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Imuno-Hematologia
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
HEMATOLOGIA
Imuno-Hematologia
Pollyana Lyra
Sumário
Imuno-Hematologia.........................................................................................................................................................3
Aspectos Gerais.. ...............................................................................................................................................................3
Propriedade dos Antígenos (Ags). . .......................................................................................................................15
Propriedades dos Anticorpos (Acs). . ...................................................................................................................15
Classificação dos Anticorpos..................................................................................................................................15
Estrutura Básica do Anticorpo...............................................................................................................................16
Classes de Anticorpos.................................................................................................................................................17
Reação Antígeno-Anticorpo.....................................................................................................................................17
Potencial Zeta.. .................................................................................................................................................................18
1. Redução da Carga Elétrica das Hemácias:...................................................................................................19
2. Variação da Composição do Meio:....................................................................................................................19
3. Outros Fatores:.. ..........................................................................................................................................................19
Sub-Grupos ABO. . ............................................................................................................................................................21
Sistema RH........................................................................................................................................................................22
Prova de Compatibilidade. . .......................................................................................................................................26
Questões de Concurso................................................................................................................................................ 28
Gabarito...............................................................................................................................................................................42
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................43
Referências........................................................................................................................................................................66
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Pollyana Lyra
IMUNO-HEMATOLOGIA
Olá! Eu sou a professora Pollyana Lyra e estudo com você os conhecimentos específicos
da área da Farmácia.
Vamos abordar, durante esta aula, um tema que simplesmente adoro! =)
Imuno-hematologia! Deve ser porque sou Farmacêutica de Hemocentro, né? E aí eu vejo
diariamente como o conhecimento desse tema influencia na vida dos pacientes. Bom, mas vou
deixar de conversa e iniciar....
Aspectos Gerais
A imuno-hematologia estuda todo o aspecto genético, sorológico, bioquímico e molecular
dos constituintes sanguíneos e que são utilizados nos bancos de sangue e terapias com os
hemocomponentes e hemoderivados.
Aqui vale uma nota! O termo “banco de sangue” é condenado por diversas frentes políticas
de saúde no Brasil, você sabia disso? Pois é, é porque “banco” denota valor monetário e no
nosso país a doação de sangue é, oficialmente, um gesto voluntário e altruísta. É uma doação e
não pode ter valor monetário atrelado ao conceito de doar e receber sangue, órgãos e tecidos!
Pois bem... sigamos............
Para iniciar o estudo de imuno hematologia, devemos lembrar que não existe apenas o
antígeno A, B e D na superfície de uma hemácia... Isso mesmo, há uma diversidade ampla de
antígenos eritrocitários, eles podem se expressar em um único locus gênico no plasma, leucó-
citos e até nas plaquetas. A maioria desses constituintes são imunogênicos pois são capazes
de desencadear respostas imunológicas, criando anticorpos e respondendo como substância
estranha, aí está o exemplo das doenças autoimunes que podem ocorrer, e isso se dá o nome
de imunogenicidade.
Os antígenos A, B e D (fator Rh) são os mais imunogênicos e, em casos de doação, devem
ser investigados tanto o doador quanto o receptor. Em seguida, o K é próximo a ser mais imu-
nogênico, mas eles não se limitam a esses, temos mais de trezentos antígenos na superfície
das hemácias (loucura né?).
Normalmente, nós temos ciência do nosso tipo sanguíneo do grupo ABO, certo? Eu, por
exemplo sou A+ (e você?)..... Bom, seja lá qual for, ele expressa o antígeno que você tem “gru-
dadinho” na sua hemácia.. Eu, por exemplo tenho o A e o D (Rh)....
Isso significa que eu nasci com o antígeno A e D e que nasci com os anticorpos naturais
(ou também chamados de regulares) do tipo anti-B. A pessoa que não nasce com nenhum
antígeno na superfície (do grupo ABO) é do tipo O-, então ela naturalmente produz anti-A e
anti-B e por isso não podem receber sangue das pessoas que possuem esse antígeno na sua
hemácia.... O que nós não sabemos, as vezes, é que existem outros eventos sensibilizantes
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para outros antígenos eritrocitários.... Lembra dos 300 antígenos que eu falei? Pois é... nós
não testamos, em geral, se temos ou não temos eles.... então... pode ser que não tenhamos e
o doador tenha..... e aí desenvolvemos antígenos (irregulares) contra eles...
Acontece que não tem muito problema porque esses antígenos não são tão imunogênicos
como os regulares (anti-A e Anti-B) então nós nem sentimos isso.... mas com exposições repe-
tidas a esses eventos sensibilizantes (gravidez, transfusão de sangue por exemplo...) pode ser
que esses anticorpos sejam capazes de provocar alguma reação ruim....... e os conhecimentos
da Imuno-hematologia se aplicam justamente para evitar que haja essa sensibilização no mo-
mento da doação de sangue.
Em alguns casos, onde já podemos prever uma exposição repetida a evento sensibilizató-
rio (paciente candidato à politransfusão, por exemplo)... como paciente com leucemia, o fenó-
tipo desse sangue deve ser conhecido de forma mais estendida... não apenas os antígenos A,
B e D.... para que possamos selecionar melhor a bolsa de sangue que ele irá receber.... Para
conseguirmos selecionar uma bolsa mais “pura”, mais “compatível” com esse receptor!
Nesse sentido, vários métodos já foram usados para determinar os antígenos na superfície
das hemácias, entre eles:
• Radioimunoensaio
• ELISA
• Microscopia eletrônica
• Citometria de fluxo (mais recente)
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Esses antígenos podem estar na membrana eritrocitária, na saliva, nos líquidos biológicos,
células epiteliais, endoteliais, linfócitos e plaquetas. A expressão começa a partir da 5ª sema-
na de vida intrauterina, os recém-nascidos possuem cerca de um terço dos sítios antigênicos
A/B. A expressão máxima ocorrerá dos 2 – 4 anos.
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Podemos observar que a diferença para cada antígeno é a posição e o tipo de açúcar ligado
a molécula.
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Agora vamos entender o que cada grupo ABO possui de aglutinogênio e aglutininas (antí-
geno e anticorpos):
Sistema Grupo Rh
Além do grupo ABO, existem diversos outros sistemas.... Um deles, que está entre os mais
conhecidos (por ser bastante imunogênico) é o sistema Rh. Esse grupo foi descoberto quando
um antissoro aglutinou quase 85% dos eritrócitos humanos, em um experimento, e foi denomi-
nado fator Rh (Rhesus) por conta do experimento envolvendo macacos Rhesus. Em seguida,
foi descoberto que havia a mesma especificidade do anti-Rh que causava a Doença Hemolitica
do Recém-Nascido (DHRN).
Esse grupo abrange muitos antígenos, mas utilizam 5 antissoros básicos: anti-D, anti-C,
anti-E, anti-c e anti-e. São vários, né? Normalmente se fala mais em anti-D, apenas.....
A maioria dos anticorpos contra antígenos Rh é do isotipo IgG (IgGl e IgG3), embora se-
jam conhecidos raros exemplares de IgM e IgA. Os anticorpos anti-Rh são reativos a 37ºC e
normalmente detectados na hemaglutinação. Como dito anteriormente, esses anticorpos são
associados a reações transfusionais hemolíticas.
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Agora, para o público em geral, os ensaios que fazemos para fenotipar o sangue normal-
mente são o Sistema ABO e Rh. Vamos ver como ele é realizado?
Determinação do grupo ABO
Prova direta ou globular (Beth Vincent)
Consiste em colocar soros-teste conhecidos, anti-A, anti-B e anti-AB, frente a hemácias a
serem testadas a fim de se identificar a presença ou não dos antígenos A e B.
Se você tiver medo de confundir....... Lembre-se que a tipagem direta pesquisa DIRETA-
MENTE se você tem os antígenos A e B..... e a tipagem reversa pesquisa se você tem eles
também, mas de forma indireta! Já que, na ausência de A, produzimos anti-A; na ausência de B,
produzimos anti-B; e na ausência dos dois, produzimos anti-A e anti-B. Ao pesquisar se temos
esses anticorpos INDIRETAMENTE, saberemos se temos ausência dos antígenos! Por isso, na
reversa se usa o antígeno A e B para testar se você tem os anticorpos anti-A e anti-B.
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Mas assim, na realidade, esses mesmos ensaios podem ser realizados em lâmina, em tu-
bos ou em microtubos.
Atualmente, os laboratórios de Imuno-hematologia de agências transfusionais mais mo-
dernas utiliza a técnica de microtubos em gel, que segue o mesmo princípio, mas utiliza micro-
tubos já contendo alguns reagentes (por exemplo anticorpos monoclonais anti-A, anti-B) e, ao
receber a hemácia do paciente, forma um botão sinalizando a positividade da reação.
Dependendo da força da aglutinação, o botão formado pode migrar pelo gel contido no
microtubo e formar um padrão de resultado dependendo de intensidade de cruzes, conforme
desenho abaixo:
Normalmente, a reação do A e B com anti-A e anti-B são intensas e formam botões com
padrão 4+, já os demais antígenos podem formar reações com diferentes intensidades (a de-
pender a imunogenicidade do antígeno). Assim, temos reações positivas 1+, 2+ e 3+ além da
4+. O padrão de reação negativa é o microtubo mais à direita, representado por 0.
Esses microtubos são comercializados em conjunto, formando uma espécie de cartão
onde são pipetados os reagentes e observados os resultados.
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Vamos fazer um teste? Vai que cai em prova.......... Observe o cartão abaixo:
Fonte: Anvisa
Os primeiros 3 tubos são de tipagem direta (ABO e Rh) e os dois da direita são da tipagem
reserva. O tubo identificado ctl é do controle.
Observe que o primeiro microtubo está com o botão bem definido e na superfice do gel,
logo temos um padrão positivo 4cruzes. Ou seja, o paciente tem o antígeno A. Nesse tubo foi
pipetada hemácia do paciente que reagiu com o anticorpo monoclonal anti-A que já vem no
tubo do teste. Já no microtubo B, deu o padrão de resultado 0 (negativo). Então, pela prova dire-
ta, esse paciente é do tipo A! Como o paciente deu positivo 4+ também no D, ele é Rh positivo!
Para confirmar essa tipagem, observamos agora os dois últimos tubos que contêm o soro
do paciente (com os possíveis anticorpos que eles possuem) e as hemácias comerciais com
tipagem conhecida (A e B). Após centrifugação observamos o botão apenas no B, o que sig-
nifica que esse paciente tem o anticorpos anti-B, confirmando que ele não possui B em sua
hemácia (o que já havíamos observado na tipagem direta) e que possui o antígeno A, já que
não possui o anticorpo Anti-A (o que também confirma o que observamos na tipagem direta).
Sendo assim, temos um resultado confirmado por tipagem direta e reversa sendo A+ para
o paciente.
Pesquisa de Anticorpos Irregulares
Além da tipagem sanguínea (direta e reversa), temos ainda outros exames pré-transfusio-
nais obrigatórios e que também são considerados de triagem para pesquisa de incompatibili-
dade materno – fetal. Estou falando do teste de Coombs! Esse teste, no ambiente de hemote-
rapia, é mais conhecido como pesquisa de anticorpos irregulares. Isso porque na realidade é
isso que se faz ao se realizar o teste de coombs!
Nesse teste fazemos a pesquisa de anticorpos que são produzidos após o nascimento, ao
sermos expostos a eventos sensibilizantes como por exemplo gestação, transfusão sanguínea
e transplantes! Portanto, pesquisa-se no soro do paciente se ele possui anticorpos irregulares.
Dividimos esse teste em direto e indireto! Sendo que o direto é a pesquisa desses anticorpos
diretamente na superfície da hemácia e indireto é realmente se eles estão no soro desses pa-
cientes. Vamos estudar um a um agora!
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Nessa tabela entendemos quem pode doar e receber de outro grupo sanguíneo.
A compatibilidade das hemácias é primordial para evitar as reações transfusionais. Já as
plaquetas precisam atender a compatibilidade do sistema ABO nas transfusões sanguíneas,
os antígenos ABO são expressos nas plaquetas.
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E por falar em compatibilidade, vamos abordar algumas propriedades dos antígenos que
estão presentes e acabam influenciando essa compatibilidade....
Esses antígenos vão reagir com os anticorpos produzindo alguns efeitos que impedem (ou
limitam) o uso do hemocomponente como terapia... por isso é essencial rever alguns pontos
importantes sobre anticorpos e também sobre a reação antígeno-anticorpo, pois é ela que aca-
ba sendo central nesse tipo de terapia.
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de Sí
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Sí gaç o co
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li g en m
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Classes de Anticorpos
Diferenças estruturais na região Fc definem os cinco subtipos principais, ou clas ses, de
imunoglobulinas: IgM, IgD, IgG, IgE e IgA. Esses subtipos diferem entre si em tamanho, carga
elétrica, composição de aminoácidos e conteúdo de carboidratos. Os braços das moléculas de
imunoglobulina são denominados fragmentos Fab (do inglês fragment antigen binding) e cons-
tituem a região de ligação com o antígeno. As moléculas de imunoglobulina, ou anticorpos,
apresentam diferenças na sequência de aminoácidos nas porções Fab, em regiões denomina-
das regiões determinantes de complementaridade (CDRs, do inglês complementary determi-
nig region).
A tabela a seguir traz as principais características das cinco classes de anticorpos.
Reação Antígeno-Anticorpo
Os antígenos podem se unir ao anticorpo de diferentes maneiras. A variação nas sequên-
cias dos domínios de cadeia variável do anticorpo determina a especificidade em relação ao
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antígeno. As regiões de cadeia variável de um anticorpo são diferentes para cada molécula de
anticorpo, e essa variação é concentrada em alguns locais. As regiões localizadas na sequên-
cia hipervariável formam o sítio de ligação com o antígeno. A ligação antígeno–anticorpo é
feita de forma reversível e pode ser entendida como uma interação de macromoléculas com
seus ligantes em geral. O complexo antígeno–anticorpo exibe alto grau de complementaridade
química e estrutural, com interação das suas superfícies.
As principais características das reações antígeno-anticorpo são:
• Especificidade: chave-fechadura (sítios de ligação são complementares e específicos);
• propriedade de reversibilidade;
• multiplicidade de reações químicas:
− pontes de hidrogênio;
− forças eletrostáticas;
− Van de Walls;
− ligações hidrofóbicas.
• Afinidade: força de reação de um único determinante antigênico e um único sítio de
ligação do Ac.
• Avidez: é a força resultante da ligação entre um Ag com muitos epítopos e anticorpos
multivalentes.
• Toda reação Ag-Ac é exotérmica (libera calor): entalpia negativa:
− Acs frios: entalpia fortemente negativa (libera muito calor);
− Acs quentes: menor variação de entalpia (libera menos calor).
Potencial Zeta
A superfície da célula possui carga elétrica que é principalmente conferida por sítios ter-
minais das glicoproteínas e dos glicolipídeos. Essa carga é geralmente negativa, e seu grau de
negatividade pode variar de acordo com o número e a carga de íons expressos na superfície.
Como cargas iguais se repelem, os eritrócitos em suspensão permanecem separados uns
dos outros em meio salino. Os eletrólitos contidos no meio envolvem cada hemácia como uma
nuvem de íons positivos que se torna menos densa à medida que se distancia do glóbulo. Na
figura a seguir, observamos a representação esquemática do eritrócito em solução fisiológica,
com a diferença de potencial cria da entre a nuvem de cátions (carga positiva) atraídos pelas
cargas elétricas negativas da membrana eritrocitária e o meio é chamado de Potencial Zeta.
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3. Outros Fatores:
• pH: ligação Ag-Ac é ótima em pH entre 6,5 e 7,5;
• temperatura: IgM e crioaglutininas (4 a 22 °C), IgG (37 °C);
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• concentração dos Acs: excesso de Acs: efeito pró-zona, excesso de Ags: efeito pós-zona;
• n. de sítios antigênicos: subgrupos ABO, D fraco, efeito de dose.
“Art. 119. A tipagem ABO será realizada testando-se as hemácias com reagentes anti--A, anti-B e
anti-AB, sendo que, no caso de serem usados antissoros monoclonais, a utilização do soro anti-AB
não é obrigatória.
§ 1º A tipagem reversa deve ser sempre realizada, testando-se o soro ou plasma de amostra da
doação com suspensões de hemácias conhecidas A1 e B e, opcionalmente, A2 e O.
§ 2º Nenhum componente sanguíneo será rotulado e liberado para utilização até que qualquer dis-
crepância entre a tipagem direta e reversa tenha sido resolvida.”
Além disso...
“Art. 121. O registro de uma tipagem ABO e RhD prévia de um doador não serve paraa identificação
das unidades de sangue subsequentemente doadas pelo mesmo doador.
§ 1º Novas determinações devem ser realizadas a cada doação.”
E mais...
Portanto:
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Obs.: Anticorpos ABO causam rejeição de transplantes não isogrupos de órgãos sólidos, tais
com rins, fígado e coração.
Nem sempre causam rejeição em caso de transplante de tecidos, tais comocórneas,
peles e ossos.
Sub-Grupos ABO
Embora sejam formados pelo mesmo açúcar, os subgrupos do grupo A apresentam dife-
renças quantitativas e qualitativas. Sabe-se que o gene A1 difere do gene A2 por uma deleção
de base na região C-terminal, além de apresentar uma mutação que determina uma substi-
tuição de aminoácidos (prolina para leucina) na glicosiltransferase resultante. O fenótipo A2,
comum em caucasianos, é detectado, sorologicamente, por meio da capacidade de esses eri-
trócitos aglutinarem com o soro anti-A e de não aglutinarem com o soro lectina anti-A1 (doli-
chos biflorus), ao contrário do fenótipo A1, cujas hemácias são aglutinadas na presença desse
reagente. A elucidação de subgrupos sanguíneos pode ser realizada mediante fenotipagem
das amostras com lectinas anti-A1 e anti-H (ulex europaeus), além de técnicas de fixação e
eluição e pesquisa de antígenos na saliva de indivíduos secretores.
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Sistema RH
O sistema Rh é o mais complexo sistema de grupos sanguíneos, e, depois do sistema ABO,
é o de maior importância clínica. Descoberto em 1939, tornou-se o sistema de grupo sanguí-
neo com mais alto polimorfismo entre os marcadores conhecidos da membrana eritrocitária.
As principais características são:
• são antígenos proteicos (até o momento foram descritos 55 Ags – ISBT/2018);
• os antígenos D, E, e, C, c são responsáveis por 99% dos problemas clínicos;
• é o sistema mais polimórfico e o segundo sistema em importância transfusional;
• a transfusão de 1 a 10 mL de Hemácias D+ em pacientes D- representam um risco de
80% de chance de desenvolver anti-D;
• os anticorpos Rh provocam Reação transfusional extravascular grave;
• representam 80% dos casos de Doença Hemolítica do Recém-nascido;
• são exclusivamente encontrados nas hemácias;
• são formados a partir da 10ª semana de vida intrauterina;
• o antígeno RhD e RhCE atravessam a membrana eritrocitária 12 vezes.
Obs.: É importante assegurar que receptores de sangue RhD negativos sejam identificados e
recebam apenas o concentrado de hemácias RhD negativos.
Segue uma figura da estrutura de uma hemácia com diferentes perfis do RhD:
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Art. 120. O antígeno RhD será determinado colocando-se as hemácias com antissoro anti-RhD (Anti-D).
§ 1º Paralelamente ao procedimento previsto no caput deve ser sempre efetuado um controle da ti-
pagem RhD, utilizando-se soro-controle compatível com o antissoro utilizado e do mesmo fabricante
do anti-D.
§ 2º No caso de utilização de antissoros anti-D produzido em meio salino, o uso do soro-controle na
reação é dispensável.
§ 3º Se a reação for negativa para a presença do antígeno RhD, será efetuada a pesquisa do antíge-
no D-fraco.
§ 4º Para a realização da pesquisa de antígeno D-fraco, recomenda-se a utilização de, no mínimo,
dois antissoros anti-RhD (anti-D), sendo que, pelo menos um desses antissoros contenha anticor-
pos da classe IgG.
§ 5º Os antissoros de que trata o § 4º devem ser obtidos de linhagens celulares distintas incluindo
a fase da antiglobulina humana.
§ 6º Quando a tipagem RhD ou a pesquisa do antígeno D-fraco resultar positiva, o
sangue deve ser rotulado como “RhD positivo”.
§ 7º Quando ambas as provas de que trata o § 4º resultarem negativas, o sangue deve
ser rotulado como “RhD negativo”.
§ 8º Em doadores de sangue tipados como RhD negativo, recomenda-se a pesquisa dos antígenos
C (maiúsculo) e E (maiúsculo) e os componentes sanguíneos devem ser devidamente identificados.
§ 9º A utilização dos concentrados de hemácias RhD negativo C ou E positivos deve obedecer a pro-
tocolos escritos específicos da instituição ou seguir critérios do responsável técnico de cada local.
§ 10. Se a reação com o soro-controle de RhD for positiva, a tipagem RhD é considerada inválida e
o componente sanguíneo só deve ser rotulado e liberado para uso após a resolução do problema.
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HEMATOLOGIA
Imuno-Hematologia
Pollyana Lyra
Toda pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) positiva deve ter a especificidade do anti-
corpo investigada. Esse procedimento é realizado pela identificação de anticorpos irregulares
(IAI) por meio de um painel de hemácias industrializadas, contendo de 10 a 30 frascos de he-
mácias do grupo O de diferentes indivíduos, previamente fenotipados para os principais siste-
mas sanguíneos. Esse painel geralmente é denominado painel de identificação de anticorpos,
conforme modelo seguinte:
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HEMATOLOGIA
Imuno-Hematologia
Pollyana Lyra
Prova de Compatibilidade
A prova de compatibilidade caracteriza-se pela reação de suspensão de hemácias do con-
centrado de hemácias selecionado para a transfusão, com o soro do paciente.
A prova de compatibilidade é um passo importante na rotina pré-transfusional, pois permi-
te a identificação de erros na tipagem ABO, de anticorpos irregulares clinicamente significan-
tes não detectados no pai do receptor e de anticorpos no soro do paciente contra antígenos de
baixa frequência, presentes na hemácia do doador.
É importante enfatizar que esse teste demonstra apenas a presença de anticorpos irregu-
lares dirigidos contra antígenos eritrocitários existentes no concentrado de hemácia selecio-
nado para essa prova.
O esquema seguinte traz os testes pré-transfusionais obrigatórios no banco de sangue:
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Imuno-Hematologia
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Imuno-Hematologia
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (INSTITUTO UNIFIL/2019/PREFEITURA DE TUPÃSSI - PR/FARMACÊUTICO BIOQUÍ-
MICO) Em relação ao sistema ABO, um indivíduo com sangue do tipo B apresenta
I – a reação de aglutinação com soro anti-B positiva.
II – o aglutinógeno B no plasma.
III – a aglutinina anti-A em suas hemácias.
IV – todas estão corretas.
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HEMATOLOGIA
Imuno-Hematologia
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( ) A tipagem dos grupos sanguíneos (ABO e Rh) pode ser tida como exemplo de uma re-
ação de aglutinação.
( ) São muito empregadas para o diagnóstico laboratorial de doenças causadas por vírus,
bactérias, protozoários e fungos. Não auxiliam no diagnóstico de doenças auto-imunes
ou na detecção de hormônios.
( ) Podem ser classificadas em reações de aglutinação direta e indireta ou passiva.
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Imuno-Hematologia
Pollyana Lyra
d) Para doação por aférese, o uso de anabolizantes injetáveis sem prescrição médica é causa
de inaptidão temporário à doação por um período de 12 (doze) meses, contados a partir da
data da última utilização.
e) O intervalo mínimo entre duas plasmaféreses em um doador é de 24 (vinte e quatro) ho-
ras, podendo um mesmo doador realizar, no máximo, 6 (seis) doações em um período de 2
(dois) meses.
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Pollyana Lyra
mento de anticorpos, sendo qualquer substância que pode se ligar especificamente a anticor-
pos ou a um receptor de linfócito T. Substâncias que compõem as membranas das células ou
fragmentos celulares do sangue (eritrócitos e plaquetas), como proteínas, carboidratos e lipí-
dios são considerados antígenos. Com relação a imunologia e genética, julgue o próximo item.
Anticorpos são substâncias produzidas a partir da ativação de linfócitos B, que se diferen-
ciam em plasmócitos e secretam anticorpos, em resposta à introdução de um dado antígeno
(imunógeno).
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HEMATOLOGIA
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a) AB RhD negativo.
b) AB RhD positivo.
c) A RhD negativo.
d) B RhD positivo.
e) O RhD negativo.
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Pollyana Lyra
a) somente o antígeno D faz parte deste sistema. A expressão RHD não é restrita ao tecido
eritroide.
b) os antígenos DCE fazem parte deste sistema.
c) não possui anticorpos clinicamente significantes.
d) os anticorpos deste sistema não causam reações transfusionais.
e) não tem importância clínica, na história transfusional.
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GABARITO
1. a 37. e
2. C 38. d
3. b 39. c
4. d 40. c
5. b 41. b
6. c 42. e
7. d 43. e
8. a
9. e
10. d
11. e
12. e
13. a
14. c
15. e
16. b
17. b
18. e
19. a
20. a
21. d
22. d
23. c
24. d
25. d
26. e
27. d
28. e
29. c
30. C
31. E
32. C
33. C
34. E
35. C
36. b
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GABARITO COMENTADO
001. (INSTITUTO UNIFIL/2019/PREFEITURA DE TUPÃSSI - PR/FARMACÊUTICO BIOQUÍ-
MICO) Em relação ao sistema ABO, um indivíduo com sangue do tipo B apresenta
I – a reação de aglutinação com soro anti-B positiva.
II – o aglutinógeno B no plasma.
III – a aglutinina anti-A em suas hemácias.
IV – todas estão corretas.
a) Certa. Vale lembrar que o indivíduo sangue tipo B possui aglutinógenos B nas hemácias que
se entrarem em contato com soro anti-B irá aglutinar.
b) Errada. Os aglutinógenos estão presentes nas hemácias.
c) Errada. A aglutinina anti-A está presente no plasma.
d) Errada.
Letra a.
Quando a mãe é Rh negativo e o RN, Rh positivo, a mãe pode ser sensibilizada com as hemá-
cias do RN, aumentando o número de anticorpos anti-Rh, portanto, é necessário que ela seja
dessensibilizada.
Certo.
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I – Incorreta. O Coombs direto pesquisa nas hemácias se elas estão ligadas a anticorpos, mui-
to utilizado para verificar a anemia hemolítica.
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Pollyana Lyra
II – Incorreta. O Coombs indireto avalia o plasma sanguíneo e os anticorpos ali presentes, po-
rém é usado para verificar se a mãe foi sensibilizada com o sangue do feto.
III – Correta. A lavagem das hemácias retira todas as globulinas presentes no plasma.
IV – Correta. A geleia de Wharton presente no sangue coletado de cordão umbilical é respon-
sável por interferências no Teste de Coombs direto.
Letra d.
Vamos relembrar que quem pode receber sangue é o grupo O, pois não possui nenhuma aglu-
tinógeno em sua superfície da hemácia. E o Rh deve ser negativo pois também não possui
aglutinógeno RH em sua superfície, portanto, o O negativo pode receber de todos os tipos
sanguíneos e doar para o O negativo.
Letra b.
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Pollyana Lyra
( ) A tipagem dos grupos sanguíneos (ABO e Rh) pode ser tida como exemplo de uma re-
ação de aglutinação.
( ) São muito empregadas para o diagnóstico laboratorial de doenças causadas por vírus,
bactérias, protozoários e fungos. Não auxiliam no diagnóstico de doenças auto-imunes
ou na detecção de hormônios.
( ) Podem ser classificadas em reações de aglutinação direta e indireta ou passiva.
A única alternativa que caberia uma inspeção visual é a lipemia do sobrenandante, nas demais
são necessários exames mais específicos, letra B, C, D e E.
Letra a.
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Aqui temos que levar em consideração que a única imunoglobulina que atravessa a placenta é
a IgG, portanto, é ela que estará relacionada a doença hemolítica do RN sobre o fator RH.
Letra e.
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a) Certa. O Coombs indireto detecta os anticorpos maternos, portanto, o sangue com o soro
materno é coletado.
b) Certa. O Coombs indireto utiliza-se o soro do paciente com as hemácias já fenotipadas.
c) Certa. O soro de Coombs é uma anti-imunoglobulina humana que se liga ao anticorpo ligado
à hemácia no exame direto.
d) Certa. Existem outros antígenos eritrocitários além do Rh.
e) Errada. É somente investigada em mães Rh negativas e fetos Rh positivos.
Letra e.
Aqui as doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue são as que constam nas letras A, B,
C e D. A hepatite A é transmitida oralmente, portanto, não é necessária ao exame para doação
de sangue.
Letra e.
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b) Na prova reversa, procura-se determinar os antígenos do sistema ABO que estão presentes
no soro ou no plasma do indivíduo.
c) Na prova direta, procura-se determinar os anticorpos do sistema ABO que estão presentes
no soro ou no plasma do indivíduo.
d) Na prova direta, pesquisam-se os anticorpos do sistema ABO que estão presentes nas he-
mácias do indivíduo.
e) Na prova reversa, procura-se determinar os antígenos do sistema ABO que estão presentes
nas hemácias do indivíduo.
Na prova direta, sempre iremos pesquisar a ligação antígeno das hemácias e anticorpos do
soro; e na indireta, os anticorpos presentes no soro com a hemácia fornecida pelo reagente.
Logo, a alternativa correta é a letra A.
Letra a.
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De acordo com a RDC 34, o intervalo mínimo entre as duas plasmafereses é de 48 horas, po-
dendo fazer duas doações no intervalo de 7 dias e 4 vezes num intervalo de 2 meses.
Letra e.
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I – Verdadeiro. Quando o resultado for D negativo e o D fraco der positivo, logo, o sangue é
Rh positivo.
II – Verdadeiro. Quando o resultado for D negativo e o D fraco der negativo, pode-se rotular o
Rh negativo.
III – Falso. O resultado do controle deve ser negativo.
IV – Falso. Se o controle de Rh for positivo, deve ser considerada inválida a tipagem Rh.
Letra a.
O sangue tipo B tem aglutinógeno B nas hemácias e aglutininas anti-A em seu plasma. Se rea-
gir com o sangue B com o soro anti-B, haverá aglutinação.
Letra a.
Esse concentrado de hemácias pode ser congelado em temperaturas -65ºC ou menos por até
10 anos, conforme a letra D.
Letra d.
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a) Errada. Como dito a triagem laboratorial é anônima portanto não pode ser entregue a terceiros
b) Errada. A frequência máxima é de 4 doações anuais para homens e 3 para as mulheres.
c) Errada. A doação é de 16 anos a 70 anos.
d) Certa. Considerado inapto temporário por 12 meses o candidato que tenha feito sexo em
troca de dinheiro ou de drogas.
e) Errada. O volume é de 450 mL – 525 mL.
Letra d.
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a) A ingestão do ácido acetilsalicílico (aspirina) dentro de cinco dias anteriores à doação im-
plica a rejeição do doador.
b) A concentração de hemoglobina não deve ser inferior a 14 g/dL para mulheres e 12 g/dL
para homens.
c) A frequência de pulso deve estar entre 60 e 100 batimentos por minuto, podendo ser regular
ou irregular.
d) As gestantes devem ser impedidas de doar. Esse impedimento se mantém até doze sema-
nas após o parto.
e) O alcoolismo agudo contraindica a doação de sangue por doze horas e o alcoolismo crônico
não é impedimento
Como já dito anteriormente, de acordo com o art. 48 da Portaria n. 158/2016, qualquer evi-
dência de alcoolismo crônico é motivo para caracterizar o candidato como doador inapto de-
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As letras A, B, C e E estão corretas e a letra D é a incorreta, pois deve ser considerado definiti-
vamente inapto o candidato que teve infecção por Plasmodium malariae (Febre Quartã).
Letra d.
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c) O teste de Coombs direto avalia a aglutinação decorrente dos anticorpos anti-Rh ligados nas
hemácias do bebê, portanto o sangue do cordão umbilical é coletado
d) Os anticorpos clinicamente significantes para o desenvolvimento da DHRN são os anticor-
pos contra antígenos eritrocitários do tipo Rh. No entanto, além do sistema Rh, ainda existem:
Kell, Dufy, Kidd, Lewis, MNSs, estando eles associados à diminuição da sobrevida de hemácias
incompatíveis
e) A DHRN só é investigada quando as gestantes são Rh positivas e feto Rh negativo
a) Errada. O plasma isento de crioprecipitado deve ser preparado em sistema fechado, armaze-
nado a 18º C negativos ou em temperatura inferior, com validade de 12 (doze) meses.
b) Errada. É parte da hemovigilância que trata da investigação retrospectiva relacionada à ras-
treabilidade das bolsas de doações anteriores de um doador que apresentou soroconversão/
viragem de um marcador ou relacionada a um receptor de sangue que veio a apresentar mar-
cador reagente/positivo para uma doença transmissível.
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Todo imunógeno estimula a produção de anticorpos, visto que são moléculas grandes (>10.000
dáltons), ou seja, possuem a propriedade da imunogenicidade.
Certo.
Aloanticorpos são Acs contra Ags não próprios da mesma espécie, ao contrário dos autoanti-
corpos, que são contra Ags próprios.
Certo.
Os anticorpos ABO são formados naturalmente por mecanismos genéticos, estímulos anti-
gênicos naturais (exemplo: bactérias do trato gastrointestinal, poeira, alimentos etc. Existe a
possibilidade de formação de anticorpos ABO imunes, devido à transfusão ou gestação, cha-
mados de hemolisinas, mas, nesse caso, não são de ocorrência natural.
Errado.
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O gene O1 sintetiza uma transferase afuncional que não transporta açúcares à substância
precursora H
Apesar de o grupo O não apresentar antígenos na membrana eritrocitária, há um gene que co-
difica uma enzima, que, nesse caso, é afuncional.
Certo.
É importante reforçar que os anticorpos ABO são, em grande parte das vezes, de ocorrência
natural e da classe IgM.
Letra b.
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Letra e.
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c) não são restritos a membrana eritrocitária e estão expressos nas hemácias desde a 5ª se-
mana de vida intrauterina.
d) são expressos somente ao nascimento.
e) estão expressos nas hemácias a partir da concepção.
Os antígenos ABO estão presentes em tecidos e fluidos, tais como: saliva, urina, leite, linfóci-
tos, plaquetas, endotélio capilar, venular e arterial, células sinusoidais do baço, medula óssea,
mucosa gástrica.
OS GRANULÓCITOS NÃO POSSUEM e são expressos a partir da 5ª a 6ª semana de vida in-
trauterina.
Letra c.
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Imuno-Hematologia
Pollyana Lyra
Considerando o painel de hemácias marcadas e que Liss é a solução de baixa força iônica e
Enz são as enzimas, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se, provavelmente, de autoanticorpo.
b) Trata-se, provavelmente, de anticorpo anti-MNSs.
c) O anti-K está excluído.
d) Anti-Fya como anticorpo único pode explicar o padrão de positividade.
e) Anticorpo anti-E não pode ser excluído.
Os resultados mostram que o anticorpo presente reage na hemácia II e não reage na hemácia
I, além de ser potencializado com o uso da enzima. Com isso, não podemos excluir a presen-
ça dos seguintes anticorpos: anti-E, anti-c, anti-K e anti-Jkb. Como o antígeno Fya é destruído
após tratamento enzimático, podemos excluir o anti-Fya também.
Não temos resultado de autoanticorpo para análise, além disso, o autoanticorpo costuma rea-
gir com todas as hemácias do p.
Letra e.
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REFERÊNCIAS
Resolução RDC n. 34, de 11 de junho de 2014 - Dispõe sobre as Boas Práticas no Ciclo do San-
gue.
BRASIL. Ministério da Saúde. Técnico em hemoterapia: livro texto. Brasília: Ministério da Saú-
de, 2013.
Oliveira, Maria Beatriz Siqueira Campos de. Ribeiro, Flavia Coelho. Vizzoni, Alexandre Gomes.
Conceitos básicos e aplicados em imuno-hematologia. 2013.
MESQUITA JÚNIOR, Danilo, et al. Sistema Imunitário - Parte II: Fundamentos da Resposta Imu-
nológica Mediada por Linfócitos T e B. Revista Brasileira de Reumatologia. 2010.
GIRELLO, Ana Lúcia & KUHN, Telma Ingrid B. De Bellis. Fundamentos de Imuno-Hematologia
Eritrocitária. 4ª ed. Editora Senac. São Paulo. 2016.
Pollyana Lyra
Farmacêutica, Especialista em Farmacologia, Professora Universitária e Analista da Fundação Hemocentro
de Brasília.
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