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MIRELA ROCHA – P4 UNCISAL: Microbiologia 1

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INTRODUÇÃO

Virologia é o estudo dos vírus e suas


propriedades. Propriedades gerais dos vírus
Os vírus são conhecidos como agentes
infecciosos causadores de doenças em 1. São acelulares.
humanos, animais ou plantas. 2. Parasitas intracelulares obrigatórios.
Além de causar doenças, os vírus também 3. Apresentam DNA ou RNA.
servem como ferramentas fundamentais 4. Possuem capsídeo proteico.
em pesquisas científicas. 5. Alguns possuem envoltório – membrana
→ Terapia gênica. lipoproteica.
6. Parasitas específicos.
VÍRUS 7. Se replicam em células animais, vegetais
ou microrganismos.
Definição: São seres microscópicos 8. Se utilizam da maquinaria celular para sua
acelulares que não possuem metabolismo reprodução.
próprio. 9. Sobrevivem mais facilmente em estruturas
Estão entre os menores agentes não dissolventes.
infecciosos que se tem conhecimento. 10. Não possuem ribossomos ou outros fatores
Medidas: 12 a 400 nm (nanômetros). utilizados para a replicação, justificando
Métodos de checagem de seu tamanho: assim o uso do metabolismo celular do
→ Microscopia eletrônica. hospedeiro.
→ Ultracentrifugação.
→ Ultrafiltração.

Podem ser encontrados de duas formas:


→ Forma extracelular: vírion ou partícula
viral.
→ Forma intracelular: dentro da célula
hospedeira, ocorrendo a replicação viral.

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Estágio de parasitismo Classe VI RNA com DNA


intermediário
Apresentam capacidade reprodutiva
Classe VII DNA com RNA
intracelular.
intermediário
Tem capacidade mutacional e evolutiva –
uma patogenia viral nunca é a mesma.
Utilizam o metabolismo da célula Vírus de DNA
hospedeira.

Estágio de não parasitismo


Está em sua forma extracelular, isto é,
vírion ou partícula viral. São vírus que tem DNA como material
Está na forma de unidade infecciosa genético.
inteira do vírus, sendo constituído de ácido DNA → RNA → Proteína.
nucleico (DNA ou RNA). Exemplos: Bacteriófago, poxvírus,
Classificação viral herpesvírus, hepadnavírus, papovavírus.
Vírus de RNA

São os vírus que devem conter ou sintetizar


enzimas próprias para serem processados.
Existem vírus de DNA ou de RNA. RNA → Proteínas.
Classe Material Genético Exemplos: Influenza, rabdovírus, filovírus,
reovírus, flavivírus, paramixovírus.
Classe I DNA duplo
Classe II DNA simples Vírus de RNA + Transcriptase reversa
Classe III RNA duplo
Classe IV RNA + simples São os chamados retrovírus.
Classe V RNA - simples São os vírus que contém como material
genético o RNA associado à enzima
transcriptase reversa.
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Transcriptase Reversa: Transforma a Etapas do processo reprodutivo


cadeia simples de RNA em uma fita dupla
de DNA. O DNA retroviral produzido se
associa com o DNA cromossômico da
célula hospedeira. Assim, o DNA retroviral
irá sintetizar um novo RNA que constituirá
o genoma dos novos vírus.
RNA → DNAretroviral → RNA → Proteínas.
Exemplos: HIV, HTLV-1, HTLV-2.

REPLICAÇÃO VIRAL
É a formação de vírus biológicos durante
o processo de infecção nas células
hospedeiras alvo.
Apresenta duas fases: ciclo lisogênico e
ciclo lítico.
Ciclo lisogênico Adsorção.
Penetração.
O vírus invade a bactéria ou a célula Desnudamente.
hospedeira, onde o DNA viral incorpora-se Maturação.
ao DNA da célula infectada. Liberação.
A célula continua suas operações
normais, como reprodução e ciclo celular. Adsorção
Doenças causas por vírus lisogênicos
É a ligação de uma molécula presente na
tendem a ser incuráveis, como a AIDS e a
superfície da partícula viral com os
herpes.
receptores específicos da membrana
Esse ciclo pode permanecer durante
celular do hospedeiro.
muito tempo, havendo sua transformação
em casos de baixa de imunidade. Penetração
Ciclo Lítico É a entrada do vírus na célula.
É feita por fusão e por viropexia.
O DNA viral comanda o metabolismo da
Depende de temperatura adequada,
bactéria e, com a formação de novos
que fica em torno de 37ºC.
vírus, a célula hospedeira sofre lise,
liberando novos vírus. Desnudamento
O capsídeo é removido pela ação de
enzimas celulares, expondo o genoma
viral.
Maturação
As proteínas vão se agregando ao
genoma, formando o nucleocapsídeo.
Há formação de novas partículas virais
completas.
Liberação
A saída do vírus da célula, podendo
ocorrer através de lise ou de brotamento.
Lise – vírus não envelopados.
Brotamento – vírus envelopados.
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PADRÕES DAS DOENÇAS Mecanismos de transmissão viral


Aerossol.
Ingestão de alimentos ou água
contaminada.
Insetos.
Parenteral – através de administração de
injeções.
Vertical – da mãe para o filho, seja por
contato sanguíneo ou por aleitamento.
Contato direto.

Infecções agudas
É a fase da doença que surge após a
infecção, onde os sintomas clínicos são
mais nítidos.
Sintomas: Resfriados, infecções
respiratórias.
Exemplos: Influenza, varíola.
O meio ambiente e a temperatura são
fatores importantes a serem considerados
nesse tipo de padrão.
Infecções com sequelas Mecanismo de replicação dos vírus nas
É a fase de complicação mais ou menos células
tardia de uma doença. Interação do vírus com a superfície da
Sintomas: Problemas nas articulações, célula hospedeira.
glaucoma, catarata, surdez. Introdução do seu material genômico.
Exemplos: Poliomelite, rubéola. Expressão de genes virais usando a
Infecções persistentes maquinaria celular.
Modificações nas células para replicar o
É aquela que, apesar dos procedimentos vírus.
de desinfecção e tratamento, continua Formação de novas partículas virais.
no organismo. Liberação dos vírus.
Sintomas: bolhas, feridas na pele,
ardência, formação de placas, tosse. MACETE: PENSAR EM PAQUERA E RELAÇÃO
Exemplos: Papiloma vírus, Herpes, SEXUAL.
adenovírus.
Doenças secundárias
São aquelas associadas a infecção
principal.
Exemplos: Leucemia, doenças
secundárias ao diabetes, ao AVC.
Doenças de longa incubação
São as chamadas doenças crônicas.
Levam a perda progressiva da imunidade.
Exemplo: HIV.

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HIV Propriedades dos vírus

HIV é o vírus da imunodeficiência humana. Retrovírus com genoma RNA.


É o causador da AIDS. Possui enzima transcriptase reversa.
Ataca o sistema imunológico, Lábil no meio externo – é inativado por
principalmente as células linfócitos T uma variedade de agentes físicos (calor)
CD4+. e químicos (hipoclorito de sódio,
Esse vírus altera o DNA dessa célula, glutaldeído), não sobrevivendo no meio
fazendo cópias de si mesmo. extracelular, pois a proteína da superfície
e a camada lipídica facilmente se
Historicidade degradam.
Possui a enzima protease – fragmenta a
Na década de 1980 nos EUA, tiveram início
proteína da célula hospedeira para
os primeiros casos de AIDS (Síndrome da
formar proteínas virais.
imunodeficiência adquirida).
Possui a enzima integrasse – associa o DNA
Em 1982, os cientistas observaram que
viral com o DNA humano.
essa doença interagia com a depleção
Possui envelope viral – o que confere mais
das células CD4+.
resistência contra enzimas da célula
A princípio, os primeiros casos relatados
hospedeira.
eram sobre os homens homossexuais.
Posteriormente, foi descoberto que Transmissão
hemofílicos (pacientes que receberam
transfusões sanguíneas e os usuários de
drogas injetáveis também eram afetados.
Tipos de HIV

Relação sexual sem proteção.


Vertical (mãe-bebê)
→ Pré-natal: intrauterina transplacentária.
Em geral, o HIV pertence a subfamília → Intraparto: Contato com fluidos
lentevírus dos retrovírus humanos. biológicos da mãe.
HIV-1: Principal causador. → Pós-parto: Aleitamento materno.
HIV-2: Apresenta maior período de Sanguínea – compartilhamento de
latência. seringas contaminadas.
Acidente de trabalho.
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Evolução da doença OBSERVAÇÃO: NÃO SE FAZ CULTURA DE VÍRUS,


UMA VEZ QUE ELES SÃO ACELULARES.
Monitoramento
Contagem de CD4+.
Citometria de fluxo.
Carga Viral.
Biologia Molecular.

Fase aguda
Replicação viral intensa nos linfócitos.
Sintomas inespecíficos.
Sorologia negativa.
Fase crônica assintomática
Fase sem sintomas.
Alta transmissão.
Decaimento da taxa de linfócitos T CD4+.
Fase crônica sintomática Tratamento
Sintomas inespecíficos, porém Uso de TARV (Terapia antirretro viral).
relacionados com a própria infecção. → Melhorar a função imunológica.
Febre > 30 dias. → Reduzir o desenvolvimento de AIDS.
Diarreia crônica. → Diminuir a replicação viral.
Perda de peso ponderal. → Medida profilática e não curativa.
Infecções oportunistas.
Diagnóstico
Exame convencional – ELISA + Western-
Blot confirmatório.
2 amostras de sorologia – Verificar o vírus
no sangue ou antígenos e os anticorpos.

ELISA
Teste de triagem sorológico.
Detecta antígeno.
Utilização de 2 amostras.
Western-Blot confirmatório
Teste por bandeamento de vírus.
Extração de DNA.
Detecta anticorpos.
Alta sensibilidade.
Alta especificidade.
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HPV Tratamento
Tratamento cirúrgico, uso de laser.
Eletrocauterização.
Tratamentos tópicos.

GRIPE SUÍNA

O condiloma acumulado é uma lesão na


região genital, causada pelo
Papilomavírus Humanos (HPV).
Também conhecida como crista de galo,
figueira ou cavalo de crista.
É uma infecção sexualmente transmissível
comum.
Sintomas
Homens: Aparecimento de verrugas no
Também chamada de gripe porcina.
pênis.
É uma doença causada pelo vírus
Mulheres: Verrugas genitais na vulva, na
influenza H1N1 – combinação das cepas
parede vaginal, no colo do útero e na
dos vírus suíno, aviário e humano.
pele perivaginal.
Transmissão
Diagnóstico
Contato interpessoal – de um individuo
Baseado em quadro clínico.
para o outro por meio do contato com
Colposcopia (colo do útero) e anoscopia
secreção da pessoa infectada.
(ânus).
O vírus tem sobrevivência no ar.
Prevenção
Sintomas
Vacinação contra o HPV.
Vacina quadrivalente: protege contra os
dois tipos de HIV (6 e11) que causam a
maior parte das verrugas genitais.
Recomendada para pessoas de 9 a 26
anos.

Podem permanecer por mais de 7 dias.


Febre.
Tosse.
Coriza.
Dor de garganta.
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Dor muscular. Diagnóstico


Calafrios.
Detecção de antígeno.
Diarreia.
Exames sorológicos.
Tratamento
Tratamento
Terapia medicamentosa.
Repouso absoluto. Antivirais.
Isolamento ambiental. HERPES
Prevenção
Vacinação de H1N1.
Higienização das mãos.
Ambientes arejados.

CITOMEGALOVÍRUS

Doença viral recorrente.


Geralmente benigna.
Afeta principalmente a mucosa da boca
ou a região bucal.
Causada pelos vírus Herpes humano
simples (HSV1 e 2).
Não tem cura.
Terapia medicamentosa – Aciclovir.
Vírus da família da família herpesvírus.
Presença de DNA e RNA. HEPATITES VIRAIS
Não abandona o organismo da pessoa
infectada – ciclo lisogênico.
Transmissão
Sangue.
Líquidos corporais.
Transplante de órgãos.
Via pré-natal e intraparto.
Sintomas
Febre.
Sensação geral de indisposição.
Perda de apetite.
Dores musculares. Inflamação do fígado decorrente de:
Erupção cutânea. → Infecção vírus da hepatite (A, B, C, D, E
Dor de garganta. e G).
Urticária, → Bactérias ou parasitas.
Problemas de visão. → Uso descontrolado de medicamentos.
→ Consumo excessivo de bebidas
alcoólicas: seu risco está associado ao
conjunto de agentes químicos –
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corantes, alucinógenos, álcool de Patogenia da hepatite


origem duvidosa.
→ Ingestão de cogumelos venenosos.
→ Doenças autoimunes, metabólicas e
genéticas.
→ No Brasil, as hepatites virais mais
comuns são causadas pelos vírus A-B-
C.
Necessidade de exames
Quando há contágio fecal-oral.
Transmissão sanguínea.
Transmissão vertical (mãe-bebê).
OBS: Cuidado com água de filtro, pois este Penetra na circulação sanguínea.
pode não está sendo higienizado Vence os linfócitos.
corretamente. Chega ao fígado, infectando
hepatócitos.
Evolução das hepatites virais Replicação viral.
Depende do tipo de vírus:
→ A e E – Doença aguda.
→ B, C e D – Doença agudas crônicas. FALANDO SOBRE CADA UMA DELAS NO
QUADRO RESUMO.
Tipos de Hepatites

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