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VÍRUS

Organismos acelulares, cujos genomas são replicados, obrigatoriamente, no interior de uma célula hospedeira. Com base
no seu código genético, transcrito pela polimerase viral e com o uso de parte do maquinário metabólico celular, os vírus
sintetizam os seus componentes (proteínas e ác. nucléico). Estes se agrupam no citoplasma ou núcleo, formando novas
partículas ou vírions. Os novos vírions são liberados da célula hospedeira e vão infectar novas células, perpetuando a
espécie.
Vírion: A partícula viral consiste em um genoma de ácido nucleico
empacotado em uma camada proteica (capsídio) ou uma membrana
(envelope). O vírion também pode conter algumas enzimas essenciais
ou acessórias ou outras proteínas para facilitar a replicação inicial na
célula. O capsídio ou as proteínas de ligação ao ácido nucleico podem
se associar ao genoma para formar um nucleocapsídio, que pode ser
o mesmo que o vírion ou envolto por um envelope.
Características gerais: Acelulares; sem metabolismo próprio; reprodução apenas na célula hospedeira; parasitas
intracelulares obrigatórios; são agentes infecciosos microscópicos [18 (parvovírus) - 300nm (poxvírus)]; infectam bactérias,
protozoários, fungos, plantas e animais; apresentam especificidade celular.
Obs.: O capsídio é uma estrutura rígida capaz de resistir a condições ambientais
hostis. Como uma bola de futebol, os vírus com capsídio desnudo também têm
resistência exterior e são geralmente resistentes à secagem, ácidos e detergentes,
incluindo o ácido e a bile do trato entérico. Muitos destes vírus são transmitidos pela
via fecal-oral e podem suportar a transmissão mesmo em esgotos. O envelope é uma
membrana composta de lipídios, proteínas e glicoproteínas. A estrutura membranosa
do envelope só pode ser mantida em soluções aquosas. É prontamente perturbado pela
secagem, condições ácidas, detergentes e solventes como o éter, o que resulta na
inativação do vírus. Como consequência, os vírus envelopados devem permanecer
úmidos e são geralmente transmitidos em fluidos, gotículas respiratórias, sangue e
tecidos. A maioria não consegue sobreviver às condições hostis do sistema digestório.
VÍRUS COM CAPSÍDIOS: O capsídio viral é montado a partir de proteínas individuais associadas às unidades
progressivamente maiores. Todos os componentes do capsídio têm características químicas que lhes permitem ajustar e
montar em uma unidade maior. Proteínas estruturais individuais associadas em subunidades, que associam em protômeros,
capsômeros (distinguíveis em micrografias eletrônicas) e, finalmente, um pró-capsídio ou capsídio reconhecível. As
estruturas virais mais simples que podem ser construídas passo a passo são simétricas e incluem estruturas helicoidais e
icosaédricas.
VÍRUS ENVELOPADOS: O envelope do vírion é composto de lipídios, proteínas e glicoproteínas. O envelope contém
uma estrutura de membrana semelhante às membranas celulares. As proteínas celulares são raramente encontradas no
envelope viral, ainda que o envelope seja obtido a partir de membranas celulares. A maioria dos vírus envelopados é
arredondada ou pleomórfica. Duas exceções são o poxvírus, que tem uma estrutura complexa interna e uma externa
semelhante a tijolo, ao passo que o rabdovírus apresenta um formato de projétil. Algumas glicoproteínas atuam como VAPs
e são capazes de se ligar a estruturas nas células-alvo. As VAPs que também se ligam aos eritrócitos são denominadas
hemaglutininas (HAs). Algumas glicoproteínas têm outras funções, como a neuraminidase (NA) de ortomixovírus
(influenza) e o receptor Fc e o receptor C3b associado às glicoproteínas do herpes-vírus simples (HSV) ou as glicoproteínas
de fusão de paramixovírus. As glicoproteínas, principalmente as VAPs, também são os principais antígenos que induzem a
imunidade protetora. As proteínas da matriz que revestem o interior do envelope facilitam a montagem do
ribonucleocapsídio dentro do vírion.
Capsídeo = Capa de proteínas = proteção do genoma; interação com célula hospedeira nos vírus nus; Forma das partículas.
Envoltório viral = Membrana fosfolipídica que envolve o capsídeo = interação com célula hospedeira; Penetração na célula
hospedeira por mecanismos de fusão.
Replicação viral: A célula atua como uma fábrica, fornecendo os substratos, a energia e o maquinário necessários para a
síntese de proteínas virais e replicação do genoma
RECONHECIMENTO E FIXAÇÃO À CÉLULA-ALVO: A ligação das VAPs ou estruturas na superfície do
capsídio do vírion aos receptores na célula determina inicialmente quais células podem ser infectadas por um vírus.
Vírus que se ligam a receptores em tipos celulares específicos têm uma gama de hospedeiros limitada
PENETRAÇÃO (endocitose ou fusão): Interações entre múltiplas VAPs e receptores celulares iniciam a
internalização do vírus na célula. O mecanismo de internalização depende da estrutura do vírion e tipo de célula. A
maioria dos vírus não envelopados entra na célula por endocitose mediada por receptor ou por viropexia
DESNUDAMENTO: Uma vez internalizado, o nucleocapsídio deve ser liberado para o sítio de replicação dentro da
célula e o capsídio ou o envelope removido. O genoma dos vírus de DNA, exceto para os poxvírus, deve ser
transportado ao núcleo, enquanto a maioria dos vírus de RNA permanece no citoplasma.
SÍNTESE MACROMOLECULAR (ácido nucléico + proteínas virais): Uma vez dentro da célula, o genoma deve
dirigir a síntese de mRNA e proteínas virais e gerar cópias idênticas de si mesmo. O genoma é inútil, a menos que
possa ser transcrito em mRNAs funcionais capazes de se ligar a ribossomos e de se traduzir em proteínas. Os meios
pelos quais cada vírus realiza essas etapas depende da estrutura do genoma e do sítio de replicação
MONTAGEM (Lise ou brotamento): A montagem do vírion é análoga a um quebra-cabeça tridimensional de
intersecção que é montado na caixa. O vírion é construído com peças pequenas, de fácil fabricação, que envolvem o
genoma em um pacote funcional. Cada parte do vírion tem estruturas de reconhecimento que permitem ao vírus formar
as interações apropriadas de proteína-proteína, proteína-ácido nucleico e (para vírus envelopados) proteínamembrana,
necessárias para a montagem na estrutura final. O processo de montagem começa quando as peças necessárias são
sintetizadas e a concentração de proteínas estruturais na célula é suficiente para conduzir termodinamicamente o
processo, muito semelhante a uma reação de cristalização. O processo de montagem pode ser facilitado por proteínas
de arcabouço ou outras proteínas, algumas das quais são ativadas ou liberam energia na proteólise.
Brotamento: Para vírus envelopados, as glicoproteínas recém-sintetizadas e processadas são liberadas para as
membranas celulares por transporte vesicular. A aquisição de um envelope ocorre após associação do
nucleocapsídio com as regiões contendo glicoproteína viral de membranas de células hospedeiras em um processo
denominado brotamento.
LIBERAÇÃO: Os vírus podem ser liberados das células após a lise celular, por exocitose ou por brotamento da
membrana plasmática
Replicação dos bacteriófagos: No ciclo lítico, o vírus insere seu material genético na célula hospedeira, onde as funções
normais desta são interrompidas pela inserção do ácido nucleico viral, produzindo tantas partículas virais que, ao enchê-la
excessivamente, a faz explodir, liberando um grande número de novos vírus. No ciclo lítico, ocorre uma rápida replicação
do genoma viral, seguida da montagem e liberação de vírus completos, o que leva à lise celular. Isso significa que a célula
infectada se rompe, liberando os novos vírus. Já no ciclo lisogênico, o vírus insere seu ácido nucleico na célula hospedeira,
tornando-se parte do DNA da célula infectada. A célula continua suas funções normais, e durante a mitose, o material
genético da célula, incluindo o do vírus incorporado, é duplicado, gerando células-filhas com o "novo" genoma viral. Como
resultado, a célula infectada transmitirá as informações genéticas virais sempre que passar por mitose, levando à infecção
de todas as células descendentes.
Transmissão viral: Vertical (via placenta ou congênita, no momento do parto ou perinatal, exposição pós parto via
amamentação); Vetores (Arbovírus); Sexual (carga viral, tempo de exposição, ulcerações); Sangue (mais eficaz, transfusão
de componentes celulares, agulhas contaminadas); Mucosas como o trato gastrointestinal (ingestão de alimentos ou água),
trato respiratório (Ex.: Vírus da influenza, Rubéola).
Diagnóstico laboratorial: Citologia; Microscopia eletrônica; Isolamento e crescimento do vírus (cultura celular); Detecção
de material genético viral [PCR, RT-PCR, qPCR; ANÁLISE IN SITU (hibridização in situ)]; Detecção de proteínas virais
[imunofluorescência e ensaio imunoenzimático (ELISA)]; Sorologia viral (IgM: primeiras 2 ou 3 semanas de uma infecção
primária, geralmente indica uma infecção primária recente. A soroconversão é indicada por um aumento de, pelo menos,
quatro vezes no título de anticorpos entre o soro obtido durante a fase aguda da doença e aquele obtido pelo menos 2 a 3
semanas depois, durante a fase de convalescença. Além de Ac para vários Ag virais essenciais e seus títulos pode ser
utilizada para identificar o estágio da doença causada por determinados vírus, Ex.: EBNA do vírus EBV).
Formas básicas: Helicoidal: rígido ou flexuoso com ou sem envelope; Poliédrico: Icosaédrico (maioria); Complexa:
Bacteriófago.
Tipos de vírus: Papilomavírus, Poliomavírus, Adenovírus, Herpes-Vírus-Humano, Poxvírus, Parvovírus, Picornavírus,
Coronavírus, Novovírus, Paramxovírus, Ortomixovírus, Rabdovírus, Filovírus, Bornavírus, Reovírus, Togavírus,
Flavivírus, Bunyaviridae, Arenaviridae, Retrovírus, Vírus da hepatite.

FUNGOS
Obs.: Reino Fungi. não sintetizam clorofila nem qualquer pigmento fotossintético. parede celular constituída de quitina e
não celulose. armazenamento de glicogênio como reserva e não amido. Seres ubiquitários: presentes em vegetais, animais,
no homem, em detritos e em abundância no solo. Vias de dispersão fúngica: ventos. Seres eucariontes unicelulares ou
multicelulares.
Obs.: Importância: Medicina (micoses e alergias respiratórias); Industria alimentícia (produção de queijos, vinhos e
culinária); Industria farmacêutica (produção de antibióticos).
Obs.: Micologia medica: Micoses: superficiais, cutâneas, subcutâneas, profundas e oportunistas. Micotoxicose: ingestão
de alimentos com micotoxinas. Micetismo: ingestão de fungos macroscópicos venenosos.
Estrutura: Parede celular (estrutura rígida protetora, contendo: glucanas, mananas, quitina, proteínas e pequena quantidade
de lipídeos). Membrana citoplasmática: presença de esterol.
Morfologia:
Leveduras (colônias leveduriformes): Célula que se reproduz por brotamento ou por fissão, na qual um progenitor
ou célula-”mãe” destaca uma porção de si mesma para produzir uma célula descendente ou “filha”. As células-filhas
podem se alongar para formar pseudo-hifas semelhantes a salsichas. As leveduras são geralmente unicelulares e
produzem colônias arredondadas, pastosas ou mucoides em ágar.
Fungos filamentosos (colônias filamentosas; bolores): São organismos
multicelulares que consistem em estruturas tubulares filiformes, denominadas hifas.
que se alongam em suas pontas por um processo conhecido como extensão apical.
As hifas são cenocíticas (ocas e multinucleadas) ou septadas (divididas por partições
ou paredes transversais). As hifas se formam juntas para produzir uma estrutura
semelhante a uma esteira ou tapete denominada micélio. As colônias formadas por
fungos filamentosos são frequentemente descritas como filamentosas, algodonosas
ou pulverulentas. Quando crescem em ágar ou outras superfícies sólidas, os fungos
filamentosos produzem hifas, denominadas hifas vegetativas, que crescem na
superfície do meio de cultura ou abaixo dela, e hifas que se projetam acima da
superfície do meio (hifas aéreas). As hifas aéreas podem produzir estruturas
especializadas conhecidas como conídios (elementos reprodutivos assexuados). Os
conídios podem ser produzidos por um processo blástico (brotamento) ou tálico, no
qual segmentos de hifas se fragmentam em células ou artroconídios. Os conídios
são facilmente transportados pelo ar e servem para disseminar o fungo.
Os fungos se reproduzem pela formação de esporos que podem ser sexuais (envolvendo meiose, precedida pela fusão
do protoplasma e núcleos de dois tipos de acasalamento ou mating types compatíveis) ou assexuais (envolvendo apenas
mitose). Os esporos assexuados consistem em dois tipos gerais: esporangiósporos e conídios. Esporangiósporos são
esporos assexuados produzidos em uma estrutura de contenção ou esporângios e são característicos de gêneros
pertencentes aos Mucorales, como Rhizopus e Mucor spp. Os conídios são esporos assexuados que nascem desnudos
em estruturas especializadas, como visto em Aspergillus spp., Penicillium spp. e os dermatófitos.
Crescimento: Heterotróficos. aeróbios obrigatórios em sua maioria. exceção: leveduras fermentadoras: Saccharomyces
cerevisiae (facultativas).
Tempo e temperatura: Fungos de importância médica: mesófilos (20-30 ⁰C). Tempo de crescimento: mínimo 7 dias.
Dimorfismo fúngico: Crescimento diferente de acordo com a temperatura. Forma micelial (M, mould) ou Saprofítica:
forma infectante no solo, entre 22⁰C e 28⁰C. Forma leveduriforme (Y, yeast) ou parasitária: encontrada nos tecidos, Ex.:
Paracoccidioides brasiliensis.
Diagnóstico: Exame micológico direto (colocar o material sobre a superfície de uma lâmina de vidro adicionar um gota de
hidróxido de potássio, mais corante cobrir com lamínula, aquecer e examinar ao microscópio); Cultura em ágar Sabouraud
dextrose, contendo cloranfenicol (evitar crescimento de bactérias) e ciclohexemida (evitar crescimento de fungos
saprófitas); Cultura em lâmina ou microcultivo (análise de fungos filamentosos); Atividade bioquímica = Auxanograma
(para análise de leveduras); Provas imunológicas como ELISA (detecção de Ag fúngicos); PCR.
Agentes antifúngicos: anfotericina B, nistatina cetoconazol, miconazol clotrimazol.

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