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Introdução a Virologia

Dr. Victor Augusto Araújo Barbosa

20/07/2023
Livro Texto
• https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527738354/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcov
er%5D!/4/2/2%4050:79
• Introdução a virologia

• Origem, Evolução dos vírus

• Propriedades Gerais dos Virus

• Estratégias de replicação dos Genomas virais

• Bases física e geométricas da arquitetura do capsídeos viral

• Patogênese das infecções virais

• Resposta do hospedeiro às viroses

• Diagnóstico laboratorial das viroses

• Antivirais
Pontes de hidrogênio

1 e 30 kcal/mol

A ligação de hidrogênio é um tipo especial de Os átomos pequenos e altamente


atração dipolo-dipolo que ocorre entre um átomo eletronegativos que podem participar
de hidrogênio numa molécula polar e um átomo de ligações de hidrogênio incluem flúor
pequeno e altamente eletronegativo em outra (F), oxigênio (O) e nitrogênio (N).
molécula
Pontes de hidrogênio

Uma típica ligação covalente forte (como a ligação C-C)

energia de cerca de 80-100 kcal/mol

Significativamente mais fortes do que as forças de Van der Waals


Ligações no DNA
Estrutura do DNA
Dogma central da biologia
Mas o que é um gene?
Tipos de Genes
Transcrição
Tradução
Ribossomos
➢ As moléculas de RNA ribossomal (rRNA) têm tamanhos variados dependendo do tipo e do
organismo:
Procariotos (Bactérias):
Eucariotos:
16S rRNA: cerca de 1.500 nucleotídeos
18S rRNA: cerca de 1.800 nucleotídeos 23S rRNA: cerca de 2.900 nucleotídeos
5.8S rRNA: cerca de 160 nucleotídeos 5S rRNA: cerca de 120 nucleotídeos
28S rRNA: cerca de 5.000 nucleotídeos
5S rRNA: cerca de 120 nucleotídeos
Arqueias:

O tamanho das moléculas de rRNA nas Arqueias é


semelhante ao dos Eucariotos, mas pode variar de
acordo com a espécie. Em geral, as Arqueias têm
moléculas de rRNA que se assemelham às dos
Eucariotos, incluindo a presença de rRNAs 18S, 5.8S, 28S
(ou 25S, dependendo da espécie) e 5S.
Árvore da Evolução

▪ Baobá é o nome genérico de árvores de grande


porte pertencentes a nove espécies do gênero
Adansonia

▪ Sua altura varia de 5 a 30 m

▪ De 8 a 10 anos para atingir a fase adulta


Árvore da Evolução
▪ O pau-brasil atual Paubrasilia echinata

▪ Sua altura chega até 12 m

▪ 40 anos para atingir a fase adulta


Árvore da vida
Origem dos vírus
➢ Alguns cientistas argumentam que os vírus não devem ser incluídos na árvore da vida

(1) os vírus não são vivos


(2) os vírus são polifiléticos
(3) não existe uma linhagem viral ancestral
(4) a simplicidade e a capacidade de infectar hospedeiros filogeneticamente distintos não
significam ancestralidade
(5) ausência de genes com funções metabólicas
(6) ausência de aparato para síntese de proteína
(7) os vírus são ladrões de genes celulares
(8) os vírus evoluem a partir das células
Origem dos vírus
Diferentemente dos outros organismos, os vírus são estruturas intracelulares obrigatórias que não
se replicam individualmente

São ubíquos

Infectam todas as formas de vida nos três domínios

Podem parasitar outros vírus


Origem dos vírus

Todos os organismos celulares estudados possuem seus próprios vírus

Vírus de rna: ancestrais do dna

Os bacteriófagos, são a entidade biológica mais abundante do planeta

São os principais agentes de evolução

Em virtude de sua capacidade de funcionar como veículos de


transferência horizontal de genes (HGT, horizontal gene transfer).
Bacteriófago
Evolução da vida
Ribonucleotídeo-difosfato
➢ Vírus de rna: ancestrais do dna
Ribonucleotídeo Converter
redutase
A ideia de que os vírus de RNA estariam envolvidos
na origem do DNA é bastante provocativa Desoxirribonucleotídeo-difosfato

De acordo com esse cenário, os vírus de RNA


infectaram células de RNA e adquiriram um sistema dUMP (desoxiuridina monofosfato)
de modificação RNA → DNA para resistir às enzimas
celulares de degradação de RNA (RNAses) timidilato
sintetase

dTMP (desoxitimidina monofosfato)

Duas vias fundamentais na síntese de DNA


Coevolução do genoma viral e
celular

O RNA celular foi então substituído por DNA no curso


da evolução, devido à grande estabilidade do DNA

Capacidade de reparo conferida pela sua estrutura


de fita dupla

Tornou possível que os genomas de DNA maiores e


mais complexos superassem os genomas de RNA
das células mais primitivas
Três vírus: três domínios
A hipótese postula que a tecnologia de DNA foi De acordo com essa hipótese, cada
transferida independentemente por três diferentes domínios celulares (arqueia, bactéria e euc
vírus de DNA para os organismos de RNA ancestrais originou independentemente a partir da
das bactérias, eucariotos e arqueias. uma célula com genoma de RNA e um
genoma de DNA

Essa teoria atribui um novo papel aos vírus ancestrais


– o de estarem na origem dos três domínios celulares

Essa hipótese tenta explicar por que


existem três linhagens distintas das células modernas
em vez de um contínuo

existência de três padrões ribossomais canônicos


diferenças críticas exibidas pela maquinaria
replicativa dos eucariotos e arqueias
Evolução Viral
Evolução Viral
Propriedades gerais dos vírus
• Os vírus são estruturas subcelulares, com ciclo de biossíntese exclusivamente intracelular

• Sem nenhum metabolismo fora da célula hospedeira

• Ácido ribonucleico (RNA) ou ácido desoxirribonucleico (DNA), nunca os dois juntos

• Não apresentam potencial genético ou bioquímico para gerar a energia necessária para
realizar processos biológicos como a síntese de macromoléculas

• A partícula viral completa é chamada de vírion.


Propriedades gerais dos vírus
Um vírus é um arranjo molecular de proteínas e
ácido nucleico, eventualmente com um envelope
glicolipoproteico

Os vírus mais simples são constituídos de uma


molécula de ácido nucleico circundado por uma
capa de proteínas chamada capsídeo

ácido nucleico
proteínas associadas Nucleocapsídeo
capsídeo
Propriedades gerais dos vírus

Alguns vírus podem apresentar um envoltório Simetria icosaédrica ou helicoidal


glicolipoproteico designado envelope

Origem em membranas de diferentes


compartimentos celulares, modificadas após a
infecção viral

A partícula viral completa é chamada de vírion


Propriedades gerais dos vírus

➢ Qual a função do capsídeo?

• Envolve o ácido nucleico viral e algumas proteínas necessárias para sua replicação

• Manter o genoma viral protegido

• Carreá-lo para dentro da célula, para que ocorra sua síntese pela célula infectada e o
número de partículas virais seja amplificado
Propriedades gerais dos vírus

• São muito pequenos (menores


que bactérias), com tamanho
variando entre 18 e 300 nm

• Passam por poros de filtros


esterilizantes
Propriedades gerais dos vírus

• Não podem ser vistos em microscopia óptica


Propriedades gerais dos vírus
• Não podem ser cultivados em meios artificiais

• São agentes intracelulares, que requerem


metabolismo celular ativo para amplificação de
seu material genético
Propriedades gerais dos vírus
➢ Capsídeo

• Conjunto de proteínas formadas pelos


capsômeros, que envolve diretamente o ácido
nucleico e proteínas a ele associadas

• Para que o capsídeo seja feito de muitas cópias


da mesma proteína ou mesmo de poucas
proteínas diferentes, existem formas geométricas
que são mais favoráveis para que isso aconteça

• Capsídeos com arquiteturas icosaédrica (ou


cúbica), helicoidal e complexa (pseudossimetria)
A. Icosaédrica sem envelope.

B. Icosaédrica com envelope

C. Helicoidal com envelope.

D. Helicoidal sem envelope.

E. Complexa.
Propriedades gerais dos vírus
➢ Nucleocapsídeo O vírus é transmitido
por mosquitos ( Culex e Culiseta ). O
SINV está relacionado coma
doença de
• Conjunto composto pelo core (ácido Pogosta [3] ( Finlândia ), doença de
nucleico e proteínas associadas) e o Ockelbo ( Suécia ) e febre da
Carélia ( Rússia ) .
capsídeo Em humanos, os sintomas
incluem artralgia , erupção
cutâneae mal-estar

Estrutura tridimensional do vírus Sindbis


Propriedades gerais dos vírus
➢ Matriz proteica:

• Estrutura de proteínas (proteínas matrizes) não glicosiladas existente em alguns vírus

• Localizada entre o envelope e o capsídeo

• Principais funções sustentar o envelope viral e servir de ancoragem para as proteínas virais de
superfície
Propriedades gerais dos vírus
➢ Envelope

• Camada bilipídica proveniente da célula


hospedeira, que envolve certas partículas virais
(vírus envelopados)

• O retículo endoplasmático (p. ex., flavivírus) ou o


complexo de Golgi (p. ex., buniavírus)

• Encontram inseridas as glicoproteínas conhecidas


pelo nome de peplômeros ou espículas virais
Biossíntese Viral

• A produção de vírions apenas pode ocorrer se a partícula viral encontrar uma célula que possa
fazer o processo de biossíntese

• Alguns vírus podem infectar vários tipos celulares, enquanto outros são bastante restritos quanto
ao tipo celular que infectam

• Se a maquinaria da célula consegue não somente replicar o genoma viral, mas também ter
como produto a montagem de partículas virais infecciosas

• Vale salientar que o fato de uma célula replicar o genoma viral não significa que partículas virais
infecciosas vão ser produzida
Biossíntese Viral

• Após a liberação do genoma viral na célula (RNA ou DNA), as primeiras proteínas


produzidas são aquelas que asseguram a replicação do genoma

Proteínas não estruturais

• As proteínas que integram a nova partícula viral são produzidas em uma fase mais tardia

proteínas estruturais
Biossíntese Viral: Etapas

✓ Adsorção

✓ Penetração

✓ Desnudamento

✓ Transcrição e tradução de proteínas virais iniciais não estruturais


Biossíntese Viral: Etapas
Esquema geral do ciclo de biossíntese viral:

(1) Adsorção do vírus a receptores celulares;


(2) Penetração e desnudamento do vírus;
(3) Transcrição inicial de RNA mensageiros (RNAm)
virais;
(4) Tradução e processamento de proteínas virais
iniciais;
(5) Replicação de novos ácidos nucleicos virais;
(6) Transcrição tardia de RNAm virais;
(7) Tradução tardia e processamento de proteínas
virais estruturais;
(8) Maturação das proteínas virais e automontagem;
(9) Liberação
Propriedades gerais dos vírus
Propriedades gerais dos vírus
Biossíntese Viral: Etapas
Representação dos mecanismos de
penetração dos vírus em células

A. Fusão do envelope viral com a


membrana da célula infectada

B. Fusão após endocitose mediada por


receptores.

C. Lise da membrana endocítica.

D. Passagem por poros na membrana do


endossoma

E. Translocação do nucleocapsídeo viral


para o citoplasma celular
Classificação de Baltimore
➢ Definiu uma classificação para os vírus com base em modelos de replicação e tipo de ácido
nucleico viral
Morfogênese
Após a síntese das proteínas estruturais virais e
síntese do ácido nucleico viral, ocorre a
automontagem para a formação do
nucleocapsídeo

Em seguida, o nucleocapsídeo migra para


regiões da membrana citoplasmática onde se
concentram proteínas virais glicosiladas,
havendo o seu englobamento nessa região e
liberação da partícula viral envelopada.
Estratégias de Replicação
Estratégias de Replicação
➢ As moléculas de DNA e de RNA
que compõem os diferentes
genomas virais podem
apresentar ainda modificações
terminais, que servirão como
importantes sinais regulatórios
para a expressão gênica e a
replicação do genoma viral.
Esquema geral da estratégia de biossíntese
dos vírus de DNA

➢ Entrada do vírus na célula

➢ O genoma viral e os fatores de


transcrição virais que fazem parte da
partícula viral são direcionados para o
núcleo da célula-alvo

➢ Nesse momento, há a transcrição dos


genes iniciais que geram os RNAm iniciais

➢ Estes são translocados para o


citoplasma, onde serão traduzidos,
gerando as proteínas iniciais
Esquema geral da estratégia de biossíntese
dos vírus de DNA

Esses fatores iniciais induzem a expressão de


um conjunto de genes celulares típicos da
fase S do ciclo celular, permitindo que
fatores de transcrição e replicação celulares
estejam disponíveis para a etapa de
replicação dos genomas virais

Os fatores virais iniciais voltam ao núcleo e


atuam sobre promotores celulares, levando
à transcrição de genes envolvidos na
replicação do DNA
RNA polimerase-RNA dependente

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