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SD II- CORONAVÍRUS – MAD

VÍRUS
CARACTERÍSTICAS
 Parasita intracelular obrigatório;
 Carregam uma quantidade mínima de material genético constituído de DNA ou
RNA
 Material genético protegido por um envoltório proteico, o capsídeo;
 Sem metabolismo próprio;
 Aminoácidos, nucleotídeos, ribossomos e energia metabólica são obtidos a
partir de seus hospedeiros.
Vírus envelopado
Utilizam parte da membrana da célula hospedeira para recobrir a parte externa do
capsídeo. O envelope é em geral, composto da bicamada fosfolipídica da membrana
plasmática da célula hospedeira, associada com proteína de origem viral.
Na estrutura do envelope encontram-se lipídeos de origem celular e proteínas
codificadas pela célula e pelo genoma viral.
Vírus não envelopado
Vírus mais simples e compostos apenas de material genético envolto por um capsídeo
proteico.
Transmitido por via fecal-oral (Hepatite A).
REPLICAÇÃO
1. ADESÃO
Realizada por meio da utilização de proteínas( especiais do capsídeo, as quais
interagem com proteínas de membrana da célula alvo.

2. PENETRAÇÃO
Após a adesão, a partícula viral coloca seu material genético no interior da
célula. Bacteriófagos injetam seu DNA na célula hospedeira. Em vírus
envelopado, toda a partícula viral pode ser englobada pela célula por
endocitose ou pode haver fusão do envelope viral com a membrana plasmática
da célula hospedeira.
3. REMOÇÃO DO CAPSÍDEO
Este estágio é necessário para o vírus que penetraram no meio intracelular por
endocitose ou fusão. A digestão do capsídeo por enzimas presentes no
citoplasma de células invadidas ou dentro da vesícula de fagocitose contendo o
vírus resulta na liberação do material genético viral dentro da célula
hospedeira. Bacteriófagos não precisam desse estágio, uma vez que o material
genético viral é diretamente injetado na bactéria infectada.
4. BIOSSÍNTESE
Nessa fase, o vírus impede a síntese de proteínas da célula hospedeira e
promove a transcrição e tradução do seu próprio material genético, utilizando a
maquinaria da célula hospedeira. Primeiramente, utiliza nucleotídeos e as
enzimas destes para a reprodução de diversas cópias do seu próprio material
genético. São utilizados ribossomos, enzimas e aminoácidos da célula
hospedeira para a síntese e outros componentes virais para posterior
composição de diversas outras partículas virais.
5. MONTAGEM DE PARTICULAS VIRAIS
Também chamado de maturação. Esta fase consiste na montagem de diversos
componentes virais em partículas virais completas.
6. Dispersão
O último estágio da multiplicação viral consiste na dispersão das novas
partículas virais formadas, pela lise da célula hospedeira ou por brotamento. Na
lise da célula hospedeira – mais comum em vírus não envelopado – promovem
a síntese da lisozima, uma enzima capaz de romper a membrana plasmática. O
rompimento resulta na morte da célula hospedeira dos novos vírus formados
para o meio extracelular.
Já o mecanismo de liberação por brotamento é utilizado apenas por vírus
envelopados (HIV), ao adquirir o envelope a partir da membrana plasmática das
células hospedeiras, ou por vesículas que se fundem com a membrana
plasmática. Os novos vírus são, assim, capazes de infectar novas células,
repetindo o ciclo de multiplicação viral.
CICLO LÍTICO
O vírus invade a bactéria, onde as funções normais desta são interrompidas na
presença de ácido nucléico do vírus (DNA ou RNA). Esse, ao mesmo tempo em que é
replicado, comanda a síntese das proteínas que comporão o capsídeo. Os capsídeos
organizam-se e envolvem as moléculas de ácido nucléico. São produzidos, então novos
vírus. Ocorre a lise, ou seja, a célula infectada rompe-se e os novos bacteriófagos são
liberados. Sintomas causados por um vírus que se reproduz através desta maneira, em
um organismo multicelular aparecem imediatamente. Nesse ciclo, os vírus utilizam o
equipamento bioquímico (Ribossomo)da célula para fabricar sua proteína (Capsídeo).
CICLO LISOGÊNICO
O vírus invade a bactéria ou a célula hospedeira, onde o DNA viral incorpora-se ao DNA
da célula infectada. Isto é, o DNA viral torna-se parte do DNA da célula infectada. Uma
vez infectada, a célula continua suas operações normais, como reprodução e ciclo
celular. Durante o processo de divisão celular, o material genético da célula,
juntamente com o material genético do vírus que foi incorporado, sofrem duplicação e
em seguida são divididos equitativamente entre as células-filhas. Assim, uma vez
infectada, uma célula começará a transmitir o vírus sempre que passar por mitose e
todas as células estarão infectadas também. Sintomas causados por um vírus que se
reproduz através desta maneira, em um organismo multicelular podem demorar a
aparecer. Doenças causadas por vírus lisogênico tendem a ser incuráveis.

CLASSIFICAÇÃO
 DNA
DNA RNA PROTEÍNAS
EX: Herpes, Hepatite B, Carcinomas Hepatocelulares
 RNA
RNA RNA PROTEÍNAS
EX: Influenza

 RETROVÍRUS
O material genético é o RNA e possuem a enzima denominada transcriptase
reversa, que produz primeiramente uma das cadeias de DNA, que por sua vez
serve de molde a outra cadeia. Ao final esse processo gera uma molécula de
DNA que poderá ser integrada ao genoma do hospedeiro no núcleo e utilizada
para a sintese de RNAm viral.

O capsídeo é formado por proteínas produzidas na célula parasitada sob o


comando do material genético do vírus. Em geral, dentro do capsídeo está
localizado apenas o material genético, mas podem estar presentes também
algumas proteínas que serão essenciais para a invasão da célula hospedeira.
Tem a função de empacotar, proteger o ácido nucleico, fornece a
especificidade para a absorção e transporta o ácido nucleico para outas célula.

Peso
Molecul
Proteínas ar (kDa) Localização Funções

E2 (glicoproteína 160-200 Espículas do Ligação às células


Peso
Molecul
Proteínas ar (kDa) Localização Funções

peplomérica) envelope hospedeiras;


(peplômer atividade de
o) fusão

H1 (proteína 60-66 Peplômero Hemaglutinação


hemaglutinina
)

N (nucleoproteína) 47-55 Núcleo Ribonucleoproteín


a

E1 (glicoproteína 20-30 Envelope Proteína de


da matriz) transmembra
na

L (polimerase) 225 Célula Atividade da


infectada polimerase

01- Como é a estrutura de um coronavírus?


O agente responsável pela Covid-19, a síndrome respiratória aguda grave
(SARS), é um vírus que pertence à família Coronaviridae, denominado SARS-
CoV-2, o qual possui elevada homologia com o vírus causador do surto de
SARS em 2003, o SARS-CoV.
O SARS-CoV-2 é um vírus de ácido ribonucleico (RNA), cujo material
genético é representado por uma única molécula de RNA positivo (RNA+).
Todo o seu genoma contém menos de 30.000 nucleotídeos, cada um deles
formado por uma molécula de açúcar (ribose), um ácido fosfórico e uma base
nitrogenada. Por ser um vírus RNA, as bases nitrogenadas são adenina,
citosina, guanina e uracila.

A partícula completa, ou vírion, apresenta-se com morfologia esférica,


envelopada e com cerca de 100 a 160 nm de diâmetro. O genoma alberga um
RNA de fita simples, polaridade positiva e com tamanho de aproximadamente
32 Kb.
Aproximadamente 29 diferentes proteínas virais são identificadas; entre elas, as
mais relevantes são a glicoproteína de pico, reconhecida como proteína S, e a
proteína N, do nucleocapsídeo viral. A glicoproteína de pico permite a entrada
do vírus na célula hospedeira pela ligação ao receptor celular e à fusão da
membrana. A proteína do nucleocapsídeo, por sua vez, regula o processo de
replicação viral.

O vírus SARS-CoV-2 é classificado como RNA+ devido à sua direção no


sentido 5'3', o que significa que pode ser lido diretamente pelas estruturas
celulares. É considerado um tipo de RNA mensageiro que, ao ser percorrido por
ribossomos celulares, induz a produção de proteínas virais. Outra característica
desse tipo de RNA é a presença da enzima replicase (RNA polimerase), a qual
acompanha o vírus ou é produzida pela célula infectada, quando então a
produção de uma molécula de RNA negativo (RNA-) ocorre a partir da
molécula de RNA+, típica do vírus.

A molécula de RNA- é transitória e, a partir dela, são produzidas inúmeras


moléculas de RNA+ que são idênticas ao RNA+ original. Portanto, a molécula
transitória de RNA- serve como modelo para a produção de moléculas de
RNA+; cada uma delas descenderá do vírus que infectou a célula; esses
descendentes parasitarão a célula e se produzirão no interior dela.

A síntese das novas moléculas de RNA+ ocorre no interior das estruturas


vesiculares celulares, denominadas endossomos; eles se organizam assim que o
RNA+ viral entra no interior celular. A produção das proteínas virais, por sua
vez, ocorre com a participação de ribossomos ligados ao retículo
endoplasmático rugoso na presença do complexo de Golgi, onde ocorre a
montagem dos vírions (chamados assim porque ainda não são realmente vírus).
A ligação do vírus com a célula-alvo ocorre por meio da proteína S, que
interage com os receptores celulares
02- Como funciona o ciclo do coronavírus? (Como ele entra, sai, "receptor") +
Transmissão

Como o coronavírus age no corpo humano?

O SARS-CoV-2, entra no corpo, geralmente pelas mucosas do corpo como


olhos, nariz e boca. A partir daí, o vírus é transportado pelo sangue para diversos
órgãos, especialmente até os alvéolos, que são bolsas de ar localizadas nos
pulmões.

O vírus pode invadir qualquer célula do corpo e se multiplicar dentro dela. Isso
acontece depois que o RNA do vírus entra na célula, novas cópias são feitas e a
célula é morta no processo, liberando novos vírus para infectar células vizinhas e
assim sucessivamente.

Esse processo pode acontecer de maneira assintomática e a pessoa nem perceber


que está infectada
A síntese das novas moléculas de RNA+ ocorre no interior das estruturas
vesiculares celulares, denominadas endossomos; eles se organizam assim que o
RNA+ viral entra no interior celular. A produção das proteínas virais, por sua
vez, ocorre com a participação de ribossomos ligados ao retículo endoplasmático
rugoso na presença do complexo de Golgi, onde ocorre a montagem dos vírions
(chamados assim porque ainda não são realmente vírus). A ligação do vírus com
a célula-alvo ocorre por meio da proteína S, que interage com os receptores
celulares

Essa proteína entra em contato com o receptor celular proteico, a enzima


conversora de angiotensina 2 (ACE2), presente principalmente nas células
pulmonares. Com a ligação de ambas as proteínas, o vírus pode invadir a célula.
Após a fusão das proteínas - a do vírus e a do receptor ACE2 -, ocorre a fusão da
membrana lipídica do vírus com a membrana plasmática celular, e o vírus ganha
o interior da célula

Após a introdução do material genético viral na célula hospedeira, uma vesícula


celular é formada (uma espécie de bolsa, chamada endossomo); em seu interior,
o vírus é retido e multiplicado. Posteriormente, as moléculas de RNA+
produzidas dentro dos endossomos são liberadas, e a síntese das proteínas virais
acontece.

A produção de novas moléculas de RNA+ do vírus ocorre nos endossomos


celulares, graças às enzimas replicases já existentes no vírus ingressante.
A molécula de RNA- produzida a partir da molécula de RNA+ atua como modelo para a
produção de inúmeras cópias de RNA+, que serão componentes do material genético
dos descendentes do vírus que invadiu a célula.

Com as proteínas virais já produzidas, ocorre a montagem dos vírions pela inclusão das
moléculas de RNA+ em capsídeos proteicos. À medida que se aproximam da membrana
plasmática celular, já totalmente desgastada, os vírions - com seus capsídeos e espículas
proteicas - são envolvidos por uma bicamada lipídica, provavelmente originada da
membrana plasmática da célula hospedeira, que se abre ao final do processo, liberando
grande quantidade de vírus para o exterior. Nesse caso, eles já são descendentes do vírus
que invadiu a célula.

Para ganhar o interior das células hospedeiras, o SARS-CoV-2 depende de uma serina
protease chamada TMPRSS2, que possui a capacidade de clivar e ativar a proteína S,
permitindo que o vírus se ligue ao receptor da ACE2. Essa ação da serina protease
favorece a adesão do vírus à membrana plasmática celular e permite sua entrada no
interior da célula, ou seja, nos endossomos

Estrutura e Replicação
Os coronavírus são vírions envelopados com o genoma de ácido ribonucleico (RNA) positivo
(+) mais longo. Os vírions medem de 80 a 160 nm de diâmetro (Quadro 47-1). As glicoproteínas na
superfície do envelope aparecem como projeções em forma de taco que aparecem como um halo
(coroa) em torno do vírus. Ao contrário da maioria dos vírus envelopados, a “coroa” formada pelas
glicoproteínas permite que o vírus tolere as condições no trato gastrointestinal e seja disseminado
por via fecal-oral.

Replicação dos coronavírus humanos. A glicoproteína E2 interage com os receptores


nas células epiteliais, o vírus se funde ou é endocitado na célula, e o genoma é liberado
no citoplasma. A síntese proteica é dividida em fases precoce e tardia, semelhante à dos
togavírus. O genoma liga-se aos ribossomos, e uma RNA polimerase RNA-dependente
é traduzida. Essa enzima gera um molde de RNA de polaridade negativa e comprimento
total para a produção de novos genomas de vírion e seis RNAm individuais para as
outras proteínas do coronavírus. O genoma associa-se com membranas do retículo
endoplasmático rugoso modificado através das proteínas do vírion e brota no lúmen do
retículo endoplasmático rugoso. Vesículas que contêm o vírus migram para a membrana
celular, e o vírus é liberado por exocitose
Características Específicas dos Coronavírus
O vírus possui vírions de tamanho médio com aparência semelhante à coroa solar.
O genoma RNA de polaridade positiva, fita simples, está fechado em um envelope
contendo a proteína de ligação viral E2, a proteína de matriz E1 e a proteína de
nucleocapsídeo N.
A tradução do genoma ocorre em duas fases: (1) a fase precoce produz uma RNA
polimerase (L) e (2) a fase tardia, de um molde de RNA de polaridade negativa, produz
proteínas estruturais e não estruturais.
O vírus é montado no retículo endoplasmático rugoso.
O vírus é difícil de ser isolado e cresce em cultura celular normal

Como é transmitido

A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por
meio de:

 Toque do aperto de mão contaminadas;


 Gotículas de saliva;
 Espirro;
 Tosse;
 Catarro;
 Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres,
maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.

Período de Incubação

 O período médio de incubação por coronavírus é de 05 dias, com intervalos que
chegam a 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer
desde a infecção.
Transmissibilidade

 A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARSCoV é em média de 07


dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do coronavírus
(SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o
aparecimento de sinais e sintomas.

  Até o momento, não há informações suficientes de quantos dias anteriores ao


início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus

Quanto tempo o vírus da COVID-19 fica no organismo?

Os cientistas ainda estão estudando sobre quanto tempo o vírus da COVID-19 fica no
organismo. O que se sabe até o momento é que quadros de pacientes que evoluem de
forma mais grave, podem ter o vírus no organismo por mais tempo.

Muitos estudos estão em andamento e ainda não há uma resposta exata para sanar a
dúvida sobre quanto tempo o vírus persiste no organismo. Isso pode ser diferente do
tempo que alguém que teve COVID-19 pode liberar fragmentos virais, que às vezes
podem causar resultados falsos-positivos em testes de diagnóstico.

O que acontece é que mesmo quando o vírus não é mais infeccioso, há um tempo em
que você ainda pode detectar seu RNA, o que pode, erroneamente, sugerir
uma reinfecção da COVID-19.
 

Quantos dias duram os sintomas da infecção pelo coronavírus?

O tempo de duração dos sintomas da COVID-19 dependerá da gravidade da


manifestação da doença. Algumas pessoas se recuperam da infecção rapidamente,
enquanto outros podem enfrentar problemas mais duradouros.

A maioria das pessoas que desenvolveram sintomas leves, como tosse, dor de garganta,
dor de cabeça e dores no corpo, apresentam uma recuperação rápida, durando em média
duas semanas.

Em algumas pessoas, os sintomas podem evoluir e se agravar, e a doença pode tomar


formas graves com inflamação dos pulmões e falta de ar. Essa mudança pode ser
repentina ou gradual, e isso interfere na duração da doença.
Se houver agravamento dos sintomas, o paciente necessita de cuidados hospitalares e
desta forma, o tempo de duração dos sintomas é ainda mais longo.

As sequelas do Coronavírus ainda são desconhecidas, porém, estima-se que pacientes


que precisaram de internamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), podem demorar
até meses para se recuperar totalmente. 

03- Qual é a ação patogênica do coronavírus?

Patogênese e Síndromes Clínicas


A maioria dos coronavírus humanos tem uma temperatura ótima para o crescimento
viral de 33° C a 35° C, e, portanto, a infecção permanece restrita ao trato respiratório
superior. Os coronavírus animais, incluindo SARS-CoV e MERS-CoV, podem replicar-
se a 37ª C e causar doença sistêmica. Os coronavírus causam infecções citolíticas e,
quando inoculados nas vias respiratórias de humanos voluntários, infectam e
interrompem a função das células epiteliais ciliadas (Quadro 47-2). A propagação mais
provável deste vírus é por aerossóis. A maioria dos coronavírus humanos causa uma
infecção do trato respiratório superior, responsável por cerca de 10% a 15% das
infecções do trato respiratório superior em humanos. A doença é semelhante a um
resfriado comum causado por rinovírus, mas com um período de incubação mais longo
(em média, três dias). A infecção pode agravar doenças pulmonares crônicas
preexistentes, como asma ou bronquite e, em casos raros, pode ocasionar pneumonia.
Mecanismos Patológicos dos Coronavírus Humanos
O vírus infecta as células epiteliais do trato respiratório superior.
O vírus replica-se melhor à temperatura de 33° C a 35° C; por isso, ele prefere o trato
respiratório superior.
A reinfecção ocorre na presença de anticorpos do soro.
A glicoproteína “corona” ajuda esse vírus envelopado a sobreviver no trato
gastrointestinal.
A infecção pela síndrome respiratória aguda grave é exacerbada pelas respostas
inflamatórias.

04- Como funciona a resposta inata e a específica do coronavírus? (De


modo geral- não aprofundar muito)
A função imunológica tem sido conceitualmente dividida em imunidade inata e
imunidade adaptativa. A imunidade inata representa uma resposta rápida e
estereotipada a um número grande, mas limitado, de estímulos. É representada por
barreiras físicas, químicas e biológicas, células especializadas e moléculas solúveis,
presentes em todos os indivíduos, independentemente de contato prévio com
imunógenos ou agentes agressores, e não se altera qualitativa ou quantitativamente após
o contato.

As principais células efetoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células


dendríticas e células Natural Killer - NK. Fagocitose, liberação de mediadores
inflamatórios, ativação de proteínas do sistema complemento, bem como síntese de
proteínas de fase aguda, citocinas e quimiocinas são os principais mecanismos na
imunidade inata. Esses mecanismos são ativados por estímulos específicos,
representados por estruturas moleculares de ocorrência ubíqua em micro-organismos,
mas que não ocorrem na espécie humana. Moléculas tais como lipopolissacarídeos,
resíduos de manose e ácidos teicoicos, comumente encontradas na superfície de
microorganismos, constituem Padrões Moleculares Associados a Patógenos (PAMPs) e
ativam a resposta imune inata, por interação com diferentes receptores conhecidos como
Receptores de Reconhecimento de Padrões (RRP), dentre os quais a família dos
receptores Toll-like  (TLRs). Essa interação é semelhante à complementaridade entre
antígeno e anticorpo ou entre antígeno e receptor de linfócitos T (TCR), mas, nesse
caso, não há diversidade nem capacidade adaptativa para a geração de novos receptores
ou reconhecimento de novos padrões moleculares que não aqueles já programados no
código genético.
IMUNIDADE ADQUIRIDA (ADAPTATIVA)
Além da imunidade inata generalizada, o corpo humano tem a capacidade de
desenvolver imunidade específica extremamente potente contra agentes invasores
individuais como bactérias, vírus e toxinas letais e até mesmo tecidos estranhos de
outros animais. Essa capacidade é chamada imunidade adquirida ou adaptativa. A
imunidade adquirida é causada por sistema imune especial formador de anticorpos e/ou
linfócitos ativados que atacam e destroem organismos invasores específicos ou toxinas.

TIPOS BÁSICOS DE IMUNIDADE ADQUIRIDA — HUMORAL E MEDIADA


POR CÉLULAS
No corpo, ocorrem dois tipos básicos e aliados de imunidade adquirida. Em um deles, o
corpo desenvolve anticorpos circulantes, que são moléculas de globulina no plasma
sanguíneo, capazes de atacar o agente invasor. Esse tipo de imunidade é
chamado imunidade humoral ou imunidade das células B (porque os linfócitos B
produzem os anticorpos). O segundo tipo de imunidade adquirida é dependente da
formação de grande número de linfócitos T ativados, especialmente produzidos nos
linfonodos para destruir o agente estranho. Esse tipo de imunidade é
chamado imunidade mediada por células ou imunidade das células T (porque os
linfócitos ativados são linfócitos T). Veremos em breve que os anticorpos e os linfócitos
ativados são formados nos tecidos linfoides do corpo. Vamos discutir o início do
processo imune pelos antígenos.

AMBOS OS TIPOS DE IMUNIDADE ADQUIRIDA SÃO INICIADOS POR


ANTÍGENOS
Como a imunidade adquirida não se desenvolve antes da invasão por micro-organismo
ou toxina estranha, está claro que o organismo deve ter algum mecanismo de reconhe-
cimento dessa invasão. Cada toxina ou cada tipo de micro-organismo quase sempre
contém um ou mais compostos químicos específicos que são diferentes de todos os
outros compostos. Em geral, esses compostos são proteínas ou grandes polissacarídeos e
são eles que desencadeiam a imunidade adquirida. Essas substâncias são chamadas antí-
genos (do inglês, antibody generations, geradores de anticorpos).
Para que a substância seja antigênica, ela deve ter alto peso molecular, de 8.000 ou
mais. Além disso, o processo de antigenicidade depende usualmente de grupos
moleculares que recorrem de forma regular, chamados epítopos, na superfície das
grandes moléculas. Esse fator explica, também, porque proteínas e grandes
polissacarídeos são quase sempre antigênicos, já que essas substâncias apresentam tais
características estereoquímicas.

OS LINFÓCITOS SÃO RESPONSÁVEIS PELA IMUNIDADE ADQUIRIDA


A imunidade adquirida é produto dos linfócitos do corpo. Em pessoas com ausência
genética de linfócitos ou cujos linfócitos tenham sido destruídos por radiação ou
produtos químicos, nenhuma imunidade adquirida pode desenvolver-se. Poucos dias
após nascer tal pessoa morre por infecção bacteriana fulminante, a menos que seja
tratada com medidas heroicas. Assim, fica claro que os linfócitos são essenciais para a
sobrevida do ser humano.
Os linfócitos ficam situados, em maior número, nos linfonodos, mas também se
encontram em tecidos linfoides especiais como no baço, nas áreas submucosas do trato
gastrointestinal, no timo e na medula óssea. O tecido linfoide se distribui
vantajosamente pelo corpo para interceptar micro-organismos invasores ou toxinas,
antes que possam se disseminar.
Na maioria dos casos, o agente invasor primeiramente penetra nos líquidos teciduais e
depois é transportado para linfonodos ou outros tecidos linfoides pelos vasos linfáticos.
Por exemplo, o tecido linfoide das paredes gastrointestinais é exposto imediatamente
aos antígenos que invadem o intestino. O tecido linfoide da garganta e da faringe (as
tonsilas e as adenoides) está bem localizado para interceptar antígenos que entram pelo
trato respiratório superior. O tecido linfoide nos linfonodos é exposto aos antígenos que
invadem os tecidos periféricos do corpo, e o tecido linfoide do baço, do timo e da
medula óssea tem participação específica na interceptação dos agentes antigênicos que
tenham conseguido chegar ao sangue circulante.

Os Linfócitos T e B Promovem a Imunidade “Mediada por Células” ou a


Imunidade “Humoral”. Apesar de a maioria do tecido linfoide normal se assemelhar,
quando estudado sob o microscópio, essas células se dividem distintivamente em duas
grandes populações. Uma das populações, os linfócitos T, é a responsável pela
formação de linfócitos ativados que proporcionam a imunidade “mediada por células”, e
a outra população, os linfócitos B, é a responsável pela formação de anticorpos que
promovem a imunidade “humoral”.
Os dois tipos de linfócitos são derivados, originalmente no embrião, de células-tronco
hematopoéticas pluripotentes que formam células progenitoras como um dos mais
importantes descendentes, à medida que se diferenciam. Quase todos os linfócitos
formados terminam, com o passar do tempo, no tecido linfoide, mas antes disso eles se
diferenciam ainda mais ou são “pré-processados” dos seguintes modos.
As células progenitoras linfoides que se destinam a eventualmente formar linfócitos T
ativados migram primeiramente para o timo, onde são pré-processadas, e por isso são
chamados linfócitos “T”, para designar o papel do timo. Elas são responsáveis pela
imunidade mediada por células.
A outra população de linfócitos — os linfócitos B, destinados a formar anticorpos —
é pré-processada no fígado, durante a parte média da gestação, e na medula óssea, no
final da vida fetal e logo após o nascimento. Essa população celular foi inicialmente
identificada em aves que têm um órgão de pré-processamento especial, chamado bursa
de Fabricius. Por esse motivo, esses linfócitos são chamados linfócitos “B”, para
indicar o papel da bursa, sendo responsáveis pela imunidade humoral. A Figura 35-
1 mostra os dois sistemas de linfócitos para a formação, respectivamente, dos linfócitos
T ativados (1); e dos anticorpos (2)
PRÉ-PROCESSAMENTO DOS LINFÓCITOS T E B
Apesar de os linfócitos do corpo se originarem de células-tronco comprometidas com
linfócitos do embrião, essas células-tronco propriamente ditas são incapazes de formar,
de modo direto, linfócitos T ativados ou anticorpos. Antes disso, elas devem se
diferenciar ainda mais nas áreas de processamento apropriadas como descrito a seguir.

A Glândula do Timo Processa os Linfócitos T. Os linfócitos T, após sua origem na


medula óssea, migram primeiramente para o timo. Aí eles se dividem rapidamente e ao
mesmo tempo desenvolvem diversidade extrema para reagir contra diferentes antígenos
específicos. Ou seja, um linfócito tímico desenvolve reatividade específica contra um
antígeno e depois o linfócito seguinte desenvolve especificidade contra outro antígeno.
Esse processo continua até que existam milhares de tipos diferentes de linfócitos tímicos
com reatividades específicas contra muitos milhares de antígenos diferentes. Esses tipos
diferentes de linfócitos T pré-processados em seguida deixam o timo e se disseminam,
por meio do sangue, alojando-se nos tecidos linfoides localizados em todo o corpo.
O timo assegura também que qualquer linfócito T que deixe o timo não vai reagir
contra as proteínas ou com outros antígenos presentes nos tecidos do próprio corpo da
pessoa; caso contrário, os linfócitos T seriam letais para seu próprio organismo em
questão de dias. O timo seleciona quais linfócitos T serão liberados, misturando-os
inicialmente com quase todos os “autoantígenos” específicos dos tecidos corporais do
indivíduo. Se um linfócito T reagir, ele é destruído e fagocitado, em vez de ser liberado,
o que acontece com até 90% das células. Assim, as células que são, por fim, liberadas
são as que não reagem contra os próprios antígenos do corpo — elas só reagem contra
antígenos externos, como os de bactéria, de toxina ou mesmo com tecido transplantado
de outra pessoa.
A maior parte do pré-processamento dos linfócitos T no timo ocorre pouco antes do
nascimento da criança e durante alguns meses após seu nascimento. Depois desse
período, a remoção do timo diminui (mas não elimina) o sistema imune linfocítico T.
Entretanto, a remoção do timo meses antes do nascimento pode impedir o
desenvolvimento de toda a imunidade celular. Como esse tipo celular de imunidade é o
principal responsável pela rejeição de órgãos transplantados, como o coração e o rim,
pode ser feito transplante de órgão com muito menor probabilidade de rejeição se o timo
for removido em período razoável de tempo, antes de seu nascimento.

O Fígado e a Medula Óssea Pré-processam os Linfócitos B. No ser humano, os


linfócitos B são pré-processados no fígado, durante a metade da vida fetal, e na medula
óssea, ao final da vida fetal e após o nascimento. Os linfócitos B são diferentes dos
linfócitos T por dois motivos: primeiro, em vez de todas as células desenvolverem
reatividade contra o antígeno, como ocorre nos linfócitos T, os linfócitos B secretam
ativamente anticorpos que são os agentes reativos. Esses agentes são grandes moléculas
proteicas, capazes de se combinar e destruir a substância antigênica. Segundo os
linfócitos B apresentam diversidade ainda maior do que a dos linfócitos T,
consequentemente, formando muitos milhões de tipos de anticorpos dos linfócitos B,
com diferentes reatividades específicas. Depois do processamento, os linfócitos B,
como os linfócitos T, migram para o tecido linfoide de todo o corpo, onde se alojam
próximo, mas com certo distanciamento, das áreas de linfócitos T.
A imunidade adquirida (adaptativa ou específica) não se encontra presente desde o
nascimento. É adquirida. O processo de aprendizagem começa quando o sistema
imunológico de uma pessoa encontra invasores estranhos e reconhece substâncias não
próprias (antígenos). Então, os componentes da imunidade adquirida aprendem a
melhor maneira de atacar cada antígeno e começam a desenvolver uma memória para
aquele antígeno. A imunidade adquirida é também denominada específica porque
planeja um ataque a um antígeno específico previamente encontrado. Suas
características são as capacidades de aprender, adaptar e lembrar.

A imunidade adquirida leva tempo para se desenvolver após a primeira exposição a


um novo antígeno. Entretanto, posteriormente, o antígeno é lembrado e a resposta
subsequente àquele antígeno é mais rápida e eficaz comparada à resposta que ocorreu
após a primeira exposição.

Os glóbulos brancos responsáveis pela imunidade adquirida são

 Linfócitos (células T e células B)

Outros participantes na imunidade adquirida são

 Células dendríticas
 Citocinas
 Sistema de complemento  (que intensifica a eficácia dos anticorpos)

Linfócitos

Os linfócitos permitem ao organismo lembrar os antígenos e distinguir o que próprio


do que não é próprio do corpo e é prejudicial (inclusive vírus e bactérias). Os
linfócitos circulam através da corrente sanguínea e do sistema linfático , passando para
os tecidos quando a sua presença é necessária.
O sistema imunológico pode lembrar de cada antígeno deparado, pois após um
encontro, alguns linfócitos desenvolvem-se em células de memória. Estas células
vivem por um bom tempo, durante anos ou mesmo décadas. Quando as células de
memória se deparam com um antígeno pela segunda vez, o reconhecimento é imediato
e a resposta é rápida, enérgica e específica contra este antígeno específico. Esta
resposta imunológica específica constitui a razão pela qual os indivíduos não
contraem a varicela ou o sarampo mais de uma vez e o motivo pelo qual a vacinação
pode evitar determinadas doenças.

Os linfócitos podem ser células T ou células B. As células B e as células T trabalham


juntas para destruir os invasores.
Células T
As células T se desenvolvem a partir de células-tronco na medula óssea que se
deslocaram para um órgão no tórax chamado timo. Lá, elas aprendem a distinguir
antígenos próprios de não próprios para não atacar os tecidos próprios do corpo.
Normalmente, somente as células T que aprendem a ignorar os antígenos próprios do
organismo (antígenos próprios) amadurecem e deixam o timo.

As células T podem potencialmente reconhecer um número praticamente ilimitado de


antígenos distintos.

Célula T (linfócitos)

As células T maduras são armazenadas nos órgãos linfoides secundários (linfonodos,


baço, amígdalas, apêndice e placas de Peyer no intestino delgado). Estas células
circulam na corrente sanguínea e no sistema linfático. Após elas se depararem com
uma célula infectada ou anormal, elas são ativadas e buscam estas células em
particular.

Em geral, para serem ativadas, as células T precisam da ajuda de outra célula


imunológica, que quebra os antígenos em fragmentos (chamado processamento do
antígeno) e, então, apresenta o antígeno da célula infectada ou anormal para a
célula T. Em seguida, a célula T se multiplica e se especializa em diferentes tipos de
células T. Esses tipos incluem
 Células T killer (citotóxicas) aderem aos antígenos em células
infectadas ou anormais (cancerígenas, por exemplo). As células T killer
matam estas células fazendo furos em suas membranas e injetando
enzimas nas células.
 Células T auxiliares ajudam outras células imunológicas. Algumas
células T auxiliares ajudam as células B a produzirem anticorpos contra
antígenos estranhos. Outras ajudam a ativar as células T killer para matar
células infectadas ou anormais, ou ainda ajudam a ativar os macrófagos,
permitindo que eles ingiram células infectadas ou anormais de forma
mais eficaz.
 Células T supressoras (reguladoras) produzem substâncias que ajudam
a encerrar a resposta imunológica ou por vezes, evitam que ocorram
certas respostas prejudiciais.
Inicialmente, quando as células T se deparam com um antígeno, a maioria
desempenha sua função, mas algumas se desenvolvem em células de memória, que
lembram do antígeno e lhe respondem de forma mais vigorosa em um segundo
encontro.
As células T, por vezes, por motivos não totalmente compreendidos, não distinguem o
que é próprio do que não é próprio do corpo. Essa disfunção pode resultar em
uma doença autoimune , em que o organismo ataca seus próprios tecidos.
Células B
As células B são formadas na medula óssea. As células B possuem locais específicos
na sua superfície (receptores), aos quais os antígenos podem aderir. As células B
podem aprender a reconhecer um número praticamente ilimitado de antígenos
distintos.

A principal finalidade das células B é produzir anticorpos, que marcam um antígeno


para atacar ou neutralizar diretamente. As células B também podem apresentar o
antígeno a células T, que são então ativadas.

A resposta aos antígenos por parte das células B tem duas fases:

 Resposta imunológica primária: Primeiramente, quando as células B


se deparam com um antígeno, o antígeno adere ao receptor, estimulando
as células B. Algumas células B se transformam em células de memória,
lembrando aquele antígeno específico, e outras se transformam em
plasmócitos. As células T auxiliares ajudam as células B neste processo.
Os plasmócitos produzem anticorpos que são específicos para os
antígenos que estimulam a sua produção. Após o primeiro encontro com
um antígeno, a produção de anticorpos específicos demora alguns dias.
Por isso, a resposta imunológica primária é lenta.
 Resposta imunológica secundária: Depois disto, no entanto, sempre
que as células B se depararem com o antígeno novamente, as células B
de memória rapidamente reconhecem um antígeno, se multiplicam, se
transformam em plasmócitos e produzem anticorpos. Esta resposta é
rápida e eficaz.

Células dendríticas

As células dendríticas residem na pele, nos linfonodos e nos tecidos de todo o


organismo. A maioria das células dendríticas são células apresentadoras de antígenos .
Ou seja, elas ingerem, processam e apresentam antígenos, permitindo que as células  T
helper reconheçam o antígeno. As células dendríticas apresentam fragmentos de
antígenos às células T nos linfonodos.
Outro tipo de célula dendrítica, a célula dendrítica folicular, está presente em
linfonodos e apresenta antígenos brutos (intactos), que foram ligados com um
anticorpo (complexo antígeno-anticorpo) às células B. As células dendríticas
foliculares ajudam as células B a responder a um antígeno.
Após as células T e B serem apresentadas com o antígeno, elas são ativadas.

Anticorpos

Quando a célula B se depara com um antígeno, ela é estimulada a amadurecer


tornando-se um plasmócitos ou célula B de memória. Os plasmócitos liberam
anticorpos (também denominados de imunoglobulinas, ou Ig). Existem cinco classes
de anticorpos – IgM, IgG, IgA, IgE e IgD.

Os anticorpos protegem o organismo das seguintes maneiras:

 Ajudam as células a ingerirem os antígenos (as células que ingerem os


antígenos têm o nome de fagócitos)
 Inativam as substâncias tóxicas produzidas por bactérias
 Atacam diretamente as bactérias e os vírus
 Previnem que bactérias e vírus se fixem e invadam células
 Ativam o sistema de complemento , que possui muitas funções
imunológicas
 Auxiliam certas células, como as células natural killer, a matar as células
infectadas ou as células cancerígenas

Os anticorpos são essenciais para combater determinadas infecções bacterianas ou


fúngicas. Também ajudam a lutar contra os vírus.

Os anticorpos aderem ao antígeno, que foram formados para reconhecer, formando um


complexo imunológico (complexo anticorpo-antígeno). O anticorpo e o antígeno
encaixam bem juntos, como peças de um quebra-cabeça. Por vezes um anticorpo pode
aderir a outros antígenos se os antígenos forem muito parecidos com o antígeno para o
qual o anticorpo foi formado para reconhecer e aderir.
Basic Y Structure of Antibodies
Uma molécula de anticorpos tem,
basicamente, a forma de um Y. A
molécula é composta por duas partes:

 Parte variável: Uma parte


varia entre um anticorpo e
outro, dependendo do
antígeno ao qual o
anticorpo se liga. O
antígeno adere à parte
variável.
 Parte constante: Esta parte
constitui uma das cinco
estruturas, que determina a
classe do anticorpo - IgM,
IgG, IgA, IgE ou IgD. Esta
parte é a mesma dentro de
cada classe.

Cada molécula de anticorpo tem duas partes:

 Parte variável: Esta parte varia. É especializada em aderir a um antígeno


específico.
 Parte constante: Esta parte é uma dentre cinco estruturas, que determina
a classe do anticorpo - IgM, IgG, IgA, IgE ou IgD. Esta parte é a mesma
dentro de cada classe e determina a função do anticorpo.
Um anticorpo pode alterar sua parte constante e passar para uma classe diferente, mas
sua parte variável não muda. Assim, ele sempre consegue reconhecer o antígeno
específico para o qual foi formado para se fixar.

IgM
Este tipo de anticorpo é produzido quando encontra um determinado antígeno (como o
antígeno de um micro-organismo infeccioso) pela primeira vez. A resposta
desencadeada na ocasião do primeiro encontro com um antígeno é denominada
resposta imunológica primária. A IgM então adere ao antígeno, ativando o sistema de
complemento, e desta forma os micro-organismos são mais fáceis de serem ingeridos.

Normalmente, a IgM encontra-se presente na corrente sanguínea, mas não nos tecidos.

IgG
A IgG, o tipo mais frequente de anticorpo, é produzida quando um antígeno específico
é novamente encontrado. Uma maior quantidade de anticorpo é produzida nesta
resposta (denominada resposta imunológica secundária) do que na resposta
imunológica primária. A resposta imunológica secundária é também mais rápida e os
anticorpos produzidos, especialmente IgG, são mais eficazes.

A IgG protege contra as bactérias, os vírus, os fungos e as substâncias tóxicas.

A IgG encontra-se presente na corrente sanguínea e nos tecidos. É a única classe de


anticorpo que passa da mãe para o feto, através da placenta. A IgG da mãe protege o
feto e o recém-nascido até que o sistema imunológico do bebê possa produzir os seus
próprios anticorpos.

A IgG também é a classe mais comum de anticorpos usada em tratamentos. Por


exemplo, as imunoglobulinas (anticorpos obtidos do sangue de pessoas com um
sistema imunológico normal) consistem principalmente de IgG. As imunoglobulinas
são usadas para tratar algumas imunodeficiências  e doenças autoimunes .
IgA
Estes anticorpos ajudam a defender o organismo da invasão de micro-organismos
através das superfícies do corpo, que se encontram revestidas por uma membrana
mucosa, como o nariz, os olhos, os pulmões e o trato digestivo.

A IgA está presente nos seguintes:

 Corrente sanguínea
 Secreções produzidas por membranas mucosas (como lágrimas e saliva)
 O colostro (líquido produzido pelas mamas nos primeiros dias após o
parto, antes da produção do leite)
IgE
Estes anticorpos desencadeiam reações alérgicas  imediatas. A IgE se liga
aos basófilos (um tipo de glóbulo branco) na corrente sanguínea e aos mastócitos  nos
tecidos. Quando os basófilos ou os mastócitos ligados à IgE se deparam com
alérgenos (antígenos que provocam reações alérgicas), liberam substâncias (como a
histamina) que causam inflamação e lesionam os tecidos circundantes. Desse modo, a
IgE é o único tipo de anticorpo que, com frequência, parece ser mais prejudicial do
que benéfico. No entanto, a IgE pode revelar-se útil na defesa contra determinadas
infecções parasitárias, comuns em alguns países em desenvolvimento.
Estão presentes pequenas quantidades de IgE na corrente sanguínea e na mucosa do
sistema digestivo. Essas quantidades são maiores em indivíduos com asma, febre do
feno, outros distúrbios alérgicos ou infecções parasitárias.

IgD
A IgD está presente principalmente na superfície das células B imaturas. Ela ajuda
estas células a amadurecerem.

Pequenas quantidades destes anticorpos estão presentes na corrente sanguínea. Sua


função na corrente sanguínea, se é que existe alguma, não é bem compreendida.

05-Tropismo pelo pulmão (obrigatoriamente esse vírus vai p o pulmão? ou


tem vezes que não?)
O pulmão será um dos principais e primeiros lugares em que o vírus vai se alojar, pelo
fato de ser sua transmissão ser principalmente por aerossóis, dessa forma irá se
direcionar diretamente nos alvéolos. Lá o vírus começará seu processo de replicação
pelo fato de a temperatura local ser ótima para o crescimento viral de 33° C a 35° C
(ATÉ 37° C) A partir dai o processo de infecção está instalado e o vírus começará a se
espalhar para o corpo todo.
Os coronavírus causam infecções citolíticas e, quando inoculados nas vias respiratórias
de humanos voluntários, infectam e interrompem a função das células epiteliais ciliadas.
06- Como as comorbidades influenciam no coronavírus? Quais são essas
comorbidades?
Pelo fato do vírus da covid 19 provocar inflamações generalizadas (patogênese viral) e
consequentemente pode ter consequências imunopatológicas (pode ser associada com
hipercitocinemia (tempestades de citocinas) que provoca uma resposta inflamatória
agressiva que pode resultar em dano tecidual maciço), essas comorbidades podem
agregar negativamente e aumentar ainda mais o problema caso não estejam controladas,
causando danos teciduais significativos no pulmão, rim, fígado e trato gastrointestinal, e
depleção de células do sistema imunológico.
No contexto da covid-19, comorbidades como diabetes, obesidade, hipertensão,
tuberculose, doenças hepáticas crônicas, hipercolesterolemia, entre outros, aumentam o
risco de agravamento do quadro do paciente. Para aqueles que não tratavam as
enfermidades previamente, a evolução da doença causada pelo novo coronavírus pode
ser ainda pior. A infecção pode agravar doenças pulmonares crônicas preexistentes,
como asma ou bronquite e, em casos raros, pode ocasionar pneumonia.
A SARS é uma forma de pneumonia atípica caracterizada por febre alta (> 38° C),
calafrios, rigidez, dor de cabeça, tontura, mal-estar, mialgia, tosse ou dificuldade de
respiração, acarretando síndrome da angústia respiratória aguda. Até 20% dos pacientes
podem também desenvolver diarreia.

07- Como ocorrem as mutações dos vírus? O que ocorre? Onde ocorre? Tipo de
mutação do covid
O coronavírus por ser um vírus de RNA positivo ele sofre mutações mais rapidamente
que vírus de DNA. Cada célula infectada pode produzir ate 100.000 partículas, contudo
somente de 1 a 10% dessas partículas podem ser infecciosas. As partículas não
infeciosas (partículas defeituosas) resultam na mutação e erros na fabricação e
montagem do vírion. A mutação ocorre no genoma.

Quais células sao afetadas?

Comprova que o vírus SARS-CoV-2 é capaz de infectar células do tecido cerebral, tendo
como principal alvo os astrócitos. Os resultados revelam ainda que mesmo os
indivíduos que tiveram a forma leve da COVID-19 podem apresentar alterações
significativas na estrutura do córtex – região do cérebro mais rica em neurônios e
responsável por funções complexas como memória, atenção, consciência e linguagem.
E células epitelias do pulmão
Resposta inflamatória  

Está cada vez mais claro que a Covid-19 é uma doença que pode começar no sistema
respiratório e depois migrar e complicar outras áreas do corpo. As veias e as artérias
não escapam dessa dinâmica. Elas podem ser alvos de entupimento.
A infecção pelo coronavírus pode despertar uma inflamação exagerada por volta do
décimo dia da invasão viral. É um processo que chega a atingir o corpo todo. Células de
defesa como os macrófagos e os e os neutrófilos passam a liberar muitas substâncias
inflamatórias, as citocinas, a fim de mobilizar o sistema imune contra o ataque do
patógeno. Mas o corpo é autobombardeado por essas moléculas, que caem na
corrente sanguínea.
Quando isso acontece, as citocinas podem agredir o endotélio, tecido que recobre o
interior dos vasos sanguíneos. Estudos apontam, aliás, que o próprio vírus é capaz de
infectar esse revestimento. Ambas as situações levam a uma lesão no endotélio,
processo marcado por mais um processo inflam atório que sinaliza ao organismo que é
preciso recuperar o tecido danificado. É ativada, então, a cascata de Coagulação.
Na microcirculação, formada por pequenos vasos sanguíneos, esse estado excessivo de
coagulação já é suficiente para que aquela mistura de elementos se embole e bloqueie
a passagem do sangue. Isso acontece especialmente nos pulmões — tanto que parte
da insuficiência respiratória é decorrente disso. O entupimento dos vasinhos
pulmonares provoca as manchas com cara de vidro fosco típicas das tomografias de
pessoas com Covid-19.
Artérias e veias maiores podem ser atingidas por obstruções, dando origem a eventos
sérios como infarto, AVC e trombose venosa profunda. É um pouco mais difícil que isso
aconteça, pois na grande circulação há mais espaço para os trombos, os coágulos
circulantes, passarem. Mesmo assim, a Covid-19 pode desencadear o problema,
principalmente se já houver algum fator de risco prévio, como obesidade ou
tabagismo.

REFERÊNCIAS:
- Microbiologia Médica – Patrick Male
- Imunologia - David Male
- Artigo Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina
- Tratado de Fisiologia Médica – Guyton e Hall

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