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Unidade 1: Aspectos gerais e taxonomia do vírus

● Vírus: organismos subcelulares que têm um ciclo de replicação intracelular e


não possuem metabolismo ativo fora da célula hospedeira.
● Os vírus não são capazes de produzir energia e suas próprias proteínas,
não podem se replicar de forma independente e não podem se reproduzir
fora da célula hospedeira.
● Os vírus precisam estar dentro da célula para se replicarem.
● Estrutura: capsídeo, ácido nucleico e em alguns casos envelope viral.
● Capsídeo: capa protéica.
● Envelope viral: membrana externa.
● Vírus não possuem organelas e por isso não conseguem fazer a síntese
protéica e geração de ATP.
● Vírion: partícula viral completa responsável por carregar o material
genético do vírus para dentro da célula hospedeira, onde será replicado e
amplificado.
● Vírus possuem mecanismo de replicação único e produz centenas de vírus.

● Vida: conjunto de processos resultantes da ação de proteínas codificadas


por ácidos nucléicos.
● Fora da célula os vírus não apresentam atividade ou movimentos próprios, e
por isso não são seres vivos. Porém, ao infectar a célula hospedeira, o ácido
nucleico viral pode ser replicado e traduzido em proteínas, apresentando

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características de seres vivos. Além disso, os vírus são capazes de causar
doenças.
● O fato de ser parasita intracelular obrigatório não é uma característica
exclusiva dos vírus, algumas bactérias compartilham dessa propriedade.
● Os vírus podem ser divididos em: bacteriófagos (infectam bactérias) e vírus
que infectam plantas e animais.
● Nos vírus de animais, todo o vírion penetra a célula hospedeira, não apenas
o ácido nucleico, como no caso dos bacteriófagos.
● Como as células de plantas e animais são eucarióticas, os vírus que infectam
esses organismos, muitas vezes, replicam-se no núcleo da célula hospedeira,
ao passo que os bacteriófagos se replicam no citoplasma, visto que as
bactérias não possuem núcleo.
● A maioria dos vírus é capaz de infectar apenas alguns tipos específicos de
células de uma espécie de hospedeiro.
● Existem quatro possibilidades de desfecho para os vírus de animais:
1. lise da célula hospedeira, causada por uma infecção virulenta;
2. células hospedeiras não danificadas, como ocorre nas infecções
latentes, em que o vírus não é replicado;
3. liberação do vírion por brotamento, na qual a célula hospedeira pode
não ser lisada, como ocorre em alguns vírus envelopados, durante
uma infecção persistente;
4. conversão de uma célula normal em uma célula tumoral, no caso do
processo de transformação.
● Os vírus são classificados de acordo com as normas do Comitê Internacional
de Taxonomia de Vírus (ICTV) baseado na morfologia, replicação e
organização do genoma, propriedades das proteínas virais, propriedades
de lipídeos e carboidratos, propriedades físico-químicas, propriedades
antigênicas e propriedades biológicas.
● Os vírus são distribuídos em grupos chamados famílias, de acordo com
características comuns entre si e diferentes dos demais. Essas
características dizem respeito à morfologia do vírion, à estrutura do
genoma e à estratégia de replicação.

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● Famílias: representadas pelo sufixo viridae e agrupadas em ordens, de
acordo com características em comum entre famílias.
● Ordens: são subdivisões das famílias reconhecidas pelo sufixo –virales.
● Algumas famílias são subdivididas em subfamílias, as quais refletem a
complexidade filogenética entre seus membros e são representadas pelo
sufixo –virinae.
● Gênero: diferenças biológicas, genômicas, físico-químicas ou sorológicas —
esse grupo é reconhecido pelo sufixo –vírus.
● Espécies: classificada de acordo com a variabilidade do vírus.
● Nomenclatura: A primeira letra do nome da família, da subfamília e do
gênero deve ser maiúscula, e esses nomes devem ser destacados utilizando
o itálico ou o sublinhado. Já o nome da espécie não deve começar com letra
maiúscula e não deve ser escrito em itálico. Ex: Família Herpesviridae,
subfamília Alphaherpesvirinae, gênero Simplexvirus, herpevírus humano 2.
● Os vírus são classificados em grupos de acordo com o tipo de ácido
nucleico viral e método de replicação em:
1. Grupo I: vírus dsDNA (DNA de fita dupla). Esses vírus apresentam DNA
de fita dupla e transcrição como em células, produzindo RNA
mensageiro (mRNA). Como exemplos, temos os adenovírus,
herpesvírus e poxvírus.
2. Grupo II: vírus ssDNA (DNA de fita simples). Essa classe apresenta DNA
de fita simples, cuja polaridade é a mesma do mRNA, ou seja, positiva.
Esse é o caso dos parvovírus.
3. Grupo III: vírus dsRNA (RNA de fita dupla). Exemplos dessa classe são
os reovírus.
4. Grupo IV: vírus (+)ssRNA (RNA de fita simples com polaridade po-sitiva).
Esses vírus apresentam RNA de fita simples com a polaridade igual ao
do mRNA. Como exemplo, temos os picornavírus e togavírus.
5. Grupo V: vírus (-)ssRNA (RNA de fita simples com polaridade negativa).
Nesse caso, os vírus apresentam RNA de fita simples com polaridade
negativa, sendo complementar ao mRNA. Exemplos são os
ortomixovírus e os rabdovírus.

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6. Grupo VI: vírus ssRNA-RT (RNA de fita simples de polaridade positiva
que se replicam através de um intermediário de DNA). Esses vírus
apresentam o seu genoma de RNA, mas, para sua replicação, utilizam
um intermediário de DNA por meio da enzima transcriptase reversa.
Como exemplo, temos os retrovírus.
7. Grupo VII: vírus dsDNA-RT (DNA de fita dupla que se replicam através
de um intermediário de RNA de fita simples). Um pequeno grupo de
vírus apresenta o genoma de DNA segmentado, que serve de modelo
para a formação de mRNA e RNA subgenômico. Um exemplo são os
hepadnavírus.
● Estrutura dos vírus: tamanho varia de 200 a 300 nm, formado pelo capsídeo, o
ácido nucleico viral, as proteínas virais e, para alguns vírus, o envelope.
Capsídeo, o ácido nucleico viral, as proteínas virais e, para alguns vírus, o
envelope.
● Os vírus são compostos de proteínas, ácidos nucléicos e lipídeos.
● O capsídeo é composto de pequenas subunidades protéicas que se
organizam de forma energeticamente favorável em torno do ácido nucleico,
fornecendo proteção e rigidez.
● Nucleocapsídeo: estrutura composta pelo ácido nucleico e pelas proteínas do
capsídeo. Conjunto de núcleo e capsídeo.
● A presença de subunidades proteicas similares faz com que haja um arranjo
simétrico entre elas e apresenta as vantagens de reduzir a necessidade de
informação genética e favorecer a automontagem, sendo energeticamente
favorável.
● A organização das subunidades proteicas, ou protômeros, determina as
diferentes formas de simetria encontradas em vírus: icosaédrica, helicoidal e
complexa.

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1. Simetria helicoidal: capsômeros se arranjam em uma espiral oca em
forma de bastão, a qual pode ser rígida ou flexível. Vírus de
humanos com esse formato apresentam envelopes.
2. Simetria icosaédrica: capsídeo organizam-se na forma de 20
triângulos equiláteros, formando um icosaedro. Sua forma mais
simples ocorre quando cada face do icosaedro apresenta três
protômeros. O agrupamento de três protômeros em um lado do
icosaedro chama-se capsômero.
● Obs: o envelope pode ou não, estar presente nos vírus com formato
icosaédrico.
3. Simetria complexa: formato de tijolo com cristas na superfície
externa. Ex: poxvírus.
● Envelope viral: membrana lipoprotéica externa na qual as proteínas são
vírus-específicas e os lipídeos são derivados da membrana celular do
hospedeiro.
● Aquisição de lipídeos da membrana celular do hospedeiro: ocorre por
brotamento do nucleocapsídeo por meio dessa membrana, em locais onde
foram inseridas proteínas vírus-específicas. Esse processo varia de acordo
com a estratégia de replicação do vírus e com a estrutura de seu
nucleocapsídeo.
● Alguns vírus apresentam glicoproteínas em formato de espículas na
superfície, as quais ligam-se a receptores da célula hospedeira no momento
da infecção do vírus na célula.
● A presença de envelope, em geral, deixa o vírus com uma maior instabilidade,
visto que assim ele fica mais suscetível a detergentes e solventes lipídicos.
● Ácido nucleico: DNA ou RNA, circular ou linear, fita dupla ou simples,
segmentada ou não segmentada.
● A maioria dos vírus são haploides (1 cópia de ácido nucleico), exceto o
retrovírus, que são diplóides (2 cópias).
● Proteínas virais: facilitam a transferência do genoma viral de uma célula
hospedeira para outra.
● Na superfície dos vírus, existem proteínas que medeiam a ligação do vírus
aos receptores na membrana da célula do hospedeiro, e essa interação
determina a especificidade de hospedeiros e de órgãos e tecidos.

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● As proteínas da superfície são antígenos que induzem a resposta
inflamatória pela indução de anticorpos neutralizantes e ativação de células
T citotóxicas para combater as células infectadas.
● Sorotipos: categoria de vírus com base nos antígenos da superfície. Cada
vírus possui uma quantidade de antígeno.
● As vacinas devem ter todos os sítios antigênicos de um determinado vírus
para que o indivíduo esteja totalmente protegido.
● Proteínas internas dos vírus: podem ser estruturais ou enzimas.
● Proteínas estruturais do capsídeo: protegem o ácido nucleico da degradação
por DNAses ou RNAses.
● Enzimas: aceleram a velocidade da reação, são essenciais para a replicação
do vírus. EX: polimerases.

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