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SEMANA 14 e 15 - AULA 12, 13 e 14 15, 18 e 22/11/2022

MICROBIOLOGIA II DR.CARLOS MELGAREJO

Generalidades
VIROLOGÍA!
Antigamente, acreditava-se que os vírus eram CAPSÍDE
substancias tóxicas como, veneno. Atualmente, se sabe
que são partículas e não se consideram seres vivos, já A capsíde, por sua vez, é formada por polímeros de
que, carecem de retículo endoplasmático, complexo de capsômeros. A partir do vírus da capsíde surgem as PAV
Golgi, mitocôndrias, citoesqueleto e entre outros (Proteínas de Adesão Viral), que provem adesão a célula
componentes. Ainda há pessoas que afirmam serem ser hospedeira através dos receptores celulares (ex:
vivos, pelo simples fato de conterem genoma, DNA ou neurotransmissor de acetilcolina) e assim, permite ao
RNA. Contudo, esse ultimo conceito não é adotado. vírus afinidade por algum tecido ou sistema completo.
Sendo acelulares, não realizam reprodução e sim, PAV é considerada uma proteína imunógena, que
replicação. Assim como, não morrem e sim, se inativam. induz a produção de anticorpos que se unem a PAV no
intuito de impedi-lo de aderir-se a célula (neutralizando-
DEFINIÇÃO a), contudo, em certas situações esse mecanismo
contribui para o vírus adentrar na célula.
São partículas intracelulares obrigatórias que
dependem dos mecanismos da célula hospedeira-diana • Provee simetría, forma helicoidal, esfeiroidal ou
para replicar-se, de onde obtém enzimas, aminoácidos, icosaédrica (prisma)
retículo endoplasmático e todos os componentes de uma • Protege o ácido nucleico do meio externo, da
célula. Em ausência desta, não consegue replicar-se de dessecação e de enzimas tissulares
forma eficiente. • Apresenta estrutura (PAV) que permite a união a
Carecem de energia própria, dependendo da energia célula hospedeira
da célula hospedeira. O vírus utiliza substratos como • Atua como imunógeno
ATP, NADH e FADH2 assim como as células, contudo, • Reprimi expressão de genes virais tempranos (no
não consegue sintetizar-los, necessitando assim da célula genoma existe um grupo de genes temperados e
para prover-los. tardios, há genomas que se expressam primeiro - não
deve ocorrer a expressão antes de infectar uma
ESTRUTURAS célula). Há vírus que contem suas próprias
polimerassas sintetizadas dentro da célula, estas são
TAMANHO enzimas que fazem copias do genoma (transcrição).
A capsíde reprimi a expressão dos genes virais
A unidade de tamanho dos vírus se da em
(inibe as polimerasas), impedindo que atuem antes
nanômetros, podendo variar de 20 a 250nm. Os vírus de
da infecção da celular.
maior tamanho apresentam um genoma maior e mais
complexo. A capsíde pode estar separada da envoltura ou unida,
como é o caso do vírus Sarampion.
• Clamidia (300nm) - antigamente acreditava-se
ser um vírus por seu tamanho, atualmente se sabe ENVOLTURA
que são bactérias (procariota) devido a detecção de
A envoltura é de origem lipoproteíca (semelhante e
ribossomas em sua estrutura.
adquirida da célula hospedeira), cumprindo função de
• Bacteriófago - tipo de vírus que infecta bactérias, proteção ao nucleoide, permitindo união aos receptores
não possuindo a capacidade de infectar células celulares e expressão de determinantes antigênicos
eucariontes. São portadores de genes de resistência (proteínas que atuam como antígeno, gerando resposta
ou virulência, podendo introduzir-los em bactérias imune).
que infectam, como Corynebacterium. São A presença da envoltura define a resistência do vírus
utilizados também para produção de medicamentos. ao meio externo:
INTERIOR ✓ V. DESNUDO - não apresentam envoltura e devido
a sua ausência, são resistentes a infectantes e ao
O genoma possui um nucleoide constituído de DNA
meio externo. Produzem infecções líticas (para sair
(ácido desoxirribonucleico) ou RNA (ácido ribonucleico)
da célula hospedeira, causam lises). Possui PAV.
e ainda, há alguns que apresentam os dois como,
Citomegalovírus (genoma de DNA, mas no interior Como exemplo de vírus desnudos, podemos citar HPV-
existe pequena fração de RNA). Ademais, há exceções poliovírus e o vírus da Hepatite A. O vírus da hepatite A pode
ser transmitido via fecal-oral, sendo resistente ao pH estomacal
nas quais os vírus apresentam ribossomas (arenavírus). O e sais biliares, conservando sua infectividade na água.

genoma determina a infecciosidade.


O DNA e RNA constituem o nucleoide, este pode ✓ V. C/ENVOLTURA - providos de envoltura de
estar associado a proteínas virais sintetizadas dentro da natureza fosfolípidica, obtida através da membrana
célula, essa combinação se denomina Core/Centro. plasmática da célula hospedeira. Não mata a célula
O Core atua como imunógeno (gera resposta imune), hospedeira e sim, a utiliza como fabrica, gerando
deixando assim, anticorpos detectáveis para diagnostico. uma infecção não lítica (não mata). Ao contrario
Se encontra em todos os vírus e é responsável pela dos vírus desnudos, estes são sensíveis a
infectividade, já que esta formado por ácidos nucleicos. desinfectantes e ao meio externo, transmitidos
Sua estrutura lhe prove proteção contra o meio externo, através da troca de fluído (não resistindo a
sendo composta por uma proteína conhecida como, ambientes que não sejam úmidos). Possui PAV.
capsíde.

@REVISAMEDPY 1 EDUARDA DA SILVA


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Algumas proteínas que se projetam para fora da REPLICAÇÃO VIRAL


envoltura, conhecidas como proteínas espiga (ex:
hemaglutinina), são responsáveis pela infecciosidade O tropismo viral se refere a uma célula suscetível
permitindo a rápida união a receptores celulares e (permite o ingresso) e permissível (possui maquinaria de
ativando a resposta imune (atuam como antígenos). replicação) ao vírus. As duas condições devem estar
presentes para ocorrer tropismo celular.
ÁCIDOS NUCLEICOS
A replicação viral esta dada em 7 etapas.
O genoma independentemente se for DNA ou RNA, ADSORÇÃO
pode ser mono (uma fita) ou bicaternário antiparalelo
(dupla fita). Sendo de forma lineal ou circular. A primeira etapa se caracteriza pelo tropismo
celular, onde ocorre a união da proteína de união viral e
receptor celular (localizado ou generalizado).

PENETRAÇÃO

Há tres tipos de penetração:


Ademais, os vírus podem ser classificados segundo
‣ DIRETA - realizada pelos vírus desnudos, onde
sua polaridade:
passam diretamente para dentro da célula, sem
‣ Polaridade Positiva - iniciam com 5’ e terminam causar lises desta.
com 3’. Ribossomas possuem capacidade de leitura ‣ FUSÃO DE MEMBRANA - realizada pelos vírus
dos genomas de polaridade positiva. com envoltura, estes para ingressar dentro da
‣ Polaridade Negativa - iniciam com 3’ e terminam célula fusionam sua envoltura com a membrana

FASE TEMPRANA
com 5’. Ribossomas não possuem capacidade de celular, processo mediado por uma proteína de
leitura de genomas com polaridade negativa, logo, o fusão. As proteínas virais presentes na envoltura
vírus necessita realizar uma copia desta fita, porém após o processo de penetração permanecem na
de polaridade distinta. Para isso, necessita sintetizar membrana celular, o que por um lado gera processo
um intermediário replicativo de polaridade positiva. inflamatório e por outro, permite a identificação e
formação de anticorpos.
‣ Polaridade Dupla - vírus de RNA bicaternário e
de dupla capsíde, como os Rotavírus (família dos ‣ VIROPEXIS - mecanismo de endocitose mediado
Reovírus - causam diarreia). por receptores. Os vírus são capazes de estimular
sua fagocitose, onde a membrana celular se estende
Há vírus que possuem RNA e o utilizam para e o engloba. Posteriormente, se forma uma vesícula
sintetizar DNA e, este por sua vez, são utilizados para e esta é degrada pelo vírus para possibilitar sua
sintetizar RNA (ex: vírus do HIV da família Retrovírus). saída.
Estes possuem uma enzima em particular, a DESCAPSIDAÇÃO - DESNUDAMENTO
Transcriptasa Inversa/Reversa, enzima causadora de
muitos erros nas cópias, impossibilitando assim a O vírus perde capsíde/envoltura e inicia a expressão
fabricação de uma vacina eficaz. de seus genes tempranos e tardios. Ao mesmo tempo que
Os ácidos nucleicos pelo fato de determinarem a perde a capsíde, perde a infectividade (não pode infectar
infecciosidade, em caso de alguma mutação tornam o outra célula) devido a liberação de seu genoma no
vírus muito mais ou menos infeccioso. citoplasma/nucleoplasma celular. A partir daí, esta pronto
Os vírus para realizarem replicação necessitam de para iniciar sua replicação.
proteínas chamadas, polimerasas, estas realizam copia
do genoma. Há polimerasas mais propensas a cometerem
erros no momento da copia, gerando assim as variantes
(mais frequente entre polimerasas de RNA).
PROTEÍNAS ECLIPSE

✓ ESTRUTURAIS - formam a estrutura do vírus Se refere ao tempo de incubação (etapa latência),


superficialmente ou internamente, como por quando o vírus inicia sua replicação livremente no
exemplo, o capsômero (forma a capsíde). citoplasma e sintetiza suas próprias proteínas.
FASE TARDIA

✓ NÃO ESTRUTURAIS - não possuem função


estrutural e sim, replicativa. Como, por exemplo, as
polimerasas, enzimas que fazem copias do genoma
e se associam a estrutura viral (unidas a capsíde,
quando se desprendem realizam replicação).
Ocorre em duas etapas:
‣ EXPRESSÃO DO GENOMA - transcrição de
grupos de genes, essa etapa ocorre somente em vírus
de DNA (ex: de DNA se sintetiza RNA)
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‣ TRADUÇÃO - sintetiza proteínas não estruturais, VÍRUS DE DNA


como por exemplo, as polimerasas. Essa etapa
ocorre tanto em vírus de DNA, como RNA. A maioria dos vírus de DNA são de cadeia dupla (cd)
antiparalela (5'3', 3'5'), porém existe em menor
Os mecanismos de replicação variam de acordo com
quantidade os de cadeia simples como, herpesvírus,
o genoma (DNA ou RNA).
papillomavírus, adenovírus e polyomavírus.
No caso dos vírus de RNA, estes não necessitam
Na transcrição (primeira etapa eclipse), se transcreve
passar pelo processo de transcrição (primeira etapa
um grupo de genes conhecido como, genes tempranos.
eclipse), logo, passam diretamente para a tradução.
Os genes tempranos portam informação para síntese de
‣ TRANSCRIPTASA INVERSA/REVERSA - enzimas enzimas e proteínas não estruturais, como polimerasas. A
que sintetizam DNA a partir de RNA (RNA>DNA). seguir, se transcreve o grupo de genes tardios que
Estas cometem erros, inserindo nucleotídeos portam informação para síntese de proteínas estruturais,
distintos dos corretos. As enzimas do Retrovírus e como capsômeros.
polimerasas de RNA, em particular, cometem
muitos erros gerando novas variantes. VÍRUS DE RNA

LATÊNCIA A maioria dos vírus de RNA são de cadeia simples


(semelhantes ao RNAm), quando possuem polaridade
Coincide com período de replicação (etapa eclipse), positiva são diretamente reconhecidos pelos ribossomas.
neste o vírus não se encontra nem dentro e fora da célula. Já aqueles de polaridade negativa não são reconhecidos
Em alguns casos o genoma permanece livre, porém não ocorre pelos ribossomas, logo, estes vírus necessitam de uma
replicação devido a atuação do sistema imune. O sistema imunológico enzima “x” que utiliza o genoma de polaridade negativa
atua sequestrando todas as proteínas/maquinaria necessária para para sintetizar um genoma de polaridade positiva, isso
replicação viral, logo, este vírus permanece em estado de latência até que
o sistema imune enfraqueça e assim, o vírus possa continuar sua ocorre através de um intermediário replicativo.
replicação. Neste caso, se trata de uma infecção latente e recorrente, a
célula é suscetível e não permissível. Ex: Herpes
VÍRUS C/ TRANSCRIPTASA INVERSA
FASE TARDIA

Esta enzima se encontra em duas famílias, na


MATURAÇÃO
Retroviridae (HIV) e Hepadnaviridae (hepatite B).
Ao final da replicação, ocorre o ensamble/embalagem Os retrovírus são vírus de RNA e sintetizam DNA a
dos ácidos nucleicos e formação da capsíde. partir do seu RNA.
Já os hepavírus são vírus de DNA que possuem uma
estrutura circular com pequena fração aberta, possuindo
uma enzima para sintetizar RNA (DNA>RNA) e deste
sintetizar DNA (RNA>DNA), completando assim o
genoma. Pode suceder que este RNA sintetizado em vez
LIBERAÇÃO de adentrar o genoma viral, adentra o núcleo dos
Assim que estiver finalizado a etapa anterior, se hepatocitos, gerando um hepatocarcinoma.
libera da célula. Essa liberação pode ocorrer de duas
formas: VARIAÇÃO VIRAL
‣ LÍTICA - frequente entre os vírus desnudos, Os erros cometidos na hora da replicação viral, lhes
onde ao sair rompem a célula gerando processo prove vantagens (mais infeccioso) ou desvantagens
inflamatório (DAMP). Ex: herpes (inativação).
‣ NÃO LÍTICA - frequente entre os vírus com ‣ MUTAÇÕES PONTUAIS - erros de polimerasas
envoltura, ocorre por um processo denominado inserindo nucleotídeo distinto, em grande quantidade
brotação/gemação onde com a liberação do vírus, ou até mesmo a ausência de algum nucleotídeo.
este leva consigo parte da membrana celular, ‣ RECOMBINAÇÃO GÉNICA - acomete vírus da
nuclear ou do retículo endoplasmático rugoso. Ex: mesma família, onde ocorre a união covalente entre
Togavírus (dengue/zika) e Hepanovírus (hepatite B) dois genomas.
‣ REORDENAMENTO GENÓMICO - ocorre quando
dois vírus infectam a mesma célula e desse ensamble
surge uma partícula com segmentos de ambos vírus.
Ex: H1N1, H2N3, H2N2 e H3N5.
No caso de uma infecção não lítica, as células
hospedeiras se tornam uma fábrica viral, já que, estas TERMINOLOGIAS
não morrem e continuam liberando vírus, gerando assim ‣ CEPA - vírus mutantes, mas que mantem mesma
uma infecção persistente. infecctividade que o original.
‣ VARIANTE - se apresenta mais infeccioso que o
vírus original, sendo genotipicamente distinto
‣ TIPO/SEROTIPO - antígenos que se apresentam
em um grupo especifico da mesma família e gênero
(ex: H1N1, H2N2).

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TROPISMO VIRAL RESULTADOS DA INFECÇÃO


Os vírus podem infectar seres vivos e células ✓ Infecção Abortiva - quando a célula é suscetível,
especificas. mas não permissível. Logo, ocorre fracasso da infecção
Além da classificação segundo o genoma, os vírus
✓ Infecção Lítica - quando o vírus se replica e ao sair
podem ser classificados segundo o tropismo celular:
dermotropo (afinidade pela pele), neumotropo (afinidade da célula causa lises desta
pelo pulmão), hepatotropos (afinidade pelo fígado), ✓ Infecção Persistente - é o mesmo que infecção não
neurotropos (afinidade por neurônios) e pantropos lítica, onde o vírus sai da célula por brotação
(afinidade por todas as células). ✓ Infecção Recorrente-Latente - quando o vírus não
A maioria dos vírus se replicam em um sitio pode se replicar imediatamente devido a ação do
especifico (pelo qual tem afinidade celular) e ao terminar sistema imune, porém quando o sistema imunológico
a replicação, saem desse órgão e infectam outro órgão estiver debilitado o vírus inicia sua replicação (ex:herpes)
que irá manifestar os casos clínicos. Como, por exemplo,
o sarampo apresenta manifestações cutâneas (vesículas), A SUCEPTIBILIDADE E GRAU DA ENFERMEDADE
mas antes disso já esteve presente nos pulmões sem
A susceptibilidade e o quão grave se manifestara a
apresentação clínica. No caso, este não é um vírus
enfermidade, depende de fatores como:
dermotropo e sim, neumotropo.
‣ Exposição e localização - quais são as células alvo
suscetíveis ao vírus, se forem muito estéreis/debeis ao
EFEITOS VIRAIS SOBRE AS CÉLULAS
serem infectadas desenvolveram enfermidade grave.
Quando os vírus infectam uma célula, causam dano Como exemplo de células debeis, células do SNC.
ao citoesqueleto ou até mesmo em sua estrutura ‣ Sistema imunitário
completa, alterando sua morfologia celular. ‣ Dose viral
Esse efeito se conhece como, Ação Citopática ou
Efeito Citopatogênico, causando assim, uma infecção ‣ Genética do vírus (ex: variantes) e Genética do
hospedeiro (ex: Sx.Down, Lupus, Celiaquia, Guillain
obstrutiva.
barre)
PATOGÊNESE DAS INFECÇÕES EVASÃO VIRAL

‣ Segundo Hospedeiro - imunocompetente ou Os vírus conseguem causar enfermidades graças aos


imunodeficiente mecanismos de evasão ao sistema imunológico, dessa
forma, o atacando, invadindo e contra-atacando.
‣ Segundo Especialidade - localizada (ex:
A virulência é outro fator que possibilita a evasão,
infecções respiratórias) ou sistémica
provendo a capacidade de controlar a resposta imune.
‣ Segundo Temporalidade - aguda ou persistente.
Quando persistente, pode-se apresentar crônica INFECCTIVIDADE VIRULENCIA
(infecção de muito tempo), latente (vírus não se Facilidade de Capacidade de evadir e
replica), lenta ou transformante (imortalizador - não ingressar na célula controlar sistema imunológico
permite que a célula morra).
PERÍODO DE INCUBAÇÃO Mas afinal de contas, como consegue fazer isso?
Neste período o vírus se encontra em estado O vírus atua evitando seu reconhecimento pelo
replicativo, sendo de duas formas: sistema imune e também alterando os mecanismos de
defesa do hospedeiro.
‣ CURTO - quando a porta de entrada é próxima a
célula diana/alvo COMO EVITA RECONHECIMENTO DO S.I

‣ LONGO - quando a porta de entrada é distante da ‣ Variação antigenica - cambia seus antigenos
célula diana/alvo ‣ Diminui a expressão viral
‣ Dissociação da expressão genica viral - inibe sua
Todavia, não depende somente da porta de entrada própria replicação até que o sistema imunológico se
e célula alvo, mas também outros fatores como, carga encontre em um estado debilitado, é quando volta a
viral e fatores de risco. replicar-se (ex: herpes)
Recordando que, este é o período onde não se
encontra vírus ou anticorpos. Podendo durar por dias, COMO ALTERA O MECANISMO DE DEFESA DO HOSP
meses ou anos. Assim que finalizado este período, o ‣ Inibe replicação antigentica
vírus sai da célula e infecta outras, em seguida o
paciente inicia apresentação dos quadros clínicos. ‣ Inibe Sistema Interferon (IFN) - controla atividade
mediada por antígenos endógenos, assim, o sistema
Contudo, é possível o período de incubação
imune não consegue se ativar
finalizar, o vírus sair da célula e o paciente ainda não
apresentar os quadros clínicos. Nesse caso, o paciente ‣ Reprime liberação de citocinas
começa a apresentar os quadros clínicos depois do vírus ‣ Infecção das células do sistema imunológico
já ter afetados outros tecidos. ‣ Inibição do sistema de transcrição - impede a
expressão dos genes que portam informação interferon
EX: Sarampo e Varicela
O Sarampo tem como porta de entrada a cavidade oro-faringe. No
interior do hospedeiro suscetível sua replicação inicialmente ocorre no
sistema respiratório, somente tempo depois se replica em outros tecidos
(pele) e nestes manifesta os quadros clínicos (vesículas).

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DIAGNOSTICO VIROLOGICO SOROCONVERSÃO

O diagnostico de um quadro virológico é classificado 14-21 dias depois

segundo o objetivo, que pode ser: 1º soro 2º soro

✓ D. EPIDEMIOLOGICO Amostra Amostra


Observação Resultado/Paciente
Fase Aguda Fase Convalecencia
Determina a incidencia e prevalencia. Depende da
clínica e epidemiologia 32
Paciente já se infectou Infecção Previa
(+) 32 (+) em algum momento da
vida, possuindo Paciente Imune
memória imunológica
✓ D. INDIVIDUAL
Este diagnostico se divide em etapas. < ou (-) 8 < ou (-) 8
Paciente nunca entrou
em contato com o vírus,
Ausência de Infecção
Paciente Suscetível
- Intervenção Terapêutica: exames laboratoriais de logo, é suscetível

enfermidades infecciosas Ocorreu uma Conversão Sorol.


8 (+) > 32 conversão sorológica
- Prognostico: por exemplo, exame prospectivo de < ou (-)
Infecção Recente
câncer do colo uterino
- Monitorar Resposta Terapêutica: por exemplo, os
pacientes diagnosticados com HIV imediatamente Esse tipo de método, conversão sorológica, prove um
iniciam o tratamento antiretroviral e 3 meses depois resultado retrospectivo. Normalmente não é realizado,
se faz necessário o retorno para verificar a carga viral, salvo algumas situações como, pacientes recém-
observando assim se há resistência ao tratamento nascidos.
Por exemplo, uma mulher com sífilis pode dar a luz a
O diagnostico de um quadro virológico é classificado recém-nascido aparentemente saudável, contudo, se faz
segundo o método dependendo do tempo, que pode ser: necessário uma prova para saber se este se contaminou
✓ M. DIRETO com o vírus proveniente da mãe. Se solicita IgM e esta
Detectar o vírus diretamente, ou seja, buscar resulta negativo, porém 14-21 dias depois resulta
antígenos. Se realiza nos primeiros dias dos positivo, ou seja, ocorreu conversão sorológica. Logo, o
quadros virais, 3 a 5 dias antes até 3 a 5 dias bebê esta infectado e necessita ser tratado.
depois do inicio dos signos e sintomas.
Independentemente do método a ser utilizado, sempre
Realizado através de: se deve ter em conta a clínica (signos e sintomas) e
• Cultivo - não se realiza em meio axênicos, ou epidemiologia (tempo, lugar e pessoa).
seja, sem células (Agar Sangue, McKonkey).
Logo, o cultivo é realizado em meio de
cultivo celular, com células ELA. Porém, para
se realizar necessita de um laboratório de
investigação, tornando-se um método pouco
viável.
• Microscopia Eletrônica - a microscopia pode
ser realizada, contudo, para um laboratório
deve haver somente um microscópio sendo
utilizado, tornando-se um método pouco
viável.
• Identificação de Antígenos - todos os vírus
possuem antígenos, porém nem todos são
detectáveis
• Identificação de Genoma* - é a técnica
molecular, realizando uma reação em cadeia
polimerase. É uma técnica muito especifica.

✓ M. INDIRETO
Detectar o vírus indiretamente, ou seja, buscar
anticorpos. Se realiza de 5 a 7 dias dos quadros
virais, através da sorologia - IgG e IgM.
• Conversão Sorológica - possui finalidade
retrospectiva, identifica que paciente gerou
imunidade
• Detecção de IgM - normalmente solicitado
para casos virais*, indica a enfermidade ativa.
IgG é solicitado geralmente para prognostico
(por exemplo: se a mulher deseja engravidar,
se pede IgG para identificar se há vírus que
podem desenvolver fetopatias)

@REVISAMEDPY 5 EDUARDA DA SILVA

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