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Aula 1 – Introdução à Virologia o São agentes filtráveis acelulares, recobertos por

proteínas mas sem organelas ou metabolismo


VIROLOGIA é a parte da microbiologia destinada ao estudo dos próprio;
vírus (do latim “veneno” ou “toxina”). o São parasitas intracelulares obrigatórios;
o UBIQUITOS: são encontrados até no fundo dos
Existe maior variabilidade biológica entre os vírus do que entre oceanos, em amebas e organismos pequenos;
bactérias, plantas e reino animal juntos, devido aos seus o Fora de uma célula hospedeira, são apenas
mecanismos de parasitismo e interação com os hospedeiros. partículas víricas infecciosas incapazes de se
reproduzirem por conta própria, (não possuem
Os vírus podem infectar fungos, bactérias,
organelas ou metabolismo próprio).
plantas, insetos, peixes, répteis e animais,
o São os únicos organismos que podem carrear
incluindo seres humanos.
sua informação genética tanto em DNA quando
São os menores e mais simples microorganismos que existem. em RNA;
Fora das células, são meras estruturas químicas que não o VÍRION: partícula infecciosa inteira do vírus;
possuem organelas, por isso necessitam das funções e do
ESTRUTURA VIRAL
metabolismo de células vivas para replicar e se manter em seus
hospedeiros e na natureza.

HISTÓRICO

 Os vírus foram descobertos pelos humanos após 1880;


 Vírus do tabaco, primeira ideia moderna de que vírus,
eram agentes.
 Postulados: comprovação de que uma doença era
produzida por um agente específico;
 Pasteur em 1885 dessecava a medula espinhal de
coelhos com raiva e inoculava em pessoas, depois
expunha ao vírus para verificar a proteção – primeira
vacina atenuada; Adenovírus – vírion sem envelope / Retrovírus – vírion
 Pasteur identificou que havia uma etiologia para a com envelope
raiva em 1882, mas não diferenciou de vírus e
bactérias; CORE OU NÚCLEO
 Em 1901 foi descrito o primeiro vírus humano, o vírus da
febre amarela, transmitido por mosquitos;o Proteínas + ácido nucléico
 Vírus descobertos entre 1903-1956: oraivaGenoma (1903),haploide: maioria
varíola (1906), poliomielite (190 o Enzimas: RNA-, dsRNA, retrovírus (carreiam enzimas, pois sem elas
não replicariam dentro da célula)
CLASSIFICAÇÃO
ÁCIDO NUCLÉICO: portador das
TAXONOMIA – International Commitee on Taxonomy of Viruses informações genéticas para sua propagação. Pode
apresentar-se como:
Os vírus são classificados de acordo com:
DNA de fita simples (ssDNA),
o Natureza (DNA, RNA), sequencia e organização
de genoma, filogenia; DNA de fita dupla (dsDNA),
o Simetria do capsídeo e presença ou ausência de
envelope; RNA de fita simples (ssRNA),
o Diâmetro do vírion
RNA de fita dupla (dsRNA).
Ordem – VIRALES – conjunto de famílias virais com
propriedades comuns. Ex: Bunyavirales DNA pode ser: fita (cadeia) dupla, cadeia simples,
linear ou circular
Família – VIRIDAE – fatores genéticos, físico-químicos e
biológicos, tipo e estrutura do ácido nucleico (DNA ou RNA), RNA pode ser: fita simples de polaridade positiva ou
estrutura do vírion (tamanho, forma, envoltório), estratégias de negativa, segmentado ou cadeia dupla segmentado
replicação. Ex: Peribunyaviridae (OBS: RNA diplóide – retrovírus)

Subfamília – VIRINAE – gêneros com características de *Polaridade positiva significa que essa molécula de
estrutura e replicação comum, e família também genoma tem dupla função: serve como genoma e
também como RNA mensageiro.
Gênero – VÍRUS – grupo de espécies com características em
comum. Ex: Orthobunyavirus *Polaridade negativa: fita complementar ao RNA
mensageiro. Serve apenas como genoma.
Espécie – ocupa um nicho ecológico em particular, constitui
uma linhagem de replicação, possuem diversas propriedades
em comum. Ex: Vírus Oropouche

CONCEITOS

o FLORA VIRAL: “Viroma humano”, vírus que estão


integrados ao genoma humano, maioria não
patogênica.
o Os vírus são os microorganismos mais diversos do
planeta;
CLASSIFICAÇÃO DE BALTIMORE - baseada no Contato indireto – via fômites, como aerossóis,
genoma e na estratégia de replicação que muda um gotículas e superfícies. Vetor biológico – exemplo:
pouco para cada família. São 7 classes: vírus que replica no mosquito – dengue

I – DNA de cadeia dupla: Herpesviridae, DISSEMINAÇÃO:


Papillomaviridae, Adenoviridae, Poxviridae
Local - Papilomaviridae com infecção localizada no
II – DNA de cadeia simples: Parvoviridae, tecido; vírus da raiva com infecção localizada no SNC;
Circoviridae
Sistêmica - se disseminam pelos vasos sanguíneos e
III – RNA de cadeia dupla: Reoviridae linfáticos (viremia). EX: varíola

IV – RNA de cadeia simples, sentido positivo: REPLICAÇÃO VIRAL


Flaviviridae, Picornaviridae, Caliciviridae,
Coronaviridae, Togaviridae 1. Adsorção – entrada na célula hospedeira
2. Penetração / desnudamento – transporte
V – RNA de cadeia simples, sentido negativo: ao núcleo
Orthomyxoviridae, Paramyxoviridae, Rhabdoviridae, 3. Expressão gênica – transcrição de mRNA,
Filoviridae, Arenaviridae, Bunyavirales tradução de proteínas
4. Replicação do genoma
VI – RNA de cadeia simples e intermediário DNA: 5. Morfogênese e egresso
Retroviridae
ADSORÇÃO
VII – DNA de cadeia simples e intermediário RNA:
Hepadnaviridae Ocorre pela associação de receptores na membrana
celular e o vírus por meio das VAPS: proteínas virais de
CAPSÍDEO: capa protéica que protege o genoma viral. ligação
O agrupamento das proteínas virais dá ao capsídeo
sua simetria característica, normalmente icosaédrica Tropismo e espectro de hospedeiro: diferentes
ou helicoidal (*retrovírus: formato cônico). receptores/ molécula conservada

Formato icosaédrico: RNA+, DNA (maioria), RNA Infecção de diferentes hospedeiros: ou usam uma
fita dupla molécula extremamente conservada entre famílias,
ou usam mais de um receptor
Formato helicoidal: RNA – e família Coronaviridae
(única exceção de RNA+) O mesmo vale para os tecidos: usam uma molécula
presente na superfície de vários tipos de células
ENVELOPE: presente em apenas algumas famílias quando infectam mais de um órgão, ou usam
virais. Consiste em uma bicamada lipídica com diferentes receptores.
proteínas aderidas (geralmente glicoproteínas).
Alguns vírus, como o da febre aftosa, utilizam um
Vírus não-envelopados: geralmente são mais único receptor, já outros como os herpesvírus podem
resistentes, facilmente disseminados por fômites, não fazer uso de mais de uma molécula para adsorver nas
sofrem alterações com temperatura ou detergentes. células, isso constitui uma vantagem evolutiva,
São liberados após a lise celular (portanto, não facilitando a manutenção do agente em seus
conseguem causar infecções crônicas). hospedeiros e inclusive influenciando o tropismo na
espécie hospedeira
Vírus envelopados: o envelope é formado a partir
da membrana plasmática da célula infectada. É
rompido por ácidos, detergentes, ressecamento,
calor, álcool 70%. Não é liberado por lise celular, tendo PENETRAÇÃO
uma menor resposta do organismo.
Pode ocorrer por
GLICOPROTEÍNAS: promovem a ligação dos
receptores do vírus a membrana celular da célula FUSÃO do envelope com a membrana: é pH
infectada e proporcionam a fusão do envelope viral à independente e só os vírus envelopados realizam.
membrana celular, possibilitando a penetração nas
células e justificando o tropismo viral (MAIOR Famílias que utilizam esse processo: Retrovírus,
INFECTIVIDADE) paramyxovírus, herpesvírus

TEGUMENTO: apenas família Herpesviridae ENDOCITOSE: É a via mais frequentemente utilizada


pelos vírus. É pH dependente, é um processo mais
Substância amorfa com proteínas entre o capsídeo e elaborado já que envolve a formação de uma vesícula
o envelope endocítica e pode ser feito por vírus envelopados
(fusão envelope-membrana) e não-envelopados (lise
PATOGENIA NO HOSPEDEIRO da vesícula)

TRANSMISSÃO VERTICAL: transplacentária (ZIKA), Envolve a clatrina (proteína que desempenha um


perinatal importante papel no processo de formação de
vesículas membranares), caveolina e lipídeos.
TRANSMISSÃO HORIZONTAL:
Exemplos: herpes, influenza
Contato direto – pessoa/pessoa
Os vírus sem envelope transpõem a membrana
endocítica com a formação de canais proteináceos
(picorna) ou ainda por lise. Os retrovirus passam por
alteração conformacional, expõem proteínas o Hipócrates (460-377 aC) descrevia lesões chamadas
relacionadas a penetração, presentes nos capsídeos herpes. Em 3000 a.C há tábuas sumerias com
mais internos menção às lesões genitais herpéticas.
o 3 subfamílias: alfaherpesviridae, gamaherpesviridae
Outros mecanismos: fagocitose, macropinocitose, e betaherpesviridae.
translocação e transferência.

REPLICAÇÃO: no caso dos RNA, ocorre no citoplasma


da célula (com exceção do vírus influenza que replica ALFAHERPESVIRIDAE
dentro do núcleo)
Human herpesvirus 1
EXPRESSÃO GÊNICA
Human herpesvirus 2
Transcrição: a síntese de proteínas virais pela
maquinária celular é um evento central da Human herpesvirus 3 – Varicella-zoster vírus
multiplicação dos vírus. Utiliza o aparato de síntese
proteica da célula (ribossomos). Varia entre as T Tropismo por células mucoepiteliais e neurônios.
famílias, principalmente pelo tipo de genoma. Vírus
RNA+ não precisam fazer transcrição, mas os RNA- e
os que possuem DNA precisam.
• BETAHERPESVIRINAE
Tradução: Síntese proteíca
Human herpesvirus 5 – Cytalomegalovirs
o Poliproteínas virais processadas por
proteases (RNA) Human herpesvirus 6
o Ribossomos celulares traduzem RNAm ou
Human herpesvirus 7
RNA+ genomico

REPLICAÇÃO DO GENOMA • Tropismo por monócitos e linfócitos T

Replicação feita por enzimas: RNA polimerase e DNA •


polimerase. Célula somente possui DNA polimerase,
não tem RNA polimerase que copia RNA, só RNA • GAMAHERPESVIRINAE
polimerase que copia DNA. Portanto, vírus RNA
sempre codificam a própria polimerase. Human herpesvirus 4 – vírus Epstein-Barr

o DNA: Fita dupla, fita simples, linear, circular. Human herpesvirus 8 – vírus sarcoma de Kaposi
Maquinaria celular: ocorre no núcleo da
célula (maioria dos vírus DNA, • Tropismo por linfóides (células B)
Orthomyxoviridae
o Utilizam a maquinaria celular no núcleo da •
célula
o DNA fita simples - convertido em DNA fita ALFAHERPESVIRIDAE - Gênero Simplexvirus
dupla
o DNA de fita dupla – replicação de ambas o Alphaherpesvírus humano 1 e 2 (HSV-1; HSV-2)
fitas no sentido 5’- 3’ – uma fita é contínua e mucosa oral (HSV1) e genital (HSV2);
a outra é descontínua o Lesões vesiculares que contém líquido rico
em virions, e o contato com esse líquido pode
MORFOGÊNESE E EGRESSO ser uma forma de transmissão.
o 50-70% homologia
Cada célula infectada produz um grande número de o Em neonatos: HSV1 associado a encefalite;
partículas virais filhas, variável entre as famílias: 100 infecção neonatal generalizada grave.
partículas, a 100.000, 1 milhão, com intuito de o As vesículas desaparecem e reaparecem sem
favorecer a disseminação do vírus e sua manutenção. deixar marcas ou cicatrizes e ambas as
formas podem coexistir em um só organismo.
Vírus não envelopados: formação do capsídeo e o A doença continua por toda a vida.
empacotamento do genoma no citoplasma, ou seja, a
reunião dos constituintes ocorre no citoplasma (ou no ALFAHERPESVIRIDAE - Gênero Varicellovirus
núcleo). São liberados por lise celular.
o Alphaherpesvírus humano 3 ou Varicella
Vírus envelopados: Brotamento da membrana Zoster Virus (VZV) - CATAPORA
plasmática, ou seja, cada vírus egressa da célula com o Transmissão: aerossóis
parte da membrana plasmática da célula hospedeira. o Vacina atenuada (Varivax) – única vacina
dentro dos herpesvirus
Aula 2: Vírus DNA o Contraída na infância, e fica inativo até a
idade adulta, onde é reativada (zoster)
Vírus DNA são mais conservados e menos propensos a Infecção primária: varicela
mutações e surtos, uma vez que sua replicação, realizada pela (catapora). Vírus permanece
DNApolimerase, permite correções na leitura e codificação das nos gânglios sensitivos dos
cadeias. nervos espinhais ou cranianos.
A infecção pode ser reativada:
São os vírus DNA mais comuns no Brasil:
herpes zoster (zona).
Família Herpesviridae Gatilhos: idade, gravidez,
imunossupressão.
o herpein: lesões que parecem rastejar sobre a pele.
BETAHERPESVIRINAE - Gênero Roseolovirus o fusão na membrana plasmática para
egressão
o Roséola infantum/ exantema súbito o Na infecção latente herpética, não há
Betaherpesvírus humano 6A e 6B replicação do genoma ou síntese proteica,
o Roséola: Betaherpesvírus humano 7 devido a ausência de fatores de transcrição,
o Transmissão pela saliva ocorre evasão do sistema imune e a
manutenção do vírus e do hospedeiro. O
BETAHERPESVIRINAE - Gênero Cytalomegalovirus genoma persiste, mas não há expressão
proteica. Apenas um único promotor está
o Retinite por citomegalovírus
ativo, o que expressa altos níveis de um
(Betaherpesvírus humano 5)
transcrito não codificante, designado LAT
o Mononucleose – DOENÇA DO BEIJO (não é o
(transcrição associada à latência). A função
principal causador, mas é mais complicado
dos LATs é incerta, mas eles podem ter um
para imunocomprometidos, gestantes e
papel na inibição da expressão gênica lítica.
transplantados)
o Infecção transplacentária – severa (fatal ao
feto em 5-10% casos – é teratogênico)
o Infecção horizontal e vertical, maior Antivirais e análogos de nucleotídeo – ACICLOVIR
prevalência no homem, em países em
desenvolvimento e com baixas condições Mecanismo de ação: interrompem a replicação do
socioeconômicas genoma viral ao não permitir a incorporação do
o Transmissão perinatal, pós-natal, in utero, próximo nucleotídeo (guanina).
saliva, sexual, transplantes e transfusões;
vírus está presente na urina, sangue, saliva, Guaninas sintéticas inativas que não possuem
lágrimas, leite materno, sémen e fluidos OH- livre no carbono 3´. Se tornam inativas em
vaginais. contato com a enzima presente no vírus herpes
o Perinatal, pós-natal, in utero, saliva, sexual, (que a fosforila). A ligação fosfodiester não
transplantes e transfusões – vias acontece e ocorre interrupção da inserção de
o Os imunocomprometidos, transplantados e nucleotídeos na cadeia nascente de DNA viral.
doentes HIV/SIDA, desenvolvem doença
severa por CMV tal como pneumonite, Idoxuridina (antiviral) também é análogo de
retinite, colite e encefalopatia. nucleosídeo e fosforilam purinas e pirimididas
Transplantados podem até rejeitar o órgão. para serem nts aptos a inserçãao na cadeia dos
herpes de DNA.

GAMAHERPESVIRIDAE - Gênero Rhadinovirus Família Hepadnaviridae

o Vírus do Sarcoma de Kaposi ou Hepa = fígado, são hepatotróficos – vírus da


Gammaherpesvírus humano 8 (ocorre mais hepatite B (gênero Orthohepadnavirus)
em judeus e em pacientes
Vacina da hepatite B: primeira vacina
imunocomprometidos)
recombinante.
o Associado a linfoma de efusão primário,
doença multicêntrica de Castleman o Os termos A e B foram introduzidos em 1947
para diferenciar entre a forma entérica (A) e
a forma parenteral (B) da doença.
GAMAHERPESVIRIDAE - Gênero
Eventualmente estes termos foram adotados
Lymphocryptovirus
pela OMS. Em seguida foram descobertas as
o Epstein Barr virus ou Gammaherpesvírus hepatites C, D, E, G e hoje fala-se que existem
humano 4 7 vírus causadores de hepatites.
o MONONUCLEOSE (doença do beijo)
HBV é um virus distinto no mundo virológico, com
o Linfoma de Burkit - ocorre na áfrica em
tamanho pequeno (3.2 kb de genoma,
imunossuprimidos, HIV+
parcialmente circular). É 100x mais mutável que
o Associado com carcinoma nasofaringeal e
outros vÍrus DNA, 100 a 1000x menos que qualquer
gástrico graves – ocorre na Ásia
vírus RNA. Primeira vacina recombinante humana
o Transmitidos por saliva
o 80% das hepatites são A-E porém 20% são de
Estrutura do vírion
etiologia desconhecida.
DNA fita dupla linear 120-230kb e proteínas, 77- o As hepatites B, C e D são crônicas
200 genes, capsídeo icosaédrico, tegumento (transmissão parenteral ou sexual) e as
(determina o estabelecimento da latência), hepatites A e E são agudas (transmissão oral-
envelopados. fecal)

Estável em pH entre 5-13, formalina 3% em 3 horas,


sobrevive 2-7 dias no ambiente
VÍRUS DA HEPATITE B (HBV)
ASSEPSIA: Cloramina 3% 10 min, hipoclorito de
Estrutura do vírion
sódio e amônia quaternária 10%
o Vírions com envelope e glicoproteina HBsAg
Ciclo replicativo
ou S (único presente na vacina), capsídeo
o Receptores: sulfato heparina, icosaédrico (HBcAg ou C – Hbe é a forma
glicosaminoglicanas: gC e gB (integrinas); secretada), Polimerase/RT (P) no vírion, 42 nm
o gD liga a co-receptores (HVEM/nectina); de diâmetro
o Fita parcialmente dupla de DNA, Genótipos A PENETRAÇÃO: fusão do envelope com a
– J (devido as mutações, com 8% de variação membrana plasmática e liberação do
gnômica, sendo A, D e F as mais comuns no nucleocapsídeo no citoplasma
Brasil), 4 ORFs ou genes (S,C,P,X)
o Vírus DNA cadeia circular parcialmente Transporte do nucleocapsídeo à membrana
dupla, originado a partir de transcrição nuclear e introdução do genoma no núcleo. No
reversa, acontece dentro da partícula viral núcleo: remoção das estruturas 5’ (CAP, P), reparo
o Vírion do HBV: polimerase com transcriptase do DNA, CCC. Conversão do DNA em ccc
reversa, atividade de ribonuclease H,
proteína P fixada ao genoma, antígeno do RNA polimerase II celular: reconhece 5 promoters,
cerne da hepatite B (HBcAg), envoltório com 4 ORFs, 5 mRNAs Transcrito iniciado no promoter
antígeno de superfície (HBsAg), HBeAg- pregenomico: pode originar o genoma ou as
componente menor (secretado no soro) proteínas C e P, E: pré-C
Partículas com HBsAg no soro
TRADUÇÃO: maquinaria celular – funções das 7
são imunogênicas (vacina)
proteínas:

Estruturais: S: small, medium, large


Há três tipos de partícula: surface proteins (LS, MS, SS), C:
capsídeo, E: secretada, P: polimerase
1. Dane (infecciosa): 42-47nm, 104-109/ml –
Codifica transcriptase reversa e replica-se Não-estruturais: proteína X regulatória,
através de RNA intermediário. Contem HBsAg envolvida na oncogenia, transativador
(vacina) promiscuo de genes celulares e virais

2. Esferas: 15-25nm, até 1012/ml No núcleo, ocorre tanto síntese de RNA


mensageiro, como cópia inteira do genoma a
3. Filamentos: 20-200 nm partir do DNA, pela RNA pol II celular.

Esferas e filamentos não são infecciosas, não À medida que o DNA- vai sendo formando, os
contêm DNA, ligam-se a anticorpos e Sistema nucleotídeos do RNAm vão sendo degradados. Por
complemento (evasão) isso, o genoma da VHB é parcialmente fita dupla
dentro do vírion.
Susceptibilidade:
Ação: Transcriptase reversa, DNA
o Resistente ao éter, baixo pH (2.4 – 6h), polimerase e ribonuclease H
congelamento e aquecimento (60oC 10 h,
98oC 1 minuto) Consegue ser mais mutável que outros
o Inativado por solventes lipídicos, formol, vírus DNA porque tem um intermediário
glutaraldeido, álcool isopropilico, hipoclorito replicativo de RNA.
de sódio 0.25% em 3 min, autoclavação e
calor seco (120oC 20 min, 160oC 1h) EGRESSO POR EXOCITOSE

Transmissão: sexual, parenteral (pelo sangue – Terapia com antivirais


drogas, transfrusão ou ocupacional)
o Mecanismo de ação: Inibem a síntese de DNA
viral, ou seja, a transcrição reversa.

Ciclo replicativo do HBV nos hepatócitos Análogos do nucleotídeo:

Após a entrada na célula, os nucleocapsídeos do Lamivudine (Zeffix)


vírus da hepatite B (VHB) transportam sua carga,
Adenovir (Hepsero)
o DNA genômico do VHB, para o núcleo, onde o
DNA circular relaxado é convertido em DNA Entecavir (Boraclude)
circular covalentemente fechado (ccc). O cccDNA
funciona como molde para a transcrição de Telbivudine (Sebivo)
quatro RNAs virais (de 0,7 kilobases (kb), 2,1 kb, 2,4
kb e 3,5 kb), que são exportados para o citoplasma Tenofovir (Viread)
e usados como mRNAs para a tradução das
proteínas do VHB. O RNA mais longo (pré- o Uma vez iniciada a terapia, ela não deve ser
genômico) também funciona como molde para interrompida para não gerar mutantes.
replicação, que ocorre dentro de nucleocapsídeos o Terapia com antivirais: carga viral (20.000
no citoplasma. Os nucleocapsídeos são envolvidos IU/mL), enzimas hepáticas elevadas (2x),
durante sua passagem pelo retículo biópsia inflamatória = evitar resistência
endoplasmático (RE) e / ou complexo de Golgi e o Pode-se usar interferon em alguns casos, não
são secretados da célula. preconizado em suspeita de cirrose (Depende
da carga viral, paciente com cirrose não pode
ADSORÇÃO: HBsAg - human asialoglycoprotein se receber interferon, interrupção da terapia =
une ao receptor (ASGPR), NTCP (Um pode retornar, resistência pode ocorrer.
transportador de ácidos biliares específico do Resistência pode surgir após terapia
fígado denominado polipeptídeo cotransportador prolongada (1 ano)
de taurocolato de sódio), apolipoproteína,
fibronectina, proteoglicanas e Carboxipeptidase
D
Prevenção Estrutura do vírion

o Vacina recombinante sem DNA viral o Genoma DNA circular fita dupla (~7.9 kb),
produzida em leveduras (expressão do associado a histonas, uma fita codificante
envelope com HBsAg) (10% não-codificante), 8 genes, capsídeo
icosaédrico (55nm diametro), sem envelope.
3 doses (0, 1 e 6 meses) e sorologia (título o DNA supercondensado, organização
Ac >10mUI/mL), imunidade perdura por genômica altamente conservada
>13 anos o Variações genéticas entre tipos determinam
o tropismo e a doença potencial
Populações não responsivas o Todas as 8 ORFs estão presentes em apenas
uma fita - transcrição é no sentido horário
Para neonatos: Mãe HBsAg+: vacina +
o Resistente a solventes lipídicos (éter,
imunoglobulina 12h pós-nascimento.
clorofórmio), desinfetantes comuns, etanol,
Amamentação segura (não ocorre transmissão
isopropanol (álcool gel e espuma) e a
pelo leite materno)
condições ambientais – pessoas infectadas
com o HPV carreiam carga viral nas mãos
o Autoclavação, hipoclorito de sódio e ácido
VÍRUS DA HEPATITE D (HBV) – vírus RNA peracético são efetivos
o Causa lesões proliferativas no epitélio
o Vírus satélite (defectivo) do HBV; gênero escamoso (condiloma) da pele, oral,
Deltavirus – só replica em hepatócitos já laringeas, conjuntival e genital causadas por
infectados pelo HBV, pois forma sua cápsula mais de 200 tipos de HPV (10% diferença
a partir da membrana do complexo de Golgi. genes L1, L2)
Comum na região amazônica. o São epitéliotrópicos:
o Co-infecção (1-3% crônicos): se infectam com - Mucosas (alphapapillomavirus) – alto
os dois ao mesmo tempo, hepatite aguda risco oncológico – 16,18, 31, 45
mais grave, evoluem para resolução da D e B, - Epiderme (Beta, Gamma, Mu e
aumenta mortalidade 20% Nupapillomavirus) – baixo risco – 6 e 11
o Superinfecção (70-80% crônicos): se infecta o Não possui sorotipos, mas 200 diferentes
com o D depois de ter se infectado com o B, tipos ou genótipos >10% de divergência nos
progride para hepatite crónica B e D genes E6, E7 e L1
o Quanto a associação da infecção, a maioria
Estrutura do vírion produz infecções subclínicas de remissão
espontânea. HPV-16 e 18 são associados com
o É um vírus RNA fita simples polaridade pouca frequência a precursores de baixo
negativa, que é encapsidado dentro do grau, porém muito mais associados a lesões
envelope vazio contendo HBsAg, constituído mais graves, como câncer e precursores de
por uma partícula pequena e amorfa, só alto grau, são, portanto, os mais frequentes
codifica uma proteína, o HDAg, que existe em causadores de malignidade
duas formas: uma pequena e uma grande
(p24e p27), cepas são classificadas em três Ciclo replicativo
genótipos, sendo que o genótipo III é
exclusivo da América do Sul, especialmente o Pouco se conhece devido as dificuldades de
na bacia amazônica. Existem dois padrões de replicação em laboratório deste agente
infecção: a co-infecção, com infecção o Ciclo replicativo: em camadas celulares
simultânea pelo HDV e HBV, e a
superinfecção, com introdução do HDV em Adsorção: L1 aos receptores sulfato de heparina
portadores do HBV em queratinócitos. Outras células: α6 integrinas
o ssRNA- 1.682 nt, capsídeo icosaédrico (HDA),
envelope lipídico do HBV, 35-37 nm Modelo de entrada do HPV in vivo – virion
o 8 genótipos: I e III mais patogênicos e mais ligando ao receptor heparam sulfato na
prevalentes no Brasil membrana basal – mudança
o Detecção: sorologia (IgM ou IgG contra o conformacional na L2
HDAg) ou detecção do antígeno ou RNA viral.
Penetração
Em co-infecção, os marcadores da infecção
pelo HDV desaparecem no início da o Endocitose mediada por clatrina e
convalescença, na superinfecção, observa- desnudamento no citoplasma
se persistência. o Transporte do DNA ao núcleo mediado por L2
o Transcrição de mRNA e replicação do
Família Papillomaviridae
genoma no núcleo celular
Descrições desde a Grécia e Roma antigas. Até o o Tradução das proteínas virais no citoplasma
século XIX, era considerada uma espécie de sífilis o A infecção produtiva pelos papilomas requer
ou gonorreia. 1842: associação entre câncer a infecção da camada basal, nelas que
cervical e atividade sexual. 1923-24: associação a ocorre adsorção. A internalização ocorre em
lesões de laringe e genitais. Papanicolau: 1946 2-4 horas por endocitose, esse vírus não é
envelopado, a acidificação dos endossomos,
o São reconhecidos como pequenos vírus DNA formados via clatrina. Os genomas cobertos
tumorais. Detectados pelo papanicolau e são por L2, e não por L1, conseguem sair do
sexualmente transmissíveis. endossomo e chegar até o nucleo. Logo, a L2
o Espécie-específicos e transmitidos por tem função no transporte do DNA ao nucleo.
abrasões de pele e mucosas A transcrição de diversos mRNAs virais ocorre
no nucleo e depende da fase da célula, ocorre
de forma temporal. A replicação vegetativa Gênero Erytrovirus – tropismo por hemácias
do DNA e a expressão das proteínas tardias
(L1 e L2), que formam o capsídeo, e da E4, o Causador de eritema infeccioso (quinta
ocorre somente em queratinócitos doença) em crianças
diferenciados. o Transmissão gotígulas/ aerossóis
o O vírus utiliza a maquinaria da célula para o DNA fita simples
replicar seu DNA, que permanece sob uma
forma plasmidial no núcleo da célula
alterada, que está sempre em fase S devido a Gênero Bocavirus
E6 e E7.
o Inteções respiratórias agudas em crianças 0-
Transformação celular 2 anos
o Em adultos: resfriado comum por 4 dias
E6 – direciona a degradação da p53 via ubiquitina,
inibe apoptose
Família Poxviridae
E7 – liga a proteína Rb, ativa o ciclo celular e
replicação de DNA (celular e viral) Orthopoxvirus (Varíola - erradicada)

Ou seja, E6 e E7 são oncogênicos Molluscipoxvirus (Vesículas na mucosa e


pele 🡪 DST – molluscum contagiosum)
o P53 induz apoptose em níveis elevados e Rb
regula entrada da célula na fase S do ciclo – Yatapoxvirus
liga-se ao E2F que é um transativador de
Parapoxvirus
genes
o Assim, na camada basal ocorre replicação
plasmidial, e na camada indiferenciada
ocorre replicação vegetativa Aula 3: Vírus RNA de polaridade positiva
Prevenção *Polaridade positiva significa que essa molécula de
genoma tem dupla função: serve como genoma e
o Vacina contra a partícula semelhante ao também como RNA mensageiro.
vírus L1 do papilomavírus humano (VLP)
o Vacina quadrivalente para os HPV 6, 11, 16 e 18 Família Retroviridae
3 doses, duração imunidade 5 anos. Pode o Membros importantes para a saúde humana:
ser aplicada dos 9 a 26 anos de idade HIV E HTLV;
o Causam infecções persistentes,
o Os vírions de papilomavírus nativos são imunossupressivas ou tumorais;
altamente imunogênicos e induzem o Inserção de provírus DNA no genoma da
anticorpos neutralizadores de vírus que são célula hospedeira (geralmente se integram
conformacionalmente dependentes e em regiões protooncogênicas) ~~ transcrição
restritos de acordo com o genótipo do vírus. reversa
o Quando expresso em um sistema o Quasispecies: Como os retrovírus são vírus
recombinante, o papilomavírus L1 se auto- RNA, são bastante mutantes a seus
monta espontaneamente em capsídeos exemplares expressam diversos genomas
vazios não infecciosos, ou "partículas virais distintos, mas relacionados. Estes são
semelhantes a vírus" (VLPs). criados rapidamente dentro de um único
host. 35% de variação no genoma do HIV-1
Gardasil 9 HPV 🡪 usada na Europa, vale para 9
(taxa considerada alta). Em cada provirus, 1-
tipos oncogênicos (ou seja, todos eles / inclui os
10 nt são trocados pela transcriptase reversa,
malignos mais prevalentes no brasil; 16, 18, 31, 45,
existindo 10 subtipos do vírus.
58). Gardasil foi testado em homens também,
1 mutação em ponto a cada
protegido contra a infecção.
10.000 nt (a cada RT)
Família Adenoviridae o Únicos que se conhece com genoma diploide
o Integração de provirus DNA no genoma do
o Isolados de glândula adenoide humana em hospedeiro – persistência por toda a vida
1953 – causa comum de conjuntivite no Brasil o 7 Gêneros: Alpharetrovirus, Beta, Gamma,
o Gênero: Mastadenovirus – 51 sorotipos Delta, Epsilon, Lentivirus, Spumavirus
o Maioria assintomática, pode ocorrer (importantes em humanos: Deltaretrovirus e
resfriados, pneumonia, faringite aguda, Lentivirus)
conjuntivite epidêmica o Existem retrovirus endógenos, int genoma
o 40-41 sorotipos entéricos dos hospedeiros sem qualquer associação
o Resistente a clorexidine e álcool 70 com patogenia a infecções fatais, crônicas
o Transmissão via fecal oral, respiratória ou persistentes
contato direto com secreção. o Alguns estudados como vetores para terapia
o Vacina contra os tipos 4 e 7 gênica: integração gene de interesse
o Antivirais: cidofovir, ganciclovir e ribavirina
(experimental) Estrutura

o ssRNA+, diploide (único com genoma diplóide,


Família Parvoviridae tRNA 5’), envelope lipídico, 80-100 nm
diâmetro, nucleocapsídeo esférico/cônico 8
proteínas estruturais e 3 enzimas: linfadenopatia, mialgia, diarréia, nauseas,
transcriptase reversa, protease e Integrase vômitos, cefaléia por 3 semanas
o Carreia enzimas, carreia RNAt, possui matriz;
o Sensível a temperatura, hipoclorito, solventes o AIDS:
lipidicos
Fadiga, linfadenopatia, imunossupressão,
Lentivírus (Vírus da Imunodeficiência Humana emagrecimento, tosse seca, febre recorrente,
tipos 1 e 2) diarreia crônica, perda de memória, demência,
manchas na pele, infecções secundárias e
Variabilidade genética do HIV contagem de linfócitos TCD4+ baixa.

o Com base na análise filogenética das o HTLV-1


numerosas estirpes de HIV em diferentes
zonas geográficas o HIV é classificado em: Prevalente em hemofílicos, usuários de drogas,
indígenas
Tipos (1 e 2), Grupos (Grupos M, N, O, P), ,
Subtipos (A até K), Sub-subtipos, Formas Linfoma de células T adultas (95% assintomáticos
Recombinantes – 30 a 50 anos PI)

Circulantes (CRFs - 47) , Formas Paraparesia espástica tropical (mielopatia - <1%


Recombinantes Únicas (URFs - inumeras) soropositivos)

Deltaretrovirus HTLV – 4 tipos o HTLV-2

o HTLV-1 e HTLV-2 têm 65% homologia Atypical Hairy Cell Leukemia


o HTLV-3 e 4 descobertos em 2005 na África
(caçadores) - Doença não caracterizada em Desordens proliferativas das células T CD8 e
humanos desordens neurológicas
o Também possuem origem Simia
Ciclo replicativo
HTLV-1
o HIV e HTLV infectam Linfócitos T CD4+,
o Prevalente em hemofílicos, usuários de macrófagos e células dendríticas (tropismo
drogas, indígenas; por células imunológicas). A infecção inicia-
o Linfoma de células T adultas (95% se pela ligação da glicoproteína de superfície
assintomáticos – 30 a 50 anos PI) do vírus ao receptor, na célula-alvo
o Paraparesia espástica tropical (mielopatia - (Monócitos, macrófagos ou linfócitos).
<1% soropositivos Diferentes retrovírus usam diferentes
receptores:
HTLV-2 -no HIV é o receptor CD4 do linfócito T
auxiliar, que necessita também dos
o Atypical Hairy Cell Leukemia correceptores CCR5 e CXCR4.
o Desordens proliferativas das células T CD8 e -no HTLV, são os receptores GLU1, DC-
desordens neurológicas SIGN, ICAM-3.

OBS: pode ocorrer co-infecções em usúarios de Ligação de CD4. A Gp120 liga-se a CD4,
através de domínios conformacionais
conservados em gp120.
Transmissão Mecanismo: Gp120 sofre mudança
conformacional-
No início era mais relacionado a homossexuais e
cresceu com usuários de droga. Hoje em dia o A ligação de CD4 expõe o domínio de ligação
reversão dessa diferença, crescente número de do correceptor na gp120.
casos em mulheres, idosos, diminuição nas outras o Ligação do co-receptor: A Gp120 liga-se aos
classes. receptores de quimiocinas que atuam como
correceptores virais (principalmente, CCR5 e
Vertical: transplacentária, canal de parto e CXCR4).
amamentação o Mudança conformacional Gp41: O efeito
combinado da ligação de CD4 e ligação de
Sangue: mais eficaz, transfusão de componentes
correceptores é que uma estrutura de espiral
celulares, agulhas contaminadas
enrolada é induzida em gp41, expondo assim
Sexo: carga viral, tempo de exposição, ulcerações o domínio de fusão hidrofóbico em gp41. Isso
permite que a fusão ocorra (assim, Gp120:
espectro de hospedeiros e antigenicidade
(VAP)
Evolução da infecção por HIV o Síntese: Produto inicial é gp160; processado
por uma protease celular em gp41
Para que o HIV cause AIDS, são necessários 25 (transmembrana) e gp120 (superfície). Gp41 e
critérios clínicos, além de células T abaixo de 200. gp120 estão ligados por uma interação não
covalente.
O período de incubação do HIV é 8 a 15 anos

Infecção primária: clínica em >70% dos casos –


incubação: 2-4 semanas, febre, coceiras, faringite,
Família Flaviviridae (flavus = amarelo)

o É o vírus da Febre amarela. Nome do


latim, por causa da icterícia produzida
pela febre amarela. Primeira descrição
da doença em 1648, casos no início do
século na Bahia. Também abrange a
classe do vírus da hepatite C.
o Os flavivírus são transmitidos por
mosquitos e infectam humanos
(ARBOVÍRUS). Abriga vários vírus de
infecção humana e animal, como vírus
Antivirais da Dengue, FA, encefalite japonesa,
febre do nilo ocidental.
A classe mais importante de antivirais inibe a
transcrição reversa, e o segundo tipo mais Estrutura dos vírions
importante inibe a formação de vírions
o Envelopados, esféricos (tendendo a
Classes: hexagonal, 40-60nm), 2 a 3 glicoproteínas:
E1/E2 (180 heterodimeros), M, capsídeo
o Análogos de nucleosídeo, inibidores da icosaédrico, 30 nm (180 cópias proteína C)
transcriptase reversa (RT) – zidovudina (é o RNA fita simples, linear, (+), ssRNA+, 9.5-12.5kb
fosforilado por quinases celulares a AZT- o Sensíveis a detergentes, luz UV, solventes
trifosfato, incorporado no provirus DNA pela lipídicos, clorofórmio, éter, uréia, lipases,
RT, impede ação da RT, previnindo a proteases, aldeídos, betapropiolactona, 56oC
integração. Semelhante à TIMIDINA, é um por 30 min, dependem de íntimo contato
análogo de nucleosídeo) e abacavir. entre hospedeiros ou com vetores para
sobreviverem na natureza. Pouco sensíveis às
o Inibidores da RT não-nucleosídeos - também variações de Ph.
impedem a síntese do pro-vírus
Ciclo replicativo
o Inibidores da protease – saquinavir, indinavir,
nelfinavir, amprenavir. Impedem que a Adsorção e penetração
protease processe a poliproteína e gere as
proteínas que o vírus precisa para construir o o Proteína E (ou E2, ou gp53) adsorve a
vírion. receptores (tanto media a ligação ao
receptor quanto a fusão com a membrana da
o Inibidores da fusão do HIV à membrana vesícula endocítica):
celular – uma das classes mais recentes, o DENV: DC-SIGN, GRP-78, receptor da
impede a Gp41 e a fusão do envelope viral laminina, heat shock proteins, HS
com a membrana plasmática celular. o HCV: lipoproteínas de baixa densidade,
glicosaminoglicanas
o Inibidores da Integrase – impede a inserção o ZIKA: TAM, Axl (Gas6 ponte) nas células
do DNA viral do genoma. neuronais
o Endocitose mediada por clatrina –
acidificação do pH
o Desnudamento e liberação do
nucleocapsideo - RNA no citoplasma da
célula
o A síntese das proteínas virais resulta em
estabelecimento de complexos ativos de RNA
polimerase. O primeiro passo é a síntese do
RNA complementar. A partir do RNA
complementar são transcritas novas cópias
de RNA genômico, esta também é usada em
novos ciclos de tradução.
o Os nucleocapsídeos são formados no
citoplasma, as proteínas de envelope estão
inseridas no retículo endoplasmático, onde o
vírus brota para o interior da organela. Os
vírions são processados (glicosilação)
durante o transporte por vesículas do golgi,
levando a exocitose

Replicação do genoma:
Protocolos terapêuticos o Requer síntese prévia proteínas, enzima RNA
polimerase, complexo replicase, é associado
HAART (Hightly Active Anti-Retroviral Therapy): 3
a membranas
classes de drogas, dois análogos de nucleosídeo
o Replicação do RNA viral associada a
que inibem a transcriptase reversa, e um inibidor
membranas – molde – RNA antigenômico
de protease. Também tem sido instituído
o Morfogenese e brotamento: Associação
substituindo-se o inibidor de protease por um
entre RNA + pC + Gps ocorre no RER e/ou Golgi
inibidor da RT não nucleosídeo.
o Brotamento para dentro do RER ou Golgi, o Sorotipos são subdivididos em
acúmulo de partículas maduras nessas genótipos/linhagens com virulência
vesículas, transportados em vesículas distinta. D2 linha american/asian II, mais
o Liberados por exocitose, em vírus NCP não há virulenta e associado a hemorragia.
alteração evidente na fisiologia celular

Antivirais – HCV e ZIKA


o Inibem o processo replicase
o Terapia combinada: inibidor da fosfoproteína
Prevenção
NS5A + análogo de nucleosideo que inibe a
RNA polimerase NS5B o vacina tetravalente recombinante
o ZIKV e YFV: inibidor da RNA polimerase (NS5): licenciada (Sanofi-Pasteur):
Sofosbuvir o Abrange: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e
o HCV: Ribavirina (inibidor NS5) + IFN (PEG) DENV-4.
efetivo em 50% casos (gen 1) Ribavirina ou - 3 doses: 0/6/12 meses; 9-45 anos
IFN (PEG) + telaprevir ou boceprevir - Vírus quimérico da febre amarela,
(inibidores protease), ABT-450 (NS5) + quadrivalente, atenuado.
ritonavir (protease), ABT-333 + ribavirina
(NS5) o Vacina do Butantã
o Melhor resposta: genótipos 2 e 3 (menos Áreas endêmicas (70%) e pessoas com
virulentos) histórico de infecção por dengue
o Riba+IFN tratamento padrão, NS5A é a
fosfoproteina e hoje já tem pelo menos mais Vírus da Febre amarela
dois desses inibidores
Reemergência: Américas (13 países) e África (34
Vírus da hepatite C - HCV países, 90%) últimos 20 anos. Último surto urbano
nas Américas em 2008 (Paraguai); no Brasil em
Começou a suspeitar-se de existência de um 1942 (Sena Madureira, Acre) = forma aguda febril
terceiro vírus causador de hepatite, pois grande indiferenciada e, caso evolua, pode afetar rins,
parte das hepatites após transfusão sanguínea fígado e baço
não eram nem A nem B.
O que acontece hoje são surtos silvestres, não
o PI: 3-12 semanas urbanos.
o Infecções subclínicas – 95% não sabem
o 20% dos crônicos desenvolvem cirrose Definição de caso: quadro febril agudo
em até 20 anos; 30% - transplante acompanhado de icterícia ou hemorragia, estado
hepático vacinal ignorado, procedente a menos de 15 dias
o Hepatite C crônica (HCC) resulta de de área endêmica/surto (PI 3-6 dias) Tropismo:
alterações genéticas pela constante fígado, baço, rins, coração, duração clínica: 12 dias
regeneração celular: – África 90% casos
Fatores virais (genótipo) e do
hospedeiro (idade, sexo, o Dois ciclos de transmissão podem ser
coinfecções HBV/HIV e diferenciados: urbano e silvestre. Em
alcoolismo) ambos os ciclos, a doença é a mesma
o Fatores de risco incluem transfusões, quanto aos aspectos etiológicos,
hemodiálise, uso de drogas injetáveis, clínicos, imunológicos e fisiopatológicos.
contato sexual com múltiplos parceiros, No ciclo urbano, a doença é
durante o nascimento (mãe+) antroponótica, de modo que os
o Distribuição: 20-23% de variação, 11 reservatórios animais não são de
genótipos, 67 subgenótipos: 70% casos importância epidemiológica. O Aedes
genótipos, 20% 2 e 3a (Vírus aegypti é seu principal vetor, tanto na
estreitamente relacionados dentro do América do Sul quanto na África. Apesar
mesmo genótipo (77 a 80% de de ser suscetível à infecção pelo vírus da
homologia) FA em condições de laboratório, o Aedes
o 170 milhões de infectados no mundo – albopictus infectado nunca foi
infecta 5x mais pessoas que o HIV encontrado em ambientes naturais. No
ciclo silvestre, a FA é uma zoonose
• Pela alta ocorrência de mutações, pelo transmitida, nas Américas, por
menos 6 classes com 11 genótipos existem, com mosquitos de dois gêneros, Haemagogus
mais de 100 subtipos, identificados por (H. janthinomys e H. albomaculatus) e
sequenciamento. Classes 1-3 distribuição mundial, Sabethes (S. chloropteros), sendo a
4-5 África; 6 confinada a Asia. principal fonte de infecção primatas não
humanos, especialmente macacos dos
Vírus da dengue gêneros Allouata, Cebus, Atelles e
Callithrix.2 Não há registros do ciclo
o 4 sorotipos – ciclo urbano de
urbano da FA no Brasil desde 1942. Os
transmissão associado ao Aedes (obs:
últimos três casos foram registrados na
um sorotipo só produz resistência para
cidade de Sena Madureira, no estado do
os outros três por apenas 6 meses).
Acre. A última grande epidemia ocorreu
o Vetores: Aedes aegypti e Aedes
no Rio de Janeiro em 1928 e 1929, quando
albapictus
738 casos e 478 mortes
o Doença febril aguda, doença febril
o Tropismo: fígado baço rins e coração.
hemorrágica (faz isso desregulando o
Disseminação via linfática para órgãos
sistema imune) e “Choque do dengue”
linfoides, replicação nos linfonodos, o Doença febril aguda, na maioria dos
viremia associada a circulação casos é assintomático. Similar a doença
sanguínea – órgãos-alvo. febril aguda da dengue.
o Vacina atenuada YF-17D altamente o 1% dos infectados pode evoluir para
efetiva – uma única dose alterações neurológicas (meningite e
o Antiviral sofosbuvir encefalite)
o O principal hospedeiro é a ave silvestre,
que transmite o vírus para mosquitos,
que infectam homens e equinos.
Vírus Zika

Formas de transmissão
Família Togaviridae (toga = vestimenta romana)
Espécies de aedes silvestres são infectadas;
Aedes aegypti, albopictus nos ciclos urbanos – o Duas formas clínicas: encefalite ou doença
hematofagia de pele/artralgia
o Gênero Alphavirus são transmitidos por
o Exposição laboratorial mosquitos: Chicungunya e Mayaro
o Secreção ocular o Vírus da rubéola (gênero Rubivirus): doença
o Transplante de órgãos de pele e síndrome congênita 1 trimestre da
o Mordida de primata gestação (anomalias 100% 1o mês, 10-20% 2o
o Contato sexual mês gestação, 15% casos – aborto)
o Vertical Microcefalia, surdez, cegueira,
cardiopatia, natimorto, retardo
Período de Incubação 4 dias, convalescença 2-
mental e psicomotor
10d, viremia 7d – 25%. Desenvolvem sintomas
semelhantes à dengue: febre, rash com prurido, Estrutura dos vírions
conjuntivite, mialgia, artralgia, cefaleia, astenia,
dor retrorbital, mas também vermelhidão ocular, o ssRNA+, capsídeo icosaédrico (40nm; 4 faces
manchas vermelhas no corpo e prurido triangulares), número de faces a partir do
eixo central; C), envelope lipídico (50-70nm;
Pode evoluir para a síndrome de Guillain-Barré glicoproteínas E1 e E2)
o O envelope deriva da membrana da célula,
Síndrome congênita associada ao zika
onde estão embebidas 80 projeções das
o TORCH-; SCAZ 6% dos fetos de glicoproteínas E1 e E2, A E2 tem uma porção
gestantes + interna que interage com a proteína C do
o ↓desenvolvimento intrauterino, capsídeo, este por sua vez é composto por
microcefalia (0.3-14.3%; 1 trim), 240 cópias da proteína C
vasculopatia e calcificações IC, Projeções: são trímeros de
hidranencefalia, atrofia corioretinal, heterodímeros E1-E2, e parecem franja
anomalias do nervo óptico, alterações de cabelo
auditivas e desenvolvimento pC tem atividade de protease, sítio de
neuropsicomotor ↓ ligação no RNA
o Inicialmente pensava-se que somente no o Susceptibilidade a éter, clorofórmio, SDS,
primeiro trimestre evoluía para formol, saponina, beta-propiolactona,
microcefalia. Hoje sabe-se que em todos hipoclorito de sódio 1%, etanol 70%,
os estágios pode haver lesão do feto, temperaturas ↑56oC por 2-20 min, 37oC 48h,
neonatos de mães infectadas no último luz ultravioleta, pH entre 6.8-8.0
trimestre podem nascer sem
Ciclo replicativo
microcefalia, mas com outras lesões
neurológicas, excretando o vírus na urina o E2 - receptores celulares: laminina, HLA- MHC,
por mais de 50 dias (e detecção no heparan sulfato
sangue) – atraso no desenvolvimento o E1 – fusão do endossoma
neuropsicomotor no acompanhamento 6 o Amplo espectro de hospedeiros (exceto
meses (estudo da USP). rubéola), usam diferentes receptores
o Vacinas efetivas em fase final de teste celulares: laminina, HLA- MHC, heparan
sulfato
Vírus da encefalite de Saint Louis
o E2 interage com receptor, E1 fusão do
o Doença febril com dor de cabeça, endossoma
possivelmente associada a náuseas ou o Poliproteína (NS) e mRNAsg (estruturais)
vômitos, sem associação com o SNC na o A replicação do genoma ocorre associada a
fase inicial. membranas celulares, Replicação do
o Meningite linfocitária com febre elevada genoma: primeiramente faz a cópia negativa
e rigidez de nuca de RNA, ou intermediário replicativo, e a partir
o Pode evoluir para encefalite desta transcreve a cópia positiva de RNA. A
(meningoencefalite e encefalomielite), poliproteína parcialmente clivada que origina
com febre elevada, alteração da a cópia negativa de RNA: p123 e nsp4
consciência e disfunções neurológicas. (polimerase)
o Após a sua síntese como uma poliproteína
Vírus do Nilo Ocidental precursora, a proteína de capsídeo é a
primeira a sair, se auto cliva, oligomeriza e
forma o nucleocapsídeo, (E2-E1), essas
glicoproteínas sofrem extensivas
modificações pós-traducionais (glicosilação, o Vacina: vírus vivo atenuado com sarampo e
acilação) no RER e no aparelho de Golgi. caxumba (tríplice viral) (12 meses de vida);
Parte dessas alterações e o processamento reforço quadrupla: + varicela (15 meses)
proteolítico final, que resulta nas o Imunoglobulina pós exposição gestante:
glicoproteínas individuais, ocorre no interior Dose única: 20 mL, IM 72h após
de vesículas durante o transporte para a
membrana plasmática, onde essas proteínas Vírus Chikungunya – gênero Alphavirus
serão inseridas. Reunião e Liberação dos
vírus, maturação/brotamento membrana o Termo Makonde (sudeste da Tanzânia e
o Em células de inseto, o brotamento e nordeste de Moçambique), significa “aqueles
maturação ocorrem em membranas internas, que se dobram”
e não na membrana plasmática. Os vírions o Transmissão: Hematofagia de vetores,
recém-formados são transportados no perinatal e transfusões sanguíneas
interior de vesículas e liberados no meio o O ciclo de transmissão é muito semelhante ao
extracelular por exocitose, sem causar lise do vírus da dengue, um arbovírus pertencente
celular. à família Flaviviridae, gênero Flavivirus.
o A penetração do vírus envolve a interação o O CHIKV é mantido em ciclos envolvendo
inicial da proteína E2 e/ou E1 com os mosquitos Aedes africanus, Aedes furcifer e
receptores na superfície celular, seguida de primatas não humanos em ambiente
internalização dos vírions por endocitose. silvestre. Outras espécies de reservatórios
Anticorpos contra a E2 possuem atividade incluem os pássaros, roedores e pequenos
neutralizante, indicando a importância desta mamíferos. Um ciclo urbano envolvendo
glicoproteína no processo de ligação e/ou Aedes aegypti e Aedes albopictus como
penetração. A penetração dos vetores e humanos como hospedeiros
nucleocapsídeos no citoplasma ocorre após amplificadores é responsável por epidemias
a fusão urbanas extensivas em países da Ásia e
África, onde o CHIKV é disseminado.
o Aedes aegypti é altamente antropofílico,
Vírus da rubéola – Gênero Ribivirus diurno e urbano, encontrando-se
disseminado em áreas tropicais e
o Transmissão: aerossóis e vírus contaminando subtropicais das Américas. Aedes albopictus
as mãos (até 5 dias antes da manifestação tem sido relatado em centros urbanos no
dos sintomas e 5-7 dias após remissão Brasil e pode realizar repasto sanguíneo no
sintomas) homem, utilizando diversas espécies para
o Período de Incubação: 14-21 dias; 50% das hematofagia, resistindo inclusive em áreas
infecções são subclínicas temperadas. O genótipo ECSA parece ser
o Homem é o único hospedeiro e a mais adaptado ao Ae. albopictus. Ambas as
primoinfecção garante imunidade por toda a espécies são vetores competentes para os
vida sorotipos do vírus da dengue também. Estes
o Vacina tríplice viral: rubéola, sarampo e vetores adquirem os arbovírus durante o
caxumba repasto sanguíneo em hospedeiros virêmicos
e, após um período de incubação extrínseco
Doença clínica: de 8-14 dias, há o estabelecimento de
infecção persistente nas células acinares da
Crianças: doença exantemática glândula salivar do mosquito, que transmite o
agente durante sua vida – em média 30 dias.
Adultos: doença mais exacerbada com
Transmissão vertical em humanos também é
artrite/artralgia
relatada, embora pouco frequente,
****Notificação compulsória desde 1990 – principalmente pela gestante no período
erradicação das Américas (OMS) – incidência perinatal, resultando em infecção neonatal
diminuiu drasticamente (1996) grave, e por transfusão sanguínea.
o Dissemina por viremia, replica em células
o É o vírus da rubéola (latim, rubéola = hepáticas, articulares, do SNC e tecido
vermelho), também conhecido como linfoide
"sarampo alemão" (devido a citação precoce o Período de Incubação: 3 a 7 dias (1-12 dias)
na literatura médica alemã) o Viremia: inicia 2dias antes dos sintomas e
o a infecção durante a gravidez pode causar a pode perdurar por 5-10 d
síndrome da rubéola congênita (SRC) com o Fases aguda, subaguda e crônica
graves malformações do feto em o Comorbidades; sexo (mais prevalente em
desenvolvimento. O tipo e grau de mulheres de meia idade)
anormalidade se relacionam com o tempo de
infecção materna. Antivirais
o Crianças infectadas com rubéola antes do
o Ribavirina – inibidor de replicação do RNA
nascimento (rubéola congênita) podem
vrial, favipiravir, efavirenz
manifestar: retardo de crescimento;
o Arbidol – inibe a fusão E2 do CHIKV
malformações do coração, olhos ou cérebro;
surdez; e problemas de fígado, baço e medula
óssea. Surdez é a forma mais comum de
sequela. Vírus Mayaro – gênero Alphavirus
Prevenção o É um vírus clinicamente semelhante ao vírus
da Chikungunya, mas de expressão mais
branda
o Doença febril aguda, exantemática, Família Hepeviridae, Gênero Hepevirus
acompanhada de mialgia e artralgia
o Genótipos presentes do Brasil: D e L Vírus da Hepatite E
o Ciclo urbano conhecido, maior prevalência
em zona rural Transmissão fecal-oral por água contaminada,
o Período de incubação de 3 a 11 dias, consumo de carne mal cozida e mortalidade mais
convalescença de 3 a 5 dias. acentuada em gestantes, maioria das infecções
assintomáticas

Família Picornaviridae Família Caliciviridae

“Pequenos vírus RNA+” , vírus de transmissão fecal- o Causadores de gastroenterite humana


oral o Dois gêneros importantes: Saporovirus e
Norovirus
o Dois membros importantes para a saúde o Transmissão fecal-oral, aerossóis de vômitos,
humana: Enterovírus (Vírus da poliomielite) e
alimentos contaminados
Hepatovírus (Vírus da Hepatite A)
o Período de incubação 24-48h
o ssRNA+, não envelopado, capsídeo
Vírus da hepatite A – Gênero Hepatovírus icosaédrico 27-40nm
o Norovírus: 6 genogrupos, 40 genótipos
o Via fecal-oral 95%, vinculada à condições de
higiene precárias e aglomerações, relatos de
transmissão por transfusão sanguínea e Norovírus
hemoderivados, transmissão sexual via
contato oroanal. “Vírus dos cruzeiros”, comum em navios, resorts,
o Moluscos são importantes veiculadores hotéis e creches.
(surtos em cruzeiros, hotéis...)
o Período de incubação de 15 a 50 dias: doença Família Astroviridae
aguda, replica em hepatócitos, mortalidade
1,8% o Transmissão fecal-oral – presente em fezes
o IgA como terapia, vacinação de crianças hospitalizadas com diarréia
o Febre baixa, urina escura, icterícia, perda de aquosa
apetite, náuseas, vômitos, diarréia, mais o Prevalência elevada em crianças <2 anos,
comum em adultos idosos imunocomprometidos, menor
gravidade que rotavírus
o ssRNA+, sem envelope, capsídeo icosaédrico,
Vírus da poliomielite – Gênero Enterovírus 28-30nm de diâmetro
o inativados por hipoclorito de sódio 0,5mg/L
o Enterovírus 1, 2 e 3
o Manifestações clínicas: infecção inaparente,
poliomielite abortiva, não paralítica (99% dos Família Reoviridae
casos) | 1% poliomielite paralítica, atrofia
muscular progressiva pós-poliomielite R: respiratory/ E: enteric/ O: orphan viroses
o Antes da vacinação em massa, houve um
Gênero Rotavírus
surto de contaminação proveniente da
presença do vírus na água das piscinas, Causador de gastroenterite viral infantil
acometendo principalmente crianças.
o Espécie-específicos: 7 sorogrupos, múltiplos
Estrutura dos vírions sorotipos
o Em humanos grupos A, B e C
o Não envelopados, 24-30nm diâmetro,
o Transmissão fecal-oral
capsídeo icosaédrico (12 pentâmeros VP1,
o Período de incubação 4-7 dias
VP2, VP3, VP4)
o Vômitos, diarreia
o Molécula de RNA linear, fita simples, 7 a 8,4Kb,
polaridade positiva Estrutura do vírion
o Relativamente resistentes a desintetantes,
álcool, temperaturas elevadas, clorofórmio, o 11 segmentos de RNA fita dupla (nem
éter 20%, isopropanolol polaridade negativa, nem polaridade
o Sobrevivência em água doce e salgada positiva), vírions não envelopados, 3 camadas
o Inativados por luz ultravioleta, dessecação, de capsídeo icosaédrico
autoclavagem o Estáveis no ambiente, resistente a
o Acumulam no interior das células e egressam desinfetantes, variações de pH e maioria dos
por meio de lise celular agentes de higienização
o Susceptíveis a formol, lisol, hipoclorito de
Prevenção sódio e etanol
Polio: Vacinas Salk (vírus inativado) e Sabin (vírus Prevenção
atenuado)
o Vacinas vivas atenuadas de aplicação oral
HVA: vacina atenuada e inativada, 3 doses. Bebês o Primeira dose: seis semanas/ segunda dose:
com 1 ano: 1 dose (MS) antes dos 4 meses
o Rotarix: monovalente – 2 doses dos 6 aos 24
meses
o Rotateq: recombinante, cepa bovina e o Influenza A: 17 subtipos de hemaglutinina e 10
humana, pentavalente – 2, 4 e 6 meses de de neuraminidase/ Influenza B: um tipo de
idade hemaglutinina e um de neuraminidase
o *Transmissão de influenza A ocorre entre
Aula 4: Vírus RNA de polaridade negativa espécies e a Influenza B e C somente o
homem é hospedeiro
Orthomyxviridae o Sensível a solventes lipídicos, álcool, éter,
clorofórmio, calor 56oC 30 min, pH ácido 3,0
Paramyxoviridae
Antigenic shift e antigenic drift dos vírus da
Rhabdoviridae
influenza A
Filoviridae
Influenza cruza frequentemente a entre espécies
Hantaviridae (subtipo A). Geneticamente são instáveis e todos
os instantâneos surgem mutantes
Características gerais: capsídeo com formato
helicoidal, envelopados, para serem infecciosos O receptor celular para cepas do vírus influenza A
devem obrigatoriamente trazer uma unidade de é o ácido siálico. As cepas humanas de influenza A
RNApolimerase dependente de RNA para se ligam preferencialmente aos ácidos siálicos
transcrição de RNA mensageiros e, ligados à galactose por uma ligação alfa (2,6),
conseguentemente, produção de proteínas virais. enquanto as cepas aviárias e eqüinas preferem os
ácidos siálicos ligados à alfa (2,3). Os ácidos
1. Vírus respiratórios (vírus que produzem siálicos ligados ao alfa (2,6) são dominantes nas
doenças respiratórias): células epiteliais da mucosa nasal humana, seios
paranasais, faringe, traqueia e brônquios. Ácidos
Vírus Influenza A, B, C; Parainfluenzavirus 1-4; siálicos ligados ao alfa (2,3) são encontrados em
células bronquiolares não conciliadas na junção
Orthomyxoviridae entre o bronquíolo respiratório e o alvéolo, e em
células do tipo II que revestem a parede alveolar.
ORTHO (verdadeiro) + MYXO (muco)
Os Influeza são muito mutáveis, pelo antigenic
Única família RNA que faz replicação dentro do shift (troca de segmento) e antigenic drift
núcleo celular. (O restante replica no citoplasma) (mutação em ponto)
Vírus da INFLUENZA (GRIPE) Pandemia H1N1
o Florença, Itália: febre, tosse e calafrios o Reassortimento entre 4 vírus de influenza:
ocorriam por influência de conjunções
planetárias - 5 segmentos de 2 influenzas suínos (H1, NP, NS e
o Infectam vias aéreas N1,M)
o Distribuição mundial: 10% população mundial
infectada anualmente - 2 de influenza aviário (PA e PB2) (OBS: as aves se
o Três gêneros de Influenzavirus: A (mais infectam com todos os tipos de Influenza)
mutável), B e C – Classificação baseada
segmentos N e M1 - 1 de influenza humano (PB1)
o A e B influenza sazonal, epidemias C: suaves
ou assintomáticas, menos preocupantes e Ciclo replicativo
associativas ao homem unicamente
Adsorção e penetração: Receptor: ác.siálico,
o Os vírus influenza A infectam naturalmente
ligante: HA (hemaglutinina)
uma grande variedade de espécies de aves,
humanos e várias outras espécies de aves: ligação tipo α2,3, humanos: α2,6,
mamíferos, incluindo suínos e cavalos. O vírus suínos: ambas
da influenza B parece infectar naturalmente
apenas humanos, e o vírus da gripe C foi Penetração: Endocitose mediada por clatrina
isolado principalmente de humanos, mas
também de suínos na China. Dois transcritos de RNAm são derivados do
segmento 7 do RNA do vírus influenza A: um
*Gêneros Thogotovirus (arbovírus) – infecta transcrito colinear que codifica a proteína M1 e um
mosquitos, carrapatos, animais e o homem, causa mRNA ligado que codifica a proteína M2. A
doença febril proteína M1 da matriz encontra-se dentro do
envelope lipídico e medeia a montagem e o
Estrutura dos vírions brotamento do vírus. A proteína M2 possui uma
atividade de canal iônico ativada por pH que
o Os vírus influenza A e B contêm, cada um, oito
conduz prótons. O canal é especificamente
segmentos distintos de RNA, enquanto os
bloqueado pelo medicamento antiviral cloridrato
vírus influenza C contêm sete segmentos de
de amantadina. A atividade do canal iônico é
RNA
essencial para a remoção do revestimento do
o Genoma: 6-8 segmentos de ssRNA- (Influenza
vírus influenza em compartimentos endossomais
A e B 8, C-7, Thogoto 6)
na célula infectada. Endocitose (baixo pH)
o Nucleocapsídeo helicoidal, envelopado,
esférico ou pleomórfico, 80 a 120nm OBS: Assim, após a ligação a receptores contendo
o Aerossóis: 100 mil a 1 milhão de ácido siálico, a influenza é endocitada e funde-se
partículas/gotícula com a membrana da vesícula. Ao contrário da
o Envelopado, pleomórfico, glicoproteínas ha e maioria dos outros vírus de RNA, a transcrição e a
na inseridas
replicação do genoma ocorrem no núcleo. resistência viral. Os pacientes sob tratamento
Proteínas virais são sintetizadas, nucleocapsídeos permanecem potencialmente infectantes por
helicoidais se formam e se associam com M1M2, e quatro a cinco dias, por isso devem continuar a ter
as membranas revestidas de proteína contendo os cuidados quanto à lavagem das mãos e boas
glicoproteínas HA e NA. O vírus brota da práticas de higiene respiratória.
membrana plasmática.
A dose recomendada é de 75mg duas
Função da neuroaminidase: separa o vírus da vezes ao dia, por cinco dias, para adultos.
membrana plasmática da célula hospedeira, para Dose varia entre 20mg/dia bebes com
ele ser liberado. Existem antivirais inibidores de mais 3 meses de idade, a 75mg de 12/12
neuroaminidase que impedem que os vírus se para adultos por 5 dias.
disseminem para outras células
Zanamivir: é inibidor da neuraminidase,
Vacina da Influenza administrado por via inalatória, sem relatos de
resistência. Está indicado diante de resistência ao
o Expressão in vitro de segmentos desejados Oseltamivir. Está contraindicado em pessoas com
em vírus atenuado pneumopatias crônicas, devido ao risco de
o Amplificação em ovo embrionado, provocar broncoespasmo, e não é aprovado para
purificação, inativação e adjuvante uso em crianças com menos de sete anos de
o Vacina atenuada = EUA (intranasal) idade.
o Brasil: vacina inativada
o 90% eficácia quando há boa A formulação comercial de Zanamivir é
correspondência com vírus circulantes veiculada em mistura com lactose, que
o Todos os anos, as vacinas são atualizadas pode obstruir as tubulações de
com as novas cepas circulantes (devido a nebulizador ou de ventilador mecânico.
alta mutação). 5mg de 12/12hrs (duas inalações/dia).
Quanto mais próximo for o
levantamento para atualizar a Peramivir: é inibidor de neuraminidase,
vacina, maior a proteção, administrado por via intravenosa. A sua eficácia e
especialmente dos idosos, que segurança ainda não foram estabelecidas.
apresentam índice de mortalidade Representa alternativa para pacientes de
maior por influenza qualquer idade e hospitalizados, que requeiram a
via intravenosa, ou nos casos em que a via oral ou
Antivirais inalatória sejam julgadas incapazes de absorver
adequadamente a medicação, e sem resposta à
o Rimantadina e amantadina somente atuam terapêutica oral ou inalatória até então
sobre os influenza do tipo A. Resistencia administrada. Não está recomendada a
importante sobre H1N1.Ribavirina também associação de Oseltamivir, Zanamivir e Peramivir.
não atua sobre o H1N1, é resistente. Duração de tratamento 5 dias
o Os inibidores da neuraminidase, como
zanamivir e oseltamivir, interferem na Umifenovir (arbidol): inibidor da fusão do envelope
liberação de virions da gripe progênie da viral com a membrana plasmática – Licenciado
superfície das células hospedeiras até o momento na russia e china
infectadas. Ao fazê-lo, os inibidores da
neuraminidase impedem a infecção por vírus
de novas células hospedeiras e, assim,
impedem a propagação da infecção no trato
respiratório.
o Após a ligação aos receptores de ácido
siálico, os virions de influenza são
internalizados por endocitose mediada por
receptor. O baixo pH no endossoma
desencadeia a fusão de membranas virais e
endossomais, e o influxo de íons H + através
do canal M2 libera os genes de RNA viral no
citoplasma. Adamantan (amin) e derivados
bloqueiam essa etapa de descascamento.
Replicação e transcrição de RNA ocorrem no
núcleo. Este processo pode ser bloqueado
por inibidores da inosina 5'-monofosfato (IMP)
desidrogenase (uma enzima celular) ou RNA
polimerase viral. A estabilidade do mRNA viral
e sua tradução para a proteína viral pode ser
evitada por pequenos RNAs de interferência
(siRNAs). Embalagem e brotamento de virions Família Paramyxoviridae
ocorrem na membrana citoplasmática.
Para (falso) + myxo (muco)
Apresentações farmacológicas:
Rubulavirus (caxumba)
Oseltamivir: é inibidor da neuraminidase,
administrado por Via Oral, constituindo-se na Respiravirus (parainfluenza 1 e 3)
droga escolha para o tratamento da infecção pelo
Morbilivirus (sarampo)
vírus Influenza Pandêmico (H1N1) 2009. É rara a
sua associação com o desenvolvimento de
Pneumovirus e metapneumovirus (vírus o Transmitido por gotículas de saliva (inicia
respiratório sincicial humano transmissão 7 dias antes e 7 dias depois dos
sintomas)
Existem duas subfamílias, dentro das quais são o Período de incubação de 18 dias
classificadas pelo menos 7 gêneros de o Vacina tríplice atenuada (sarampo, caxumba
importância médica e veterinária, produzindo e rubéola)
doenças. Todos os membros da família o Raramente é fatal, sintomas gerais são febre,
Paramyxoviridae iniciam as infecções através da mal-estar, mialgias, anorexia, parotite,
vias respiratórias. glândulas submaxilares e sublingual, orquite
e ooforite
Estrutura dos vírions o Outros órgãos podem ser afetados:
pâncreas, ovários, os testículos e sistema
o Envelopados, pleomórficos, filamentosos
nervoso
o Nucleocapsídeo helicoidal
o O vírus da caxumba penetra pelo epitélio do
o RNA- fita simples
trato respiratório superior, viremia, infecção
o Sensível a calor, éter, pH ácido, solventes
dos tecidos glandulares e SNC
o Gotículas com vírus sobrevivem até 2h
o A manifestação mais característica dos
casos sintomáticos consiste em edema das
glândulas salivares que afetam 95% dos
Pneumovirus pacientes.
o Só pode ser contraído uma vez
Vírus respiratório sincicial humano (Pneumovirus) o A primeira dose (MCV1) deve ser administrada
assim que a proteção dos anticorpos
o Maior doença do TR inferior/bronquilite em maternos tenha desaparecido. A segunda
lactentes e crianças vacinação (MCV2) pode ser administrada
o Resfriado comum em adultos, bronquite e após um intervalo mínimo de 4 semanas e
pneumonia em lactentes recomenda-se muitas vezes a administração
o Tratamento: ribavirina, palivizumab (Synagis), aos 15-18 meses de idade.
motavizumab (Numax)
o Antivirais contra proteína de fusão, ribavirina
(inibe RdRp) Rhabdoviridae (Rhabdus = bastão)
o Vacina atenuada bivalente (hPIV-3) (2008)
o São geralmente sintomáticas. O espectro de o Transmissão por artrópodes, exceto o vírus
doença respiratórias varia desde o resfriado da raiva: mordedura (saliva)
comum em adultos, bronquite febril, o Mais de 70 vírus de vertebrados
pneumonia em lactentes. Em 25-40% das o Distribuição mundial, 30.000 mortes por ano
infecções primárias, ocorre o Raiva afeta todos os animais de sangue
comprometimento das vias aéreas inferiores. quente e causa encefalite viral aguda
o A evolução dos sintomas pode ser muito progressiva e fatal
rápida, culminando em morte. Cerca de um o Estável entre ph alcalino
terço das crianças desenvolve infecção do o Inativado por calor, radiação uv, detergentes,
ouvido médio. solventes orgânicos, etanol 70%,
propiolactona
Palivizumab é um anticorpo monoclonal, diminui a
severidade clínica da doença Estrutura do vírion

Sarampo (Morbillivirus) o RNA fita simples de polaridade negativa,


envelopado, nucleocapsídeo helicoidal
Vacina desenvolvida em 1960, atenuada em
células de cultura de rim humano. Surto recente
no Nordeste de 2018-2019 Transmissão do vírus da raiva

o Doença altamente infecciosa e aguda, o Mordedura (saliva) – cão principal via em


caracterizada por exantema máculo-papular, menores de 15 anos
febre e sintomas respiratórios. Distribuição o Lesões de pele pré-existentes, contato com
mundial mucosas oral e nasal
o Manifestação 8-12 dias após início dos o Transplantes
sintomas, intensificam, surge o exantema e o Aerossóis em cavernas com morcegos
as manchas orais de koplik o Reservatórios: animais selvagens, morcegos
o Período de incubação 10 a 14 dias no (hematófagos ou não) – aumento do número
sarampo, febre, conjuntivite, coriza e tosse, de transmissão por picada de morcegos
erupções na mucosa bucal, Gotículas o Terapia pós exposição em humanos: vacina e
respiratórias imunoglobulina durante o período de
o Uma das maiores causas de morte de incubação
crianças no mundo No dia da infecção: imunoglobulina
o Pode evoluir para: panencefalite (Dia 0)
Esclerosante Subaguda Administração da vacina inativada
o A infecção começa no trato respiratório do vírus da raiva (Dias 0, 3, 7, 14 e 28)
superior, depois se replica nos tecidos Objetivo: estimular a resposta imune
linfóides e se espalha pelo corpo. durante a contaminação.
Órgãos e tecidos linfóides são locais o Trajeto até o SNC: Tanto pelas fibras
proeminentes de replicação viral sensoriais quanto motoras, o vírus progride
diretamente dos nervos à medula e ao SNC
Caxumba (Rubulavirus)
o Período de incubação (longo, de da HPS na América do Norte (1). Uma espécie,
aproximadamente 60 a 90 dias): o vírus o vírus Sin Nombre, foi associada à maior
replica no músculo no local da picada, com proporção de casos de HPS. Seu principal
sintomas mínimos ou nulos reservatório é o rato veado Peromyscus
o quanto mais próximo da cabeça a maniculatus. A transmissão de pessoa para
mordedura e menor o indivíduo, pessoa do HPS não foi documentada na
mais rápido chega ao SNC América do Norte..

Encefalite viral aguda em humanos: Bunyavirales

1. fases prodrômica (2-10 dias – febre, o RNA fita simples polaridade negativa
hiperestesia, insônia, fotofobia, diarréia, trisegmentado (S: 961 nt, M: 4,4 kb e L: 6,8kb)
cefaléia, vômito e outros), o capsídeo helicoidal (proteína N) e envelope
2. furiosa e paralitica 2-14 dias - excitação, lipídico (80-120nm; glicoproteínas G1/G2)
alucinação, hidrofobia, rigidez da nuca, o Susceptíveis a diversos desinfetantes, como
desorientação, espasmos, disfagia, detergentes, lisofórmio e álcool 70%
convulsões, hipo ou hipernatremia, o No ambiente, sobrevivem até 48 horas
hipertensão intracraniana, vasoespasmo o O hantavírus é transportado por roedores,
cerebral, disautonomia, diabetes particularmente camundongos cervídeos, na
insipitus, arritmia cardíaca e respiratória, urina e nas fezes. O portador não sofre da
coma e morte em horas; PI (10 dias- 2 doença, mas os humanos sofrem. Acredita-se
anos), 75% 90 dias, 60 dias 2o mais que os humanos sejam infectados quando
frequente expostos a poeira contaminada dos ninhos ou
excrementos de camundongos.
Filoviridae o A poeira contaminada é frequentemente
encontrada quando se trabalha ou se limpa
Vírus Marburg e Vírus do Ebola cabanas, galpões ou outras áreas fechadas
com vagas desocupadas. A infecção não é
o Transmissão: qualquer fluido corporal
passada entre os seres humanos.
o Período de incubação: 7 a 21 dias
o Áreas rurais, ambientes fechados, ração de
o Vírus pantrópico – Pode levar a quadros de
animais – roedores
hemorragia múltipla grave, trombose,
o Inalação de aerossóis de saliva, urina e fezes
isquemia e negrose, diarreia, vômitosm
de roedores (poeira)
erupção maculopapular, letargiam choque
o Prevenção: EPIs
hipovolêmico, aborto

Estrutura dos vírions

o RNA fita simples, nucleocapsídeo helicoidal,


susceptibilidade horas a dias no ambiente,
hipoclorito de sódio e alcoolgel

Hantaviridae

o Ordem Bunyavirales (9 famílias virais) e


Gênero Orthohantavirus
o Origem do nome: Bunyamwera, nome da
cidade do primeiro isolamento de um vírus
dessa família, na Uganda, em 1943. Hoje é o
nome do sorogrupo composto por 150 vírus.
Esse vírus produz doença febril e também é
transmitida por mosquitos Aedes
o Hantavirose: doença emergente nas
Américas
o Reservatórios: roedores
o Produzem doenças agudas graves sob as
formas de Síndrome Cardiopulmonar por
Hantavírus (SCPH), que ocorre nas américas,
e a Febre Hemorrágica com Síndrome Renal
(FHSR), que é relatada na Europa e Ásia, com
grande variedade de sintomas. Nas Américas,
é considerada como uma doença emergente
(em processo de ascensão), ocorrendo com
maior freqüência na Argentina, Brasil e
Estados Unidos. Sindrome Cardiopulmonar
por hantavirus (SCPH)
o A síndrome pulmonar por hantavírus (HPS) foi
descrita pela primeira vez em 1993 no
sudoeste dos Estados Unidos. HPS é uma
doença respiratória associada à inalação de
excrementos de roedores aerossolizados
(urina e fezes) contaminados por partículas
de hantavírus. Quatro espécies de hantavírus
foram implicadas como agentes etiológicos

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