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RESUMO DE
BIOLOGIA
11º ANO
Estrutura do DNA
James Watson e Francis Crick apresentaram uma proposta
de um modelo em dupla hélice para a estrutura do DNA.
As bandas laterais são formadas por moléculas de ácido
fosfórico (grupo fosfato) com moléculas de desoxirribose. As bases azotadas unem-se por
pontes de hidrogénio, seguindo a regra da complementaridade de bases: A=T (2 pontes de
hidrogénio) e C≡G (3 ligações de hidrogénio).
As duas cadeias de dupla hélice desenvolvem-se em sentidos opostos. Por isso, se diz que as
cadeias são antiparalelas.
Genes: Segmento de DNA com uma sequência nucleotídica própria que contém uma
determinada informação. Varia em número e na sequência de nucleótidos.
Genoma: Conjunto de todos os genes de um indivíduo.
Replicação do DNA
→ As duas cadeias da dupla hélice, na presença da enzima helicase, separam-se por rutura
das ligações de hidrogénio.
→ Cada uma das cadeias serve de “molde” à formação de uma cadeia complementar por
ação da DNApolimerase, sendo utilizados nucleótidos que existem na célula.
→ Formam-se 2 cadeias novas de
acordo coma regra de
complementaridade de bases.
→ Estas cadeias são complementares
das duas cadeias originais sendo
cada uma antiparalela à que lhe
“serviu de molde”.
Mitose
Processo que decorre na divisão celular das células eucarióticas, pelo que se formam 2 núcleos
com o mesmo número de cromossomas do núcleo inicial.
1. Prófase
Etapa mais longa da mitose;
Os filamentos de cromatina tornam-se progressivamente mais condensados,
curtos e grossos;
Os centrossomas (2 pares de centríolos) afastam-se para polos opostos,
formando o fuso acromático ou fuso mitótico. Este é, por sua vez, formado por
feixes de fibrilas de microtúbulos proteicos;
No final da prófase, os nucléolos desaparecem e o invólucro nuclear desagrega-
se.
2. Metáfase
Os cromossomas atingem a sua máxima condensação;
Estes, ligados ao fuso acromático, dispõem-se no plano equatorial da célula
formando a placa equatorial;
Os centrómeros encontram-se voltados para o centro do plano e os braços dos
cromossomas para fora.
3. Anáfase
Verifica-se o rompimento dos centrómeros, separando-se os 2 cromatídeos que
constituem cada um dos cromossomas, dando-se a ascensão polar;
No final da anáfase, cada polo da célula possui um conjunto de cromossomas
(constituídos por 1 só cromatídeo) exatamente igual.
4. Telófase
Forma-se o invólucro nuclear em torno dos cromossomas de cada célula-filha;
Os cromossomas descondensam-se;
O fuso acromático degenera;
A mitose termina. A célula possui 2 núcleos.
Citocinese
→ Divisão do citoplasma e
individualização das 2 células-filha;
→ Em células animais, inicia-se com o
aparecimento de uma constrição da
membrana citoplasmática na zona
equatorial da célula. A citocinese
ocorre por estrangulamento.
→ Nas células vegetais das plantas
superiores não existem centríolos.
As fibras do fuso acromático são formadas a partir de centros organizadores de
microtúbulos localizados nos pólos. A existência de parede celular impede que a
citocinese ocorra por estrangulamento. A citocinese ocorre por alinhamento e fusão de
vesículas do complexo de Golgi, na região equatorial, com posterior deposição de
celulose.
Meiose
A meiose é o processo de divisão nuclear através do qual se formam núcleos que possuem 1
só cromossoma de cada par de homólogos, ou seja, têm metade do número de cromossomas
do núcleo inicial. Forma células haploides.
A meiose compreende duas divisões sucessivas: Divisões I e II
I. Divisão I
Um núcleo diploide origina 2 núcleos haploides. Ocorre redução do número de
cromossomas, por isso se diz divisão reducional, em que há separação dos cromossomas
homólogos.
a. Prófase I
i. Fase mais longa da meiose.
ii. Os cromossomas condensam-se;
iii. Os cromossomas homólogos emparelham –
sinapses – e formam-se bivalentes ou tétradas
cromatídicas. Os pontos de contacto entre os
cromatídeos chamam-se ponto de quiasma.
iv. Pode ocorrer troca de segmentos entre os cromatídeos de cromossomas
homólogos – crossing-over.
v. Desorganiza-se a membrana nuclear e o nucléolo. Forma-se o fuso
acromático.
b. Metáfase I
i. Os cromossomas homólogos dispõem-se aleatoriamente na placa
equatorial e presos pelo centrómeros às fibras do fuso acromático; os
pontos de quiasma localizam-se no plano equatorial.
c. Anáfase I
i. Rotura dos pontos de quiasma.
ii. Os cromossomas homólogos separam-se aleatoriamente afastando-se
para os pólos opostos devido à retração das fibras do fuso acromático.
iii. Cada um dos conjuntos cromossómicos formados possuem metade do
número de cromossomas e informações genéticas diferentes, o que
contribui para a variabilidade genética.
d. Telófase I
i. Os cromossomas chegam aos pólos.
ii. Ocorre a desespirilização dos cromossomas.
iii. Desorganiza-se o fuso acromático e diferenciam-se os nucléolos e a
membrana nuclear.
iv. Formam-se 2 núcleos haploides.
v. Pode ou não ocorrer citocinese.
II. Divisão II
Há a separação dos cromatídeos; formam-se 4 núcleos haploides. Mantém-se o número de
cromossomas, por isso se diz divisão equacional.
a. Prófase II
i. Condensação dos cromossomas.
ii. Formação do fuso acromático, desaparecimento do nucléolo e membrana
nuclear.
iii. Os cromossomas dirigem-se para a placa equatorial, presos pelo
centrómero às fibras do fuso acromático.
b. Metáfase I
i. Os cromossomas dispõem-se na placa equatorial e sempre presos pelo
centrómero às fibras do fuso acromático.
c. Anáfase II
i. Clivagem dos Centrómeros e ascensão polar dos cromatídeos.
ii. Os dois conjuntos de cromossomas que acabam de se separar são
haploides.
d. Telófase II
i. Os cromossomas atingem os polos, tornam-se finos.
ii. Desorganização do fuso acromático.
iii. Resultam 4 núcleos haploides.
Alterações Cromossómicas
Durante a meiose, podem ocorrer erros que conduzem a alterações na estrutura ou no
número de cromossomas – mutações cromossómicas numéricas ou estruturais.
Mutações numéricas: Anomalias em que há alteração do número de cromossomas.
Mutações estruturais: envolvem alterações no arranjo ou no número dos genes, mas mantêm-
se o número de cromossomas.
Aspetos comparativos entre Mitose e Meiose
Mitose Meiose
Ocorre para haver produção de gâmetas ou
Ocorre em células somáticas
esporos
Origina 2 células filha, cujo número de Origina 4 células filha, cujo número de
cromossomas é igual ao da célula mãe. cromossomas é metade do da célula mãe.
Não há emparelhamento de cromossomas Há emparelhamento de cromossomas
homólogos nem de fenómenos de crossing homólogos com possibilidade de crossing
over. over.
A quantidade de DNA das células filha é A quantidade de DNA das células filha é
igual à da célula mãe metade do da célula mãe
A informação genética das filhas é diferente
A informação genética das filhas é idêntica à entre si e da célula mãe devido à separação
da célula mãe. aleatória dos cromossomas e ao crossing
over
O centrómero divide-se na anáfase. O centrómero divide-se na anáfase II.
Ocorrem 2 divisões sucessivas, sendo a
Só ocorre uma divisão
divisão II semelhante à mitose.
Diversidade de estratégias na reprodução sexuada (Páginas 85-92)
Reprodução sexuada nos animais
Nos animais, as estruturas onde se produzem os gâmetas designam-se por gónadas, havendo
testículos, que produzem gâmetas masculinos, espermatozoides, e os ovários, que produzem
gâmetas femininos, óvulos (oócitos II). Estes podem ser hermafroditas ou unissexuados.
Animais hermafroditas:
→ São animais que são ao mesmo tempo macho e fêmea.
→ Um mesmo organismo produz tanto espermatozoides como óvulos, como acontece na
minhoca.
→ Hermafrodita suficiente: fecundação que ocorre entre gâmetas do mesmo indivíduo.
→ Hermafrodita insuficiente: fecundação cruzada onde ocorre troca de espermatozoides
entre 2 indivíduos, apesar de cada um deles possuir os 2 sexos.
Animais unissexuados:
→ Cada indivíduo tem apenas um dos sexos.
→ Fecundação externa:
Efetua-se em meio líquido e ocorre na maioria das espécies aquáticas.
Os animais colocam os óvulos e libertam o esperma na água – os
espermatozoides alcançam os óvulos por atrações químicas.
Vantagens:
Maior número de descendentes produzidos.
Desvantagens:
Produção de grande número de gâmetas, o que implica elevados gastos
energéticos.
É necessário existir um grande sincronismo na libertação de gâmetas para
o mecanismo da fecundação ser eficaz.
Os gâmetas podem ser levados por outros organismos.
Há poucos cuidados parentais ao nível das futuras gerações.
→ Fecundação interna:
O macho lança os espermatozoides dentro do corpo da fêmea.
O encontro dos gâmetas ocorre no interior do corpo de um organismo produtor
de gâmetas.
Vantagens:
Aumenta a possibilidade de fecundação, uma vez que os gâmetas estão
muito próximos.
Redução do número de gâmetas produzidos (menor dispêndio de energia).
Os espermatozoides podem ser armazenados pela fêmea.
Menor incidência da ação dos predadores.
Maiores cuidados parentais.
Desvantagens:
Poucos ou 1 único filhote por parto.
Parada nupcial: complexo ritual efetuado, normalmente, pelo macho
para atrair a fêmea.
Por outro lado, as atividades humanas podem afetar a reprodução dos organismos.
U7 – Evolução biológica
→ Como é que a ciência e a sociedade têm interpretado a grande diversidade dos seres
vivos?
Origem da multicelularidade
O bom funcionamento da célula depende do seu metabolismo, e este conjunto de fenómenos
está inteiramente dependente das trocas com o meio extracelular. Os organismos unicelulares
não podem aumentar indefinidamente o seu tamanho. Quando há um aumento de volume,
aumenta também o seu metabolismo, mas a célula não pode contar com um aumento
equivalente na eficácia de trocas com o meio externo, uma vez que a superfície não aumenta
na mesma proporção.
A troca de substâncias torna-se menos eficiente para células com elevadas dimensões. Para
ultrapassar esta limitação, alguns organismos desenvolveram estratégias em que se destaca a
organização em colónias e a evolução para organismos multicelulares enquanto outros
reduziram o seu metabolismo.
Geração Espontânea
Explica a origem e a diversidade dos seres vivos por receitas, através dos quais a matéria
inorgânica se transforma em matéria orgânica. Acreditava que os seres vivos eram criados a
partir da matéria inanimada e que por um princípio ativo (uma espécie de força), se
transformava em matéria viva.
Criacionismo
Os seres vivos foram criados por ação divina, já descrito no Livro dos Génesis, Bíblia. Como obra
divina os seres são perfeitos e estáveis ao longo do tempo, as imperfeições são explicadas pela
imperfeição e corrupção do mundo. Está relacionado com aspetos religiosos e não pode ser
tratado pela ciência, tem a ver com as crenças e fé das pessoas.
Catastrofismo
Enunciada por Cuvier, atribui a biodiversidade à ocorrência de catástrofes que eliminaram os
seres vivos e os substituíram por outros diferentes. Cuvier, que fez estudos paleontológicos,
justificava que os fósseis das várias camadas que se encontravam extintas, correspondiam a
criações anteriores (é uma teoria fixista).
Lineu, um criacionista convicto, foi o pai da sistemática, ou seja, classificou os seres vivos de
uma forma hierarquizada, tendo para o efeito necessariamente de os analisar e comparar. A
Lineu faltou-lhe visão para perceber que as semelhanças e as diferenças entre os seres vivos
não são devidas a um criador mas antes a alterações dos seres vivos a partir de um ancestral
comum.
Evolucionismo
As espécies alteram-se de forma longa e gradual ao longo do tempo, originando outras
espécies. As espécies evoluem a partir de outras pré-existentes. Esta teoria teve a contribuição
da Geologia.
Contributos da Geologia:
→ A idade da terra calculada era muito maior do que a pensada inicialmente;
→ A descoberta, cada vez mais frequente, de fósseis permitiu descrever formas de vida
muito diferentes das atuais
Lamarckismo
As ideias de Lamarck para explicar a existência da evolução podem resumir-se em 2 princípios
fundamentais:
→ Lei do Uso e do Desuso – a necessidade de um órgão em determinado ambiente cria
esse órgão e a função modifica-o, podendo-o desenvolver ou atrofiar.
→ Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos – as modificações que se produzem nos
organismos ao longo da sua vida, são hereditárias, originando mudanças morfológicas
na população.
Adaptação: faculdade dos seres vivos de desenvolverem características estruturais ou
funcionais que lhe permitissem sobreviver e reproduzir-se em determinado ambiente.
Para Lamarck, o ambiente condiciona a evolução, na medida em que “estimula” o
desenvolvimento ou atrofia de características morfofuncionais.
Darwinismo
Dados Geológicos:
→ As leis naturais são constantes no tempo e no espaço.
→ Deve-se explicar o passado através dos dados do presente.
→ Na longa história da terra, ocorreram mudanças geológicas lentas e graduais.
Dados da Biogeografia:
→ Darwin verificou que existem 7 variedades de tartarugas gigantes nas Ilhas Galápagos;
apesar de as tartarugas apresentarem diferenças, estes animais são muito semelhantes
entre si, o que fez Darwin pensar que tinham tido uma origem comum. As
características particulares de cada ilha condicionaram a evolução de cada espécie, daí
a sua diferenciação.
Seleção natural, artificial e variabilidade:
→ Ao longo de gerações e recorrendo a cruzamentos seletivos previamente selecionados
é possível obter as características desejadas. Desta forma, plantas e animais assim
obtidos são substancialmente diferentes dos seus ancestrais selvagens. Como, neste
caso, é o Homem que seleciona os cruzamentos, diz-se que ocorreu uma seleção
artificial.
→ Na natureza ocorre um processo semelhante. Neste caso quem exerce a pressão
seletiva são os fatores ambientais, por essa razão chama-se seleção natural. A seleção
natural é o conceito que marca a teoria evolucionista de Darwin.
Contributo de Malthus na teoria de Darwin:
→ A população cresce em progressão geométrica, muito
mais rapidamente que a produção de alimentos que
cresce em progressão aritmética.
→ Há luta pela sobrevivência, em que os mais aptos
sobrevivem, face aos menos aptos, permanecendo a
população estacionária.
A Teoria de Darwin pode ser resumida nos seguintes pontos:
→ Os seres vivos apresentam variações entre si (variabilidade intraespecífica).
→ Em cada geração há eliminação de indivíduos porque se estabelece uma luta pela
sobrevivência devido à competição de alimento, espaço, etc.
→ Por seleção natural, sobrevivem os mais aptos. Estes vivem mais tempo, reproduzem-se
mais e transmitem as características à descendência (reprodução diferencial).
Darwinismo vs Lamarckismo
Argumentos do Evolucionismo
Argumentos Anatómicos
Baseiam-se no grau de semelhança dos caracteres morfológicos, ou seja, na anatomia
comparada.
Estruturas homólogas: Possuem idêntica organização estrutural, têm a mesma origem,
podendo desempenhar funções diferentes. Apresentam evolução divergente dado que as
pressões seletivas do meio são diferentes.
Argumentos Paleontológicos
Baseiam-se na análise e interpretação dos fósseis.
Fósseis de transição ou Formas sintéticas: Correspondem a
fósseis de indivíduos que apresentavam características de 2 ou mais
classe atualmente distintas, permitindo-nos concluir que essas
classes tiveram um mesmo ancestral comum e que sofreram um
processo de evolução divergente.
Argumentos Embriológicos
A Embriologia sugere a
existência de relações de
parentesco entre diferentes
grupos de seres vivos.
Argumentos Citológicos
Todos os seres vivos são
constituídos por unidades
estruturais, as células, o que
constitui um argumento a
favor de um ancestral
comum.
Argumentos Bioquímicos
Baseiam-se em:
→ análise de proteínas – análise da sequência de
aminoácidos;
→ hibridação do DNA – o DNA é a molécula que
contem o material genético dos seres vivos,
sendo transmitido ao longo das gerações,
assim, quanto maior a hibridação entre 2
moléculas de DNA, maior o parentesco entre 2
espécies, pelo que a hibridação do DNA é um
argumento a favor do evolucionismo;
→ reações imunitárias e sorológicas;
→ excreção de produtos azotados;