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2017-2018

RESUMO DE
BIOLOGIA
11º ANO

Armando Telmo Silva


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DOUTOR MANUEL LARANJEIRA
U5 – Crescimento e renovação celular
→ Que processos são responsáveis pela unidade e variabilidade celular?
→ Como explicar o crescimento dos seres vivos?
As células são as unidades estruturais e funcionais dos seres vivos. Utilizando a sua genética,
produzem moléculas que permitem o crescimento e a renovação celulares, de entre as quais
as proteínas, sequências de aminoácidos essenciais à vida.

DNA E SÍNTESE DE PROTEÍNAS (Páginas 10-36)


DNA (Páginas 10-23)
O DNA é um polímero de nucleótidos, monómeros desta macromolécula constituídos por um
grupo fosfato, uma pentose (desoxirribose) e uma base azotada (C, G, T, A).
As bases azotadas podem ser púricas se possuírem dois anéis – Adenina e Guanina; e pirimídica
se possuírem um só anel – Timina, Citosina e Uracilo.
Os nucleótidos do DNA apresentam entre si ligações fosfodiéster.
O número e a ordem dos nucleótidos, ou seja, a sequência nas cadeias nucleotídicas é muito
importante, uma vez que é nas sequências nucleotídicas que está codifica a informação
genética que define as características de cada indivíduo.
A cadeia do DNA cresce no sentido 5’ → 3’, cada novo nucleótido liga-se pelo grupo fosfato ao
carbono 3’ da pentose do último nucleótido da cadeia.
Nos seres procariontes, o ADN encontra-se no citoplasma,
constituindo o nucleoide.
Nos eucariontes, existe uma compartimentação membranar,
estando a quase totalidade do material genético no núcleo.
Este possui o invólucro nuclear, com inúmeros poros
nucleares que permitem a comunicação entre o hialoplasma
e o interior do núcleo. O seu interior contém o nucleoplasma
e os cromossomas (filamentos coráveis de DNA e proteínas).

Estrutura do DNA
James Watson e Francis Crick apresentaram uma proposta
de um modelo em dupla hélice para a estrutura do DNA.
As bandas laterais são formadas por moléculas de ácido
fosfórico (grupo fosfato) com moléculas de desoxirribose. As bases azotadas unem-se por
pontes de hidrogénio, seguindo a regra da complementaridade de bases: A=T (2 pontes de
hidrogénio) e C≡G (3 ligações de hidrogénio).
As duas cadeias de dupla hélice desenvolvem-se em sentidos opostos. Por isso, se diz que as
cadeias são antiparalelas.
Genes: Segmento de DNA com uma sequência nucleotídica própria que contém uma
determinada informação. Varia em número e na sequência de nucleótidos.
Genoma: Conjunto de todos os genes de um indivíduo.

Replicação do DNA
→ As duas cadeias da dupla hélice, na presença da enzima helicase, separam-se por rutura
das ligações de hidrogénio.
→ Cada uma das cadeias serve de “molde” à formação de uma cadeia complementar por
ação da DNApolimerase, sendo utilizados nucleótidos que existem na célula.
→ Formam-se 2 cadeias novas de
acordo coma regra de
complementaridade de bases.
→ Estas cadeias são complementares
das duas cadeias originais sendo
cada uma antiparalela à que lhe
“serviu de molde”.

Experiência de Meselson e Stahl


Interpretação dos Resultados:
→ O DNA obtido na geração G1 tem uma densidade intermédia, possui igual quantidade
de DNA com 14N (leve) e com 15N (pesado).
→ O DNA tem uma cadeia polinucleotídica com 14N e outra com 15N.
→ O DNA formou-se a partir de uma cadeia original (com 15N) e de uma cadeia nova (com
14
N), formada à custa de nucleótidos do meio.
→ A experiência comprova que a replicação do DNA é semiconservativa.

Composição e Estrutura do RNA (Página 24)


O ácido ribonucleico é uma molécula quimicamente semelhante ao DNA, sendo sintetizada a
partir desta. É constituída por nucleótidos que contêm um grupo fosfato, uma ribose
(pentose), e uma base azotada (adenina, guanina, citosina e uracilo). O Uracilo é uma base
azotada pirimídica (em anel simples) que pode formar 2 ligações de hidrogénio com a adenina.
Em termos de estrutura:
→ É uma cadeia simples e linear de nucleótidos;
→ Apresenta dimensões inferiores às das moléculas de DNA;
→ Em determinadas regiões, a molécula de RNA pode dobrar-se devido ao
estabelecimento de pontes de hidrogénio entre as bases complementares.
→ Pode apresentar, estrutural e funcionalmente, 3 formas distintas:
 RNA mensageiro – mRNA;
 RNA transferência – tRNA;
 RNA ribossómico – rRNA.
Fluxo de informação genética – Síntese Proteica (Páginas 25-32)
Código Genético
3 nucleótidos de DNA constituem um tripleto, chamado codogene, que representa a mais
pequena unidade de mensagem genética necessária à codificação de um aminoácido.
A informação genética do DNA é copiada para o RNA, sendo a sequência de 3 nucleótidos do
mRNA que codifica um aminoácido o codão.
O RNA transferência é responsável pelo transporte de um determinado aminoácido até ao
local da síntese proteica, os ribossomas (constituídos por uma subunidade maior, uma
subunidade menor e RNA ribossómico), e possui um conjunto de 3 nucleótidos
complementares ao codão, chamando-se anticodão.

Características do Código Genético:


→ Cada aminoácido é codificado por 1 codão;
→ O código genético é praticamente universal;
→ O código genético não é ambíguo (a cada codão corresponde um e um só codão);
→ O código genético é redundante (vários codões codificam o mesmo aminoácido);
→ O terceiro nucleótido de cada codão não é tão específico como os dois primeiros;
→ O codão AUG tem dupla função: codifica o aminoácido metionina e é o codão de
iniciação;
→ Os codões UAA, UAG, UGA são codões de finalização ou codões stop.
Síntese Proteica
Transcrição
→ Ocorre no núcleo;
→ Só uma cadeia de DNA serve de “molde”;
→ A RNA polimerase fixa-se sobre uma certa sequência do DNA e desliza ao longo dela.
→ A síntese de RNA faz-se no sentido 5’→3’;
→ A transcrição termina quando a RNA polimerase encontra um tripleto de finalização;
→ Após a passagem da RNA polimerase, a molécula de DNA reconstitui-se pelo
estabelecimento das ligações de hidrogénio entre as bases complementares;
Processamento do RNA mensageiro
Corresponde à remoção de intrões
passando de um RNA pré-mensageiro para
um mRNA funcional ou maduro.
Migração
O mRNA migra do núcleo para o
hialoplasma.
Tradução
Ocorre nos ribossomas do citoplasma.
Ribossomas: Encontram-se livres no
hialoplasma ou associados às
membranas do retículo endoplasmático
formando o RER (rugoso). Formam-se ao
nível dos nucléolos. Apresentam rRNA e
proteínas, e 2 subunidades.
tRNA: Funciona como um “intérprete”
entre o MRNA e a linguagem das
proteínas. Cada molécula apresenta diferentes locais: local de fixação de aminoácidos, local
de união com enzimas, local de fixação do ribossoma e anticodão.
1. Iniciação
 A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5’ do mRNA e desliza
até encontrar o codão de iniciação AUG;
 O tRNA que transporta o aminoácido metionina liga-se por complementaridade
ao codão de iniciação;
 A subunidade maior liga-se à menor do ribossoma, ficando este funcional.
2. Alongamento
 Fase de tradução dos codões sucessivos e da ligação aos aminoácidos;
 Um 2º RNA transferência transporta um a.a. específico, ligando-se ao codão;
 Estabelece-se uma ligação peptídica entre os a.a;
 O ribossoma avança 3 bases ao longo do mRNA no sentido 5’→3’;
3. Finalização
 O ribossoma encontra um codão de finalização UAA, UAG ou UGA;
 Como a estes codões não nenhum RNA transferência, o alongamento termina, o
último tRNA abandona os ribossomas;
 As subunidades do ribossoma separam-se, podendo ser recicladas;
 O péptido ou proteína é libertado.

Polirribossoma ou Polissoma: Conjunto de vários ribossomas ligados por uma molécula de


mRNA. Leva à formação de várias proteínas a partir de um mesmo RNA. No final do processo
o mRNA é hidrolisado e os nucleótidos reciclados.
Caraterísticas da Síntese Proteica:
1. Complexidade – faz intervir vários agentes.
2. Rapidez – uma célula eucariótica junta 140 aminoácidos de uma cadeia de hemoglobina
em 2 ou 3 minutos.
3. Amplificação – a mesma zona de DNA pode ser transcrita várias vezes, formando-se
várias moléculas de mRNA idênticas. Por outro, cada polissoma mostra que a mesma
mensagem é descodificada simultaneamente por vários ribossomas. Originam-se várias
cadeias polipeptídicas idênticas.
As proteínas acabadas de sintetizar não possuem atividade biológica, experimentando, antes
de atingirem a conformação definitiva, alterações pós-traducionais.
As proteínas são utilizadas na célula (no metabolismo celular), enquanto outras são
exportadas para fora do citoplasma.

Alteração do material genético – Mutações (Páginas 33-36)


As mutações são alterações do material genético ou alterações espontâneas na estrutura do
gene durante a duplicação cromossómica; mudança, alteração ou substituição génica. Estas
introduzem variabilidade na informação genética, permitindo, p.e., a evolução das espécies.
Se as mutações ocorrem ao nível
dos gâmetas designam-se por
mutações germinais. Se ocorrerem
noutras células designam-se por
mutações somáticas.
Agentes Mutagénicos: agentes que
podem interagir com o DNA
originando mutações. Podem ser,
por exemplo:
→ Raios X;
→ Raios UV;
→ Partículas emitidas por
substâncias radioativas;
→ Vírus;
→ Substâncias Químicas.

CICLO CELULAR (Páginas 37-51)


Em organismos procariontes apresentam
uma só molécula circular de DNA, não
associada a proteínas e dispersa pelo
hialoplasma – nucleoide; também não
possuem processamento do MRNA na
síntese proteica. Deste modo, a divisão
celular, que corresponde igualmente ao
seu processo reprodutivo, é um processo
relativamente rápido.
Por outro lado, os organismos eucariontes
são mais complexos, onde a informação
genética se encontra distribuída por várias moléculas de DNA associada a proteínas – histonas.
Deste modo, o seu processo de divisão celular é mais moroso e intrincado.
Histonas: São as principais proteínas que compõem
a cromatina. Atuam como a matriz na qual o DNA
se enrola, e formam um nucleossoma – unidade
básica da cromatina.
Cromatina: Complexo de DNA e proteínas que se
encontra dentro do núcleo das células eucarióticas.
Cromossomas: Longa sequência de DNA que
contém vários genes e outras sequências de
nucleótidos com funções específicas nas células de
seres vivos.
O cromossoma é constituído por 2 cromatídeos que
resultam da duplicação do filamento inicial da cromatina. Cada cromatídeo é constituído por
uma molécula de DNA e histonas. Os 2 cromatídeos encontram-se unidos pelo centrómero.

Fases do Ciclo Celular (Páginas 40-48)


Interfase
Período relativamente longo em que a célula se prepara para uma nova divisão celular. Ocorre
síntese de diversos constituintes que conduz ao crescimento e maturação da célula. Divide-se
em: G1, S e G2.
G1
→ Ocorre uma intensa atividade de síntese.
→ São produzidas moléculas de RNA,
proteínas, havendo ainda formação de
organelos celulares.
Nota: Existem células que apresentam uma
divisão lenta ou que não vão sofrer mais divisões
e entram numa fase denominada G0. As células
podem permanecer em G0 em longos períodos
de tempo, até nova divisão ou até à sua morte.
S
→ Ocorre a replicação do ADN e a síntese de histonas.
→ Ocorre a duplicação dos centríolos.
G2
→ Ocorre a síntese de mais proteínas;
→ Produção de estruturas membranares a partir de moléculas sintetizadas em G1 – período
de crescimento celular.
Fase Mitótica

Mitose
Processo que decorre na divisão celular das células eucarióticas, pelo que se formam 2 núcleos
com o mesmo número de cromossomas do núcleo inicial.
1. Prófase
 Etapa mais longa da mitose;
 Os filamentos de cromatina tornam-se progressivamente mais condensados,
curtos e grossos;
 Os centrossomas (2 pares de centríolos) afastam-se para polos opostos,
formando o fuso acromático ou fuso mitótico. Este é, por sua vez, formado por
feixes de fibrilas de microtúbulos proteicos;
 No final da prófase, os nucléolos desaparecem e o invólucro nuclear desagrega-
se.
2. Metáfase
 Os cromossomas atingem a sua máxima condensação;
 Estes, ligados ao fuso acromático, dispõem-se no plano equatorial da célula
formando a placa equatorial;
 Os centrómeros encontram-se voltados para o centro do plano e os braços dos
cromossomas para fora.
3. Anáfase
 Verifica-se o rompimento dos centrómeros, separando-se os 2 cromatídeos que
constituem cada um dos cromossomas, dando-se a ascensão polar;
 No final da anáfase, cada polo da célula possui um conjunto de cromossomas
(constituídos por 1 só cromatídeo) exatamente igual.
4. Telófase
 Forma-se o invólucro nuclear em torno dos cromossomas de cada célula-filha;
 Os cromossomas descondensam-se;
 O fuso acromático degenera;
 A mitose termina. A célula possui 2 núcleos.
Citocinese
→ Divisão do citoplasma e
individualização das 2 células-filha;
→ Em células animais, inicia-se com o
aparecimento de uma constrição da
membrana citoplasmática na zona
equatorial da célula. A citocinese
ocorre por estrangulamento.
→ Nas células vegetais das plantas
superiores não existem centríolos.
As fibras do fuso acromático são formadas a partir de centros organizadores de
microtúbulos localizados nos pólos. A existência de parede celular impede que a
citocinese ocorra por estrangulamento. A citocinese ocorre por alinhamento e fusão de
vesículas do complexo de Golgi, na região equatorial, com posterior deposição de
celulose.

Regulação do Ciclo Celular (Páginas 48-50)


O ciclo celular apresenta mecanismos de regulação que atuam em diferentes momentos
Durante a divisão celular, podem ocorrer erros que levam à produção de células cancerígenas.
Os fatores externos que promovem estes erros são, por exemplo, radiações, substâncias
tóxicas e determinados vírus.
A perda de mecanismos de regulação celular origina a divisão descontrolada das células, o que
conduz à produção de grandes aglomerados celulares que se chamam tumores.
Tumores benignos: quando a
massa das células anormais que
os constituem permanece no
local onde é formado, não
invadindo outras regiões do
organismo.
Tumores malignos: quando são
formados por células que
metastizam, invadindo outras
regiões do organismo formando
novos tumores.

Estabilidade do programa genético (Páginas 50-51)


A estabilidade do programa genético é assegurado pela replicação semiconservativa do DNA na
fase S do ciclo celular e pela correta clivagem dos centrómeros e separação dos cromatídeos
na mitose.

CRESCIMENTO E REGENERAÇÃO DE TECIDOS (Páginas 52-59)


A divisão celular, para além de permitir o crescimento de seres pluricelulares, é fundamental
na manutenção da integridade dos indivíduos adultos.

Diferenciação Celular (Páginas 53-59)


As células de um organismo
que provieram da célula-ovo
por divisões mitóticas
contêm no seu núcleo
exatamente os mesmos
cromossomas e por isso a
mesma informação genética.
As células constituem tecidos
e órgãos muito diversos onde
assumem formas e funções
completamente diferentes.
Ao longo do desenvolvimento de um indivíduo ocorre, em regra, um conjunto de processos,
através dos quais células geneticamente idênticas se especializam no sentido de
desempenharem uma ou várias funções. De facto, embora todas as células de um mesmo
indivíduo tenham o mesmo património genético, os genes ativos em diferentes tecidos são
diferentes. Calcula-se que cada célula diferenciada possuam num determinado momento, 5 a
10% do seu DNA ativo. A diferenciação celular prende-se igualmente com vários mecanismos
que regulam a expressividade do DNA.
Clones: Conjunto de genes, células ou indivíduos geneticamente idênticos entre si e todos
descendentes de um único ancestral.
Metaplasias: Mudanças reversíveis num determinado tipo de células que são substituídos por
células de outro tipo.

U6 – Reprodução nos seres vivos


→ Reprodução e Variabilidade – que relação?
A continuidade da vida é assegurada pela reprodução, conjunto de processos pelos quais os
seres vivos originam novos indivíduos idênticos a si próprios.
Os processos de reprodução são muito variados, podendo-se agrupar em dois tipos:
→ Reprodução assexuada: formam-se novos indivíduos a partir de um só progenitor, sem
ocorrer fusão de gâmetas, ou seja, sem fecundação.
→ Reprodução sexuada: os novos indivíduos são originados a partir da fusão de 2 gâmetas.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA (Páginas 66-75)


→ Sem intervenção de células sexuais e sem fecundação, associada à mitose;
→ Os descendentes são geneticamente idênticos entre si e ao progenitor, que se designam
de clones;
→ Descendência a partir de um único progenitor;
→ Não contribui para a variabilidade genética das populações;
→ Assegura um rápido crescimento da espécie e a colonização de ambientes favoráveis;

Estratégias de Reprodução Assexuada


1º. Bipartição
→ Processos através do qual uma célula
ou um indivíduo se divide em 2
semelhantes, que depois crescem
até atingirem o tamanho do
progenitor.
→ Frequente na reprodução de seres unicelulares (amiba e paramécia).
→ Também pode ocorrer em seres pluricelulares como a planária.
2º. Divisão Múltipla ou Esquizogonia
→ Ocorre em protozoários
(Tripanossomas ou
Plasmodium) e em alguns
fungos.
→ O núcleo da célula mãe divide-
se em vários núcleos que se
rodeiam de uma porção de
citoplasma e se individualizam
por uma membrana celular, originando as células filha.
3º. Gemulação ou Gemiparidade
→ Na superfície da célula mãe forma-se uma
dilatação – gomo ou gema.
→ Ocorre em seres unicelulares como
leveduras ou em pluricelulares como a
esponja ou a hidra.
4º. Fragmentação
→ O indivíduo divide-se em várias porções, que
originam, cada um deles, um novo.
→ Ocorre em animais pouco diferenciados como
a planária, a minhoca, a estrela do mar ou a
anémona e em algas como a espirogira.
5º. Partenogénese
→ Consiste no desenvolvimento de um indivíduo
a partir de um óvulo não fecundado.
→ Ocorre em abelhas e pulgões, peixes, anfíbios
e répteis.
→ É uma estratégia reprodutora alternativa para
alguns seres que se reproduzem
sexuadamente quando nas populações não há
machos da espécie – ex: dragão de komodo.
6º. Esporulação
→ Consiste na formação de esporos (células
especiais).
→ Estes esporos originam novos seres vivos e
têm uma camada muito espessa, sendo
resistentes a ambientes desfavoráveis.
→ Comum nos fungos (bolor) e algas, ocorrendo também em certas plantas como
musgos e fetos.
7º. Multiplicação Vegetativa
→ Processo de reprodução exclusivo das plantas.
→ Certas estruturas multicelulares fragmentam-se e separam-se da planta-mãe,
originando uma nova planta.
→ Existem vários processos de multiplicação vegetativa, naturais e artificiais.

REPRODUÇÃO SEXUADA (Páginas 75-92)


Fecundação e Meiose (Páginas 76-82)
Está dependente da fecundação e ocorre a cariogamia, isto é, a fusão dos 2 gâmetas,
resultando uma célula denominada ovo ou zigoto.
O zigoto sofre mitoses sucessivas e origina um indivíduo com características resultantes da
combinação genética dos gâmetas dos progenitores.
O ovo contem, deste modo, cromossomas de
cada um dos progenitores. Aos pares de
cromossomas com mesma forma e estrutura
e portadores de genes para os mesmos
caracteres designam-se cromossomas
homólogos; e as células que, tal como o ovo,
possuem pares de cromossomas são
designadas por células diploides. São
simbolicamente representadas por 2n.
A fecundação tem como consequência a duplicação cromossómica; no entanto, a constância
cromossómica das espécies é assegurada por um processo de redução cromossómica; as
células representadas por n e que têm metade das células da célula mãe designa-se células
haploides.

Meiose
A meiose é o processo de divisão nuclear através do qual se formam núcleos que possuem 1
só cromossoma de cada par de homólogos, ou seja, têm metade do número de cromossomas
do núcleo inicial. Forma células haploides.
A meiose compreende duas divisões sucessivas: Divisões I e II

I. Divisão I
Um núcleo diploide origina 2 núcleos haploides. Ocorre redução do número de
cromossomas, por isso se diz divisão reducional, em que há separação dos cromossomas
homólogos.
a. Prófase I
i. Fase mais longa da meiose.
ii. Os cromossomas condensam-se;
iii. Os cromossomas homólogos emparelham –
sinapses – e formam-se bivalentes ou tétradas
cromatídicas. Os pontos de contacto entre os
cromatídeos chamam-se ponto de quiasma.
iv. Pode ocorrer troca de segmentos entre os cromatídeos de cromossomas
homólogos – crossing-over.
v. Desorganiza-se a membrana nuclear e o nucléolo. Forma-se o fuso
acromático.
b. Metáfase I
i. Os cromossomas homólogos dispõem-se aleatoriamente na placa
equatorial e presos pelo centrómeros às fibras do fuso acromático; os
pontos de quiasma localizam-se no plano equatorial.
c. Anáfase I
i. Rotura dos pontos de quiasma.
ii. Os cromossomas homólogos separam-se aleatoriamente afastando-se
para os pólos opostos devido à retração das fibras do fuso acromático.
iii. Cada um dos conjuntos cromossómicos formados possuem metade do
número de cromossomas e informações genéticas diferentes, o que
contribui para a variabilidade genética.
d. Telófase I
i. Os cromossomas chegam aos pólos.
ii. Ocorre a desespirilização dos cromossomas.
iii. Desorganiza-se o fuso acromático e diferenciam-se os nucléolos e a
membrana nuclear.
iv. Formam-se 2 núcleos haploides.
v. Pode ou não ocorrer citocinese.

II. Divisão II
Há a separação dos cromatídeos; formam-se 4 núcleos haploides. Mantém-se o número de
cromossomas, por isso se diz divisão equacional.
a. Prófase II
i. Condensação dos cromossomas.
ii. Formação do fuso acromático, desaparecimento do nucléolo e membrana
nuclear.
iii. Os cromossomas dirigem-se para a placa equatorial, presos pelo
centrómero às fibras do fuso acromático.
b. Metáfase I
i. Os cromossomas dispõem-se na placa equatorial e sempre presos pelo
centrómero às fibras do fuso acromático.
c. Anáfase II
i. Clivagem dos Centrómeros e ascensão polar dos cromatídeos.
ii. Os dois conjuntos de cromossomas que acabam de se separar são
haploides.
d. Telófase II
i. Os cromossomas atingem os polos, tornam-se finos.
ii. Desorganização do fuso acromático.
iii. Resultam 4 núcleos haploides.
Alterações Cromossómicas
Durante a meiose, podem ocorrer erros que conduzem a alterações na estrutura ou no
número de cromossomas – mutações cromossómicas numéricas ou estruturais.
Mutações numéricas: Anomalias em que há alteração do número de cromossomas.
Mutações estruturais: envolvem alterações no arranjo ou no número dos genes, mas mantêm-
se o número de cromossomas.
Aspetos comparativos entre Mitose e Meiose
Mitose Meiose
Ocorre para haver produção de gâmetas ou
Ocorre em células somáticas
esporos
Origina 2 células filha, cujo número de Origina 4 células filha, cujo número de
cromossomas é igual ao da célula mãe. cromossomas é metade do da célula mãe.
Não há emparelhamento de cromossomas Há emparelhamento de cromossomas
homólogos nem de fenómenos de crossing homólogos com possibilidade de crossing
over. over.
A quantidade de DNA das células filha é A quantidade de DNA das células filha é
igual à da célula mãe metade do da célula mãe
A informação genética das filhas é diferente
A informação genética das filhas é idêntica à entre si e da célula mãe devido à separação
da célula mãe. aleatória dos cromossomas e ao crossing
over
O centrómero divide-se na anáfase. O centrómero divide-se na anáfase II.
Ocorrem 2 divisões sucessivas, sendo a
Só ocorre uma divisão
divisão II semelhante à mitose.
Diversidade de estratégias na reprodução sexuada (Páginas 85-92)
Reprodução sexuada nos animais
Nos animais, as estruturas onde se produzem os gâmetas designam-se por gónadas, havendo
testículos, que produzem gâmetas masculinos, espermatozoides, e os ovários, que produzem
gâmetas femininos, óvulos (oócitos II). Estes podem ser hermafroditas ou unissexuados.
Animais hermafroditas:
→ São animais que são ao mesmo tempo macho e fêmea.
→ Um mesmo organismo produz tanto espermatozoides como óvulos, como acontece na
minhoca.
→ Hermafrodita suficiente: fecundação que ocorre entre gâmetas do mesmo indivíduo.
→ Hermafrodita insuficiente: fecundação cruzada onde ocorre troca de espermatozoides
entre 2 indivíduos, apesar de cada um deles possuir os 2 sexos.
Animais unissexuados:
→ Cada indivíduo tem apenas um dos sexos.
→ Fecundação externa:
 Efetua-se em meio líquido e ocorre na maioria das espécies aquáticas.
 Os animais colocam os óvulos e libertam o esperma na água – os
espermatozoides alcançam os óvulos por atrações químicas.
 Vantagens:
 Maior número de descendentes produzidos.
 Desvantagens:
 Produção de grande número de gâmetas, o que implica elevados gastos
energéticos.
 É necessário existir um grande sincronismo na libertação de gâmetas para
o mecanismo da fecundação ser eficaz.
 Os gâmetas podem ser levados por outros organismos.
 Há poucos cuidados parentais ao nível das futuras gerações.
→ Fecundação interna:
 O macho lança os espermatozoides dentro do corpo da fêmea.
 O encontro dos gâmetas ocorre no interior do corpo de um organismo produtor
de gâmetas.
 Vantagens:
 Aumenta a possibilidade de fecundação, uma vez que os gâmetas estão
muito próximos.
 Redução do número de gâmetas produzidos (menor dispêndio de energia).
 Os espermatozoides podem ser armazenados pela fêmea.
 Menor incidência da ação dos predadores.
 Maiores cuidados parentais.
 Desvantagens:
 Poucos ou 1 único filhote por parto.
Parada nupcial: complexo ritual efetuado, normalmente, pelo macho
para atrair a fêmea.

Reprodução sexuada nas plantas com flor


As plantas com flor apresentam reprodução
sexuada, estando os gametângios, órgãos
reprodutores femininos e masculinos localizados
nas flores.
Constituição da Flor:
→ Órgãos de Suporte: Pedúnculo e Recetáculo;
→ Órgãos de Proteção: Pétalas e Sépalas;
→ Órgãos de Reprodução: Carpelo (Estigma,
Estilete e Ovário) e Estame (Antera e Filete).
Nas anteras, os grãos de pólen originam as células reprodutoras masculinas, anterozoides.
No ovário encontram-se os óvulos que constituem as células reprodutoras femininas.
Fenómenos que ocorrem para se formar uma nova planta:
1. Polinização – é o transporte dos grãos de pólen das anteras para o estigma entre flores
da mesma espécie. Pode ser direta quando grãos de pólen caem diretamente no
estigma da mesma flor ou cruzada quando os grãos de pólen são transportados pelos
agentes de polinização para outra flor da mesma espécie.
2. Germinação do grão de pólen – após a polinização, os grãos de pólen existentes no
estigma germinam o tubo polínico que contem os anterozoides.
3. Fecundação – o tubo polínico penetra no ovário e fecunda os óvulos, originando um
ovo.
4. Frutificação – as pétalas e sépala e os estames da
flor murcham e caem e os ovos transformam-se
em sementes. Ao mesmo tempo se forma a
semente; o ovário aumenta de volume e origina
o pericarpo (parte do fruto exterior à semente).
5. Germinação da semente – consiste no desenvolvimento do embrião contido na
semente.
CICLOS DE VIDA – UNIDADE E DIVERSIDADE (Páginas 92-101)
Um ciclo de vida é uma sequência de acontecimentos que se verificam na vida de um ser vivo,
desde que se forma até que produz descendência. Apresenta 2 fenómenos complementares:
meiose e fecundação. Difere de acordo com o momento de ocorrência da meiose.
Num ciclo de vida, uma fase haploide alterna com uma fase diploide, havendo, por isso,
alternância de fases nucleares.
Fase haploide ou haplófase:
→ Compreendida entre a meiose e o momento
da fecundação;
→ Constituída por células haploides com n
cromossomas;
→ Resulta da meiose;
Fase diploide ou diplófase:
→ Compreendida entre a fecundação e o momento da meiose;
→ Constituída por células diploides com 2n cromossomas;
→ Resulta da fecundação;
Num ciclo de vida, a meiose pode ser:
→ Pós-zigótica: ocorre após a formação do zigoto; o organismo diz-se haplonte;
→ Pré-espórica: ocorre na formação de esporos; o organismo diz-se haplodiplonte;
→ Pré-gamética: ocorre na formação de gâmetas; o organismo diz-se diplonte.

Ciclo de vida haplonte – a espirogira (Páginas 92-94)


A espirogira é uma alga de água doce. Forma agregados filamentosos constituídos por células
dispostas topo a topo. Reproduz-se assexuadamente por fragmentação em condições mais
favoráveis (primavera). Em
condições desfavoráveis, ocorre
reprodução sexuada (no verão,
quando os charcos secam.
Nos filamentos de espirogira
forma-se um túbulo de
conjugação que leva o material
do gâmeta dador até ao gâmeta
recetor e ocorre a fecundação,
formando-se um zigoto diploide
em cada célula recetora.
O zigoto fica rodeado de uma parede espessa e passa a estar em estado latente até que as
condições do meio sejam favoráveis.
O zigoto sofre meiose e formam-se 4 núcleos haploides, 3 degeneram ficando 1 núcleo
haploide, que, por mitoses sucessivas, forma um novo fragmento de espirogira.

Ciclo de Vida Haplonte:


→ Ocorre em fungos e protistas;
→ Organismo haplonte;
→ Meiose pós-zigótica;
→ O único estado diploide é o zigoto.

Ciclo de vida haplodiplonte – o polipódio (Páginas 95-96)


O polipódio é um feto comum que vive em locais húmidos. Possui um sistema vascular
formado por tecidos condutores, mas não produzem sementes. É constituído por:
→ Caule subterrâneo (rizoma) de onde saem as raízes;
→ Folhas muito recortadas;
Reproduz-se assexuadamente por multiplicação vegetativa através do rizoma, e sexuadamente
– este tipo de reprodução está dependente da formação de esporos.
Durante a época de reprodução desenvolvem-se soros que se localizam na página inferior das
folhas e correspondem a grupos de esporângios.
As células-mães dos esporos
sofrem meiose, originando os
esporos. Estes são libertados
por rompimento do esporângio,
caem na terra e germinam,
originando o protalo.
O protalo é o gametófito e é
uma estrutura multicelular
fotossintética de vida
independente. Possui:
→ Anterídeos – onde se formam os anterozoides;
→ Arquegónios – onde se formam as oosferas;
Os anterozoides nadam até ao arquegónio, nos quais se vão fundir com as oosferas.
A fecundação é dependente da água e origina um zigoto diploide que, por mitoses sucessivas,
origina o esporófito, planta produtora de esporos.

Ciclo de vida haplodiplonte


→ Organismo haplodiplonte (muitas plantas);
→ Alternância de gerações gametófita (estrutura multicelular haploide) e esporófita
(estrutura multicelular diploide);
→ Ocorre meiose pré-espórica;
→ Da germinação do esporo e da sua divisão por mitoses sucessivas resulta o gametófito,
a partir do qual se formam os gametângios que, por sua vez, originarão os gâmetas;
→ O organismo adulto é diploide;

Ciclo de vida diplonte – o ser humano


(Páginas 96-97)
O ser humano reproduz-se exclusivamente de forma
sexuada. Apresenta dimorfismo sexual.
A meiose é pré-gamética. Os gâmetas masculinos são
os espermatozoides e são produzidos nos testículos.
Os gâmetas femininos são os oócitos II e são
produzidos nos ovários.
A fusão dos dois gâmetas origina um zigoto diploide
que se divide para originar um indivíduo multicelular
diplonte.
Ciclo de vida diplonte
→ Ciclo de vida do homem e da maioria dos animais;
→ Meiose pré-gamética;
→ O único estado haploide são os gâmetas;

Relações entre o ciclo de vida dos organismos e o meio; Intervenções


humanas nos ciclos de vida dos seres vivos (Páginas 97-101)
As condições do meio interferem, geralmente, nas soluções de reprodução: a reprodução
assexuada é o processo eleito em época favorável e a sexuada em condições desfavoráveis.

Por outro lado, as atividades humanas podem afetar a reprodução dos organismos.
U7 – Evolução biológica
→ Como é que a ciência e a sociedade têm interpretado a grande diversidade dos seres
vivos?

UNICELULARIDADE E MULTICELULARIDADE (Páginas 110-118)


Pensa-se que a vida terá a sua origem num único ser unicelular e que ao longo de muitos
processos evolutivos terá originado toda esta grande biodiversidade.

Modelos Endossimbiótico e Autogénico – Origem dos Eucariontes


Os seres eucariontes terão aparecido mais tarde na história da Terra, os fósseis mais antigos
datam de há cerca de 1800 milhões de anos, a acritarca, grupo de microfósseis esféricos, de
parede celular orgânica, que foram encontrados em rochas Pré- câmbrico.
O que terá acontecido entre o aparecimento dos procariontes e o aparecimento dos
eucariontes que diferem, no registo fóssil cerca de 2000 milhões de anos?
Na procura desta resposta existem vários modelos explicativos que lançam hipóteses para
explicar o aparecimento dos seres eucariontes a partir dos procariontes.
De acordo com o modelo autogénico, os organelos das células eucarióticas terão surgido como
resultado de invaginações sucessivas da membrana dos procariontes. Diversos fragmentos de
DNA podem ter migrado do núcleo recém-formado para os compartimentos
endomembranares formando organelos (mitocôndrias e cloroplastos, por exemplo).
Argumentos a favor:
1. Continuidade física e semelhança estrutural entre as membranas celulares internas e
externa.
Argumentos contra:
1. Este modelo não teve
grande aceitação pela
comunidade científica pois
não esclarece a especialização
das membranas invaginadas,
nomeadamente as
mitocôndrias e cloroplastos.
Era de esperar que as
mitocôndrias e os
cloroplastos que resultaram
da invaginação tivessem o
DNA semelhante ao DNA do
núcleo e isso não acontece.
Segundo o modelo endossimbiótico, as mitocôndrias e cloroplastos resultam da incorporação
de células procarióticas aeróbias e/ou fotossintéticas por outras células.
Argumentos a favor da hipótese endossimbiótica:
1. Mitocôndrias e cloroplastos assemelham-se a bactérias.
2. Mitocôndrias e cloroplastos têm o seu próprio genoma (DNA).
3. Dividem-se independentemente do resto da célula.
4. Os ribossomas dos cloroplastos e mitocôndrias são muito mais semelhantes em
tamanho e em características bioquímicas aos dos procariontes do que aos eucariontes.
5. Existem associações simbióticas entre bactérias e alguns eucariontes.
Argumentos contra:
1. Não explica a origem do núcleo e dos restantes organitos endomembranares.
Alguns cientistas admitem que as células eucarióticas se formaram a partir de endossimbiose
e também a partir de invaginações da membrana citoplasmática, conciliando o 2 principais
modelos.

Origem da multicelularidade
O bom funcionamento da célula depende do seu metabolismo, e este conjunto de fenómenos
está inteiramente dependente das trocas com o meio extracelular. Os organismos unicelulares
não podem aumentar indefinidamente o seu tamanho. Quando há um aumento de volume,
aumenta também o seu metabolismo, mas a célula não pode contar com um aumento
equivalente na eficácia de trocas com o meio externo, uma vez que a superfície não aumenta
na mesma proporção.
A troca de substâncias torna-se menos eficiente para células com elevadas dimensões. Para
ultrapassar esta limitação, alguns organismos desenvolveram estratégias em que se destaca a
organização em colónias e a evolução para organismos multicelulares enquanto outros
reduziram o seu metabolismo.

A divisão celular está relacionada com a necessidade de equilíbrio na razão área/volume.


Colónias: Numa fase inicial, ter-se-ão formado grupos
de células que, após divisão celular, permaneceram
juntas. Ex: Algas do género Volvox, que forma
agregados coloniais constituídos por uma esfera oca,
envolvida por uma camada monoestratificada de 500
a 50000 pequenas células biflageladas; apesar de
Volvox ser constituída por várias células
estruturalmente ligadas entre si (interdependentes),
sob o ponto de vista funcional, não ocorreu
diferenciação, já que as células são todas
semelhantes, com exceção das células reprodutoras.
É provável que em algumas colónias certas colónias determinadas células se tenham
diferenciado e especializado, passando esta a comportar-se como um só indivíduo
multicelular.

A multicelularidade permite aos organismos:


→ Aumentar a dimensão;
→ Reduzir a taxa metabólica;
→ Aumentar a especialização celular;
→ Ampliar a dependência em relação ao ambiente.
Vantagens da multicelularidade:
→ Permitiu a ocorrência de
mecanismos de regulação que
conduziu à diferenciação
celular que impulsionou a
evolução dos seres vivos.
→ A grande diversidade de formas
e funcionalidades possibilitou a
adaptação a diferentes
ambientes.
→ Os seres de maiores dimensões
sobreviveram sem comprometer as trocas com o meio externo, pois surgiram órgãos
especializados na realização dessas trocas.
→ Aumento da eficácia na utilização de energia (devido à especialização).
→ Passou a existir maior independência em relação ao meio externo, uma vez que os
órgãos passaram a contribuir para a manutenção do meio interno em condições
favoráveis à vida.

EVOLUCIONISMO E FIXISMO (Páginas 119-140)


Fixismo
Corresponde à primeira tentativa de explicação da biodiversidade dos seres vivos.
Compreende a hipótese criacionista, a da geração espontânea e a catastrofista. As três
correntes fixistas têm em comum o facto de não aceitarem alterações nos seres vivos, estes
são imutáveis.

Geração Espontânea
Explica a origem e a diversidade dos seres vivos por receitas, através dos quais a matéria
inorgânica se transforma em matéria orgânica. Acreditava que os seres vivos eram criados a
partir da matéria inanimada e que por um princípio ativo (uma espécie de força), se
transformava em matéria viva.

Criacionismo
Os seres vivos foram criados por ação divina, já descrito no Livro dos Génesis, Bíblia. Como obra
divina os seres são perfeitos e estáveis ao longo do tempo, as imperfeições são explicadas pela
imperfeição e corrupção do mundo. Está relacionado com aspetos religiosos e não pode ser
tratado pela ciência, tem a ver com as crenças e fé das pessoas.

Catastrofismo
Enunciada por Cuvier, atribui a biodiversidade à ocorrência de catástrofes que eliminaram os
seres vivos e os substituíram por outros diferentes. Cuvier, que fez estudos paleontológicos,
justificava que os fósseis das várias camadas que se encontravam extintas, correspondiam a
criações anteriores (é uma teoria fixista).
Lineu, um criacionista convicto, foi o pai da sistemática, ou seja, classificou os seres vivos de
uma forma hierarquizada, tendo para o efeito necessariamente de os analisar e comparar. A
Lineu faltou-lhe visão para perceber que as semelhanças e as diferenças entre os seres vivos
não são devidas a um criador mas antes a alterações dos seres vivos a partir de um ancestral
comum.

Evolucionismo
As espécies alteram-se de forma longa e gradual ao longo do tempo, originando outras
espécies. As espécies evoluem a partir de outras pré-existentes. Esta teoria teve a contribuição
da Geologia.
Contributos da Geologia:
→ A idade da terra calculada era muito maior do que a pensada inicialmente;
→ A descoberta, cada vez mais frequente, de fósseis permitiu descrever formas de vida
muito diferentes das atuais
Lamarckismo
As ideias de Lamarck para explicar a existência da evolução podem resumir-se em 2 princípios
fundamentais:
→ Lei do Uso e do Desuso – a necessidade de um órgão em determinado ambiente cria
esse órgão e a função modifica-o, podendo-o desenvolver ou atrofiar.
→ Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos – as modificações que se produzem nos
organismos ao longo da sua vida, são hereditárias, originando mudanças morfológicas
na população.
Adaptação: faculdade dos seres vivos de desenvolverem características estruturais ou
funcionais que lhe permitissem sobreviver e reproduzir-se em determinado ambiente.
Para Lamarck, o ambiente condiciona a evolução, na medida em que “estimula” o
desenvolvimento ou atrofia de características morfofuncionais.

Darwinismo
Dados Geológicos:
→ As leis naturais são constantes no tempo e no espaço.
→ Deve-se explicar o passado através dos dados do presente.
→ Na longa história da terra, ocorreram mudanças geológicas lentas e graduais.
Dados da Biogeografia:
→ Darwin verificou que existem 7 variedades de tartarugas gigantes nas Ilhas Galápagos;
apesar de as tartarugas apresentarem diferenças, estes animais são muito semelhantes
entre si, o que fez Darwin pensar que tinham tido uma origem comum. As
características particulares de cada ilha condicionaram a evolução de cada espécie, daí
a sua diferenciação.
Seleção natural, artificial e variabilidade:
→ Ao longo de gerações e recorrendo a cruzamentos seletivos previamente selecionados
é possível obter as características desejadas. Desta forma, plantas e animais assim
obtidos são substancialmente diferentes dos seus ancestrais selvagens. Como, neste
caso, é o Homem que seleciona os cruzamentos, diz-se que ocorreu uma seleção
artificial.
→ Na natureza ocorre um processo semelhante. Neste caso quem exerce a pressão
seletiva são os fatores ambientais, por essa razão chama-se seleção natural. A seleção
natural é o conceito que marca a teoria evolucionista de Darwin.
Contributo de Malthus na teoria de Darwin:
→ A população cresce em progressão geométrica, muito
mais rapidamente que a produção de alimentos que
cresce em progressão aritmética.
→ Há luta pela sobrevivência, em que os mais aptos
sobrevivem, face aos menos aptos, permanecendo a
população estacionária.
A Teoria de Darwin pode ser resumida nos seguintes pontos:
→ Os seres vivos apresentam variações entre si (variabilidade intraespecífica).
→ Em cada geração há eliminação de indivíduos porque se estabelece uma luta pela
sobrevivência devido à competição de alimento, espaço, etc.
→ Por seleção natural, sobrevivem os mais aptos. Estes vivem mais tempo, reproduzem-se
mais e transmitem as características à descendência (reprodução diferencial).

Darwinismo vs Lamarckismo
Argumentos do Evolucionismo
Argumentos Anatómicos
Baseiam-se no grau de semelhança dos caracteres morfológicos, ou seja, na anatomia
comparada.
Estruturas homólogas: Possuem idêntica organização estrutural, têm a mesma origem,
podendo desempenhar funções diferentes. Apresentam evolução divergente dado que as
pressões seletivas do meio são diferentes.

Estruturas análogas: Têm origem em ancestrais diferentes mas apresentam função


idêntica. Apresentam evolução convergente dado que as pressões do meio são semelhantes.
Estruturas vestigiais: Estruturas atrofiadas com função não evidente e desprovidas de
significado fisiológico em determinados grupos. Noutros grupos, porém, existem estruturas
equivalentes que são desenvolvidas e funcionais.

Argumentos Paleontológicos
Baseiam-se na análise e interpretação dos fósseis.
Fósseis de transição ou Formas sintéticas: Correspondem a
fósseis de indivíduos que apresentavam características de 2 ou mais
classe atualmente distintas, permitindo-nos concluir que essas
classes tiveram um mesmo ancestral comum e que sofreram um
processo de evolução divergente.
Argumentos Embriológicos
A Embriologia sugere a
existência de relações de
parentesco entre diferentes
grupos de seres vivos.
Argumentos Citológicos
Todos os seres vivos são
constituídos por unidades
estruturais, as células, o que
constitui um argumento a
favor de um ancestral
comum.
Argumentos Bioquímicos
Baseiam-se em:
→ análise de proteínas – análise da sequência de
aminoácidos;
→ hibridação do DNA – o DNA é a molécula que
contem o material genético dos seres vivos,
sendo transmitido ao longo das gerações,
assim, quanto maior a hibridação entre 2
moléculas de DNA, maior o parentesco entre 2
espécies, pelo que a hibridação do DNA é um
argumento a favor do evolucionismo;
→ reações imunitárias e sorológicas;
→ excreção de produtos azotados;

Neodarwinismo – Teoria Sintética da Evolução


Fenótipo: aparência física ou evidência de uma dada característica.
Genótipo: conjunto dos genes responsáveis por uma dada característica.
População: Conjunto de indivíduos da mesma espécie que ocupam uma dada área geográfica
e que se cruzam entre si, partilhando o mesmo fundo genético.
Fundo genético: conjunto de todos os alelos únicos de uma determinada população ou espécie
que num dado momento ocupam uma determinada área geográfica que trocam livremente
entre si os seus genes e que formarão a base para o fundo genético da geração seguinte.
Para os neodarwinistas, existe uma variabilidade genética intraespecífica nas populações,
sobre as quais atua a seleção natural, e que se deve à reprodução sexuada (meiose, fecundação
e recombinação génica) e a mutações.
Fatores promotores da evolução:
→ Mutações – correspondem a alteração do material genético, sendo o fator que introduz
a novidade genética numa população.
→ Migrações – correspondem à movimentação de indivíduos de uma região para outra, o
que vai corresponder logicamente a movimentações de genes.
→ Deriva genética – corresponde à alteração, ao acaso, das frequências genéticas de uma
população ao longo de gerações, sendo também mais notória esta alteração quanto
menor for a população.
→ Cruzamentos não-aleatórios – são um caso especial de acasalamento, não ao acaso
Segundo os neodarwinistas:
→ Há variabilidade genética intraespecífica, numa população ancestral.
→ Essa variabilidade deve-se a mutações e recombinação génica.
→ Por seleção natural, sobrevivem os mais aptos, e passam os seus genes aos
descendentes por reprodução diferencial.

U8 – Sistemática dos seres vivos


→ Face à diversidade, que critérios para sustentar um sistema de classificação dos seres
vivos?
Sistemática: Ciência que faz o estudo científico dos seres vivos, das suas relações evolutivas e
que desenvolve sistemas de classificação que refletem essas relações.
Taxonomia: O ramo da sistemática que se ocupa da classificação dos seres vivos e da
nomenclatura (dar nome um nome aos grupos formados).
SISTEMÁTICA = Taxonomia + Biologia Evolutiva
Espécie: População ativa de organismos que partilham o mesmo fundo genético com
características anatómicas, fisiológicas e de comportamento semelhantes, podendo, em
condições naturais, cruzar-se e originar descendentes férteis
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO (Páginas 147-159)
Diversidade de critérios de classificação
Hierarquia das categorias taxonómicas
→ Cada categoria taxonómica é designada por taxon (plural: taxa).
→ Consideram-se 7 grupos/categorias taxonómicas.
→ São consideradas categorias intermédias entre os taxa principais,
tais como sub-filo, super-classe, etc.
→ O número de seres vivos em cada categoria taxonómica vai
diminuindo do reino para a espécie, no entanto, as suas
semelhanças vão sendo cada vez maiores.

Nomenclatura – Regras Básicas


TAXONOMIA = Classificação + Nomenclatura
→ Na nomenclatura dos seres vivos, é usado o latim (em itálico ou sublinhado quando
manuscrito) seguindo as regras elaboradas por Lineu.
→A espécie apresenta
nomenclatura binominal (ex:
Canis lupus): o primeiro termo
corresponde ao género e o
segundo ao restritivo
específico.
→ A designação do género é
iniciada com letra maiúscula e o restritivo específico é escrito sempre em minúscula.
→ A seguir à designação científica da espécie, deve constar o autor e a data em que o ser
vivo foi descrito pela primeira vez.
→ A subespécie tem nomenclatura trinominal e todos
os taxa superiores à espécie apresentam
nomenclatura uninominal.
→ O nome da família, no caso dos animais, obtêm-se acrescentando a terminação –idae à
raiz do nome de um dos géneros desta famílias, nas plantas a terminação que identifica
a família é –aceae.

OS REINOS DA VIDA (Páginas 147-159)


Sistema de Classificação de 5 Reinos de Whittaker

Sistema de Classificação de Woese


Alguns sistematas, baseados em dados moleculares, consideram para a ordenação da vida
um sistema de 3 domínios (táxon superior a reino) e 6 reinos.

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