauda e
fibras são adicionadas; • Produção de enzimas muito tardias que rompem a membrana celular
e peptideoglicano para liberação do T4.
13. Ciclo lisogênico:
Fagos lisogênicos ou temperados: ciclo de vida que não resulta na morte da célula
hospedeira;
• Estado de lisogenia – maioria dos seus genes não é expressa e a replicação do genoma viral
ocorre junto com a replicação do cromossomo hospedeiro, sendo repassado para as
células-filhas após a divisão celular
• O estado lisogênico pode conferir novas propriedades genéticas ao hospedeiro bacteriano –
uma condição denominada conversão lisogênica novas capacidades metabólicas.
Durante a lisogenia, o genoma de um vírus temperado encontra-se integrado ao
cromossomo bacteriano (lambda) ou encontra-se no citoplasma, na forma de plasmídeo (P1).
Em qualquer um dos casos, o DNA viral, agora denominado prófago, replica-se
concomitantemente com a célula hospedeira, desde que os genes que ativam sua via virulenta
(lítica) não sejam expressos.
Transdução especializada: Quando excisado do cromossomo bacteriano hospedeiro, o
prófago pode carrear um pedaço do DNA adjacente a ele no cromossomo bacteriano.
● O prófago existe em uma bactéria hospedeira que utiliza a galactose (que
contém o gene gal).
● O genoma do fago é excisado, levando consigo o gene gal adjacente da
bactéria hospedeira.
● O fago torna-se maduro, e a célula é lisada, liberando fagos contendo o gene
gal.
● O fago infecta uma célula que não utiliza a galactose (que não tem o gene gal)
● O gene bacteriano gal junto com o prófago, integra-se ao DNA do novo
hospedeiro.
● A célula lisogênica poderá, agora, metabolizar a galactose.
A ocorrência de lise ou lisogenia durante a infecção de lambda depende
essencialmente dos níveis de duas proteínas repressoras chave que podem se acumular na
célula durante a infecção: o repressor de lambda, também chamado proteína cI, e um segundo
repressor, Cro. Em poucas palavras, o acúmulo do primeiro repressor irá controlar o resultado
da infecção.
14. Retrovírus:
Os retrovírus possuem genoma de RNA. No entanto, o genoma é replicado através de
um intermediário de DNA. O termo retro significa “para trás” e a denominação retrovírus
deve-se ao fato de eles transferirem as informações de RNA para DNA (em contraste com o
fluxo de informação genética nas células, que é exatamente o contrário). Os retrovírus
utilizam a enzima transcriptase reversa para realizar esse processo pouco usual. Os retrovírus
foram os primeiros vírus a serem descobertos de causar câncer, e o vírus da imunodeficiência
humana (HIV) é um retrovírus que causa a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
Os retrovírus são vírus envelopados que carreiam várias enzimas no vírion. Estas incluem a
transcriptase reversa, a integrase e a uma protease retroviral específica. O genoma dos
retrovírus é singular e consiste em duas moléculas idênticas de RNA de fita simples de senso
positivo. O genoma contém os genes gag, que codifica proteínas estruturais; pol, que codifica
a transcriptase reversa e integrase; e env, que codifica proteínas do envelope. Em cada
extremidade do genoma dos retrovírus existem sequências repetidas que são essenciais para a
replicação. A replicação de um retrovírus começa com a penetração do vírion na célula
hospedeira, onde o envelope é removido e começa a transcrição reversa no nucleocapsídeo. A
fita simples de DNA é produzida e, em seguida, a transcriptase reversa utiliza-a como um
molde para fazer uma fita complementar; o DNA de fita dupla é o produto final. Este último é
liberado do nucleocapsídeo, penetra no núcleo do hospedeiro juntamente com a proteína
integrase, e a integrase facilita a incorporação do DNA retroviral no genoma do hospedeiro.
O DNA retroviral é agora um provírus. Este permanece no genoma do hospedeiro
indefinidamente e o DNA proviral pode ser transcrito pela RNA-polimerase do hospedeiro
para formar cópias do genoma de RNA retroviral e RNAm. Eventualmente, os
nucleocapsídeos são montados, contendo duas cópias do genoma de RNA retroviral e, como
eles são envelopados, eles brotam através da membrana citoplasmática da célula hospedeira.
A partir daqui, os vírions retrovirais maduros estão livres para infectar as células vizinhas.
15. Agentes subvirais:
Viroides
Viroides são moléculas de RNA infeccioso que diferem dos vírus pelo fato de serem
desprovidos de um envoltório proteico. Os viroides correspondem a pequenas moléculas
circulares de RNA de fita simples, estando entre os menores patógenos conhecidos.. Os
viroides causam importantes doenças em plantas, e podem representar um grave impacto na
agricultura. Alguns viroides bem estudados incluem o viroide cadang-cadang do coco (246
nucleotídeos) e o viroide do tubérculo afilado da batata (359 nucleotídeos). Não são
conhecidos viroides que infectam animais ou microrganismos. O RNA viroide não codifica
proteínas e, portanto, o viroide é totalmente dependente de seu hospedeiro para que possa se
replicar. O mecanismo de replicação assemelha-se ao mecanismo círculo rolante empregado
para a síntese do genoma por alguns pequenos vírus. O resultado é uma grande molécula de
RNA contendo muitas unidades de viroides unidas pelas extremidades. O viroide exibe
atividade de ribozima (RNA catalítico) e é utilizado na autoclivagem da grande molécula de
RNA, liberando viroides individuais.
Príons
Os príons representam o outro extremo em relação aos viroides. Os príons são agentes
infecciosos cuja forma extracelular consiste exclusivamente de proteínas. Assim, uma
partícula do príon não contém DNA ou RNA. Os príons causam várias doenças neurológicas,
como o scrapie, em ovinos; a encefalopatia espongiforme, no gado bovino (BSE ou “mal da
vaca louca”); a doença debilitante crônica, em cervos e alces; e as doenças kuru e de
Creutzfeldt-Jakob (CJD), em seres humanos. Não são conhecidas doenças causadas por
príons em plantas, embora príons tenham sido encontrados em leveduras. Coletivamente, as
doenças animais causadas por príons são conhecidas como encefalopatias espongiformes
transmissíveis.Uma vez que os príons são desprovidos de ácido nucleico, como a proteína
que os compõe é codificada? A resposta para esse enigma é que a própria célula hospedeira
codifica o príon. O hospedeiro contém um gene, Prnp (“proteína do príon”), que codifica a
forma nativa da proteína do príon, conhecida como PrPC (proteína celular do príon). Esta é
encontrada em animais sadios, sobretudo em neurônios, especialmente no cérebro. A forma
patogênica da proteína do príon é denominada PrPSc (proteína priônica do scrapie), porque o
scrapie de ovelhas foi a primeira doença causada por príons a ser descoberta. PrPSc possui
uma sequência de aminoácidos idêntica àquela da PrPC da mesma espécie, porém tem
conformação diferente.