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Resumo de microbiologia – p3.

Vírus
- “Os vírus diferem de todos os outros organismos em sua estrutura e biologia, particularmente
na sua reprodução. Um vírus por si só é metabolicamente inerte –só pode multiplicar-se após
infectar uma célula hospedeira e, quando parasito, ele incapacita a transcrição e/ou tradução de
suas informações genéticas.
-Os vírus infectam todas as formas de vida. Podem causar câncer(HPV-herpes) ou até mesmo
permanecer latente e então reativar-se a qualquer momento. Os vírus são alvos complicados
para os agentes antivirais já que fica difícil atingir apenas as células infectadas pelo vírus. No
entanto, muitos podem ser controlados por vacinas. Vírus são uma agregação excepcionalmente
de elementos químicos.
-São parasitas intracelulares obrigatório. Ao infectar a célula hospedeira, eles incapacitam a
transcrição e/ou tradução de suas informações genéticas. O nosso organismo é capaz de
combater por si só os vírus, e por isso é piorado em pessoas com sistemas imunes deficientes, e
por isso há o uso de antivirais por essas pessoas. Os vírus não morrem, eles apenas ficam
inativados
Composição
-O vírus é composto por DNA ou RNA, nunca ambos, contem estruturas/monômeros proteicos
que envolve o material genético (capsídeo), concebendo a forma.
-Contém glicoproteínas de superfície que tem como finalidade se ligar a receptores na célula
hospedeira de forma específica, de forma que pode aumentar esse espectro, elas que fazem o
reconhecimento da célula do hospedeiro.
-Apresentam envelopes que protegem o vírus e são constituídos por lipídios, proteínas e
carboidratos, e não são todos os vírus que apresentam envelope.
Vírus do HIV

OBS: a fixação de uma partícula viral a uma célula alvo é através de ligações especificas das
glicoproteínas de superfície. Para que ocorra a infecção da célula hospedeira, a superfície
externa dos vírus deve interagir quimicamente, por ligações de hidrogênio com os receptores
celulares
OBS: os vírus possuem “espectro de hospedeiros”, que consiste na variedade de células que
ele consegue se hospedar. Na maioria dos casos são capazes de infectar somente células
especificas.
O espectro é determinado pelas exigências quanto a sua ligação especifica á célula do
hospedeiro e pela disponibilidade de fatores celulares do hospedeiro em potencial necessários
para multiplicação viral

Morfologia viral
Os vírus podem ser classificados em vários tipos morfológicos diferentes, com base na
arquitetura do CAPSÍDEO. A visualização do capsídeo tem sido elucidada através de
microscopia eletrônica.
OBS: vírion é uma partícula viral completa e infecciosa composta por um ácido nucleico
envolto por uma cobertura de proteína, que o protege do ambiente e serve como um veículo de
transmissão de uma célula hospedeira para outra
-São diferenciados pelo envelope, material genético e a forma do capsídeo !!!!
-Vírus helicoidais o material genético está no interior de um capsídeo cilíndrico oco( na
forma de cone) e tem estrutura helicoidal/ espiral
-Subunidades protéicas que interagem uma com a outra e com o ácido nucléico para formar
uma estrutura em fita enrolada.
OBS: a conformação do material genético é a responsável pela forma do capsídeo!!
OBS: Lembram longos bastonetes que podem ser rígidos ou flexíveis
OBS: os vírus que causam a raiva e a febre hemorrágica são helicoidais

- Poliédricocapsídeo da maioria deles tem a forma de icosaedro, um poliedro de 20 faces


triangulares e 12 vértices. Os capsômeros de cada face formam um triângulo equilátero

-Complexosos que não se encaixam nos dois, ex: bacteriófago.

-Os vírus são infinitamente menores do que todas as células


conhecidas
-Não se observam vírus em microscopias convencionais,
somente eletrônica e não há coloração de vírus
Taxonomia
A taxonomia comum não se aplica a vírus pois eles não são organismos vivos. Recebem uma
taxonomia diferente das bactérias.
-As famílias do vírus recebem o sufixo viridae, e as ordens o sufixo ales
Normalmente recebem o nome da doença que ele causa, exemplo: vírus do HIV, vírus do
herpes. Quando não causam uma doença, assim podem receber um nome que é em relação:
-tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA)
-modo de replicação
-tipo de fita e polaridade(+ , -)
-tamanho/estrutura e simetria (morfologia)
-podem ter uma subclassificação em tipo ( tipo 1, tipo 2 ...)
-Uma espécie viral compreende um grupo de vírus que compartilham a mesma informação
genética e o mesmo nicho ecológico (espectro de hospedeiros)
Replicação viral
O vírus possui em seu material genético só os genes necessário para se multiplicar/reproduzir e
sintetizar suas proteínas de sobrevivência, como as proteinas dos capsídeos e a síntese dos
ácidos nucleicos. Ele então, usa do hospedeiro todo o necessário para a multiplicação, como
ribossomos, RNAt, ácidos núcleicos, usando a célula para trabalhar para ele, e quando então ele
for liberado, a “célula morre”. Ele transforma a célula do hospedeiro em um escravo para ele.
OBS: o vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima para seu metabolismo!!

Replicação viral (Bacteriofagos -vírus de bactérias)


Tem dois ciclos de replicação, o lítico (há a morte da célula bacteriana) e o lisogênico (não há a
morte).
Ciclo líticoUm sítio de aderência do vírus se ancora(adsorção) ao receptor complementar na
bactéria, após a aderência os bacteriófagos injetam seu material genético(penetração) dentro da
bactéria, ela injeta lisozima que destrói uma porção da parede celular bacteriana, aonde no
citoplasma, inicia-se a síntese do ácido nucleico e das proteinas virais(biossíntese), e a síntese
proteica do hospedeiro é interrompida, ocorre-se então a maturação, onde ocorre a formação
dos vírus, ocorrendo a lise da célula hospedeira e a liberação dos novos vírus.
OBS: bacteriófago é especifico para cada tipo bacteriano !!

Ciclo lisogênicoOcorre a aderência do vírus a célula hospedeira e a liberação do material


genético, o DNA do fago que é originalmente linear, forma um círculo que sofre recombinação
e se torna parte do DNA do cromossoma da bactéria, formando o profago.
-O DNA do profago é replicado, e irá ser passado para as próximas gerações de bactérias,
permanecendo latente nas células, porém, um evento espontâneo, como a ação da luz UV, pode
levar a excisão do DNA do fago e dar início ao ciclo lítico, portanto o profago tem o material
genético do vírus + o da bactéria.
OBS: a maioria dos genes do profago é reprimida por duas proteínas repressoras codificadas
pelo genoma do profago. Dessa maneira, os genes do fago que poderiam direcionar a síntese e a
liberação de novos vírions são desligados
-Para bactéria o ciclo lisogênico é importante pois esse ciclo faz com que ela adquira
características adicionais, como poder passar a produzir toxinas. O bacteriófago é especifico
para cada bactéria. Todo o ciclo lisogênico acaba no ciclo lítico, onde o material do fago é
liberado e entra no ciclo lítico. A liberação do fago envolve um processo indutivo que causa
ruptura do fago liberando o material genético.
OBS: a lisogênia apresenta uma consequência importante, sendo que, as células lisogênicas são
imunes a reinfecção pelo mesmo fago
Leva 40 minutos para formas 500 vírus, enquanto uma bactéria se divide em 18 a 20 minutos,
formando 2.
OBS: por um período de minutos após a infecção, fagos completos não são encontrados na
célula hospedeira, devido ao tempo de produção de novos bacteriófagos. Esse período de
multiplicação, no qual é encontrado virions incompletos é chamado de período de eclipse

Replicação viral nos humanos


-O vírus tem uma certa especificidade com o hospedeiro, exemplo: o vírus da hepatite B só
infecta células hepáticas humanas, mas por outro lado, pode ter um espectro maior, como o
vírus da raiva que atinge diferentes células de mamíferos, portanto tem menor especificidade, e
as glicoproteinas tem inúmeros receptores.
-Após a ligação da glicoproteína de superfície com o receptor (adesão), o vírus estimula o
processo engolfamento, levando o vírus inteiro para dentro da célula, ficando em vesículas
com enzimas que fazem a desnudação e liberação o material genético.
-Os vírus com envelope se funde na célula hospedeira, liberando o capsídeo com material
genético, que sofre o desnudamento e libera o material genético, o envelope fica na membrana
do hospedeiro.
OBS: desnudamento consiste na separação do ácido nucleico viral de seu envoltório
completo

Replicação viral(DNA /RNA)


O material genético do vírus pode ser de:

 DNA fita dupla, ou simples fita sentido + (dizemos que é positivo quando é no sentido
senso 5’3’), e dupla fita carregando a enzima transcriptase reversa
 O mRNA dupla fita, simples fita +, simples fita – ( negativo quando é anti-senso no
sentido 3’5’ ) e simples fita com transcriptase reversa, que sintetiza DNA a partir de
RNA(exclusiva de vírus)

OBS: a polaridade dos ácidos nucleicos é observada comparando a sequência do


mRNA (mesmo sentido +, sentido oposto -)

DNA fita dupla


-Se o material genético for o DNA ele entra no núcleo, onde parte do material genético é
replicado e outra parte é transcrito, onde o RNAm sai do núcleo, vai para o ribossomo, produz
as proteínas virais (capsídeos por exemplo) que voltam para o núcleo, onde ocorre a maturação
originando novos vírus.
OBS: alguns vírus podem recombinar seu DNA replicado com o do hospedeiro, podendo gerar
o câncer
RNA
-Se for RNA + (igual a sequência de RNAm), no citoplasma, e só lá, parte desse material
genético já pode ser traduzido, originando as proteínas, e outros mRNA vão para o núcleo
sofrer replicação, originando o RNA no sentido – (porque na hora que é lido troca o sentido),
que se replica dando novos RNA no sentido positivo (5’3’) e há a síntese de novos vírus.
OBS: Se o RNA fosse -, ele antes de ser traduzido deve se replicar, dando origem ao RNA +
que será traduzido em proteínas, além de ser replicado, dando RNA+ que será replicado de
novo dando RNA -.
Vale lembrar que: um vírus tem vários materiais genéticos do mesmo tipo, ou seja, vários DNA
ou vários RNA, porém todos são ou só RNA +, ou só RNA – ou só DNA.
-

Assim que replicado eles saem da célula, ocorrendo maturação e liberação dos vírus. Que
consiste na formação do envelope juntamente com as glicoproteínas. Na maturação/liberação
vírus brota levando consigo parte da membrana plasmática da célula que formará o envelope
juntamente com as GPs.
-Nos não envelopados geralmente ocorre a lise da célula hospedeira e eles são liberados.

Patogênese das doenças virais


“A patogênese viral está diretamente relacionada com as etapas de replicação na célula do
hospedeiro”
-Um vírus pode permanecer em equilíbrio com o hospedeiro por um longo período de tempo,
geralmente anos sem causar doença. Os vírus oncogênicos são exemplos de tais infecções.
-A doença viral ocorre em consequência da infecção viral em um hospedeiro, o qual pode
apresentar ou não sinais e sintomas clínicos. Em muitos casos, a infecção viral não é capaz de
causar alterações clínicas visíveis no indivíduo, infecção o inaparente ou subclínica. Entretanto,
quando observamos alterações clínicas no hospedeiro, chamamos de infecção sintomática ou
aparente.
-Os diferentes sinais e sintomas da doença viral observados em um hospedeiro são
determinados por características específicas do agente, e também do hospedeiro, as quais são
influenciadas por fatores genéticos de ambos.
Definições:
1) Doença viral refere-se a alguma anormalidade prejudicial decorrente de infecção do
hospedeiro por vírus
2) Doença clínica consiste em sinais e sintomas manifestados no hospedeiro
3) Síndrome refere-se a um grupo específico de sinais e sintomas
4) Patogênese viral processo que ocorre quando um vírus infecta um hospedeiro
5) Patogênese da doença é um subconjunto de eventos durante a infecção que resultam em
uma manifestação de doença no hospedeiro
6) Virulência viral uma cepa é mais virulenta que outra quando costuma induzir doença
grave em um hospedeiro suscetível
Os princípios importantes relacionados com as doenças virais compreendem os seguintes:
1) Muitas infecções virais são subclínicas, ou seja, não produzem sinais e sintomas no
hospedeiro
2) A mesma doença pode ser causada por uma variedade de vírus (uma célula pode ser
infectada por uma variedade de vírus)
3) O mesmo vírus pode causar uma variedade de doenças
4) A evolução de qualquer caso específico é determinada pelos fatores virais e do hospedeiro,
sendo influenciada pela genética de ambos.
OBS: esse comportamento de manifestação dos sintomas dependendo das características
genética (imunológicas etc) não é atribuída há infecções bacterianas, é um comportamento
padrão por infecções virais !!!
As respostas das células dos hospedeiros suscetíveis as infecções virais podem ocorrer através
de três caminhos diferentes: ausência de alterações aparentes, efeito citopático (CPE) seguido
de morte e transformação celular (crescimento alterado).
Em relação aos padrões de doenças virais no hospedeiro, as infecções podem se apresentar das
seguintes formas: localizada ou disseminada, sintomática ou inaparente, aguda ou crônica.
A persistência de um agente viral, sem que o hospedeiro manifeste sintomas clínicos
específicos, caracteriza o período de latência
1) Infecção aguda quando um vírus infecta pela primeira vez um hospedeiro susceptível,
sendo autolimitada (duração de um curto período de tempo). O vírus permanece por tempo
determinado no hospedeiro.
-Pode acorrer a transmissão para outras pessoas, somente se ela estiver com os sintomas
clínicos
Ex: vírus do resfriado)
2) Infecções crônicas(persistentes) o vírus continua a se replicar e pode ser detectado
continuamente em níveis baixos, podendo haver ou não sintomas clínicos
-Pode ocorrer a transmissão
Ex: vírus da hepatite B/C leva em torno de 10/15 anos para manifestar sintomas clínicos.
Ainda não há explicações para o período de tempo que leva para manifestar os sintomas !!
3) Infecções latentes o vírus persiste em uma forma oculta(escondida), onde não são
produzidas novas partículas virais, podendo ocorrer reativações periódicas. Essas
reativações ocorrem com a baixa da imunidade do hospedeiro.
-A transmissão só ocorre quando o hospedeiro estiver apresentando os sintomas clínicos.
Ex: vírus da herpes
-Na infecção localizada, a replicação viral permanece próxima ao sítio de entrada do vírus.
Exemplo: pele, tratos respiratório e gastroentérico. Na infecção sistêmica ou disseminada, o
espalhamento do agente pelo organismo ocorre em várias etapas, como entrada, disseminação
para os linfonodos regionais, virêmia primária e disseminação para órgãos suscetíveis.
-Após a viremia secundária, os vírus são disseminados para outros órgãos, como cérebro,
pulmão, pele, etc. Existe uma predileção dos vírus para determinados órgãos. Os vírus das
hepatites, por exemplo, atingem principalmente o fígado. … o que chamamos de tropismo viral
Técnicas de cultivo de vírus em laboratório
Em laboratório, geralmente são utilizados três métodos para o cultivo de vírus animais. Esses
métodos envolvem o uso de animais, ovos embrionados e culturas celulares
Em animais vivos: alguns vírus só podem ser cultivados em animais como camundongos,
coelhos e etc. A maioria dos estudos para avaliar a resposta imune contra infecções virais
também é realizada em animais infectados. A inoculação de animais pode ser utilizada como
um procedimento diagnóstico para identificação e o isolamento de um vírus a partir de amostras
clínicas
OBS: alguns vírus humanos não se multiplicam em animais, ou se multiplicam mas não causam
doença aparente.
Ovos embrionados: uma perfuração é feita na casca do ovo embrionado, e uma suspenção
viral ou uma suspenção de tecido suspeito de conter o vírus é injetada no fluido presente no
interior do ovo. O ovo contém várias membranas, e os vírus também podem ser injetados
próximos da membrana mais adequada a sua multiplicação.
-Esse método já foi um dos mais utilizados para o isolamento
e a multiplicação viral, sendo ainda usado na produção de
vírus para algumas vacinas
OBS: é por isso que poderão nos perguntar se somos
alérgicos a ovo antes de tomar alguma vacina, pois a vacina
pode conter alguma proteína do ovo!!!

Cultura de células: as culturas de células consistem em células que se dividem em meio de


cultura em laboratório. A obtenção de uma linhagem celular é iniciada com o tratamento
enzimático de fragmentos do tecido animal para separação das células
Virologia
O sistema imunológico consegue combater somente uma infecção viral, mas não uma infecção
bacteriana. Na infecção bacteriana, o sistema imunológico sozinho, não consegue combater a
bactéria, por isso é mais usado ATB em relação aos antivirais.
Terapia fágica
Terapia fágica, foi muito utilizada na 2º guerra mundial, e refere-se ao uso de vírus
(bacteriófagos) para combater uma infecção bacteriana, pois os bacteriófagos só atacam células
de bactérias e não células humanas portanto ele é muito específico.
-Mas o uso de antibiótico é muito mais rentável para uma indústria farmacêutica. Os
bacteriófagos são extremamente seletivos, isto é, interagem com um tipo bacteriano, uma
espécie, e portanto tem uma alta toxicidade seletiva.
-Eles replicam-se no sítio de infecção não precisando de dosagem mínima, igual a um
antibiótico, e é ativo para bactérias resistentes a antibióticos.
-A desvantagem dessa terapia é que necessita de pesquisas, e já existe bactérias com resistência
a fagos (fago-resistência). Não é eficiente para bactérias que são intracelulares obrigatórios pois
eles não conseguem entrar dentro da célula humana, e já apresenta genes de toxinas para as
bactérias.
OBS: são também capazes de penetrar em diferentes órgãos e tecidos, entre os quais o Sistema
Nervoso.
Portanto
Vantagens:
 Altamente especifico
 Replica-se no sitio da infecção
 Ativo contra bactérias resistentes a antimicrobianos
 Não apresenta toxicidade para os humanos

Desvantagens:
 Dificuldade de administração e manipulação
 Pode transferir genes de toxinas para bactérias
 Não é eficiente em bactérias intracelulares
Mecanismos de ação dos antivirais
Antivirais tem como principal alvo a replicação viral, mas em qual processo?
1) Aderência/Adsorção
2) Entrada na célula do hospedeiro
3) Descapsidação/Desnudamento (liberação do material genético)
4) Transcrição
5) Replicação
6) Maturação
7) Liberação de novos vírus
-Os antivirais podem atuar nas diferentes etapas da replicação viral, desde adsorção á replicação

M.A - Adsorção e penetração viral


Antiviral Enfuvirtida grande peptídeo que bloqueia a etapa de fusão da membrana
celular ligando-se com a GP41 do HIV-1. Ela boqueia o acesso a células não infectadas.

Atuação na Transcriptase reversa


Análogos de núcleosídeos (nucleotídeos sem grupamento fosfato): Aciclovir, Ganciclovir,
Ribavirina, azitodimidina (Zidovudina) -AZT
Azt é um antiviral que é análogo (ou seja, uma molécula semelhante) a timitina (um
nucleosídeo, e quando a enzima transcriptase reversa começa a exercer sua função, ela começa
a captar nucleosídeos para formar a fita de DNA, e ela pode captar o AZT ao invés da timidina,
que não é capaz de fazer ligação fosfodiester e, portanto, não há a formação do DNA, não
havendo a replicação
Portanto o Azt comepete pela timidina na Transcriptase reversa. Como há chances de formar o
DNA, esse remédio deve ser feito em sinergismo com outro medicamento (coquetel).

A afinidade da Zidovudina pela Transcriptase reversa do retrovírus é cerca de 100 a 300 vezes
maior do que pela DNA polimerase humana, o que permite a inibição seletiva da replicação
viral sem bloquear a replicação da célula hospedeira
Ps: A queda do sistema imune o vírus da herpes pode voltar a causar uma doença, ele
permanece em nosso corpo como um vírus latente, que pode se reativar, e só ativo é capaz de
ser transmitido para outras pessoas.
Atuação na Transcriptase reversa não competidores com o nucleosídeo:
-Inibem diretamente a enzima, não sendo um competidor com os nucleotídeos, agindo
diretamente sobre ela, impedindo assim que ocorra a síntese do DNA a partir de RNA.
-Nevirapina, delavirdina e efavirenz

Inibição do brotamento (quando o vírus sai) / inibidores de neuraminidases:


-O vírus quando sai da célula do hospedeiro não sai tão facilmente, ele fica preso na membrana
pelos receptores, e existe uma enzima, a Neuramidase, produzida pelo vírus que é capaz de
desfazer a ligação dele com os receptores na membrana.
-Então há um antiviral que inibe o funcionamento dessa enzima, fazendo com que ela fique
presa na membrana não infectando novas células
-Oseltamivir (Tamiflu) –Vírus influenzae

Vacinas
Provocar uma resposta imunológica primária nos receptores, levando à formação de anticorpos
e células de memória. Mais tarde quando o receptor encontrar o vírus, as células de memória
serão estimuladas produzindo uma resposta imunológica secundária, rápida e intensa
Tipos e características das vacinas: Os vírus atenuados após várias replicações podem deixar de
causar uma doença, sendo uma vacina mais eficaz, porém de menos segurança pois ele pode
sofrer mutação e ser mais severo e causar doença.
HIV :
Familia

retrovidae
-São vírus icosaédricos envelopados, apresentam glicoproteinas GP120 e 41, com proteases,
trancriptase reversa e integrases. Tem como material genético o RNA.
-Pode ser transmitido de mãe para o filho, mas há a probabilidade dele nascer HIV -, desde que
a mãe faça o uso de medicamentos, durante a gravidez.
-É um vírus que infecta os linfócitos CD-4(receptor CCR-5), tendo uma fase aguda, quando 100
bilhões de novas cópias do vírus aparecem, e é uma fase com sintomas similares ao do resfriado
(febre, dor de cabeça, dor muscular), porém, não dizemos ainda que ele apresenta a doença da
AIDS, e sim que carrega apenas o vírus do HIV. É uma fase que o número de CD-4 está
diminuindo e o de vírus está aumentando.
-Chega-se então a fase de latência a qual ainda não se tem a doença da AIDS, e há uma
constância entre o número de CD-4, que ainda é maior que o vírus, e o vírus. É uma fase
assintomática.
OBS: os pacientes poderão ficar assintomáticos por um período variável entre 3 e 20 anos e
alguns nunca desenvolverão doença relacionada ao HIV.
-A fase que apresenta sintomas é a fase em que o vírus cresce mais que a CD-4, e assim
dizemos que ele apresenta a doença da AIDS, estando predisposto a adquirir outras doenças de
oportunistas e chegar a morte.
-O uso da terapia poderia ser só a partir da fase que possui sintomas, ou quando a pessoa passa
por um processo com outra doença oportunista, uma vez que na fase aguda e de latência o
organismo ainda consegue controlar o processo infeccioso. Mas é recomendado o uso de terapia
sempre a fim de diminuir a carga viral e, portanto, diminuir a transmissão
-Na fase de latência não é necessário fazer a terapia antiviral. Como é uma doença
transmissível, se reduz a carga viral para reduzir o risco de transmissão. Com CD4 maior que
500 inicia-se o tratamento.

Esse gráfico reflete o paciente sem terapêutica. O tratamento visa em aumentar o período de
latência
-Pode-se iniciar o tratamento também quando o indivíduo está com infecção oportunista ou em
grávidas
-Terapia antirretroviral conjunto de medicamentos que atuam em cada fase da replicação
viral.
-O medicamento inibe a transcritas reversa, inibi a integrase, a protease e também inibi a
maturação do vírus
Diagnóstico: (1) Determinação sorológica dos anticorpos antivirais (1) Isolamento do vírus; (3)
PCR
Reino Fungi
-Os fungos estão, literalmente em todos os lugares da Terra. O seu impacto ecológico não pode
ser subestimado, pois, junto com as bactérias heterotróficas, são os principais decompositores
da biosfera. Os decompositores são tão necessários à continuidade da vida quanto os produtores
de alimentos.
OBS: quase todas plantas dependem da simbiose com fungos, conhecidas como micorrizas, que
auxiliam as raízes das plantas a absorverem minerais e nutrientes.
- Eles são heterotróficos, ou seja, que se alimentam de outros seres vivos ou se alimentam de
restos de matéria orgânica. São chamados, neste caso, de saprófitos. Também podem parasitar
outro ser vivo, e são os únicos organismos a possuírem Quitina na parede celular
-Inicialmente, em relação ao seu aspecto macroscópicos eles forma considerados como plantas,
porém desde 1969 foi criado um reino a parte para os fungos, o Reino Fungi. Esse reino
engloba desde cogumelos, mofo, leveduras. Neste grupo estão diversos tipos e formas de
Cogumelos, os micélios pluricelulares que crescem em alimentos denominados Mofo, o
Fermento de Pão, o micro-organismo que dá as micoses.
-São seres heterotróficos, podendo ser unicelulares ou pluricelulares
Características gerais dos fungos
-Os fungos não possuem nenhum pigmento fotossintético
-Não formam um tecido verdadeiro
-Não apresentam celulose na parede celular (com exceção de alguns fungos aquáticos
inferiores)
-Não armazenam amido como substancia de reserva, possui glicogênio
-Na sua parede celular, há a presença de uma substância quitinosa.
-Sua estrutura somática é representada por hifas, cujo conjunto constitui o denominado micélio
-Pode apresentar o fenômeno denominado dicariofase (fase dicariótica prolongada, em que a
fruitificação é composta de hifas binucleadas com presença simultânea de dois núcleos
haplóides sexualmente opostos
-São heterotróficos, eucariotos, podendo ser uni ou pluricelular
-Maioria Saprófitas (alimentam-se de matéria orgânica morta em decomposição)
-Digestão extracorpórea e nutrem-se por absorção (eliminam enzimas digestivas
extracelularmente e absorvem o material digerido)
-Para crescerem é necessário haver umidade, pois a água é o veículo de transporte dos
nutrientes digeridos para a célula fúngica
-Muitos fungos são parasitas de plantas e de animais e podem causar doenças nos seres
humanos
-Reprodução: Assexuada e Sexuada
-Habitat: Ambientes terrestres úmidos, sombreados e também aquáticos
Estrutura dos fungos
Podendo ser:
Leveduriformes colônias pastosas ou cremosas
Filamentosas colônias que formam filamentos. O talo de um fungo filamentoso consiste em
filamentos longos de células conectadas, esses filamentos são denominados hifas
Corpos de frutificação também denominados como cogumelos
-A unidade estrutural dos fungos é representada pela
hifa que forma um conjunto denominado micélio,
podendo ser:
*vegetativo exercendo as funções de assimilação de
nutrientes (escondido abaixo da terra)
*fixação e crescimento das espécies(superfície)
*ou se diferenciar em micélio de
frutificação(“cogumelo”) que serve à reprodução da
espécie
-As hifas são estruturas típicas dos fungos
pluricelulares. Elas surgem a partir dos esporos e
crescem juntas e emaranhadas, constituindo uma
massa de filamentos denominada micélio.

Classificação das Hifas


1) Hifas cenocítcas ou asseptadas: filamento longo e multinucleado, onde os vários núcleos
haplóides (n) ficam dispersos no citoplasma comum
2) Hifas Septadas: corresponde a um filamento longo que é subdivido em compartimentos
3) Dicarióticas: Possui dois tipos de núcleos haplóides geneticamente diferentes, dentro da
mesma hifa
4) Monocariótica: Possui núcleos haplóides geneticamente idênticos, dentro da mesma hifa
Fungo unicelular
*formados por uma única célula, não formam hifas nem micélios
*geralmente possuem forma oval ou esférica e são chamados genericamente de leveduras
*muitas realizam fermentação na ausência de oxigênio
*reproduzem assexuadamente por brotamento, tendo como principal representante a
Saccharomyces cerevisae
MICÉLIO VEGETATIVO
Estruturas envolvidas no catabolismo e crescimento. De acordo com sua morfologia, pode ser
dividido em 3 tipos:
Unicelular representa o grupo das leveduras, sendo constituído por células arredondadas,
ovóides ou ligeiramente alongadas. O micélio unicelular reproduz-se geralmente por
brotamento ou gemulação, mas pode se reproduzir também por cissiparidade ou por processos
intermediários.

Filamentosocaracteriza os bolores e pode apresentar septos ou não, sendo chamado nesse


último caso, de cenocítico. O micélio cenocítico caracteriza a subdivisão ZYGOMYCOTINA.
Pseudofilamentosoo micélio unicelular de leveduras do gênero CANDIDA, em
determinadas condições, reproduz-se por brotamentos sucessivos formando um micélio
parecido como o micélio dos bolores.
MICÉLIO REPRODUTIVO (Reprdução)
-Cumpre as funções de conservação e disseminação da espécie, geralmente mediante a
formação de células especiais denominadas esporos. Os esporos possuem um conteúdo celular
denso e rico em reservas, sendo por isso considerado também um elemento de resistência.
-Os esporos podem ser hialinos ou pigmentados, simples, septados, várias formas, cada tipo,
junto com outras características, definindo um gênero ou uma espécie de fungo.
-Os esporos de acordo com sua origem podem ser assexuados ou sexuados, podem ser
formados dentro de uma estrutura, quando são denominados endósporos, ou livres, ectósporos.
ASSEXUADO
 Fragmentação maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir
assexuadamente é por fragmentação, onde um micélio se fragmenta originando novos
micélios
 Brotamento leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou
gemulação. Os brotos (gêmulas) normalmente se separam do genitor mas, eventualmente,
podem permanecer grudados, formando cadeias de células
 Esporulação muitos fungos se reproduzem assexuadamente por meio de esporos, células
dotadas de paredes resistentes que, ao germinar, produzem hifas
Ectósporosesporos formados na extremidade de hifas denominadas conidióforos. Esses
esporos são denominados conídios e caracterizam a subdivisão DEUTOROMYCOTINA.
Endósporos esporos formados no interior de estruturas denominadas esporângios. Os
esporos são chamados de esporângiosporos. A hifa especial que carrega o esporângio é
denominada esporângióforo.
-Essas estruturas caracterizam a subdivisão ZYGOMYCOTINA.
SEXUADO
-Os esporos resultam de um ato sexual. Os filamentos micelianos se diferenciam em
gametângios (anterídio e oosfera) que se unem para dar origem ao oósporo ou zigosporo
-A reprodução sexuada em um ficomiceto ocorre quando micélios de sexos diferentes se
encontram. No Rhizopus, por exemplo, as hifas de sexos opostos formam hifas especializadas,
chamadas gametângios, que crescem um em direção ao outro, ao se tocar, os gametângios se
fundem
-Um ou mais núcleos haploides de um dos sexos se fundem aos outro sexo, originando zigotos
diploides. A região em que os gametângios se fundiram diferencia-se em uma estrutura esférica,
de parede escura e espessa, onde os zigotos sofreram meiose e a cada um originará quatro
esporos haploides. Cada esporo, ao germinar, dará origem a um novo micélio
Ectósporos formados na extremidade de hifas especiais denominadas basidioforos ou
basídios. Os esporos nesse caso são denominados basidiósporos e caracterizam a subdivisão
BASIDIOMYCOTINA.
Endósporos esporos formados no interior de estruturas denominadas ascos. Os esporos são
denominados ascósporos e caracterizam a subdivisão ASCOMYCOTINA. Um mesmo fungo
pode em determinadas ocasiões ter uma reprodução assexuada e em outras sexuada.
-Dependendo do tipo de reprodução, sua morfologia varia e ele passa a ser enquadrado em
outra subdivisão.
-Como exemplo, temos os dermatófitos, agentes de micoses cutâneas, que em sua fase sexuada
são enquadrados na subdivisão ASCOMYCOTINA. Além disso alguns fungos apresentam em
determinadas condições, um micélio filamentoso e em outras condições, um micélio unicelular,
como o das leveduras.
Principais grupos (filos) de fungos
1) Zygomycota (Zigomicetos)
2) Ascomycota (Ascomicetos)
3) Basidiomycota (Basidiomicetos)
4) Deuteromycota (Deuteromicetos)

Zygomycota (Zigomicetos)
- Zigomicetos ou fungos de conjugação, são fungos filamentosos saprofíticos que apresentam
hifas cenocíticas(asseptadas).
Ex: mofo preto do pão

-Eles não formam corpos de frutificação, e são organismos pluricelulares.


Reprodução assexuada (mais comum)
-Os esporos assexuais esporângiosporos
As hifas originam o esporângio. No interior dos esporângios são produzidos os esporos,
quando os esporângios se abrem, os esporangiósporos se dispersam, sendo carregados pelo
vento. Ao caírem em ambiente favorável, germinam, produzindo novos micélios .
Reprodução sexuada
-Os esporos sexuais são Zigósporos. Um zigosporo é um esporo grande no interior de uma
parede espessa. Esse tipo de esporo resulta da fusão de núcleos de duas células que são
morfologicamente similares
-Hifas de tipos sexuais diferentes
produzem ramos que crescem em
direção ao outro
-As extremidades se desenvolvem
formando o gametângio, e depois
dentro deles os gametas(haploides) se
fundem
-O zigoto resultante se desenvolve
formando um esporângio
(zigoesporângio)(2N) que sofrerá
meiose e cada um vai gerar quatro
esporos haploides.

Ascomycota (Ascomicetos)
-Os ascomicetos ou “fungos de saco”, incluem fungos com hifas septadas e algumas
leveduras. Seus esporos assexuais normalmente são conídios produzidos em longas cadeias a
partir do conidióforo
OBS: o termo conídio significa pó. Esses esporos são facilmente liberados da cadeia
formadora no conidióforo ao menor contato e flutuam no ar como poeira
-São fungos uni ou pluriceulares. Os pluricelulares formam corpos de frutificação denominado
ascocarpo
-Possuem grande importância comercial, como os comesZveis (Trufas)
- Os fungos unicelulares são representados pelas leveduras Saccharomices cerevisae, onde os
mesmo são utlizados na indústria de bebidas alcoólicas

Reprodução assexuada
Brotamento
-As leveduras, por mitose geram
novas células, brotos ou gemas. Ao
se desenvolver o broto pode
se separar de seu genitor ou
permanecer unido
anatomicamente formando
uma colônia

Reprodução sexuada
- A reprodução sexuada também ocorre quando há o encontro de hifas de micélios de sexos
diferentes
-Nesse caso há fusão hifas monocarióticas (plasmogâmia), com a formação de hifas
dicarióticas
-As hifas dicarióticas se desenvolvem e formam os corpos de frutificação (ascocarpo). No
corpo de frutificação algumas hifas férteis fundem seus núcleos, formando um zigoto diploide
2N
-O zigoto de divide por meiose originando quatro células haploides (N), e cada célula
haploide se divide por mitose formando ao final oito esporos N
OBS: formar um corpo de frutificação é importante para fungos que vivem em ambientes
relativamente secos, como solo e troncos podres, pois o ascocarpo protege os sacos e falicilita
a disseminação dos esporos

Basidiomycota (Basidiomicetos)
-Os basidiomicetos também possuem hifas septadas. Esse filo inclui fungos que produzem
cogumelos
-Formam corpos de frutificação denominados basidiocarpos, mais popularmente conhecidos
como cogumelos. Alguns cogumelos possuem substâncias alucinógenas e são utilizados por
tribos de indígenas em rituais religiosos (Gênero Psilocybe)
-Alguns eliminam substâncias mal cheirosas para atrair insetos, os quais dispersam seus
esporos
-Muitos são u=lizados na gastronomia (Champignon)

Reprodução sexuada
Os fungos até agora apresentados possuíam tanto esporos sexuais e assexuais sendo
denominados teleomorfos. Alguns ascomicetos perderam a capacidade de se reproduzir
sexuadamente. Esses fungos assexuais são chamados de anamorfos.
OBS: fungos cujo ciclo sexual ainda não está estabelecido é colocado em outra categoria, os
Deuteromiceto
-Germinação dos esporos e fusão dos micélios monocarióticos haplóides (n) formando hifas
dicarióticas as quais formam o corpo de frutificação.
-Algumas hifas dicarióticas no corpo de frutificação se desenvolvem em basídios os quais
fundem os núcleos formando um zigoto (2n).
OBS: os basidiósporos são formados externamente por meio da meiose em um pedestal
conhecido como basídio
-O zigoto (2n) sofre meiose originando 4 basidiósporos ou esporos (n). Estes quando
amadurecem são liberados no ambiente reiniciando o ciclo.
Deuteromycota (Deuteromicetos)
-Os fungos que ainda não foram classificados em nenhuma das 3 classes anteriores são
reunidos neste grupo, sendo considerados fungos “Imperfeitos”, pois abriga espécies cuja
posição taxonômica ainda não foi definida
-Podem ser uni ou pluricelulares e são encontrados nos mais variados ambientes
Importância dos Fungos
Decomposição da Matéria Orgânica
-Juntamente com as bactérias os fungos são os agentes decompositores da matéria orgânica
morta (cadáveres e restos de animais e plantas). E possuem grande importância por colonizar
diversos ambientes
-As ser decomposta a matéria orgânica se transforma em matéria inorgânica e estes
componentes inorgânicos são utilizados pelos produtores na produção de nova matéria
orgânica (ciclo da matéria)
Gastronomia
-Cerca de 200 tipos de cogumelos são utilizados na alimentação humana, sendo champignon
um dos mais cultivados e possui grande valor econômico
-A levedura Saccharomyces cerevisae é empregada na fabricação de bebidas alcoólicas e na
produção de fermentos
-Os fungos Penicillium roquefort e Penicillium camemberBi, são utilizados na fabricação de
queijos tipo roquefort e camembert, os quais possuem grande valor econômico.
-Penicillium nalgiovense usado na produção de salsichas, presuntos e outros embutidos, por
enriquecer o sabor e proteger contra a ação de mofos e bactérias
Parasitismo nos seres humanos (Micoses)
As principais micoses são:
Candidíase (Causada pela espécie Candida albicans)
Sintomas:
-Infecção vaginal que causa corrimento espesso tipo nata de leite e geralmente é acompanhado
de coceira ou irritação intensa.
Sapinho: Surgimento de pontos brancos, escamosos, semelhantes a queijo, que cobrem toda
ou parte da língua e das gengivas, a parte interna das bochechas e, às vezes, os lábios
Frieira ou Pé-de-atleta (Casada pelos fungos do gênero Tricophyton )
Sintomas:
-Aparecimento de bolhas e rachaduras especialmente na pele entre os dedos dos pés e muita
coceira e ardor na região afetada.
Adaptações nutricionais
-Os fungos geralmente são adaptados a ambientes que poderiam ser hostis a bactérias. Os
fungos são quimio-heterotróficos e, assim como as bactérias, absorvem nutrientes em vez de
ingeri-los, como fazem os animais. Todavia, os fungos diferem das bactérias em determinadas
necessidades ambientais e nas características nutricionais representadas a seguir:
* os fungos geralmente crescem melhor em ambientes em que o pH é próximo a 5, que é
muito ácido para crescimento da maioria das bactérias comuns
* quase todos fungos são aeróbicos. A maioria das leveduras é anaeróbia facultativa
* a maioria dos fungos é resistente á pressão osmótica que as bactérias, muitos
consequentemente, podem crescer em concentrações relativamente altas de açúcar ou sal
* os fungos podem crescer em substâncias com baixo grau de umidade, em geral tão baixo que
impede o crescimento de bactérias
* os fungos necessitam de menos nitrogênio para um crescimento equivalente ao das bactérias
* os fungos com frequência são capazes de metabolizar carboidratos complexos, como a
lignina, que a maioria das bactérias não pode utilizar como nutriente
Fungos e suas patologias
-Alérgicas: interação com o hospedeiro sensibilizado com antígenos fungicos
imunologicamente ativos, geralmente existentes no ar
-Toxigênica: provocada pela ingestão de fungos microscópicos produtores de micotoxinas, ou
macroscópicos venenosos micetismos
-Infecciosas: possuem a propriedade de interagir com patógeno primário ou oportunista. Onde
as micoses são o grupo mais representativo

Características gerais das Micoses


Quando a infecção é de origem fungica é chamada de micose. As micose geralmente são
infecções crônicas porque os fungos crescem lentamente. As micose são classificadas em
cinco grupos de acordo com o grau de envolvimento no tecido e o modo de entrada no
hospedeiro.
• Superficiais
- estão localizados ao longo de fios de cabelo e em células epidérmicas superficiais. Essas
infecções são prevalentes em climas tropicais
Exemplos: Pitríase Versicolor, Tinea Nigra (tinha negra), Piedras
Pitríase Versicolor superficial assintomática, lesões hipo ou hiperpigmentadas, comum de
zonas tropicais e subtropicais, ocorre principalmente no tórax, abdome, pescoço e face, mais
raramente nas axilas, virilhas e coxas, principal espécie: Malassezia furfur
Tinea Negra manchas negras, principalmente em palmas das mãos e plantas dos pés. Única
espécie encontrada no Brasil: Phaeoanneleomyces werneckii
Piedras presença de nódulos irregulares macroscópicos, geralmente aderidos a pelos,
podendo ser brancos ou negros. Gênero leveduriforme relacionado a piedra branca:
Trichosporon. Endêmica na região Amazônica a piedra negra é causada pela espécie: Piedraia
hortae

• Cutâneas ou dermatomicoses
-fungos que infectam apenas a epiderme, o cabelo e as unhas são chamados de dermatófitos, e
suas infecções são chamadas de micoses cutâneas. Os dermatófitos secretam queratinase, uma
enzima que degrada a queratina, uma proteína encontrada no cabelo, na pele e nas unhas
-a infecção é transmitida ente humanos ou entre animal e humanos por contato direto ou
contato com fios e células epidérmicas infectadas
-Principalmente causadas por espécies de Candida
-Outros exemplos: Natrassia mangiferae, Scytalidium hyalinum, Scopulariopsis brevicaulis,
Curvularia lunata, Geotrichum candidum, Trichosporon beigelii, Trichophyton spp, etc
• Subcutâneas
-são infecções localizadas abaixo da pele causada por fungos saporfíticos que vivem no solo,
vegetação e animais de vida livre que parasitam “acidentalmente” homem e outros animais.
Penetram no sistema por traumatismos na pele com material contaminado, próximos ao local
de entrada, atingindo a pele, e especificamente o tecido subcutâneo
-A implantação ocorre por implantação direta dos esporos ou de fragmentos de micélio em
uma perfuração na pele
-Exemplos mais comuns: Esporotricose, cromobalstomicose, feo-hifomicose, rinosporidiose,
eumicetoma e lobomicose

• Sistêmicas (ou profundas)


-as micoses sistêmicas são infecções fungicas profundas no interior do corpo. Não são restritas
a nenhuma região particular, mas podem afetar vários tecidos e órgãos.
-geralmente são causadas por fungos que vivem no solo e dejetos de animais. A inalação dos
esporos é a rota de transmissão, essas infecções em geral se instalam nos pulmões e se
difundem para outros tecidos do corpo.
-Como outros fungos dimórficos, após inalação dos esporos, as leveduras localizam-se nos
pulmões, sendo fagocitadas pelos macrófagos, no interior dos quais sobrevivem e se
multiplicam. Na maioria dos casos a infecção é assintomática e o sistema imunológico destrói
o invasor. Há frequentemente formação de granulomas que limitam a disseminação das
leveduras
-Numa minoria há sintomas de pneumonia, com febre, sudorese, tosse e expectoração e falta
de ar. De forma mais comum, há ausência de sintomas pulmonares, com infecção de órgãos e
formação de granulomas levando a úlceras vermelhas na pele e mucosas, particularmente na
boca e nariz
-Mais comuns em indivíduos do sexo masculino
-Principais exemplos: Paracoccidioides brasiliensis na Am. do Sul e Central, Am. do Norte
Blastomyces dermaDDdis, em todo conGnente americano Coccidiodes immiDs e Histoplasma
capsulatum
* Candidíase sistêmica
-Infecção causada pelo fungo Candida albicans, ataca qualquer parte da pele humana. Ela
assume particular importância clínica em infecções da boca (candidíase oral), sendo chamada
popularmente de sapinho (nesse caso não trata-se de DST), em torno dos olhos (candidíase
ocular) e mucosa vaginal benignas (candidíase vaginal), e em infeccoes sistemicas malignas
principalmente em doentes imunossuprimidos, como por exemplo no caso da AIDS

Micoses oportunistas
-Causadas por fungos de baixa virulência que se aproveitam distúrbios do sistema
imunológico como enfermidades, exemplos: diabetes, neoplasias, hemopatias diversas, AIDS,
entre outras ou condições que modifiquem a resposta imunológica, como: velhice, gravidez,
entre outros
-E ainda terapias ou condições especiais como: antibioticoterapia, corticoidoterapia,
transplantes, contaminação hospitalar, etc
-Destacam-se: Aspergillus spp, Candida spp, Mucor spp, Rhizopus spp e Cryptococcus
neoformans
Outras
BOLORES:
-Rhizopus: bolor comum no pão (decomposição do alimento)
• SEBORRÉIA: dermatite seborreia
-Doença superficial da pele com alguma áreas de predileção (couro cabeludo), excesso de
secreção pelas glândulas sebáceas do couro cabeludo (descamação seca em flocos, liberando
escamas conhecidas como caspa)
Parasitismo em plantas
Ferrugem
-Surgimento de lesões nas folhas causadas pela invasão do fungo que provocam a morte dos
tecidos foliares

Esporão do centeio
-Causada por um fungo parasita que ataca o centeio, e do qual se extraem diversas substâncias
de uso medicinal.
É um fungo conhecido por ser Alucinógeno, e usado para fabricar LSD

Associações Mutualísticas
Micorrizas
-Associação mutualística entre fungos e raízes de plantas. O fungo obtém das raízes açúcares e
aminoácidos e em troca, fornece sais minerais do solo que são fundamentais para o
crescimento da planta
Exemplo: “cogumelo” Shimeji (Lyophyllum shimeji)
Líquens
-São organismos resultantes da associação mutualística entre fungos e algas ou entre fungos e
cianobactérias
-As algas ou cianobactérias realizam fotossíntese e fornecem ao fungo glicose e os fungos
retribuem disponibilizando matéria inorgânica necessárias para a ocorrência da fotossíntese
-Comuns em ambientes úmidos, crescendo rochas e tronco de árvores
Principais meios de cultivo para fungos filamentosos e leveduras
SDA - SABOURAUD DEXTROSE AGAR (FDA, 1998), fungos filamentosos de maneira
geral e bactéria filamentosa como Nocardia spp
• YPD (MEIO COMPLETO) AGAR, meio completo para leveduras
• AGAR BATATA (dextrose), fungos filamentosos de maneira geral
• AGAR FUBÁ (MILHO), para leveduras, como: Candida albicans e Rhodotorula rubra
Antibióticos
Os antibióticos, substâncias que matam bactérias, foram obtidos a partir de ascomicetos do
gênero Penicillium, em 1928 (Sir Alexander Fleming, prêmio Nobel de Medicina 1945).
Desde então os fungos têm sido utilizados constantemente na fabricação de medicamentos
antimicrobianos
Formas de tratamento (Fungicidas)
-A membrana citoplasmática dos fungos possui ERGOSTEROL, ao invés do colesterol
encontrado nas membranas animais, essa diferença de substâncias encontradas nas membranas
é o principal fator da seletividade dos antifúngicos.
Anfotericina B
- descoberta em 1955, sendo produzida pelo Streptococcus nodosus ela é o padrão de
comparação para novos antifúngicos
- é bastante nefrotóxico com um amplo espectro de ação (exceções: Candida, Fusarium e
Trichosporum)
Mecanismos de ação abre poros na membrana celular se unindo ao ERGOSTEROL
alterando a permeabilidade.
-apesar do uso antigo, há pouca resistência, onde a resistência é gera dificuldade do fármaco se
ligar ao ergosterol
Farmacocinética:
– Preparação oral ↓ absorção – Tratamento TGI
– Tratamento sistêmico com administração parenteral
– ↑ ligação a PP
– Atravessa precariamente a BHC – Inflamada
– Excreção renal lenta – encontrada na urina 2 meses após o uso

Nistatina
-Estrutura semelhante Anfotericina possuindo o mesmo mecanismo de ação
- é utilizada como cremes e supositório, para infecções tópicas (cândida – orofaríngea vaginal
Flucitosina
-impede a síntese de DNA/RNA pelo fungo com um espectro limitado e resistência crescente
OBS: atua apenas contra os gêneros Candida e Cryptococcus
-raramente é usada sozinha: Flucitosina + Anfotericina -Meningite
Mecanismo de ação: Liga-se a timidilato sintase – inibindo a síntese de DNA
Flucitosina → 5 fluoracil

Griseofulvina
-Em uso desde 1959 com boa atuação contra dermatófitos atuando como fungistático.
Espectro estreito
- é utilizada em infecções de pele e cabelo. Sendo depositada na pele recém formada.
Administração de 2 a 4 semanas
- possui poucos efeitos coletarias e pouca resistência foi observada
Mecanismo de ação pouco conhecido hifas ficam encurvadas, com paredes espessadas e
extremidades se dilatam – possivelmente atue inibindo síntese de DNA
* Interage com os microtubulos (fuso acromático) interfere na mitose

Terbinafina
-Nova classe de inibidores de síntese de Ergosterol. Agem inibindo a enzima esqualeno
epoxidase, sendo os passos iniciais da síntese de ergosterol (provocando um acúmulo de
ESQUALENO)
-Esqualeno → Lanosterol → Ergosterol
-Efetivos contra dermatófitos e cepas de Candida resistentes a outras drogas.

Equinocandinas
-Isolada da Glarea lozoyensis, fungo do rio Lozoya.
Mecanismo de ação atua inibindo a síntese de 1,3 β- glicano, essa substância é necessária
para manter a estrutura da parede celular
-Possui baixíssima toxicidade
-Bom espectro de ação (Gêneros Aspergillus, Scedosporium, Alternaria, Curvularia,
Paecylomyces, Candida, Histoplasma, Coccidioides, Blastomyces) NÃO atua contra:
Cryptococcus, Rhizopus, Fusarium e Trichosporum
Azóis
- São inibidores da síntese de ergosterol. Atuam inibindo a enzima fungica citocromo p-450
(lanosina 14 α- dismetilase)
-São ótimos para levedura e possuem poucos efeitos colaterais
MICOTOXINAS
- São metabólitos secundários tóxicos produzidos por uma variedade de fungos, especialmente
por espécies dos gêneros:

-São toxinas produzidas por fungos filamentosos, e são compostos policetônicos resultantes
das reações de condensação que ocorrem quando se interrompe a redução dos grupos
cetônicos na biossíntese dos ácidos graxos realizada pelos fungos
-Estes metabolitos secundários induzem reações tóxicas em vertebrados mesmo quando
ingeridos em baixa concentração
-Também encontrados em alguns gêneros alimentícios, especialmente em cereais

-Moléculas um tanto quanto diferentes com estruturas que variam


de simples anéis heterocíclicos (peso molecular - 50 Da) a grupos
de 6 a 8 anéis heterocíclicos irregularmente dispostos (peso
molecular - >500 Da).
Toxicidade
AGUDA → resultando em danos aos rins ou fígado
CRÔNICA → resultando em câncer de fígado
MUTAGÊNICA → causando danos no DNA
TERATOGÊNICA → causando câncer em crianças durante a embriogênese
Mecanismos de ação das micotoxinas: efeitos biológicos
-Interrompem o metabolismo celular, sendo potentes inibidores da síntese proteica em
eucariotos
-Bloqueio das vias metabólicas – lesões → inibe as atividades mitocondriais
-Interagem com o DNA e RNA inibindo a tanto a síntese proteica como a replicação
-Alteram a estrutura e a função da membrana celular interrompendo o transporte da membrana
celular
-Podem reagir com enzimas levando a inativação das mesmas. Com os grupos tiol inibe a
síntese lipídica
-Reagem com co-fatores como as vitaminas
Principais micotoxinas
AFLATOXINAS
São micotoxinas produzidas por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, Aspergillus
flavus
• Principais = AFB1, AFB2, AFG1, AFG2 e AFM1
São encontradas como contaminantes em:
Amendoim, Nozes, Castanhas; Amêndoas; Milho; Algodão, Centeio, Cevada, Sorgo; Trigo,
Aveia, Arroz; Feijão; Frutas secas; Leite.
Outros exemplos de micotoxinas :
-Tricotecenos -Zearalenona
-Citrinina -Patulina

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