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Nota de aula 203 – Vírus e viroses

Introdução menos como pequenos cromossomos) podem trocar alguns desses segmentos, um
Vírus (do latim, veneno) são parasitas intracelulares obrigatórios (endoparasitas), processo chamado de rearranjo.
ou seja, somente se reproduzem no interior das células hospedeiras. Fora da célula se
comportam como seres inertes. Dessa forma, os vírus não são constituídos por células Exemplo de recombinação:
(acelulares), embora dependam delas para sua replicação, pois não possuem Os vírus influenza ("da gripe") são mestres em rearranjo. Eles possuem oito
metabolismo próprio. segmentos de RNA, cada um carregando um ou alguns genes. Quando dois vírus
São altamente mutantes, e fora da célula são considerados partículas não vivas influenza infectam a mesma célula ao mesmo tempo, alguns dos novos vírus feitos no
(inertes) chamadas vírions, os quais podem manter-se cristalizados por tempo interior da célula podem ter uma mistura de segmentos.
indeterminado, assim como os minerais. Os vírions não têm qualquer atividade Porcos em particular são bem conhecidos como "recipientes de mistura" para o
metabólica, mesmo quando colocados em soluções nutritivas. vírus influenza. Células de porco podem ser reconhecidas e, portanto, infectadas, pelos
O termo “vírus” refere-se aos parasitas que infectam eucariontes, enquanto o vírus da influenza humana e aviária (assim como pelos vírus da influenza suína). Se uma
termo “bacteriófago” ou fagos, é utilizado para aqueles que infectam procariontes. célula no porco é infectada com dois tipos de vírus ao mesmo tempo, pode liberar
Observação: os bacteriófagos podem desempenhar uma função semelhante à dos novos vírus que contêm uma mistura de material genético (RNA) de vírus da influenza
antibióticos, promovendo a morte ou impedindo a reprodução de bactérias. humana e da aviária. Este tipo de troca é comum para vírus influenza na natureza. Por
exemplo, houve um surto da influenza H1N1 ("gripe suína") que causou uma pandemia
Estrutura viral em 2009. O H1N1 tinha um segmento de RNA de vírus humano e de aves, assim como
Os vírus carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico (DNA ou RNA) de vírus de porcos da América do Norte e da Ásia. Este combo reflete uma série de
cercada por uma estrutura protetora chamada cápsula protéica ou capsídeo. Em vírus rearranjos que ocorreram passo a passo ao longo de muitos anos para produzir esta
mais complexos, podem existir acessórios externos, como lipídios e carboidratos linhagem do H1N1.
constituindo o envelope viral. Para classificação dos vírus e suas variedades, são consideradas a morfologia
Possuem morfologia variada (sem padrão) e o tamanho varia de 17 a 300 nm, (tamanho, forma, presença ou ausência de envelope), propriedades físico-químicos
visíveis apenas em microscopia eletrônica. Desta forma, são muito menores que as (massa molecular, densidade flutuante, pH, estabilidade térmica e iônica), genoma
bactérias e hemácias (10 vezes maiores), e pouco maiores do que as macromoléculas (RNA ou DNA), macromoléculas (composição e função proteica), propriedades
proteicas ou um RNA. biológicas (espectro de hospedeiros).
Os menores vírus são geralmente esféricos ou octaédricos, sendo os maiores
habitualmente icosaédricos (20 faces triangulares). Os bacteriófagos possuem Origem dos vírus
morfologia mais complexa, dotados de cabeça e cauda. 1-) Teoria dos Elementos Subcelulares: Em 1960, o físico alemão Manfred Eigen,
ganhador de um prêmio Nobel, descobriu que era possível a replicação de RNA in vitro.
Capsídeo e envelope viral O RNA, portanto, tornou-se um grande candidato a condição de supermolécula da vida
O capsídeo é formado por proteínas denominadas capsômeros. Alguns vírus primitiva, capaz de se replicar e sofrer mutações, e contendo genes codificadores de
podem conter vários tipos de proteínas e em outros apenas um único tipo. Os proteínas e enzimas. Essa molécula, denominada “RNA de Eigen”, é muito semelhante
capsômeros são capazes de se combinarem quimicamente com substâncias presentes ao vírus, pois se encontra na fronteira entre o químico e o biológico. Desta forma, o
na membrana plasmática das células hospedeiras. vírus seria proveniente de uma molécula de RNA.
O envelope normalmente derivado da MP do hospedeiro (é lipoproteico ou 2-) Involução celular: Uma outra hipótese defende que o vírus teria se originado do
glicoproteico) protege o genoma viral e também permite o mecanismo pelo qual o vírus DNA de seres unicelulares de vida livre que, por uma perda progressiva de
invade seu próximo hospedeiro (Herpes, HIV e Sars-Cov2 da Covid-19, são exemplos de propriedades celulares e da autonomia metabólica durante o processo evolutivo.
vírus envelopado). O envelope pode ser degradado por solventes como etanol (álcool Contudo, conservou uma bagagem genética suficiente para manter sua identidade e sua
70%) provocando a inativação de vários vírus. capacidade de multiplicação no meio intracelular.
O capsídeo e envelope possibilitam ao vírus identificar as proteínas ligantes nas 3-) Teoria da origem celular: eles seriam derivados de elementos transferíveis como
células hospedeiras e permitir a penetração nas mesmas. plasmídeos (ou epissomos) ou transposons (segmentos de DNA que têm a capacidade
Observação: O capsídeo somado ao material genético viral recebe o nome de de mover-se e replicar-se dentro de um genoma) ou, ainda, RNAm que, por processos
nucleocapsídeo. de recombinação, teriam adquirido um invólucro proteico, separando-se da célula
original.

Outras partículas infectantes:


Outras partículas infectantes, chamadas sub-virais, que são tão simples
estruturalmente quanto os vírus incluem: Viróides ou virusóides, e príons (proteína
alterada).

Viróides: Consiste em apenas uma molécula de RNA circular catalítico (ribozimas), não
apresenta capsídeo e envelope, não produz proteínas, pode ser copiado apenas no
núcleo da célula hospedeira e, para a sua detecção, é necessária a identificação de
sequências de nucleotídeos do RNA, diferindo dos vírus, por não ser possível a sua
visualização em tecidos infectados sem a utilização dessas técnicas. A
única doença humana conhecida causada por um viroide é a hepatite D, transmitida
por contato com sangue.

Príons: São agentes ainda mais simples que os vírus. São partículas proteicas
infecciosas, extremamente pequenas, resultantes de proteínas normais modificadas
Classificação e Taxonomia por mutação. Não possuem ácido nucleico, sendo constituídos por proteínas alteradas
Virologia é o estudo dos vírus. Estíma-se que existam cerca de 1,5 milhão de vírus que têm a capacidade de converter outras proteínas semelhantes à sua configuração
selvagens que ainda não conhecemos e que, por um salto evolutivo podem infectar a (priônica) insolúvel, causando danos às células.
população humana, assim como ocorreu com SARS em 2002, MERS em 2012 (Síndrome As doenças provocadas por príons não têm cura e são
Respiratória do Oriente Médio) e com SARS-CoV2 em 2019. frequentemente classificadas como encefalopatias espongiformes em mamíferos,
O nome da espécie geralmente é dado pelas siglas das iniciais dos nomes em devido ao aspecto esponjoso que o cérebro adquire com a infecção, como como o caso
inglês, por exemplo: vírus HIV (Human Immunudeficiency Virus). As variedades (ou da doença da vaca louca (encefalopatia espongiforme), por exemplo.
cepas ou ainda estirpes) de uma mesma espécie são indicadas por números ou letras. Por ser oriundo de uma proteína do sistema nervoso, os príons afetam
Exemplo: HIV-1 e HIV-2. exatamente os neurônios. A infecção por tais moléculas pode ocorrer por herança
As variedades nos vírus surgem de duas maneiras: genética, consumo da carne de animais infectados, aplicação de hormônios, utilização
1-) Mutação aleatória: ocorre uma alteração na sequência de DNA ou RNA de um vírus. de instrumentos cirúrgicos contaminados ou por uma mutação casual. E seja qual for o
Observação: Os vírus de RNA tendem a ter altas taxas de mutação, enquanto vírus de mecanismo de infecção, não há procedimento de rotina que possa identifica-los.
DNA tendem a ter baixas taxas de mutação. A principal diferença reside na maquinaria Não são inativados pelo calor a 90ºC; a inativação dos príons só é
de cópia. A maioria dos vírus de DNA copiam seu material genético usando enzimas da possível em autoclave, à temperatura de 130 ºC. O tratamento com radiação UV
célula hospedeira, chamadas DNA polimerases, que revisam o DNA (reconhecem e também não tem efeito nas infecções por príons, nem formol. Resistem às enzimas que
consertam os danos enquanto realizam a cópia). Já os vírus de RNA usam enzimas digerem DNA ou RNA; também não existe nenhum mecanismo de defesa imunológica
chamadas RNA polimerases, as quais não fazem correção e, portanto, cometem muito capaz de neutralizar essa partícula infectante, o que torna ainda mais rápida a sua
mais erros. disseminação.
2-) Recombinação: os vírus trocam pedaços de material genético (DNA ou RNA). A
recombinação acontece geralmente quando dois vírus infectaram a mesma célula ao Rickéttisias e Clamídias (células procariotas incompletas):
mesmo tempo. Como ambos os vírus estão usando a célula para produzir mais Rickettsia: Corresponde a um gênero de bactérias gram-negativas, contém RNA e DNA
partículas de vírus, vai haver muitas peças de vírus – incluindo genomas recém ao mesmo tempo e realiza parte da sua síntese proteica. Ou seja, são parasitas
produzidos – flutuando na célula. Sob essas circunstâncias, a recombinação pode intracelular obrigatórias assim como os vírus. Também apresentam membrana
acontecer de 2 maneiras diferentes. Primeiro, regiões similares de genomas virais plasmática semi-permeável. Podem infectar piolhos, carrapatos, ácaros ou pulgas. Caso
podem se parear e trocar pedaços, fisicamente quebrando e reconectando o DNA ou esses animais mordam as pessoas, podem transmitir essa bactéria, havendo
RNA (como num crossing over). Segundo, vírus com segmentos diferentes (mais ou
desenvolvimento de doenças de acordo com a espécie de Rickettsia e o artrópode por receptores proteicos, que revestem a membrana internamente. Nos dois
responsável pela transmissão. mecanismos existe uma dependência em relação à temperatura adequada, que fica em
No homem, rickéttisias causam doenças como tifo epidêmico (Rickettsia prowazekii), torno de 37ºC, em vírus que replicam em células de vertebrados.
tifo endêmico (Rickettsia typhy) e febre maculosa (Rickttessia rikettsi). 3º Desnudamento: O capsídeo é removido pela ação de enzimas celulares existentes
1-) Febre maculosa: causada pela picada do carrapato estrela infectado pela
nos lisossomos, expondo o genoma viral.
bactéria Rickettsia rickettsii, que atinge a circulação sanguínea da pessoa, espalha-se
4º Eclipse/Biossíntese viral: No interior da célula hospedeira, acontece a replicação do
pelo corpo e entra nas células, se desenvolvendo e multiplicando e levando ao
genoma viral e a montagem da cápsula.
aparecimento dos sintomas, que demoram entre 3 e 14 dias para aparecer.
Observação: Na replicação sucessiva, são formadas novas moléculas de DNA. Nesse
2-) Tifo epidêmico: Transmitido pela picada do piolho, no caso da Rickettsia prowazekii,
processo, são utilizados os nucleotídeos resultantes da hidrólise do DNA da célula
ou pela pulga, no caso da Rickettsia typhi. Os sintomas normalmente surgem entre 7 e
hospedeira. Usando ribossomos, enzimas e aminoácidos da célula parasitada, os vírus
14 dias após a infecção pela bactéria e normalmente 4 a 6 dias após o aparecimento do
produzem as proteínas da cápsula. Após a síntese dos componentes, começa a
primeiro sintoma, é comum aparecer manchas e erupções cutâneas que se espalham
montagem dos novos vírus, processo automático que independe da ação enzimática e
rapidamente pelo corpo.
do gasto de energia. Em resumo, montagem do vírus e ligação do envelope viral ao
material genético.
Clamídias: são procariotos que compartilham várias das estruturas das Rickéttisias,
5º Maturação, Lise e Liberação do vírus: No ciclo lítico, a quantidade de vírus formada
como parasitismo intracelular obrigatório e reprodução por bipartição. Podem causar
no interior da célula é tão grande que a célula se rompe e ocorre a liberação dos vírions,
Psitacose ornitose, Tracoma (uma doença dos olhos, caracterizado por uma
potencialmente capazes de nova infecção. Geralmente, vírus não envelopados
conjuntivite, que em alguns casos pode levar a cegueira. apresentam esse tipo de ciclo.

Seres vivos ou não vivos? Replicação em Ribovírus (RNA):


Vírus não têm qualquer atividade metabólica fora da célula hospedeira. Os vírus Quando o ácido nucleico do vírus é o RNA, 2 processos de reprodução podem
invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula viral; esses ocorrer:
componentes interagem com o aparato metabólico da célula hospedeira, subvertendo o 1-) Processo A (podem ser ribovírus de RNA- ou de RNA+) ou seja, senso positivo e
metabolismo celular para a produção de mais vírus. senso negativo.
O RNA(-) acontece quando o RNA viral funciona como RNAm que comandará a síntese
Reprodução ou Replicação Viral de proteínas no citoplasma da célula hospedeira. É o que acontece com o vírus
Os vírus são capazes de se reproduzir apenas quando estão no interior de células influenza (da gripe). Neste caso, o vírion adere a moléculas receptoras presentes na
vivas hospedeiras. Sua capacidade reprodutiva é assombrosa: um único vírus é capaz de superfície da célula hospedeira, penetrando inteiro. No interior da célula ocorre
produzir, em poucas horas, milhões de novos indivíduos. desnudação e liberação do RNA. O RNAm viral liga-se aos ribossomos celulares
Os vírus têm que ser capazes de reconhecer e entrar nas células-alvo apropriadas, ocorrendo síntese de proteínas virais, que podem ser estruturais que irão formar o
replicar cópias idênticas de si próprio, sintetizar proteínas do capsídeo e montagem de capsídeo ou enzimas que participam especificamente da duplicação do genoma viral.
novas partículas virais no interior da célula hospedeira para então infectar outras Os vírus chamados de RNA(+), possuem enzimas como a RNA polimerase responsáveis
células. A célula atua como uma fábrica, providenciando os substratos, energia e pela transcrição do RNA viral em um RNAm, fazendo em seguida o mesmo processo.
maquinaria para a replicação viral e para síntese das proteínas virais.
Os processos de replicação viral mudam de acordo com o material genético seja 2-) Processo B (retrovírus): São vírus de RNA de fita simples e senso (+). Mas nestes
um adenovírus (DNA) ou ribovírus (RNA). Os vírus de DNA tipicamente se replicam no casos, o RNA viral é utilizado como molde para fabricar DNA por ação da enzima
núcleo da célula hospedeira e os vírus de RNA normalmente se replicam no citoplasma. transcriptase reversa. Esse tipo de ribovirus é chamado de retrovírus, como por
exemplo, o HIV. Ao entrar na célula hospedeira essa enzima cataliza uma reação de
Replicação em Adenovírus (DNA): transcrição ao contrário, isto é formação de DNA a partir do RNA viral. O DNA assim
Os vírus (e bacteriófagos) que possuem DNA fazem o processo de transcrição (de formado é de fita simples. O RNA viral é degradado e o DNA viral de fita simples
DNA para RNA) e só depois a tradução. Primeiramente, precisa haver o contato do vírus sintetiza sua fita complementar tornando-se um DNA viral de fita dupla. Esse DNA viral
com a célula e apenas o ácido nucleico penetra na célula hospedeira. O seu capsídeo de fita dupla pode permanecer inativo por tempo indeterminado constituindo o
permanece fora, fixado muitas vezes na parede celular como em alguns bacteriófagos. provírus de ciclo lisogênico, ou desenvolver o ciclo lítico. Como a transcrição do RNA
Entretanto, existem vírus que penetram inteiros em células eucariontes. não envolve os mesmos mecanismos de verificação de erros que a transcrição do DNA,
Uma vez no interior da célula, o DNA viral pode seguir dois caminhos distintos: os vírus de RNA, sobretudo os retrovírus, são especialmente propensos a mutações.
Ciclo lítico e Ciclo lisogênico:
Observação: O sequenciamento do genoma humano revelou que pelo menos 1% do
1-) Ciclo lisogênico (ou multiplicação lisogênica): genoma humano consiste em sequências retrovirais endógenas, representando
No ciclo lisogênico, geralmente em vírus fita dupla e envelopados, o vírus não se encontros anteriores com retrovírus durante o curso da evolução humana. Alguns
reproduz imediatamente, em vez disso, combina seu DNA com o da  célula hospedeira retrovírus humanos endógenos permaneceram transcricionalmente ativos e produzem
e não interfere no metabolismo celular. Desta forma, são capazes de permanecer proteínas funcionais (p. ex., as sincitinas que contribuem para a estrutura da placenta
ocultos ou dormentes dentro da célula em um processo chamado latência, como no humana). Alguns especialistas supõem que algumas doenças de etiologia incerta, como
caso da varicela. a esclerose múltipla, certas doenças autoimunes e vários tipos de câncer, possam ser
Uma vez infectada, a célula continua as suas operações normais, como a causadas por retrovírus endógenos.
reprodução. Durante o processo de divisão celular, o material genético da célula,
juntamente com o material genético do vírus que foi incorporado, sofre duplicação e em Genoma Viral e Classificação
seguida é dividido equitativamente entre as células-filhas. Assim, uma vez infectada, a Existem vírus de DNA (adenovírus ou desoxivírus) e vírus de RNA (ribovírus). cada
célula hospedeira começará a transmitir o vírus sempre que passar por mitose e todas tipo pode conter material genético de fita simples ou dupla.
as células estarão infectadas também. Os vírus de RNA de fita simples são divididos naqueles com RNA de senso (+) e
Sintomas causados por um vírus que se reproduz desta maneira, num organismo senso (-), ou retrovírus que usam um método muito diferente de replicação.
multicelular podem demorar a aparecer, e as doenças causadas por um vírus lisogênico
tendem a ser incuráveis. O vírus da Herpes e da catapora são exemplos de adenovírus Desoxivírus ou adenovírus: Qualquer vírus com ácido desoxirribonucleico (DNA). Alguns
fita dupla e de ciclo lisogênico. Vale lembrar que o vírus incorporado na célula pode podem apresentar DNA de fita dupla e outros possuem DNA de fita simples.
"despertar" por algum motivo como a radiação, quimioterapia, raios X, etc., iniciando Ribovirus: Qualquer vírus que contenha o ácido ribonucleico (RNA). Também existem
assim o ciclo lítico. ribovírus de RNA de fita dupla e RNA de fita simples.
Observação: Provírus é um genoma de vírus integrado ao DNA de uma célula Observação: O material genético também pode ser linear ou circular, e de polaridade
hospedeira. No caso dos vírus bacterianos, os provírus são frequentemente chamados negativa ou positiva. Fitas positivas de RNA são fitas que contém o código que será
de profagos. traduzido pelos ribossomos. Fitas positivas de DNA são fitas que contém a mesma base
sequencial do RNA mensageiro. Fita negativa de RNA ou DNA é a fita com base
2-) Ciclo lítico: sequencial complementar à fita positiva.
No ciclo lítico, o vírus insere o seu material genético no interior da célula
hospedeira e, diferente do ciclo lisogênico, passa a dominar o metabolismo da célula, Esquema resumido:
destruindo-a no final do processo. DNA fita simples: ATCGATCGATCG
O DNA viral contém os genes de que determinam todas as características do vírus.
As enzimas celulares passam a transcrever os genes virais produzindo RNAm virais, que DNA fita dupla: ATCGATCGATCG
se ligam aos ribossomos, ocorrendo síntese de proteínas virais. Em cerca de 30 minutos TAGCTAGCTAGC
da infecção inicial cerca de 200 novos vírus já podem estar formados no interior da
célula. RNA fita simples: UACGUACGUACG
O processo de replicação no ciclo lítico é dividido em 5 etapas: adsorção,
penetração, desnudamento, eclipse/síntese viral, e liberação. RNA fita dupla: AUCGAUCGAUCG
1º Adesão/Adsorção: Ocorre o reconhecimento da célula alvo, e a ligação ou fixação do UAGCUAGCUAGC
vírus à superfície da célula hospedeira por meio das proteínas do capsídeo
(capsômeros).
2º Penetração: O ácido nucleico do vírus (DNA) penetra no interior da célula hospedeira
(a cápsula pode ficar no meio exterior ou entrar junto com o genoma).
Observação: Esta etapa pode ser feita de duas maneiras: fusão e viropexia. A fusão é
quando a membrana celular e o envelope do vírus se fundem, permitindo a entrada
deste no citosol da célula. A viropexia é uma invaginação da membrana celular mediada
de cabeça, insônia e sensação de dor e formigamento no local da mordida. Tratamento
por meio de soro antirábico.

3- Hantaviroses: Causada por um ribovírus de fita simples e envelopado e transmitida


pela inalação ou ingestão de água e alimentos contaminados com urina, saliva e fezes
de ratos, pode causar uma síndrome renal ou pulmonar. Nos roedores não é letal e
pode ser transmitida por toda vida do animal. No Brasil é uma doença rara, mas com
alta taxa de letalidade, causa dor abdominal, vômitos, dor de cabeça e insuficiencia
renal e respiratória.

4- Rotavírus: infecção intestinal que causam diarreia grave, passada de pessoa pra
pessoa por contato com as fezes. Existem sete sorotipos diferentes de Rotavírus, mas
somente três deles infectam o homem, não possuem vacina e causam gastroenterite
aguda.

5- Sarampo: causada pelo ribovírus de fita simples Measles morbillivirus, é altamente


contagiosa e transmite-se por via aérea através da tosse e espirros de uma pessoa
infetada. Após 10 dias de incubação surgem os primeiros sintomas como febre,
corrimento nasal, tosse, olhos vermelhos e lacrimejantes. Um ou dois dias depois
surgem pequenos pontos brancos (manchas de Koplik) na mucosa da boca e manchas
vermelhas atrás das orelhas, face e que se alastram pelo corpo. Como muitas outras
viroses, reduz a resistência do organismo tornando-o mais suscetível a contrair
Em 1971, o microbiologista estadunidense David Baltimore propôs as seguintes infecções secundárias. Prevenção por meio de vacina.
classes para ordenar os vírus de acordo com o genoma viral:
 Classe I: DNA fita dupla 6- Hepatite virais (A, B, C, D e E) (Obs.: Hepatite D – única doença causada por viroide,
 Classe II: DNA fita simples um tipo de vírus que não tem capsídeo): Todas transmitidas por ribovírus. É
 Classe III: RNA fita dupla genericamente, um tipo de inflamação do fígado que pode ter várias causas como
 Classe IV: RNA fita simples positiva (RNA polimerase) alcoolismo, parasitas e ingestão de medicamentos e outras substâncias químicas. A
 Classe V: RNA fita simples negativa (funciona como RNAm) hepatite A é transmitida pelo ribovírus não envelopado, por meio da água e alimentos
 Classe VI: RNA fita simples positiva com um DNA intermediário (retrovírus) contaminados por fezes de indivíduos doentes. Pode ser prevenida por vacinação e
 Classe VII: DNA fita dupla com RNA intermediário (DNA+RNA). saneamento básico e cuidados pessoais com a higiene. Hepatite B, C e D são
transmitidas por meio de sangue contaminado. A hepatite B tem vacina, a hepatite C e
Citomegalovírus (CMV) E não tem, e predispõe ao câncer de fígado. Hepatite D também não tem vacina. Existe
Até pouco tempo acreditava-se que possuíam apenas um tipo de ácido ainda hepatite E, que é grave apenas para gestantes e também transmitida por sangue,
nucleico (DNA ou RNA). Entretanto,recentemente descobriram-se vírus com DNA e alimentos e secreções contaminadas.
RNA ao mesmo tempo, o Mimivírus (família Mimiviridae, parasita de protozoários) e o
citomegalovírus, diferente dos outros vírus, que possuem um dos dois. 7- Influenza (Gripe): Infecção viral aguda do sistema respiratório, causada por
Pesquisadores da Universidade de Princeton (USA) descobriram que o diferentes tipos de ribovírus envelopados altamente mutantes, o que dificulta a
citomegalovírus contém RNA, além do genoma com DNA. As manifestações clínicas da obtenção de vacinas eficientes. Transmitida por gotículas de saliva e secreções
infecção pelo CMV variam de uma pessoa para outra e vão desde discreto mal-estar e nasais dos doentes. Os sintomas aparem de 1 a 3 dias após o contágio e constam de
febre baixa até doenças graves que comprometem o aparelho digestivo, nervoso e a febre, dor de cabeça, tosse, espirros e obstrução nasal. O tratamento é baseado no
retina. combate aos sintomas. Existem drogas antivirais que não destroem os vírus (como
O CMV nunca abandona o organismo da pessoa infectada. Permanece faz os anticorpos), mas impedem a multiplicação viral. Existem 4 tipos de vírus (A, B,
em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro pode reativar a C e D). Tipo A ocorrem em todos os tipos de mamíferos, tipo B apenas em humanos,
infecção. O CMV apresenta ciclo lítico. Contudo, a presença do RNA viral permite ao tipo C em humanos e suínos, tipo D em suínos e bovinos.
vírus um ataque mais rápido, pois, antes que o DNA atinja o núcleo, o RNA já começa a Observação: gripe e resfriado são causados por tipos diferentes de vírus. O resfriado
produzir proteínas virais, acelerando a reprodução do vírus e a destruição da célula. é mais brando e compromete apenas as partes altas do aparelho respiratório.

Retrovírus: Seu material hereditário é o RNA, e sua principal característica é a presença 8- Herpes: Doença causada por 2 tipos de adenovírus de fita dupla (de ciclo lisogênico):
da enzima transcriptase reversa, capaz de produzir moléculas de DNA a partir do RNA. os herpesvírus tipo 1 e tipo 2. O tipo 1, geralmente, determina infecção nos lábios e
O envelope dos retrovírus se funde com a membrana da célula e o capsídio viral penetra dentro da boca (especialmente na infância), enquanto o herpesvírus 2, em geral,
no citoplasma celular. O RNA, então, produz uma molécula de DNA que irá penetrar no determina lesões nos genitais e pode ser adquirido por via sexual. Os vírus permanecem
núcleo da célula, introduzir-se em um dos cromossomos do hospedeiro e recombinar-se latentes e se manifestam em ocasião de queda na imunidade. Evitar contato com
com o DNA celular. O DNA viral integrado ao cromossomo celular é chamado de doentes em épocas de manifestação dos sintomas. Não tem vacina.
provírus, que irá produzir moléculas de RNA, originando centenas de vírus completos.
Uma vez com os genes do provírus integrados aos da célula, esta irá produzir partículas 9- AIDS – Sindrome da imunodeficiência adquirida, é o nome da doença que é causada
virais durante toda a sua vida. Não leva a morte da célula hospedeira, mas esta poderá pelo retrovírus Human Immunodeficiency Virus - HIV). É uma DST, e também
transmitir o provírus para suas células filhas. Os retrovírus possuem genes apenas para transmitida por contato com sangue. A dificuldade relacionada com a produção de uma
RNA mensageiro, pois utilizam ribossomos e RNA transportador da célula hospedeira. vacina contra a AIDS está no fato do seu ciclo replicativo lisogênico. Além disso, o HIV
Observação: Um ribovírus não é necessariamente um retrovírus, ele pode ou não sofre constantemente modificações em seu genoma por ser um ribovírus. Com essas
conter a transcriptase reversa, e o RNA sintetizar diretamente um RNAm. mutações, algumas proteínas são codificadas e não são reconhecidas pelos anticorpos,
escapando, assim, da resposta produzida pela vacina. Causa perda da imunidade uma
Virulência vez que as células mais atingidas são os linfócitos T.
É a capacidade que um agente biológico (parasita) tem em produzir efeitos graves Observação: O risco de transmissão do HIV pelo sexo oral sem proteção existe, mas é
ou fatais no hospedeiro. Está relacionada com a sua capacidade de multiplicação no baixo.
organismo infectado, produção de toxinas, entre outros fatores.
10- Caxumba (ou parotidite): doença infecciosa causada por um ribovírus envelopado
Viroses: as doenças virais de fita simples e ciclo senso negativo, da família dos Paramyxovirus, que provoca
1- Febre Amarela: É causada por um ribovírus de fita simples e envelopado, transmitido inflamação não só nas glândulas parótidas, mas também nas glândulas submaxilares e
pela picada da fêmea do mosquito dos gêneros Aedes (urbano) e Haemagogus e sublinguais. Transmitida pelo contato com as secreções das vias aéreas da pessoa
Sabethes (silvestre). A doença compromete vários órgãos logo após um período de infectada. Em homens adultos pode ocorrer complicações como inflamação dos
incubação de 4 a 5 dias. A pessoa apresenta febre alta, calafrios, dor de cabeça e testículos e esterilidade. Existe vacina, a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e
prostração. Seguem-se vômitos, dores de cabeça e braquicardia (diminuição da varicela).
frequência cardíaca). Com a evolução surgem hemorragias e comprometimento renal e
hepático que dão o aspecto amarelado característico. A letalidade da doença é de 5% a 11- Rubéola: Semelhante ao sarampo, a doença é causada por um ribovírus de fita
10% e sobe para 50%, quando a pessoa acometida evolui para um quadro hemorrágico. simples, transmitida por gotículas de saliva e secreções nasais. Geralmente ligeira,
Prevenção por meio de vacina. metade das pessoas infectadas são assintomáticas. Cerca de duas semanas após a
Observação: Wolbachia é uma bactéria intracelular e não pode ser transmitida para exposição ao vírus pode causar febre baixa, manchas rosadas na pele de erupções
humanos ou animais. Mosquitos que carregam essa bactéria têm a capacidade reduzida cutâneas com a duração de três dias. Quando contraída por mulheres grávidas pode
de transmitir os vírus para as pessoas, diminuindo o risco de surtos de dengue, zika, causar microcefalia, surdez e defeitos cardíacos no feto. Existe vacina.
chikungunya e febre amarela.
12- Poliomielite (ou paralisia infantil): Doença infecciosa viral aguda causada por um
2- Raiva (ou hidrofobia): Doença grave, quase sempre fatal, é causada por um ribovírus ribovírus envelopado, transmitida pela via digestiva por água e alimentos
de fita simples chamado Lyssavírus. É transmitido pela saliva de vários vetores como contaminados. Afeta especialmente o sistema nervoso central e pode causar paralisia.
morcegos hematófagos, cães e gatos. Os vírus atingem o sistema nervoso central, onde Contudo em apenas 1% dos casos isso ocorre, e pode acometer também adultos. A
se multiplicam e causam danos irreparáveis. A raiva humana se manifesta após um vacinação conhecida como Sabin (feita de vírus atenuados) é aplicada por via oral sob a
período de incubação de 20 a 60 dias, que depende da quantidade de vírus e da região forma de gota.
de infecção. As manifestações iniciais não são muito específicas: febre moderada, dor
13- Varicela (ou catapora): Doença mais comum na infância, é altamente contagiosa
causada pelo adenovírus de ciclo lisogênico chamado Varicela zoster. Transmitida por 21- COVID-19 (Coronavírus): Coronavírus são um grupo de ribovírus envelopados de
via aérea pela tosse e espirros de uma pessoa infetada, e pelo contato com roupas e fita simples. Há 6 tipos de coronavírus que infectam o homem: alfacoronavírus 229E e
objetos contaminados. Após um período de incubação de 12 dias, provoca erupções NL63 e betacoronavírus OC43, HKU1, MERS-COV e SARS-COV, os 3 últimos responsáveis
cutâneas características na pele, que podem avançar para um estágio de intensa por infecções respiratórias graves. O SARS-COV-2 é o coronavirus causador da doença
coceira, e se torna ainda mais contagiosa. Apresenta vacina disponível na rede pública. COVID-19, da qual existem 5 variantes – alfa, beta, gama, delta e ômicron. A
transmissão do coronavírus, geralmente se dá por contato com secreções das vias
14- Varíola: Doença infeciosa antiga desde antes de Cristo, causada por uma de respiratórias de pessoa a pessoa. Período de incubação de 2 a 14 dias.
2 estirpes de adenovírus envelopados: Variola major e Variola minor. Transmitida por
via aérea pela tosse e espirros de uma pessoa infetada, e pelo contato com roupas e
Antivirais
objetos contaminados. O último caso natural da doença foi diagnosticado em outubro
São medicamentos usados especificamente para tratar infecções virais. Como
de 1977, o que levou a OMS a certificar a erradicação da doença em 1980. Os sintomas
os antibióticos para as bactérias, antivirais específicos são usados para vírus específicos.
iniciais mais comuns de varíola eram febre e vômitos. DNA codifica para 200 proteínas,
Atuam em eventos específicos da replicação viral, inibição da síntese de ácidos
enquanto o coronavírus apenas 30.
nucleicos ou proteínas do vírus. Seu mecanismo de ação pode ser bloqueio da ligação
Observação: A varíola dos macacos é transmitida pelo vírus monkeypox, que pertence
do vírus, inibição da síntese de DNA/RNA, inibição da síntese proteica, inibição da
ao gênero orthopoxvirus. É considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos
liberação de vírus, dentre outros.
seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados
Azidovudina ou AZT é um fármaco utilizado como antirretroviral, inibidor da
em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de
transcriptase reversa. Indicado para o tratamento da AIDS e contágio por Pneumocystis
incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de
jirovecii. Foi uma das primeiras drogas aprovadas para o tratamento da AIDS (no Brasil).
cinco a 21 dias
Imunoterapia
15- Meningite viral: Infecção das meninges (pia-máter, dura-máter e aracnoide,
É o nome do tratamento que promove a estimulação do sistema imunológico, por
membranas que revestem e protegem o cérebro e a medula espinhal). Transmitida por
meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica. As reações
meio da saliva (fala, tosse, espirro, beijo) ou pelas fezes. Pode ser também provocada
imunológicas podem ser resultado da interação antígeno-anticorpo ou dos mecanismos
por bactérias, sendo mais grave. Tanto a viral quanto a bacteriana tem vacina.
envolvidos na imunidade mediada por células. 
A produção de anticorpos está relacionada com os linfócitos B, enquanto que a
16- Ebola: Doença que atinge seres humanos e outros mamíferos, provocada pelo
imunidade mediada por células se relaciona com os linfócitos T. Os monócitos e os
ebolavírus. Transmitido pelo contato com o sangue ou outros fluidos biológicos de um
macrófagos também são células efetoras de imunidade e facilitam a atividade dos
ser humano ou animal infetado. Os sintomas têm início 2 a 3 semanas após infecção,
linfócitos T e de modificadores da resposta biológica, como a interleucina. Esses
manifestando-se inicialmente por febre, garganta inflamada, dores musculares e dores
mediadores podem ser classificados como fatores auxiliares, supressores, reguladores
de cabeça. Estes sintomas são seguidos por vómitos, diarreia, insuficiência
do crescimento e citotóxicos.
hepática e renal. Prevenção por meio de vacina.
Tipos de imunoterapia 
17- Condiloma acuminado (ou HPV): Com mais de 150 subtipos, o HPV (sigla em inglês
A imunoterapia é classificada em ativa e passiva, de acordo com as substâncias
para Papilomavírus Humano) é um adenovírus de fita dupla e envelopado, que infecta a
utilizadas e os seus mecanismos de ação. 
pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais
Imunoterapia ativa (vacinas): substâncias estimulantes e restauradoras da função
(na região genital e no ânus). É uma DST, responsável por cerca de 96,5% dos casos de
imunológica (imunoterapia inespecífica) e as vacinas (imunoterapia específica) são
câncer de colo do útero, e também pode desencadear tumores na vagina, vulva, pênis e
administradas com a finalidade de intensificar a imunidade. As vacinas são usadas na
no ânus.
prevenção de viroses e doenças bacterianas.
Imunoterapia passiva ou adotiva (soro): anticorpos exógenos são administrados,
18- Mononucleose: Doença infecciosa causada pelo vírus Epstein barr, da família da
objetivando proporcionar capacidade imunológica de combate à doença. A
herpes. É transmitida pelo contato íntimo de salivas, por isso também é conhecida por
imunoterapia passiva começou a ser utilizada no tratamento da AIDS e consiste em
doença do beijo. A maioria das pessoas não apresenta sintomas (assintomática).
transmitir anticorpos anti-HIV, contidos no plasma de pessoas contaminadas há muitos
anos, mas sem os sintomas da doença, para pessoas aidéticas sintomáticas.
19- Dengue, Zica e Chikungunya: Transmitidas pela picada da fêmea do mosquito
Observação: Os soros, por sua vez, não promovem uma imunização ativa, uma vez que,
Aedes aegypti infectado. O mosquito possui um período de vida em torno de 35 dias e,
nesses casos, são inoculados anticorpos previamente produzidos em outro organismo.
durante a vida reprodutiva, uma fêmea Aedes aegypti consegue reproduzir 100 ovos por
vez e durante toda a sua vida produz de 400 a 600 ovos. Esses ovos são muito
Endemia, Epidemia e Pandemia
resistentes, podendo sobrevier por um tempo de 14 meses, mesmo em ambientes sem
Endemia: Quando uma doença existe apenas em uma determinada região (ou
água. A resistência dos ovos à dessecação é considerada um dos principais obstáculos
proporções pequenas da doença que não sobrevive em outras localidades). Epidemia:
para o controle da doença. Após contato com água as larvas podem eclodir em 15
Quando a doença é transmitida para outras populações, infesta mais de uma cidade ou
minutos.
região
Pandemia: Quando uma epidemia se alastra de forma desequilibrada se espalhando
pelos continentes, ou pelo mundo.

A Dengue é transmitida por um ribovírus de fita simples e envelopado, da família


Flavoviridae, e existem 4 tipos de Dengue. Ao sugar o sangue da pessoa infectada, o
mosquito também suga o vírus que está presente na corrente sanguínea, e, após 08 a
12 dias, o torna-se capaz de transmitir o vírus para outras pessoas. A pessoa, ao ser
infectada, pode levar de 03 a 15 dias para apresentar os sintomas da doença e não
existe a transmissão por contato direto pessoa a pessoa, secreções (sangue, fezes,
urina), fontes de água ou de alimentos. A pessoa acometida por Dengue tem uma forte
febre, dores de cabeça, fica sem forças para se movimentar ou reagir, fortes dores
musculares e ao redor dos olhos e nas articulações.
Zica vírus chegou ao Brasil em 2015, a maioria dos infectados é assintomático, mas em
mulheres grávidas pode provocar microcefalia, ou comprometimento da visão, a
audição e a coordenação motora, mesmo sem a manifestação da microcefalia.
A febre Chikungunya chegou ao Brasil em 2014 e apresenta sintomas semelhantes aos
da Dengue. Não existem medicamentos específicos para tratamento destas doenças,
contudo, Já existe vacina contra dengue, mas não contra Zica e Chikungunya. A principal
medida de combate é o combate ao mosquito Aedes aegypti.

20- SARS (Síndrome respiratória aguda grave): Também causado por um ribovírus
envelopado de fita simples, da família coronavírus. Sintomas semelhantes ao do COVID-
19, com insuficiência respiratória grave.

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