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Índice

Introdução......................................................................................................................6

Bacteriófagos ou fagos..................................................................................................7

Características do Vírus.................................................................................................7

Características gerais dos fagos.....................................................................................7

Classificação dos fagos..................................................................................................8

Sistema de classificação baseada nas diferenças dos processos de transcrição............8

Bacteriofago de Escherichia coli...................................................................................9

Reprodução....................................................................................................................9

Ciclo Lítico e Lisogênico..............................................................................................9

Ciclo Lisogênico............................................................................................................9

Importância dos fagos..................................................................................................10

Cultura dos microrganismos........................................................................................10

Exigências nutritivas...................................................................................................10

Características de Alguns Produtos Usados no Cultivo de Microrganismos:.............12

Tipos de meio alimentar..............................................................................................13

Meios bacteriológicos..................................................................................................15

Técnicas de Cultura de Microrganismos.....................................................................16

Conservação das Culturas Puras..................................................................................16

Conclusão....................................................................................................................18

Bibliografia..................................................................................................................19

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Introdução

O presente trabalho da cadeira de Microbiologia, cujo tem como tema Fagos e Culturas
dos Microrganismos, pretende-se de uma forma generalizada, falar da classificação,
importância e reprodução dos fagos e exigências, meio e tipos de culturas dos
microorganismos.

Objectivos

Geral

 Descrever e compreender os fagos e as culturas dos microrganismos.

Especifico

 Caracterizar os fagos;
 Descrever a importância dos fagos;
 Descrever os tipos de meio alimentares das culturas dos microrganismos;
 Entender as Técnicas de cultura de microrganismos.

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Bacteriófagos ou fagos

Os bacteriófagos, também conhecidos como fagos, são um grupo de vírus capazes de


infectar e se multiplicar dentro das células bacterianas e que, quando saem, promovem a
sua destruição (Lemos, 2017).

Bacteriófagos são vírus que infectam especificamente as bactérias. Esses vírus se


aderem à bactéria, perfuram sua parece celular e injetam na hospedeira o seu conteúdo
genético. Dentro da bactéria, o vírus se aproveita da célula hospedeira para se
reproduzir.

Características do Vírus

O bacteriófago possui uma estrutura simples: há uma cabeça e uma cauda. A cabeça ou
capsídio é constituída de material proteico e no seu interior está o conteúdo genético do
fago, a molécula de ácido nucleico, que no caso dos fagos é o DNA.

Características gerais dos fagos

Segundo Moreira & Mendes (1998), o padrão geral de infecção/contaminação, que é o


mesmo para todos os tipos de fagos, é um processo de 3 etapas (Fig.10):

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1. O fago liga-se ao exterior da bactéria e injecta o seu ADN cromossómico para o
interior desta.

2. A molécula de ADN do fago é replicada, normalmente por acção de enzimas


codificadas por os genes presentes no cromossoma do fago.

3. Outros genes do fago orientam a síntese dos componentes proteicos do cápside,


levando á montagem de novos fagos e posterior libertação da bactéria.

Em alguns tipos de fagos um ciclo completo de infecção decorre muito rapidamente,


possivelmente em menos de 20 minutos. Este tipo de infecção rápida é chamada um
ciclo lítico, pois a libertação dos novos fagos está associada á lise da célula bacteriana.
A característica principal de um ciclo lítico de infecção é que a replicação do ADN do
fago é seguida imediatamente pela síntese de proteínas do cápside, e a molécula de
ADN do fago nunca se mantém numa condição estável na célula hospedeira (Moreira &
Mendes, 1998).

Classificação dos fagos

Os nomes comuns dos bacteriofagos não seguem regras particulares. São simplesmente
designações ou códigos determinados pelos investigadores. Embora servem às
necessidades práticas dos laboratórios, este é um meio casual de nomear um grupo de
entidades infecciosas (Pelczar Jr, Chan, & Krieg, 1996).

Portanto, o Comité Internacional de Taxonomia dos vírus (CITV) tem um subcomitê de


vírus bacterianos trabalhando na classificação e nomenclatura de bacteriófagos. As
famílias de vírus bacterianos (nomes terminados em –viridae) aprovados pelo CITV
(Pelczar Jr, Chan, & Krieg, 1996).

Sistema de classificação baseada nas diferenças dos processos de transcrição

Em 1971, David Baltimore (laureado com o Prêmio Nobel por seu trabalho sobre vírus
tumorais) propôs uma classificação dos vírus com um conceito único baseada na
replicação e expressão do genoma viral. Todos os vírus foram colocados em uma das
seis classes de acordo a via particular envolvida na síntese de mRNA. Ele também não
leva em conta outras propriedades dos vírus, sendo mais aceite por biólogos
moleculares que estudam os vírus. Mas virologistas voltados ao estudo da biologia
preferem uma classificação mais geral, baseada no modelo de classificação de Linnaeus,
utilizando nomenclatura para famílias, géneros e espécies.

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Bacteriofago de Escherichia coli

Entre os bacteriófagos, o grupo mais bem estudado é o dos colifagos, um nome que se
refere aos fagos que infectam E. Coli. Um grupo de colifagos que infectam E. Coli é
designado T1 a T7 (T refere-se ao tipo). Todos os vírus deste grupo são compostos
quase exclusivamente de DNA e proteína em quantidade aproximadamente iguais.
Excepto T3 e T7, todos possuem forma de girino com cabeça poliédrica e caudas
longas; as caudas de T3 e T7 são muito curtas. O fago T atinge cerca de 65 a 200 nm de
comprimento a 50 a 80 nm de largura.

Há também colifagos que possuem DNA de fita única. Morfologicamente, eles podem
ser tanto icosaédrico como filamentosos. Um fago icosaédrico com DNA de fita única é
o ɸX174 (Pelczar Jr, Chan, & Krieg, 1996).

Reprodução

Há dois tipos principais de bacteriófagos: lítico (ou virulento) e temperado (ou


avirulento). Os fagos líticos destroem as células hospedeiras bacterianas. No processo
infeccioso lítico, após a replicação do vírion, a célula hospedeira rompese, libertando
nova progênie de fagos para infectar outras células hospedeiras. Os fagos temperados
não destroem suas células hospedeiras. Em vez disso, na infecção do tipo temperado, o
ácido nucleico viral é integrado ao genoma da célula hospedeira e replica-se na célula
bacteriana hospedeira de uma geração a outra sem que haja lise celular. Este processo é
denominado lisogênia e é realizado somente pelos fagos que possuem DNA de fita
dupla.

Ciclo Lítico e Lisogênico

Ciclo Lítico

No ciclo lítico, a bactéria é lisada ou rompida. Logo depois da bactéria ter sido infectada
pelo vírus, ele introduz nela o seu material genético, em seguida formam-se dezenas de
fagos que rompem a parede bacteriana. Esses novos fagos são capazes de infectar
imediatamente outras bactérias, reiniciando o ciclo.

Ciclo Lisogênico

No ciclo lisogênico, o material genético do bacteriófago é incorporado ao material


genético da bactéria hospedeira, sendo chamado de provírus ou profago.

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A bactéria infectada continua a crescer e se reproduzir normalmente e o profago replica-
se junto. Com isso, toda as bactérias que foram originadas da célula-mãe infectada
ajudam na proliferação do profago.

A qualquer momento em que seja necessário, o profago pode se separar do cromossomo


bacteriano e destruir a célula hospedeira, que por isso é chamada lisogênica.

Importância dos fagos

Os bacteriófagos têm um papel central na vida destes microrganismos. Por exemplo, no


nosso trato digestivo os bacteriófagos são importantes reguladores da nossa microbiota
intestinal, matando bactérias que crescem demais, mantendo, desta forma, um controle
populacional da comunidade de bactérias que habita nosso intestino. Podem também
transportar informação genética de uma bactéria para outra, conferindo resistência a
antibióticos ou transformando uma bactéria comensal em patogênica. De uma forma
geral, os bacteriófagos convivem em simbiose com as bactérias de seu habitat. São
ainda ferramentas muito úteis na pesquisa básica, como no caso do phage display (blog
de novembro) ou auxiliando cientistas a entender os mecanismos do DNA recombinante
e da biologia molecular (O GLOBO, 2021).

Cultura dos microrganismos

Conceitos básicos

Antibióticos – substância de origem microbiana que, em pequenas quantidades, tem


actividade antimicrobiana.

Ágar – um polissacarídeo extraído de algas vermelhas (Rhodophyceae) utilizado como


agente solidificante em meios de cultura microbiológicos.

Exigências nutritivas

Os microrganismos, quanto a exigência nutritiva, podem ser classificados segundo a


tabela que se segue a baixo.

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Características de Alguns Produtos Usados no Cultivo de Microrganismos:

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Tipos de meio alimentar

Os meios de culturas podem ser divididos em diversos grupos de acordo com a


procedência, consistência, composição e finalidade.

Quanto à procedência

 Meios naturais: são usadas substâncias assim como elas se apresentam na


natureza ou apenas com pequenas modificações, como cocção. Exemplos: suco
de tomate, batata e leite.

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 Meios artificiais: são preparados no laboratório, pela mistura de diversas
substâncias. Exemplo: caldo simples e água peptonada.

Quanto à consistência

 Sólidos;
 semi-sólidos;
 xaroposos; e
 líquidos.

A solidificação geralmente é feita acrescentando o ágar aos meios líquidos.


Aumentando ou diminuindo a percentagem do ágar, obtemos a variação da consistência
de acordo com a necessidade.

Quanto à composição

Meios simples: são destinados ao cultivo de germes pouco exigentes ou servem de base
para outros meios. Exemplos: solução aquosa de sais minerais, caldo simples, àgua
peptonada e gelose simples.

Meios enriquecidos: são meios adicionados de substâncias altamente nutritivas, como


proteínas termocoagulaveis (sangue, plasma sanguíneo, líquido de ascite), aminoácidos,
extractos de órgãos de mamíferos, proteína da soja, etc. Exemplos: ágar sangue e ágar
soro. Usados no cultivo de bactérias exigentes.

Quanto à finalidade

Meios Selectivos: serve para selecionar um microrganismo permitindo um tipo


particular de microrganismo ou suprimindo o crescimento de outros microrganismos.

Meios Diferenciais: servem para diferenciar os vários tipos de microrganismos em uma


placa com ágar.

Meios Selectivos/Diferenciais: agem tanto como seletivos como diferenciais, são


particularmente úteis em microbiologia de saúde pública, como na determinação da
qualidade da água ou na identificação e causas de infecção alimentar.

Meios de Enriquecimento: utilizados para selecionar microrganismo que está presente


em determinado local, em pequenas quantidades com relação à população. O meio
favorece o crescimento da espécie desejada, mas não o crescimento das outras espécies

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presentes em uma população mista. Ao contrário do meio seletivo, nenhum agente
inibido é utilizado para prevenir o crescimento de microrganismos indesejáveis.

Meios sintéticos: são meios de composição química bem definida, constituídos de


solução de sais minerais ou orgânicos, aminoácidos, hidratos de carbono e vitaminas.

Meios de Estocagem: utilizado para a manutenção da viabilidade e das características


fisiológicas de uma cultura, a qual pode exigir um meio diferente daquele óptimo para o
seu crescimento e desenvolvimento rápido e luxuriante pode estar associado com a
rápida morte celular.

Meios bacteriológicos

Os meios escolhidos para o cultivo de bactérias específicas normalmente imitam o


habitat normal das mesmas, assim:

 Para as bactérias que preferem os nutrientes encontrados no sangue - adiciona-se


sangue ao meio.
 se a glicose é o constituinte comum de um nicho bacteriano - adiciona-se o
açúcar ao meio.

Alguns exemplos de meios quimicamente definidos utilizados no crescimento de


bactérias:

a) bactéria quimioautotrófica:

 fonte de nitrogênio - (NH4)2SO4


 fonte de carbono (na forma de CO2) - NaHCO3
 tampão e íons essenciais - Na2HPO4 ; K2HPO4

b) bactéria heterotrófica não fastidiosa:

 fonte de energia e carbono - glicose (0.1%)


 fonte de nitrogênio, tampão e íons essenciais - NH4H2PO4
 tampão e íons essenciais - KH2PO4

bactéria heterotrófica fastidiosa:

 fonte de carboidrato, nitrogênio orgânico, vitaminas, sais - extrato de carne


 fonte de nitrogênio orgânico e algumas vitaminas – peptona.

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Técnicas de Cultura de Microrganismos

Os microbiologistas devem ser capazes de isolar, enumerar, e identificar os


microrganismos em uma amostra, para então classificá-los e caracterizá-los:

 Isolamento e Cultivo de Culturas Puras:

Os microrganismos na natureza normalmente existem em cultura mistas, com muitas


espécies diferentes ocupando o mesmo ambiente. Em laboratório, os microrganismos
são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O
tipo de meio utilizado depende de vários factores:

 considerações sobre a origem do material a ser analisado.


 a espécie que se imagina estar presente nesta amostra.
 as necessidades nutricionais dos organismos.

 Técnicas de Isolamento de Microrganismos:

O material a ser analisado é colocado no meio de cultura-inóculo- O processo de


inoculação pode ser feito mediante:

Técnica de esgotamento por meio de estrias superficiais: a amostra é semeada na


superfície do meio solidificado com uma alça de semeadura para esgotar a população,
assim em algumas regiões do meio, células individuais estarão presentes.

Técnica de semeadura em superfície: uma gota da amostra diluída é colocada na


superfície do ágar e com o auxílio de uma alça de semeadura de vidro (alça de Drigalky)
esta gota é espalhada sobre o meio.

Método de pour-plate: a amostra é diluída em tubos contendo meios liquefeitos (45


ºC). Após homogeneização são distribuídos em placas de Petri; e após a solidificação
dos meios as placas são incubadas. As colónias se desenvolverão tanto acima quanto
abaixo da superfície (colónias internas).

Conservação das Culturas Puras

Uma vez que os microrganismos tenham sido isolados em cultura pura, é necessário
manter as culturas vivas por um período de tempo com o objectivo de estudá-las. Para
armazenar por um período curto (dias a meses, dependendo da resistência do

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microorganismo) as culturas podem ser mantidas à temperatura de refrigeradores (4 a
10º C).

Alguns dos mais usados métodos de conservação:

 transferência periódica para meios novos.


 sob camada de óleo mineral.
 liofilização.
 congelamento.

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Conclusão

Em conclusão pode dizer que os Bacteriófagos, ou fagos, são vírus que infectam
bactérias, reproduzindo-se em seu interior. Vírus são patógenos, isto é, partículas
infecciosas, constituídos basicamente de um ácido nucleico circundado por uma cápsula
proteica, denominada de capsídeo. Os bacteriófagos têm um papel central na vida destes
microrganismos. Por exemplo, no nosso trato digestivo os bacteriófagos são importantes
reguladores da nossa microbiota intestinal, matando bactérias que crescem demais,
mantendo, desta forma, um controle populacional da comunidade de bactérias que
habita nosso intestino.

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Bibliografia

Supinho. A. E. P. (2017). Microbiologia. Beira. UCM – CED.

https://www.tuasaude.com/bacteriofago/

https://www.biologianet.com/biodiversidade/bacteriofagos.htm

https://blogs.oglobo.globo.com/ciencia-matematica/post/o-mundo-dos-bacteriofagos-
como-alternativa-para-os-antibioticos.html

https://www.todamateria.com.br/bacteriofagos/

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