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→São agentes filtráveis (passam por filtros que retêm bactérias), parasitas intracelulares

obrigatórios e a sua reprodução ocorre por montagem dos seus componentes individuais.
• Tamanho: 18 nm (Parvovírus) a 300 nm (Poxvírus)
→Apresentam uma estrutura particular que os opõe aos microrganismos clássicos de estrutura
celular procariota e eucariota, cada partícula viral possui um só tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA
(mas não ambos) e os vírus reproduzem-se unicamente a partir do seu material genético por
replicação do seu ácido nucleico.
Parasitismo absoluto: Não produzem energia ou proteínas de forma independente (sem uma célula).
Genomas podem ser de RNA ou DNA (mas não ambos). Podem ter uma cápside ou invólucro.
→São metabolicamente inertes e não mais do que moléculas de ácido nucleico e proteína quando
estão fora da célula.
Não têm capacidade para produzir energia ou substratos, não conseguem fazer as suas próprias
proteínas, não conseguem replicar o seu genoma de forma independente da célula do hospedeiro.
• Genoma de ácido nucleico empacotado numa camada proteica (cápside) que poderá estar Cápside: Estrutura proteica rígida capaz de aguentar condições ambientais severas que envolve o
rodeada por uma membrana contendo lípidos (invólucro). genoma. É montada a partir de proteínas e componentes com características químicas que encaixam
• A cápside ou proteínas ligadas a ácidos nucleicos podem associar-se ao genoma - uns nos outros.
nucleocápside, que pode consistir no virião ou estar rodeada por um invólucro.
Proteínas individuais → Subunidades → Protómeros → Capsómeros → Pro-cápside → Cápside
• Vírus nús com cápsides têm um exterior mais forte, sendo geralmente resistentes a
secagem, ácidos e detergentes. – Transmitidos via fecal-oral.
Vírus podem ser: Helicoidais, icosaédricas ou cúbicas e complexas.
Nota: nos vírus humanos, as nucleocápsides helicoidais têm sempre invólucro.

Invólucro: Membrana composta por lípidos, proteínas e glicoproteínas. Pode envolver nucleocápsides
com simetria icosaédrica ou helicoidal.
• Os vírus com invólucro têm de permanecer molhados e são geralmente transmitidos por
fluidos, gotículas respiratórias, sangue e tecido. – Maioria dos vírus com involucro não
resiste ao trato gastrointestinal.
O DNA pode ser de cadeia simples ou dupla, linear ou circular. A maioria dos vírus com invólucro são redondos ou pleomórficos.
O RNA pode ser de cadeia positiva (+, tal como o RNAm), cadeia negativa (-), cadeia dupla (+/-) ou O invólucro provém de sistemas membranares da célula hospedeira por evaginação ( “BUDDING” )
“ambisense” (contendo regiões + e – de RNA ligadas nas extremidades). da membrana citoplasmática, nuclear ou do retículo endoplasmático e complexo de Golgi.
• Alguns genomas de vírus RNA são segmentados – favorece recombinações genéticas → As proteínas do invólucro e da cápside são especificadas por genes virais e constituem a principal
entre os vírus, grande variabilidade genética e antigénica. especificidade antigénica dos viriões.
O Invólucro tem também um papel importante na entrada do vírus na célula hospedeira: Na ligação
ao recetor celular e na penetração (fusão) do vírus na célula
Glicoproteínas do invólucro:
Pode ser uma cápside ou um invólucro
• Para muitos virus isto pode ser observado como “Spikes” (espículas)
Permitem o empacotamento, proteção e são veículo de entrega durante a transmissão do vírus
entre hospedeiros e para a disseminação dentro do hospedeiro para as células alvo. • Algumas glicoproteínas atuam como VAPs (“viral attachment proteins”), sendo capazes de se ligar
a estruturas nas células alvo.
Viral attachement protein –VAP: medeia a interação do vírus com as células alvo.
• As VAPs que também se ligam a eritrócitos chamam-se hemaglutininas (HAs)
• Algumas glicoproteínas têm outras funções, tais como a neuraminidase (NA) dos ortomixovírus
(influenza), o recetor Fc e o recetor C3b associados a glicoproteínas do HSV, ou as glicoproteínas de 1. Reconhecimento
fusão dos paramixovírus 2. Adsorção
• Glicoproteínas, especialmente as VAPs, são também antigénios que causam imunidade protetora. 3. Penetração
4. Descorticação
• Todos os vírus RNA de cadeia negativa têm invólucro! 5. Transcrição
6. Síntese proteica
7. Replicação
8. Reunião
9. Lise e libertação

Cada ciclo de replicação viral tem várias fases:


• Fase precoce da replicação:
- Reconhecimento da célula alvo
- Adesão à célula /Adsorção
- Penetração na membrana plasmática e entrada na célula
- Descorticação (= Libertação do genoma no citoplasma)
- Se necessário, entrega do genoma no núcleo
• Fase tardia:
- Replicação do genoma e síntese de macromoléculas virais
- Reunião
- Libertação
Recetores: Podem ser proteínas ou carbohidratos (glicoproteínas ou glicolípidos).

O período latente inclui o período de eclipse e termina com • Vírus diferentes podem partilhar o mesmo
a libertação de novos vírus. recetor.

A libertação do genoma da cápside ou invólucro durante a • Vírus que se ligam a receptores expressos
fase precoce elimina a infecciosidade e estrutura em tipos celulares específicos podem ser
identificável, iniciando o Período de Eclipse (que termina com restritos a certas espécies ou tipos celulares.
a produção de novos viriões).
• A especificidade da célula alvo define o
tropismo tecidular. (neurotrópico,
linfotrópico…)
Cada célula infetada pode produzir até 100.000 partículas virais, mas apenas 1% a 10% serão
infeciosas. As partículas não infeciosas (partículas defeituosas) resultam de mutações e erros na
produção e montagem do virião.
• Os virus “usam” este mecanismo para gerar mutantes que possam ter vantagens seletivas.
O mecanismo de internalização depende da estrutura do virião e tipo celular:
- Endocitose (viropexis)
- Fusão (com a membrana citoplasmática)
- Translocação
A ligação das VAPs (“virus attachment A maioria dos vírus sem invólucro entram nas células por ENDOCITOSE mediada por recetores
proteins”) ou estruturas na superfície da (VIROPEXIS).
cápside a recetores na célula determina
inicialmente que células são infetadas pelo vírus. Vírus com invólucro fundem as suas membranas com membranas celulares para entregar a
nucleocápside ou genoma diretamente no citoplasma (FUSÃO)
Alguns vírus icosaédricos sem invólucro parecem ser capazes de passar diretamente através da
VAPs nos vírus com invólucro: glicoproteína membrana citoplasmática (TRANSLOCAÇÃO).
Remoção da cápside ou invólucro com entrada do núcleo no local de replicação dentro da célula. Divide os vírus em 7 grupos, com base no modo de produção do RNAm:
→ O genoma de vírus DNA (exceto no caso dos poxvirus) tem de ser entregue ao núcleo enquanto • Grupos 1, 2, 6 e 7: O genoma é, ou é convertido em, DNA de cadeia dupla que depois é convertido
a maioria dos vírus RNA permanece no citoplasma. em RNAm.
A descorticação pode dar-se ao nível da membrana celular (poliovírus) ou ao nível do Citoplasma, ser • Grupos 3, 4 e 5: Genoma é, ou é convertido em, RNA de cadeia simples positiva (que corresponde
incompleta (rotavírus) e é sempre feita à custa de enzimas celulares (exceto nos poxvírus). ao RNAm).

Vírus DNA: Grupo I e Grupo II


Vírus RNA: Grupos III, Grupo IV
Uma vez dentro da célula, o genoma tem de dirigir a síntese de RNAm viral e proteínas e gerar e Grupo V
cópias idênticas de si próprio.
Vírus com Transcriptase
A forma como cada vírus executa estes passos depende da estrutura do genoma e do local de Reversa: Grupo VI e Grupo VII
replicação.
Replicação do RNA é um fenómeno exclusivo dos vírus - RNA polimerase dependente do RNA,
codificada pelo vírus.
VÍRUS DNA
A maioria dos vírus DNA usa a maquinaria celular no núcleo para transcrição e processamento de
RNAm, incluindo a “DNA-dependent RNA polymerase II”
VÍRUS RNA
A maioria dos vírus RNA replica e produz RNAm no citoplasma (exceto os ortomixovírus e retrovirus)
Os vírus RNA precisam de codificar as enzimas necessárias para a trancrição e replicação, pois a
célula não tem capacidade para replicar RNA.
Genes virais Imediatos (“Early”):
• Codificam para proteínas não estruturais Cada parte do virião tem estruturas de reconhecimento que permitem que o vírus forme as
interações apropriadas, necessárias para montar a estrutura final:
• Frequentemente proteínas de ligação a DNA e enzimas (ex. polimerases virais)
• entre proteínas
• São proteínas catalíticas (sendo necessárias apenas algumas)
• entre proteínas e ácidos nucleicos
Replicação do genoma normalmente inicia a transição para a transcrição de produtos genéticos
tardios • entre proteínas e membranas (no caso de vírus com invólucro)
Genes virais Tardios (“Late”) O processo de montagem é iniciado quando as partes necessárias são sintetizadas e a concentração
de proteínas estruturais na célula é suficiente.
• Codificam proteínas estruturais e outras
O local e mecanismo de montagem do virião na célula depende do local da replicação do genoma e da
• São necessárias muitas cópias destas proteínas para empacotamento do vírus (mas estrutura final ser uma cápside nua ou um vírus com invólucro
normalmente não são necessárias antes da replicação do genoma)
• Vírus DNA com nucleocápside (excepto os poxvírus): montagem ocorre no núcleo
(requer transporte das proteínas do virião para o núcleo).
• Vírus RNA (e os poxvirus): montagem ocorre no citoplasma.
Para produzir as PROTEÍNAS VIRAIS, todos os vírus dependem dos ribossomas, tRNA e mecanismos Cápsides: podem ser montados como estruturas vazias (procápsides) a serem preenchidas com o
de modificação pós-translacionais da célula hospedeira. No entanto, o ribossoma eucariótico, que se genoma (ex. picornavírus), ou podem ser montadas em redor do genoma.
liga a RNAm, apenas pode produzir uma proteína contínua.
Vírus sem invólucro:
Cada vírus resolve esta limitação de forma diferente, dependendo da estrutura do genoma:
→ Arquitectura da cápside determinada pelas propriedades estruturais dos capsómeros.. Partículas
• Vírus RNA de cadeia positiva: genoma completamente lido pelo ribosoma e traduzido numa são libertadas com a ruptura da célula (lise).
poliproteína gigante (subsequentemente clivada por proteases celulares e virais, em proteínas
funcionais) Vírus com invólucro:
• Vírus DNA, retrovírus e a maioria dos vírus RNA de cadeia negativa: transcrevem RNAm separados - Glicoproteínas virais são entregues na membrana celular. Aquisição do invólucro ocorre após
em poliproteínas mais pequenas ou proteínas individuais. associação da nucleocápside com as regiões das membranas da célula do hospedeiro contendo
glicoproteínas virais.
- Processo denominado de “budding” (evaginação) do vírus através das membranas celulares
Partículas vão–se libertando continuamente durante períodos curtos ou longos. O tipo de genoma e
a sequência proteica das glicoproteínas determina o local da evaginação.
Vírus podem ser libertados da célula por: Vírus causam doença após
• Lise da célula; • Ultrapassar as barreiras protetoras do corpo
• Exocitose; • Escapar ao controlo imunológico
• Evaginação (“budding”) da membrana plasmática. • Matar células de um tecido ou desencadeiar respostas imunes e inflamatórias destrutivas
Vírus com cápsides nuas (i.e. sem invólucro) são geralmente libertados após lise da célula → EVENTO Natureza da doença e sintomas são definidos pela tecido alvo do vírus → Tropismo (preferência
ALTAMENTE IMUNOGÉNICO. por determinado tecido alvo).
Vírus com invólucro são libertados geralmente por evaginação da membrana plasmática, sem morte • O tropismo pode em parte ser explicado pela especificidade dos recetores celulares e por
da célula. diferenças na quantidade de recetores nos vários órgãos
Severidade e duração da doença é determinada pela capacidade da resposta imune da pessoa
infetada para controlar a infeção.
Disseminação pode ocorrer por:
Vírus codificam fatores de virulência que promovem a eficácia da replicação viral, transmissão viral,
• Libertação para o meio extracelular;
acesso e ligação do vírus a tecidos alvo, ou escape do vírus às defesas do hospedeiro e resposta
• Pontes entre células; imune
• Fusão entre células; • Atividades necessárias à patogenicidade e sobrevivência do vírus no hospedeiro.
• Verticalmente para células filhas.
Alguns vírus podem induzir fusão entre células, formando células gigantes multinucleadas (sincícios),
que podem produzir enormes quantidades de vírus.
→Os retrovírus e alguns vírus DNA podem transmitir as suas cópias integradas do genoma
verticalmente para células filhas durante a divisão celular.
O período de incubação pode: Trato Intestinal:
• continuar sem sintomas (Período assintomático); • Norovírus
• produzir sintomas iniciais não específicos, induzidos por citoquinas (ex. febre, dores de • Enterovírus
cabeça ou do corpo, arrepios) (Período prodrómico).
• Vírus da hepatite A
Os sintomas da doença são causados pelo dano tecidular e efeitos sistémicos causados pelo vírus e
sistema imunológico. Estes sintomas podem continuar ao longo da convalescença enquanto o corpo Vírus com invólucro raramente são encontrados no trato alimentar.
repara os danos
Trato Urogenital:
O indivíduo normalmente desenvolve resposta imune de memória, para futura proteção contra este
vírus. • Vírus herpes simplex tipo 2 (HSV-2)
• Papilomavírus genitais (HPV 6, 11, 16,18)
A entrada pelo trato urinário é muito rara mas a entrada pelo trato genital é mais frequente.
Pele:
Conjuntiva:
• Vírus da hepatite B (por exemplo, no caso de agulhas contaminadas na acupunctura,
tatuagens, piercings, etc.. ) • Alguns adenovírus

• Vírus da febre amarela, vírus do dengue (= Arbovírus, picada de artrópodes) • Enterovírus 70

• Vírus da raiva (introduzido no local da lesão causada pela mordedura do animal)

Trato respiratório: → A inalação é provavelmente a via de infeção mais comum. Muitos vírus iniciam a infeção na
mucosa oral ou trato respiratório superior
• Vírus da gripe: liga-se à superfície das células epiteliais e consegue resistir ao muco rico
em ácido siálico (seu recetor) O vírus pode:

• Vírus parainfluenza • replicar e permanecer no local primário

• Adenovírus • disseminar para outros tecidos pela corrente sanguínea (ou dentro de fagócitos ou
linfócitos mononucleares)
• Coronavírus
• disseminar através de neurónios
• Rinovíus
A corrente sanguínea e o sistema linfático são as vias principais de transferência viral no corpo
O transporte do vírus no sangue é denominado virémia
Citopatogénese
O vírus pode estar “livre” no plasma ou estar associado a linfócitos ou macrófagos
Célula não permissiva: Pode não ter um recetor, uma via enzimática importante ou um ativador
Vírus presentes em macrófagos fagocíticos podem ser inativados, replicar, ou ser transcricional, ou expressar um mecanismo antiviral que não permita a replicação de um tipo ou
entregues a outros tecidos. estirpe particular de um vírus
Replicação de um vírus em macrófagos, na cobertura endotelial de vasos sanguíneos, no Célula permissiva: Tem a maquinaria biosintética para suportar o ciclo replicativo completo do vírus
pulmão ou no fígado pode causar amplificação da infeção e iniciar o desenvolvimento de uma virémia
secundária. Em muitos casos, a virémia secundária precede a entrega do vírus ao tecido alvo (ex. Célula semi-permissiva: A replicação do vírus pode ser muito ineficiente ou a célula pode suportar
fígado, cérebro ou pele) e a manifestação de sintomas característicos. alguns, mas não todos os passos da replicação viral.
5 potenciais resultados de uma infeção viral celular:
1. Infeção falha (infeção abortiva)
2. Morte celular (infeção lítica)b
3. Replicação viral sem morte celular (infeção persistente)
Vírus podem ter acesso ao sistema
nervoso central ou cérebro a partir de: 4. Replicação viral sem morte celular mas com imortalização da célula (infeção
transformante, para vírus oncogénicos)
1. corrente sanguínea
5. Presença do vírus sem produção de vírus mas com potencial para reativação (infeção
2. meninges infetadas ou fluido latente recorrente)
cérebroespinal
Infeções Líticas: resultam de replicação viral que causa morte da célula alvo.
3. migração de macrófagos infetados
Alguns vírus danificam a célula e impedem a sua reparação por inibição de síntese de macromoléculas
4. infeção dos neurónios periféricos ou
celulares ou por produção de enzimas degradativas ou proteínas tóxicas.
sensoriais (olfato)
Infeção viral ou resposta imune citolítica pode induzir apoptose na célula infetada
A expressão na superfície celular de glicoproteínas de alguns vírus desencadeia a fusão de células
vizinhas em células gigantes multinucleadas = Sincícios
Algumas infeções virais causam lise da célula alvo ou alterações características na sua aparência e
propriedades = Efeito citopático (ECP)
Infeções Não Líticas: Infeções persistentes (ocorrem numa célula infetada que não é morta pelo Anticorpos são eficazes contra vírus no meio extracelular e podem ser suficientes para controlar
vírus) podem ser: vírus citolíticos (pois a fonte de novos viriões é eliminada com a lise da célula infetada) e são essenciais
para controlar a disseminação do vírus para tecidos-alvo por meio de virémia
1. Crónicas (não líticas mas produtivas)
A imunidade mediada por células é necessária para a destruição de células infetadas por vírus não
2. Latentes (sem síntese de novos vírus) citolíticos (p. ex. vírus da hepatite A) e infeções causadas por vírus com invólucro.
3. Recorrentes (períodos de latência seguidos de períodos de produção de vírus) Imunidade prévia pode não prevenir as fases iniciais da infeção mas, na maioria dos casos, previne
4. Transformadoras (imortalizadoras de células) – vírus oncogénicos a progressão da doença

Alguns vírus estabelecem infeções persistentes que podem também estimular Respostas imunológicas de memória podem ser geradas por infeção prévia ou vacinação.
crescimento celular descontrolado, causando transformação e imortalização celular.
Aproximadamente 15% dos cancros humanos podem ser relacionados com vírus
IMUNOPATOLOGIA: A hipersensibilidade e reações inflamatórias iniciadas pela imunidade antiviral
oncogénicos: Vírus DNA oncogénicos: HPV, EBV, HBV, KSHV ou HHV8
podem ser a maior causa de manifestações patológicas e sintomas de doença viral.
Vírus RNA oncogénicos: HTLV-1, HCV
As respostas iniciais ao vírus e à infeção viral (ex. interferão, citoquinas) podem iniciar
inflamação local e respostas sistémicas
Algumas infeções virais induzem uma enorme resposta de citoquinas (tempestade de
citoquinas), o que pode desencadear doenças autoimunes em indivíduos geneticamente predispostos
A resposta antiviral inata é ativada por células infetadas (ou contra células infetadas)
Posteriormente, complexos imunes e ativação do complemento (via clássica),
A resposta inicial é mais provavelmente mediada por interferão e citoquinas induzem sintomas hipersensibilidade do tipo IV induzida por células T CD4, e ação citolítica das células T CD8 podem
semelhantes a gripe induzir danos em tecidos
Os interferões do tipo I e as citoquinas iniciam a resposta e causam sintomas prodrómicos, seguidos Estas ações podem promover infiltração de neutrófilos e mais dano celular
de resposta imunológica específica de antigénios, doença específica de tecido e resolução.
A resposta inflamatória iniciada por imunidade mediada por células é difícil de controlar e
Após penetração das barreiras naturais à infeção, ocorre activação das defesas do hospedeiro não danifica tecidos
específicas de antigénio (resposta inata) numa tentativa de limitar e controlar a replicação viral local
Em particular, infeções causadas por vírus com invólucro, causam respostas imunes
e disseminação do vírus.
mediadas por células que normalmente produzem condições imunopatológicas mais extensas.
As respostas imunes específicas de antigénios levam vários dias para serem ativadas e se tornarem
Crianças normalmente têm uma resposta immune mediada por células menos ativa do que os adultos
efetivas - Resolver a infeção.
→ normalmente têm sintomas mais suaves durante infeções por alguns vírus.
Após infeção do hospedeiro, o estado imunitário do hospedeiro e a sua competência são Período de Incubação: Intervalo entre a exposição do hospedeiro suscetível a um agente biológico e
provavelmente os fatores principais que determinam se uma infeção viral causa uma doença mortal, o início dos sinais e sintomas clínicos da doença no hospedeiro
um final benigno ou se não causa sintomas.
O vírus está a replicar mas não atingiu o tecido alvo nem induziu dano suficiente para causar doença
Disseminação dos vírus:
- é relativamente curto se o sítio primário de infeção é o tecido-alvo e produz os sintomas
- Invasão local nas superfícies epiteliais (têm período de incubação curto; ex. HPV) característicos da doença
- Invasão subepitelial e disseminação linfática (pode causar disseminação pelo sangue = virémia) - é mais longo quando o vírus precisa se disseminar para outros sítios e ser amplificado
antes de atingir o tecido-alvo, ou quando os sintomas são causados por respostas
- Invasão da placenta e feto através do sangue (ex. vírus da rubéola, CMV)
imunopatológicas.
- Invasão de outros órgãos através do sangue (ex. músculo cardíaco no caso do vírus coxsackie B)
Período prodrómico: Período de tempo entre os primeiros sintomas de doença e o início dos sinais
- Invasão do SNC através do sangue (ex. vírus da raiva e HSV) ou sintomas com base no qual o diagnóstico pode ser efetuado

INFEÇÕES LOCALIZADAS: Sintomas clínicos generalizados e inespecíficos (febre, mal estar, dor de cabeça, anorexia).

- Infeções limitadas às superfícies do organismo Infeção inaparentes ocorrem se:


- Período de incubação curto (normalmente menor que 1 semana) 1) O tecido infetado não é danificado
INFEÇÕES SISTÉMICAS: 2) A infeção é controlada antes que o vírus atinja o tecido alvo
- Infeções iniciadas nas superfícies do organismo mas seguidas de disseminação através do 3) O tecido alvo não é necessário
organismo
4) O tecido danificado é reparado rapidamente
- Período de incubação normalmente superior a uma semana
5) A extensão do dano é inferior ao limite funcional para esse tecido
Mecanismos de disseminação:
São uma fonte primária de contacto e são produzidos anticorpos específicos de vírus.
Virémia Primária: Primeira entrada do vírus na corrente
sanguínea. Infeção persistente – Infeções virais podem causar doença aguda ou crónica
Virémia Secundária: Tem maior carga viral, é facilmente O episódio agudo de uma infeção persistente pode ser assintomático (ex. JCV) ou pode causar
detetada e leva geralmente à invasão de novos órgãos. sintomas mais tarde na vida.
Vírus associados com infeções lentas possuem períodos de incubação longos, durante os quais se
acumula destruição suficiente de vírus ou de tecidos, antes de rápida progressão dos sintomas.
Vírus sem invólucro são resistentes a secagem, efeito de detergentes e a extremos de pH e
temperatura, são transmitidos geralmente pelas vias respiratória e fecal-oral e podem, com
Vírus são transmitidos por contacto direto (incluindo sexual, injeção de fluidos ou sangue contaminado, frequência, ser adquiridos de objetos contaminados, chamados de fómites - Possível transmissão
transplante de órgãos, e pelas vias respiratórias e fecal-oral. através de águas, alimentos ou mãos contaminadas.
Maioria dos vírus com invólucro são lábeis a tratamento com ácidos e detergentes (o que impede a
sua transmissão por via fecal-oral) - Exceções são o HBV e coronavírus.
Necessitam de permanecer húmidos e são geralmente transmitidos por:
1. gotículas respiratórias, sangue, muco, saliva e sémen
2. injeção
3. transplantes de órgãos
Animais e insetos podem actuar como vetores que transmitem a doença viral a outros animais e
humanos, também podem ser reservatórios de vírus, mantendo e amplificando vírus no ambiente.
Doenças virais partilhadas por animais ou insetos e humanos = zoonoses. Alguns virus são
Exemplos: denominados arbovírus, por terem origem em artrópodes.

- Vírus que replicam no trato respiratório (ex. vírus influenza A) são libertados em gotículas de A transmissão viral durante uma infeção assintomática (ex, HIV, VZV) ocorre sem conhecimento da
aerossóis (“aerosol droplets”) pessoa infetada e é difícil de controlar característica importante de doenças sexualmente
transmitidas.
- Vírus entéricos (ex. picornavírus e reovírus) são transmitidos por via fecal-oral
Vírus que causam infeções persistentes produtivas (ex. CMV, HIV) problema particular porque a
- CMV são transmitidos na maioria das secreções corporais pois infeta várias células de muitos pessoa infetada é uma fonte continua do vírus que pode ser transmitido a pessoas não imunes.
órgãos (pele, glândulas secretoras, pulmões, fígado, etc).
Vírus com muitos serótipos diferentes (rinovírus) ou vírus capazes de alterar a sua antigenicidade
Transmissão horizontal: infeção pós-natal (gripe e HIV) facilmente encontram populações não imunes (suscetíveis).
Transmissão vertical: Transmissão intra-uterina → Infeção congénita
Surtos de uma infeção viral resultam frequentemente da introdução de uma infeção viral (ex.
Transmissão perinatal (ocorre durante o parto, através de contacto com Hepatite A) num novo local.
secreções vaginais ou sangue contaminado)
Epidemias ocorrem numa área geográfica maior e geralmente resultam da introdução de uma nova
→ A presença ou ausência de um invólucro é o determinante estrutural mais determinante do estirpe do vírus numa população sem imunidade prévia.
modo de transmissão viral
Pandemias são epidemias mundiais, normalmente resultando da introdução de um vírus novo (ex.
HIV).
As vacinas clássicas podem ser subdivididas em dois grupos:
1- MEDIDAS PROFILÁTICAS DE SAÚDE PÚBLICA
Vacinas inativadas ou Vacinas vivas
•Boas práticas sanitárias, evitar a entrada na cadeia alimentar de água e alimentos contaminados
VACINAS INATIVADAS: imunização ocorre sem replicação do vírus no organismo
•Exclusão de dadores de sangue seropositivos para HBV,HCV,HIV,HTLV
INTEIRAS (não há infecciosidade, mas retêm imunogenicidade) - Feitas por purificação de
2-ADMINISTRAÇÃO DE IMUNOGLOBULINAS: Imunização passiva - Injeção de anticorpo purificado ou
preparações virais e depois inativação da infecciosidade viral de forma a causar danos
soro contendo anticorpo para fornecer proteção rápida e temporária ou tratamento de uma pessoa.
mínimos às proteínas estruturais do vírus.
3-VACINAÇÃO: Imunização ativa
➔ Geralmente estimulam o desenvolvimento de anticorpos circulantes , conferindo algum
4-TERAPÊUTICA ANTIVIRAL grau de resistência
SUBUNITÁRIAS (contêm pequenas frações do vírus)
CLONADAS (desenvolvidas por recombinação genética)

Constitui um método eficaz de combate à doença infeciosa:


-Diretamente, porque previne a infeção na pessoa vacinada.
-Indiretamente, porque reduz a disseminação do agente infecioso.

Dificuldades que podem surgir


Certas características de um vírus ou de uma doença viral podem complicar a geração de uma vacina
eficaz:
- A existência de muitos serótipos (ex. rinovírus) e de alto número de reservatórios animais
(ex. vírus da gripe) VACINAS VIVAS: capazes de se multiplicar no hospedeiro e resposta imunológica idêntica à infeção
natural
- A integração do DNA viral no DNA do cromossoma da célula hospedeira (retrovírus) e
infeção de células do sistema imune do hospedeiro (HIV) VIRULENTAS – apenas em uso veterinário; administradas por via não natural~
ATENUADAS – mutantes menos virulentos (atenuados) do vírus selvagem, vírus de outras
espécies que partilham determinantes antigénicos ou vírus manipulados por engenharia
genética com ausência de propriedades de virulência . Um antivírico idealmente deve:
• Penetrar nas células
• Possuir largo espetro
• Ter especificidade para os alvos virais
• Possuir potência suficiente para inibir completamente a replicação viral
• Não levar ao desenvolvimento de resistências
• Exibir pouca toxicidade celular
• Não interferir com os mecanismos de imunidade celular e humoral
A atividade da maioria dos medicamentos antivirais é limitada a um vírus específico (estreito espetro
de ação)
Muitas terapias antivirais causam efeitos secundários graves devido a toxicidade para a célula
VACINAS INATIVADAS: - requerem doses múltiplas para manter a imunidade Resistência às terapias antivirais é um problema grave, devido à alta taxa de mutação dos vírus,
especialmente dos vírus RNA e ao tratamento de longa duração de alguns doentes com infeções
- resposta mediada por células é geralmente fraca
crónicas , especialmente dos imunocomprometidos (ex. doentes com SIDA).
- não associadas a doença
→ A maioria dos medicamentos antivirais são dirigidos a enzimas codificadas pelo vírus ou estruturas
VACINAS VIVAS ATENUADAS: - requerem uma dose única do vírus que são importantes para a replicação.
- imunidade duradoura
- possíveis efeitos secundários (“doença suave”)
ADSORÇÃO: Enfuvirtida (Fuzeon®): Péptido sintético de 33 aminoácidos (T20). Inibe a ação da proteína de fusão
viral do HIV (gp41), bloqueando a penetração e descorticação do HIV - Fármaco antirretroviral utilizado
A interação entre o vírus (VAP – “viral attachment protein”) e o seu recetor na superfície celular contra HIV-1.
pode ser bloqueada por anticorpos neutralizantes que se ligam à VAP, ou por antagonistas do recetor.
MECANISMO DE AÇÃO
A administração de anticorpos específicos (imunização passiva) é a forma mais antiga de terapia
antiviral. Liga-se à gp41 impedindo a fusão do invólucro do HIV com a membrana da célula hospedeira-
“Inibidor de fusão”
Antagonistas do recetor incluem péptidos ou açucares análogos do recetor celular ou da VAP, que
bloqueiam de forma competitiva a interação do vírus com a célula. SÍNTESE DE RNA – não é um bom alvo
PENETRAÇÃO E DESCORTICAÇÃO Sofosbuvir: Pró-fármaco para um análogo de nucleósido. Aprovado como inibidor da RNA polimerase
RNA-dependente do HCV
Arildona, disoxaril, pleconaril : Bloqueiam a descorticação de picornavírus por “encaixarem” na cápside
e impedirem a sua desmontagem. Baloxavir marboxil: Inibe os vírus da gripe A e B. Inibição da atividade endonuclease da polimerase
viral
Amantadina, rimantadina, e outras aminas hidrofóbidas (bases orgânicas fracas): Podem neutralizar
o pH de vesículas endocíticas e inibir a descorticação do virião. - Apenas têm atividade contra o virus Ribavirina: Análogo da guanosina. Promove hipermutação e inibe a biossíntese de nucleósidos, o cap
da gripe A. do RNAm, e outros processos celulares e virais importantes para a replicação de vários vírus. -
Usada no tratamento da hepatite C crónica
MECANISMO DE AÇÃO
MECANISMO DE AÇÃO
Atuam por ligação e bloqueio do canal do ião H+ formado pela proteína viral M2, impedindo
a descorticação do vírus, o que inibe a sua replicação O bloqueio deste “poro de protões” Inibe a RNA polimerase de alguns vírus, ao competir com a GTP e ATP - “Terminador de
também interrompe o processamento correto da proteína hemaglutinina numa fase tardia cadeia”
do ciclo de replicação viral. Interferões do tipo 1: Podem inibir o “splicing” e tradução do RNAm viral. Causam
Mas a amantadina e rimantadina não têm sido muito utilizadas, devido a: - degradação do RNAm viral e celular
- Limitado espetro de acção (apenas vírus influenza A) - bloqueia a montagem ribossomal
- Desenvolvimento rápido de resistências - previne a síntese proteica e replicação viral
- Efeitos adversos com toxicidade do SNC (principalmente amantadina) Interferão está aprovado para uso clínico (papiloma e hepatite C)
Tromantadina: derivado da amantidina, também inibe a penetração do HSV
Docosanol: inibe a fusão dos vírus com invólucro, incluindo HSV, com membranas celulares
REPLICAÇÃO DO GENOMA Valaciclovir: Pró-fármaco do aciclovir. Muito ativo contra HSV e VZV
ANÁLOGOS DOS NUCLEÓSIDOS Retém a mesma actividade e segurança do aciclovir mas supera as limitações de biodisponibilidade
oral do aciclovir.
A maioria dos fármacos antivirais aprovados representam análogos de nucleosídeos que inibem as
polimerases virais: Penciclovir: Análogo acíclico da guanosina. Mecanismo de ação, espectro de ação similar ao
- A DNA polimerase dependente de DNA dos vírus herpes ACICLOVIR.

- As transcriptases reversas do HIV e HBV (também conhecidas como DNA polimerases dependentes Mal absorvido por via oral. Muito bem tolerado quando aplicado topicamente.
de RNA) , pois são essenciais para a replicação viral e são diferentes das enzimas celulares. → O trifosfato de penciclovir tem uma semi-vida intracelular maior nas células infetadas do que o
➔ Têm como alvo DNA polimerases virais aciclovir.

➔ Muito usados no tratamento de infeções herpéticas Fanciclovir: Pró-fármaco do PENCICLOVIR. Derivado do penciclovir para uso oral.
➔ Não têm atividade na infeção latente Ganciclovir: Análogo acíclico da guanosina. Só activo quando trifosforilado (ganciclovir trifosfato)
➔ Para máxima eficácia o tratamento deve ser iniciado muito cedo (quer na infeção primária MECANISMO DE ACÇÃO: Inibe competitivamente a DNA polimerase viral. Ao contrário do aciclovir, é
quer na recorrente) incorporado na cadeia de DNA em crescimento
Os análogos de nucleósidos inibem seletivamente as polimerases virais pois são menos rigorosas do Muito ativo contra o CMV. Baixa biodisponibilidade oral.
que as enzimas celulares do hospedeiro.
Valganciclovir: Pró-fármaco do ganciclovir. Usado no tratamento e prevenção de infeções por CMV
MECANISMO DE AÇÃO em imunocomprometidos
A) evitam o alongamento da cadeia (no caso de modificação no açúcar). Maior biodisponibilidade oral - Formulação oral
B) alteram o reconhecimento e o emparelhamento de bases (no caso de modificação na base) indução Cidofovir: Análogo de citidina contendo um fosfato ligado ao análogo do açúcar. Elimina a necessidade
de mutações inativantes. da fosforilação inicial por uma enzima viral sendo o desenvolvimento de resistências mais difícil
A) “Terminadores de cadeia” - NUCLEÓSIDOS CONTENDO MODIFICAÇÕES NO AÇÚCAR MECANISMO DE ACÇÃO: Substrato para as DNA polimerases ou transcriptases reversas virais e
possui um espectro expandido de vírus suscetíveis
Aciclovir: Análogo da guanosina, Ativo contra: HSV-1, HSV-2, VZV
Aprovado para infeções de CMV em doentes com SIDA.
Só ativo quando trifosforilado (aciclovir trifosfato)
Efeito restrito às células infetadas e toxicidade muito baixa. Baixa biodisponibidade oral.
Adefovir: Análogo da adenosina contendo um fosfato ligado ao análogo do açúcar. Aprovado para
tratamento contra o HBV.
MECANISMO DE AÇÃO: Inibe a DNA polimerase viral e serve de substrato à DNA polimerase
provocando uma paragem na síntese da cadeia de DNA viral (terminador de cadeia).
Existem alguns análogos de nucleósidos que inibem a transcritase reversa: B) “Fármacos antivirais que alteram o reconhecimento e o emparelhamento de
• Azidotimidina (zidovudina) - Retrovir® bases”- NUCLEÓSIDOS CONTENDO MODIFICAÇÕES NA BASE
• Didesoxinosine (didanosina) - Videx® O HIV e os vírus herpes têm polimerases que incorporam nucleótidos com velocidades rápidas e em
grande quantidade → particularmente suscetíveis a estes fármacos
• Estavudina (d4T) - Zerit®
Ribavirina:
• Lamivudina (3TC) - Epivir®
MECANISMO DE ACÇÃO MULTIPLO
MECANISMO DE AÇÃO: Servem de substrato à transcriptase reversa, competindo com os
nucleósidos trifosfatados naturais. Incorporam-se no DNA viral nascente, provocando uma paragem • Já mencionamos que inibe a RNA polimerase de alguns vírus inibição da síntese do RNA viral
na sua síntese. Agem como terminadores de cadeia (pois não têm grupo –OH na posição 3’).
• Diminuição do trifosfato de guanosina (GTP) na célula, essencial para síntese do RNA viral inibição
Zidovudina: Azidotimidina = AZT (Retrovir®). Desenvolvido originalmente como um fármaco de vários vírus RNA
antineoplásico - Foi a primeira terapia útil para a infeção por HIV • Diminuição da síntese do DNA
MECANISMO DE AÇÃO: Análogo de nucleosídeo da timidina, inibe a transcriptase reversa do HIV • Diminuição da síntese de proteínas virais: Inibe competitivamente a guanilação e metilação dos
O AZT deve ser fosforilado pelas enzimas das células do hospedeiro. Não tem o 3’-hidroxilo RNAm levando à acumulação de RNAm não traduzíveis e ao bloqueio da multiplicação viral (inibição do
necessário para o alongamento da cadeia de DNA e evita a síntese do DNA complementar eIF4E).

Seletividade antiviral devido à maior afinidade para a transcriptase reversa do HIV do que para a • Imunomodulação: Aumenta a resposta Th1 CD4 resultando num aumento da atividade de linfócitos
DNA polimerase celular humana. T citotóxicos e secreção de citocinas antivirais tais como o interferão-ɣ e TNF-α

Alta taxa de erros da polimerase do HIV cria mutações extensas e promove o desenvolvimento de Indicações terapêuticas (sempre em combinação com outros medicamentos): Hepatite C crónica,
estirpes resistentes → hoje sempre em associação com outros fármacos antiretrovíricos. febre hemorrágica viral, vírus respiratório sincicial, complicações por herpes simplex. Contraindicado
em gravidez.
Didesoxinosina, Didesoxicitidina, Estavudina e Lamivudina: outros análogos de nucleosídeos
aprovados como agentes anti-HIV Idoxuridina, Trifluorotimidina e Fluorouracilo: Análogos da timidina.
Tal como o AZT, a didesoxinosina, a didesoxicitidina e a estavudina (d4T) não possuem o grupo 3’- MECANISMO DE ACÇÃO: - inibem a biossíntese da timidina, ou substituem a timidina e incorporam-
hidroxilo. O açúcar modificado anexado à lamivudina também inibe a transcriptase reversa do HIV, se no DNA viral.
evitando o alongamento da cadeia do DNA e a replicação do HIV ➔ inibem a síntese do vírus ou causam erros extensos de leitura do genoma, resultando em
Fármacos disponíveis para o tratamento da SIDA em pacientes que não respondem à terapia com mutação e inativação do vírus.
AZT, ou podem ser administrados em combinação com o AZT. Fármacos que têm como alvo as células com intensa replicação de DNA, como as infetadas com HSV,
Lamivudina é também ativa contra a polimerase transcriptase reversa do HBV. e “poupam” as células que não estejam em crescimento.
INIBIDORES DA POLIMERASE DO TIPO NÃO NUCLEÓSIDOS SÍNTESE PROTEICA: fraco alvo
Foscarnet: Compostos simples que lembram um pirofosfato: Foscarnet (PFA) e Ácido Interferões do tipo 1 (IFNs) α e β: Promovem a inibição da síntese proteica numa célula
fosfonoacético (PAA) infetada por um vírus.
MECANISMO DE AÇÃO: São inibidores clássicos das polimerases dos vírus herpes. Inibem a replicação Boceprevir e telaprevir: São inibidores da proteáse para o tratamento de infeções por HCV
viral ao aderirem ao sítio de ligação do pirofosfato na DNA polimerase, bloqueando a ligação dos
nucleotídeos. Nota: Inibidores de proteáse inibem a modificação pós-tradução de proteínas (ex. proteólise de uma
poliproteína viral) ou o processamento de glicoproteínas, causando inibição da replicação viral
O PFA inibe a DNA polimerase de todos os herpes-vírus e a transcriptase reversa do HIV sem
precisar ser fosforilado por cinases de nucleosídeos. REUNIÃO E LIBERTAÇÃO
O PFA foi aprovado para o tratamento de retinite causada por CMV em doentes com SIDA. INIBIDORES DA PROTEÁSE DO HIV
Foscarnet não necessita de ativação (fosforilação) prévia pela timidina cinase ou outras cinases A protéase do HIV é única e essencial para a reunião dos viriões e produção de viriões infeciosos.
Catalisa a clivagem da poliproteína Gag Pol em proteínas estruturais e enzimáticas (entre elas a
→ permanece ativo contra mutantes de HSV deficientes em tirosina cinases e resistentes
própria proteáse, a transcritase reversa e a integrase) essenciais à replicação do HIV e à formação
ao aciclovir.
de partículas infeciosas
Nevirapina, Delavirdina e Efavirenz: Não requerem conversão intracelular para serem ativos
Saquinavir, Ritonavir e Indinavir: são inibidores da proteáse do HIV (navir, “no virus”)
MECANISMO DE AÇÃO: Inibidores não nucleósidos da transcriptase reversa (TR). Ligam-se como
Não requerem conversão intracelular para serem ativos. Inibem competitivamente o processamento
inibidores não competitivos da enzima, i.e. a locais da polimerases diferentes do local de ligação do
da poliproteína gag pol impedindo a formação de proteínas estruturais e funcionais.
substrato
Bloqueiam o local catalítico e ativo da proteáse do HIV
A Nevirapina foi o primeiro composto NÃO nucleosídico, inibidor da TR, a ser aprovado para tratar
a infeção pelo HIV. INIBIDORES DA NEURAMINIDASE DO VÍRUS DA GRIPE
INIBIDORES DA INTEGRASE A neuraminidase do vírus da gripe é essencial para prevenir agregação intracelular e na superfície
celular de glicoproteínas virais e permitir a sua incorporação no invólucro.
Raltegravir: É utilizado no tratamento de doentes que apresentam resistência aos outros
antiretrovirais. Zanamivir e Oseltamivir: Inibidores da neuraminidase viral. Análogos sintéticos do ácido siálico
MECANISMO DE AÇÃO: Inibe a integrase do HIV. A integração do cDNA do HIV no cromossoma do Competem para o local ativo da neuraminidase dos vírus influenza, onde se liga o ácido siálico
hospedeiro é catalizada pela enzima viral integrase e é essencial para a replicação do vírus.
Podem inibir tanto o vírus da gripe A como B (ao contrário da amantadina e rimantadina)
Aprovado para tratamento de doentes com HIV-1 (em associação com outros medicamentos
antiretrovíricos). Zanamivir: administração tópica
Oseltamivir: administração oral
ESTIMULADORES DAS RESPOSTAS IMUNES INATAS PROTETORAS DO HOSPEDEIRO

Imiquimod e Resiquimod: São imunomoduladores. Podem estimular as respostas inatas das células
dendríticas, macrófagos e outras células.
Imiquimod: potencia resposta imunológica ao HPV
Resiquimod: para tratamento tópico de herpes simplex

Interferão e indutores: Facilitam o tratamento de doenças crónicas causadas pelo vírus da


hepatite C e papilomavírus.

Anticorpos: Adquiridos naturalmente ou por imunização passiva. Previnem a aquisição e a


disseminação do respetivo vírus. Ex. Imunização passiva é administrada após exposição ao vírus da
raiva, HAV ou HBV.
Pequenos, sem invólucro, com cápside icosahédrica, com genomas DNA circular de cadeia dupla. Codificam proteínas que promovem o crescimento celular: Facilita a replicação
viral lítica num tipo celular permissivo mas podem transformar oncogénicamente uma célula não permissiva.

Os HPV provocam lesões proliferativas do epitélio, na maior parte dos casos benignas mas alguns podem estar associados ao desenvolvimento de cancro (HPVs de alto risco)

ESTRUTURA PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS


100 variantes de HPV em 16 grupos Infetam e replicam no epitélio escamoso Resiste a inativação e pode ser transmitido Verrugas – Associada a HPV-1 ou 4.
HPVs cutâneos (baixo risco oncológico) da pele (verrugas) e membranas mucosas por objetos contaminados (fómites). Anogenitais - Verrugas genitais,
HPVs da mucosa (alto risco oncológico) (genital, oral) para induzir proliferação - Contacto direto através de pequenas raramente se tornam malignas, mas
→Cápside isocaédrica, 2 proteínas estruturais epitelial fissuras na pele ou mucosa (verrugas verrugas anais e do pénis podem progredir
Genoma circular (8000 p.b.) – genes positivos • A verruga desenvolve-se porque o vírus cutâneas) para cancro se causadas por estirpes de
DNA do HPV codifica 7 ou 8 genes precoces estimula crescimento celular e - Durante relações sexuais (verrugas HPV de alto risco
(“EARLY”, E1 a E8), dependendo do vírus, e 2 espessamento de camadas (meses) genitais) Papilomas orais único - tumores epiteliais
genes tardios ou estruturais (“LATE”, L1 e L2). • “Coilócitos”, caracteristicos da infeção - Durante passagem através de canal de mais benignos da cavidade oral
por HPV, são queratinócitos grandes com parto infetado (papilomas laríngeos na Papilomas da laringe - os tumores
REPLICAÇÃO
halos distintos à volta do núcleo criança) epiteliais benignos mais comuns da laringe
Ciclo de vida do queratinócito e célula epitelial
“encolhido” Tipos de HPV de alto risco, incluindo HPV16 Associados a HPV-6 e HPV-11.
da pele e mucosas.
→A infeção viral permanece localizada e e HPV-18, estão presentes em cancros de Carcinomas da orofaringe - 80% contêm
Entrada → Fissuras na pele
geralmente regride espontaneamente, orofaringe, pénis, cólo do útero, vaginal e DNA de HPV de alto risco.
Início: proteínas virais E1 e E2 ligam-se ao DNA
mas pode reaparecer. anal TRATAMENTO E PREVENÇÃO
do HPV para promover a sua replicação, o DNA
HPV pode suprimir ou “esconder-se” das O carcinoma das células escamosas da
viral é mantido nas células basais replicando
respostas imunes protetoras. orofaringe é agora o cancro mais comum Verrugas e Papilomas da laringe
em sincronia com o ciclo celular.
O queratinócito é um local associado a HPV. removidas por crioterapia cirúrgica.
Inicia-se a expressão das proteínas estruturais
imunologicamente privilegiado para a HPV está presente em 99.7% de todos os Para cicatrizar mais rapidamente:
L1 e L2 para que ocorra formação da cápside
replicação. - baixos níveis de cancros do cólo do útero, com HPV-16 e Estimuladores da resposta inata e
viral. – Limitada à camada superficial das
apresentação de antigénios. HPV-18 em 70% deles. inflamatória: Imiquimod (Aldara),
células terminais diferenciadas da epiderme.
Os HPVs de alto risco (ex. HPV-16, HPV-18), Interferão.
Ocorre o processo de inserção nas novas podem iniciar o desenvolvimento de DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Para matar seletivamente as células
cápsides, formando-se novas partículas carcinoma do cólo do útero e de cancros. Microscopia para confirmar verrugas. infetadas por HPV: Cidofovir (uso tópico ou
virais. Os genes E5, E6 e E7 do HPV-16 e HPV-18 Papanicolau - Detetar células epiteliais dentro da lesão).
Lise celular e infeção de novas células → são oncogenes. escamosas, arredondadas e com “Screening” citológico : Papanicolau.
aparecimento de verrugas características Proteína E5: estabiliza o EGFR e aumenta o citoplasma vacuolizado (células Pesquisa de DNA do HPV
desta infeção. crescimento celular. coilocitóticas) VACINAS: Vacina tetravalente Gardasil®,
Proteínas E6 e E7: bloqueiam a função de 2 Sondas de DNA e PCR - analisar profilática para os tipos 6, 11, 16 e 18 – 2006.
proteínas supressoras tumorais esfregaços cervicais e amostras de tecidos Vacina bivalente (Cervarix®) – 2007
E6 liga-se ao p53 e E7 liga-se ao Rb Métodos de escolha para estabelecer o Ambas as vacinas são constituídas por
(retinoblastoma) diagnóstico e o tipo de vírus. partículas semelhantes aos vírus (“vírus
like particles” - VLP)
Os poliomavírus humanos BKV e JCV são ubíquos e geralmente não causam doença. MCV é o primeiro poliomavírus associado a um cancro: carcinoma das células Merkel (cancro
da pele altamente agressivo)

ESTRUTURA PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS


Os poliomavírus são mais pequenos (45 nm Cada Poliomavírus é limitada a • Infeções com poliomavírus são ubíquas. Infeção primária é quase sempre
diâmetro), têm menos ácidos nucleicos (5000 hospedeiros e tipo de células do • Maioria das pessoas são infetadas com assintomática.
bp) e são menos complexos que os hospedeiro específicas: JCV e BKV antes dos 15 anos de idade. BKV e JCV podem ser reativados em
papilomavírus. BKV estabelece infeção latente nos rins. • Vírus são disseminados na urina, fezes e doentes imunocomprometidos ou durante
Genoma: Região precoce numa cadeia codifica JCV estabelece infeção nos rins, células B, potencialmente em aerossóis. a gravidez (mas efeitos no feto não
para proteínas transformadoras (não células da linhagem monocítica, e outras. • Infeções latentes podem ser reativados reportados).
estruturais). → Replicação é bloqueada em pessoas em pessoas com sistemas imunes BKV em doentes com transplantes renais:
Região tardia na outra cadeia codifica para 3 imunocompetentes. suprimidos devido a SIDA, transplante de estenose ureteral em doentes com
proteínas da cápside (VP1, VP2, e VP3). Em pessoas deficientes em células T, como órgãos, gravidez. transplante de medula óssea: cistite
por ex. doentes com SIDA ocorre • Cerca de 10% das pessoas com SIDA hemorrágica
REPLICAÇÃO reativação do vírus no rim levando a desenvolvem PML (Leucoencefalopatia NOTA: Nos indivíduos infetados com HIV
Depende de fatores da célula hospedeira. libertação viral na urina com potenciais multifocal progressiva): Doença fatal em não foi identificado doença renal associada
Células permissivas permitem a transcrição de infeções severas do trato urinário (BKV) ou 90% dos casos Incidência diminuiu com o à presença de vírus BK nas urinas
RNAm tardios e replicação viral → morte virémia e infeção do sistema nervosa sucesso da terapia antiretroviral HAART JCV em doentes imunocomprometidos (ex.
celular. central (JCV). SIDA): Leucoencefalopatia multifocal
Fatores imunes podem promover bloqueio na DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
• Os BKV e JCV podem causar tumores em progressiva (PML)
replicação → vírus estabelece latência nestas hamsters, mas não foram associados com Diagnóstico de Leucoencefalopatia PML: Doentes podem ter sintomas
células não permissivas. tumores humanos. multifocal progressiva: confirmado pela neurológicos múltiplos
Algumas células apenas permitem a expressão • O MCV pode integrar e sofrer mutações no
presença de DNA viral amplificado por Diminuição da visão e/ou fala,
de genes precoces promovendo o crescimento antigénio T que previne a replicação viral,
PCR, em fluido cerebrospinal, e coordenação, elaboração mental
e potencial transformação oncogénica. permitindo ao vírus converter a célula emvisualização das lesões por ressonancia Seguido de paralisia dos braços e pernas e
Tumoral. magnética ou tomografia computorizada. depois morte (dentro de 2 anos após
Deteção do vírus: diagnóstico)
TRATAMENTO E PREVENÇÃO Imunofluorescência in situ, MCV: Carcinoma das células Merkel (tipo
imunoperoxidase, análise com sondas de muito agressivo de cancro da pele).
Diminuição da imunossupressão responsável por permitir a reativação dos poliomavírus é o DNA. Análise por PCR (de fluido O JCV tem estado associado a todos os
melhor tratamento - Cidofovir pode ajudar cerebrospinal, urina ou biópsias) casos de leucoencefalopatia multifocal
A natureza universal dos poliomavírus e a falta de entendimento sobre o seu modo de Testes citológicos de urina podem revelar progressiva em doentes com SIDA.
transmissão tornam pouco provável que a infeção primária possa ser prevenida. a presença de infeção por JCV ou BKV, pela
existência de células grandes com
inclusões intranucleares basófilas densas
(parecidas com as induzidas pelo CMV)
Distribuição universal - Encontrados em muitas espécies animais, 100 serótipos (pelo menos 52 infetam humanos). O homem é o único reservatório dos adenovírus humanos.

→São causa frequente de infeção aguda do trato respiratório mas também causam outro tipo de infeções. Vários adenovírus apresentam um potencial oncogénico em animais
mas não em humanos.

ESTRUTURA PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS


Sem invólucro Infetam o revestimento das células Viriões resistem a : Ressecamento, INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS:
Genoma: DNA de cadeia dupla (dsDNA, linear) epiteliais da orofaringe, órgãos Detergentes, Secreções do trato- Doença Respiratória Endémica: faringite,
Cápside icosaédrica com 240 capsómeros respiratórios e órgãos entéricos. gastrointestinal e Tratamento brando com amigdalite e nasofaringite: tosse, dor
12 pentâmeros nos vertices: contêm uma base As proteínas da fib ra viral determinam a cloro. garganta, exsudado das amígdalas,
de pentâmero e uma fibra (que se projeta). especificidade para as células-alvo. Águas balneares - contaminação fecal mialgia e dor cabeça
A fibra contém as “VAPs” (virus attachment Atividade tóxica da proteína da base Transmissão por aerossóis, via fecal-oral, - Doença Respiratória Aguda: síndroma
proteins”) e pode agir como uma hemaglutinina pentamérica: pode resultar em inibição do pelos dedos (para os olhos), por fómites e semelhante a gripe observado em recrutas
A base pentamérica e a fibra são tóxicas para transporte celular de RNAm e síntese de em piscinas inadequadamente cloradas. militares (EUA): febre, faringite,
as células. Os pentâmeros e as fibras são proteínas, arredondamento da célula e A maioria das infeções é assintomática o adenopatia cervical, tosse, mialgia, e
portadores de antígenos específicos para cada lesão tecidual. que facilita disseminação na comunidade. diarreia
tipo de adenovírus Tipos de infeção: A infeção nosocomial pode ser também - Pneumonia por Adenovírus:: febre, tosse,
REPLICAÇÃO Lítica: Resulta na morte celular por lise uma importante fonte de transmissão. dispneia
Existem pelo menos 11 proteínas no virião do (ex. células mucoepiteliais) →Grupos de crianças e militares. Nas crianças a manifestação clínica mais
adenovírus, das quais nove possuem função Latente/oculta: O vírus permanece na Período de Incubação: 2-14 dias comum são a faringite febril aguda e a
estrutural identificada. célula hospedeira (ex. células linfoides e Os adenovírus persistem nos tecidos febre faríngea conjuntival.
O complexo central (core) no capsídeo inclui o adenoides) linfóides, amígdalas, adenóides e placas deINFEÇÕES OCULARES:
DNA viral e pelo menos duas proteínas maiores. Transformação oncogénica: Crescimento Peyer. - Conjuntivite Esporádica Folicular Aguda
A transcrição do RNAm ocorre em duas fases: incontrolado da célula onde ocorre a O vírus é excretado por indivíduos - Queratoconjuntivite Epidémica
Precoce e Tardia replicação (em hamsters, não em saudáveis – Infeção latente. - Febre Faringoconjuntival
A proteína E1A é um oncogene. As proteínas E1A humanos). OUTRAS INFEÇÕES:
e E1B podem estimular a multiplicação celular Transmissão é feita pessoa-a-pessoa: por DIAGNÓSTICO - Gastrenterite:
pois ligam-se às proteínas supressoras de via respiratória, ou por via fecal-oral. Isolamento em culturas celulares - Cistite Hemorrágica Aguda (Crianças
crescimento celular: pRB (E1A) e p53 (E1B). Locais predominantes de infeção: trato derivadas de células epiteliais. mascuilino)
Em células de roedores, as proteínas E1A e E1B respiratório, trato intestinal trato urinário Análise direta de amostra clínica, sem - Meningoencefalite: meningite asséptica,
podem promover o crescimento celular, mas e olho. isolamento, por Imunoensaios e PCR. meningoencefalite e encefalite
sem morte celular → o vírus transforma Pode ocorrer Virémia: após a replicação - Infeção Sistêmica em Pacientes
oncogenicamente as células. (Apenas em local do vírus com subsequente TRATAMENTO E PREVENÇÃO Imunocomprometidos
animais). disseminação para os órgãos viscerais. Medidas de prevenção (lavagem, - OUTRAS MANIFESTAÇÕES:
Replicação e montagem ineficientes e com Os adenovírus possuem vários tratamento das águas…) • intussusceção em crianças pequenas
erros. mecanismos de resistência. No doente imunocomprometido: ribavirina • distúrbios músculo-esqueléticos
Causam inclusão intranuclear densa e central (1º) e cidofovir. • infeções genitais e cutâneas
dentro de uma célula epitelial infetada Vacinas orais vivas →recrutas nos EUA • O adenovírus (tipo 36) também está
associado com obesidade
Vírus grandes, com invólucro. Com genoma de DNA. Modo básico de replicação, capacidade de estabelecer infeções latentes e recorrentes. Estabelecem uma infeção persistente
(latente) após a infeção primária. Homem: único hospedeiro natural. TRÊS SUBFAMÍLIAS: Alphaherpesvirinae - HSV-1, HSV-2, VZV. Betaherpesvirinae - CMV, HHV-6, HHV-7.
Gammaherpesvirinae - EBV, HHV-8

ESTRUTURA REPLICAÇÃO
Vírus com aproximadamente 150nm A transcrição do DNA envolve 3 fases:
• Vírus DNA, cadeia dupla •IMEDIATA. Proteínas precoces imediatas (α)
• Cápside com simetria icosaédrica. Presença de invólucro (contendo glicoproteínas) são •PRECOCE (DNA polimerase). Proteínas precoces (β)
sensíveis a ácidos, solventes, detergentes e ressecamento •TARDIA (proteínas estruturais). Proteínas tardias (γ)
• Codificam diversas glicoproteínas para adesão e fusão viral e para escapar ao controle O genoma viral é transcrito pela polimerase de ácido ribonucleico (RNA) DNA-dependente,
imunológico regulado por fatores nucleares celulares e também por fatores codificados pelo vírus. A
• Aderidas à capsíde e no espaço entre o invólucro e a cápside (tegumento) estão proteínas e interação desses fatores determina se ocorre uma infeção lítica ou latente
enzimas virais que auxiliam a iniciar a replicação A progressão para a expressão de genes tardios resulta na infeção lítica (morte celular)

PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL


HSV-1 → Transmissão oral, Infeção herpértica da parte superior. Mucosa Pode estabelecer latência Gengivoestomatite herpética Exame microscópico direto de células na
bucal, olhos e derme lesionada. potencial de recorrência primária. base da lesão.
HSV-2 → Transmissão Genital Infeção herpértica dos órgãos genitais, assintomática a pessoa infetada é Herpes labial recorrente. Ensaio de biópsia do tecido, liquido
nádegas... Tem maior potencial para causar virémia, com sintomas uma fonte vitalícia de contágio Paroníquia herpética. cefalorricadiano, líquido vesicular para
sistémicos semelhantes aos da gripe. Vírus muito lábil, sendo Herpes genital. antigénios ou genova HSV.
PRIMOINFEÇÃO: Normalmente assintomática, HSV-1 infância, HSV-2 início da rapidamente inativado pelo Formas severas: Ensaio imunoenzimático,
atividade sexual. Por vezes muito grave (depende do inóculo, estado ressecamento, por detergentes e Herpes Neonatal (HSV-2) – Letal imunofluorescência e PCR.
imunitário do indivíduo): •Herpes neonatal disseminado, •Gengivoestomatite pelas condições do trato (60%) Serologia – Apenas útil na epidemiologia
do recém-nascido •Encefalite herpética. gastrointestinal. Herpes Ocular (HSV-1) – cegueira
INFEÇÃO LATENTE: O HSV inicia a infeção através de membranas mucosas Infeção exclusivamente humana. Encefalite Herpética (HSV-1) - TRATAMENTO E PREVENÇÃO
ou ruturas na pele, replica-se nas células na base da lesão e infeta o Transmissão: causa mais frequente da Não há vacinas disponíveis atualmente
neurónio que inerva a região. Transportado pelo fluxo axonal, localizando- HSV-1: Contacto oral, cortes na encefalite aguda contra o HSV.
se nos gânglios sensoriais do trigémio (HSV-1) ou nos gânglios lombo-sacrais pele, autoinoculação (olhos e Equizema Herpético - pele com Tratamento previne ou diminui o curso
(HSV-2) sob a forma epissomal. dedos). dermatite ou psoríase. da doença primária ou recorrente
HSV-1: •Gengivoestomatite •Faringite herpética •Herpes traumático HSV-2: Contacto Sexual, Infeção Herpética em Nenhum dos tratamentos
•Panarício herpético •Herpes glandiatorum. autoinoculação e parto - Infecção Imunossuprimidos - hepatite medicamentosos pode eliminar a infeção
HSV-2: •Vulvovaginite •Herpes progenital neonatal fatal, pneumonia, encefalite latente.
INFEÇÃO RECORRENTE: Estímulos diversos - Genoma viral é reativado - Inibidores da síntese do DNA vírico:
Multiplicação viral com formação de novos viriões- Transportados pelo fluxo Aciclovir, (…-vir), Adenosina
axonal em direção à zona da pele ou mucosa onde se manifestou a arabinosídeo e trifluridina.
primoinfeção → Infeção INAPARENTE/ LESÕES EPITELIAIS TÍPICAS. Evitar o contato direto com lesões reduz
HSV-1: Herpes labial o risco de infeção.
HSV-2: Herpes genital Uso de luvas no pessoal de saúde.
Primo-infeção: provoca a varicela Reativação: provoca a zona (doença recorrente). Dissemina-se predominantemente pela via respiratória - após replicação local do vírus no trato respiratório,
ocorre virémia, e ocorre a formação de lesões cutâneas 5 em todo o corpo → Estabelece infeção latente em neurónios
PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O VZV é geralmente adquirido por inalação VARICELA: Doença endémica em Herpes zoster toráxico. Deteção de antígenos e genomas (PCR)
A infeção primária inicia-se nas amígdalas e mucosa do trato respiratório todo o Mundo, clássica da infância VARICELA: febre, mal-estar, O isolamento do VZV não é feito por
O vírus depois progride, através da corrente sanguínea e do sistema linfático, (prevalência 4-10 anos) com linfoadenopatias, exantema rotina
para as células do sistema reticuloendotelial. Infeta as células T e essas incidência sazonal no Inverno e vesicular com prurido. O Testes serológicos para deteção de
células migram para a pele e transferem o vírus para as células epiteliais Primavera. exantema dissemina-se por todo anticorpos contra VZV: usados para a
cutâneas. Doença disseminada pela via o corpo (mas + prevalente no triagem da população
Após 11-13 dias ocorre virémia secundária, disseminando o vírus por todo o respiratória, ou contato direto tronco e na cabeça). (imunofluorescência ou ELISA)
corpo e para a pele. O VZV supera a ação do α-interferon e vesículas são com vesículas cutâneas. Pode evoluir para uma Na ZONA: pode haver aumento
produzidas na pele → Exantema cutâneo vesiculopapular - Febre e sintomas Doentes permanecem pneumonia viral, encefalite e significativo no nível de anticorpos
sistémicos. contagiosos antes e durante o varicela hemorrágica.
A replicação do vírus no pulmão é a principal fonte de contágio. aparecimento dos sintomas. ZONA: Dor forte na área de TRATAMENTO E PREVENÇÃO
O vírus torna-se latente na raiz dorsal ou em gânglios de nervos cranianos ZONA: Ocorrência esporádica, não inervação geralmente precede o Uma vez que a infeção por VZV em
após a infeção primária. - Pode ser reativado em adultos mais velhos quando sazonal, geralmente em adultos. aparecimento das lesões crianças é geralmente branda e induz
a imunidade decresce ou em doentes com imunidade celular prejudicada. Só se manifesta em indivíduos semelhantes à da varicela O imunidade para toda a vida, a exposição
➔ O vírus replica-se e é libertado ao longo de toda a via neural, que já tenham tido varicela. exantema limita-se a um precoce ao VZV é frequentemente
infetando a pele e causando exantema vesicular no trajeto de todo Ausência de vírus nas vias dermátomo e assemelha-se à encorajada.
o dermátomo = ZONA - Danifica o neurónio e pode resultar em respiratórias Baixo contágio varicela. Indivíduos de alto risco devem ser
neuralgia pós-herpética - Dor intensa que pode durar meses. Varicela na Gravidez: Pode evoluir para queratite, uma protegidos da exposição ao VZV.
Resposta imunológica: 20 semanas: Embriofetopatias disseminação cutâmea, visceral e O tratamento pode ser indicado em
A presença de anticorpos é importante para limitar a disseminação virémica Entre as 20-38 semanas: Sem até morte no imunossuprimido. adultos e doentes imunocomprometidos
do VZV - Embora sejam importantes na proteção, as respostas imunológicas gravidade. Infeção em doentes com infeções por VZV e em pessoas com
mediadas por células contribuem para a sintomatologia. Se 6-14 dias antes do nascimento: imunocomprometidos ou recém- ZONA, mas geralmente não é necessário
Os níveis de anticorpos e células T diminuem com o avanço da idade, os anticorpos maternos protegem nascidos pode resultar em em crianças com varicela
permitindo a recorrência do VZV e o aparecimento de ZONA o récem-nascido (varicela doença grave, progressiva e Para a neuralgia pós-herpética que se
menor) potencialmente fatal segue à Zona: analgésicos, anestésicos
Se 0-5 dias antes do nascimento: tópicos ou creme de capsaicina.
não há anticorpos maternos (o Antivirais: Aciclovir, Fanciclovir,
récem-nascido pode fazer forma Valaciclovir
grave disseminada) Imunoglobulina contra VZV
(imunossuprimidos), plasma imune e
vacina viva.
Genoma mais longo e mais complexo da família. Infeção por CMV é universal (todos os grupos socioeconómicos e zonas geográficas). Seropositividade aumenta com a idade.
Geralmente causa doença branda ou assintomática em crianças e adultos. Causa viral mais comum de anomalias congénitas. Patogéneo oportunista em doentes imunocomprometidos.
O CMV humano só se replica em células humanas, replicação viral é muito mais demorada do que a do HSV.
Pode facilitar o estabelecimento de infeção latente em: células-estaminais mieloides, monócitos, linfócitos células do estroma da medula óssea ou outras células
PATOGÉNESE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Adquirido do sangue, dos tecidos e da maioria A doença por CMV é um distúrbio oportunista, raramente causando sintomas no hospedeiro Citologia e histologia: Corpo de inclusão
das secreções corporais. imunocompetente, MAS provocando doença grave em pessoas imunossuprimidas ou em “olho coruja”, deteção de antigénio.
Estabelece latência em células T, macrófagos e imunodeficientes, como doentes com SIDA ou recém-nascidos. Sonda de DNA ou PCR.
outras células. Crianças e adultos: Principal via de transmissão: através da saliva. Também transmissão sexual, Cultura de células: Efeito citológico em
Geralmente causa infeção subclínica. por sangue e transplante órgãos fibroblastos diploides humanos,
Após infeção o CMV permanecerá para toda a No indivíduo imunocompetente a infeção é normalmente inaparente (assintomática) ou suave imunofluorescência de antigénios
vida no organismo, podendo ser ativado de Em 10% das infeções desenvolve-se um síndroma de mononucleose infeciosa com febre, precoces ou PCR.
tempos a tempos, durante os quais virões linfoadenopatia e esplenomegalia. Serologia na infeção primária
infeciosos serão excretados principalmente Imunocrompometido: Doença sintomática primária ou recorrente
pela saliva e urina. As doenças pulmonares (pneumonia e pneumonite) podem ser fatais se não tratadas
→Estabelece rapidamente infeções Causa, com frequência, retinite, colites ou esofagites em pacientes gravemente imunodeficientes TRATAMENTO E PREVENÇÃO
persistentes e latentes (em vez de extensa (ex. com SIDA) O uso de preservativos limita a
infeção lítica). Pneumonia intersticial, Encefalite, Infeção do trato gastrointestinal disseminação viral.
O vírus é reativado por imunossupressão (por Responsável pela falência de muitos transplantes renais. Transmissão pode ser reduzida por
ex., corticosteroides, infeção por HIV) e INFEÇÃO CONGÉNITA: Presente em 0.5-2% dos nascimentos. triagem de doadores de sangue e de
possivelmente por estimulação alogénica (i.e., Os fetos são infetados pelo vírus através do sangue materno (infeção primária) ou pela ascensão órgãos para seronegatividade do CMV
a resposta do hospedeiro contra células do vírus a partir do colo uterino (após recorrência) Transmissão congénita e perinatal do
transfundidas ou transplantadas). SINTOMAS: baixo peso, trombocitopenia, microcefalia, calcificação intracerebral, icterícia, CMV não podem ser prevenidas (mas
A imunidade celular é essencial para resolução hepatoesplenomegalia e exantema (doença de inclusão citomegálica) mãe seropositiva apresenta menor risco
e controle do desenvolvimento da infeção, MAS CONSEQUÊNCIAS COMUNS: Perda auditiva uni ou bilateral. Atraso mental. de ter um bebé com doença sintomática)
o CMV é capaz de evasão imunológica. O risco de anomalias graves ao nascimento é extremamente alto para bebés de mães que sofreram Não há vacina!
infeções primárias durante a gravidez. Antivirais: Ganciclovir, Valganciclovir,
EPIDEMIOLOGIA Sintomas podem ser menos graves ou prevenidos pela resposta imune de uma mãe seropositiva. Iododesoxiuridina, Foscarnet, Trifluridina
Transmissão: CMV pode ser transmitido ao feto durante toda a gravidez (maior gravidade no 1º trimestre). e Cidofovir.
Neonatal: transplacentária, infeções ➔ presença de anticorpos maternos anti-CMV não previne a transmissão vertical mas reduz
intrauterinas e secreções cervicais. o risco de atingimento.
Crança: Secreções corporais (leite, saliva, A maioria das crianças com infeção congénita por CMV são assintomáticas ao nascimento.
lágrimas, urina) INFEÇÃO PERINATAL: Geralmente associada a infeção recorrente materna
Adulto: Transmissão sexual. Transfusão Através de um colo uterino infetado (durante o parto), a partir do leite materno ou colostro ou por
sanguínea ou enxerto de órgão. transfusões sanguíneas.
Na maioria dos casos replica-se e é libertado Muito frequente mas habitualmente sem consequências Normalmente assintomática em bebés
sem causar sintomas. saudáveis nascidos a termo. Infeção clínica significativa pode ocorrer em bebés prematuros que
Reservatório permanente do vírus na adquirem CMV a partir de sangue transfundido: geralmente pneumonia e hepatite.
comunidade: após primo-infeção a excreção A reinfeção (com outra ou com a mesma estirpe de CMV que causou a primoinfeção) não difere
viral é prolongada. Após reativações a clinicamente da reativação. Normalmente assintomática, exceto nos imunocomprometidos.
excreção viral é intermitente.
Isolados inicialmente a partir de doentes com SIDA
•O alvo principal é o linfócito T, mas linfócito B também pode ser infetado • Distribuição ubiquitária •90-99% população na idade adulta tem Ac contra ambos os vírus
•Transmitidos principalmente por contacto com saliva e amamentação •HHV-6 e HHV-7 permanecem latentes após infeção primária e reativam de tempos a tempos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
HHV-7: Vírus “orfão” (sem doença associada)
HHV-6: Roséola ou exantema súbito:
- Febre elevada de início abrupto, com duração de poucos dias seguida de rash no tronco ou na face, com 1 a 2 dias de duração. Febre pode ser suficientemente elevada e causar convulsões
febris. Encefalite é rara
Causa mais comum de ataques febris na infância (6 a 24 meses de idade). Resolve-se normalmente sem complicações ou sequelas
MAS nem todas as primo-infeções resultam em roséola Algumas crianças desenvolvem doença febril não específica, outras doença assintomática
Na CRIANÇA: “roseola infantum”, exantema súbito ou 6ª doença. No ADULTO: Se primo-infeção ocorre em adulto: pode desenvolver-se um quadro semelhante à mononucleose infeciosa.
A doença é controlada e curada pela imunidade celular, mas o vírus estabelece infeção latente vitalícia nas células T .
Reactivação é frequente nos imunossuprimidos, mas desconhece-se se causa doença. Associação a linfomas ou doenças linfoproliferativas: por esclarecer

HHV-8 ou KSHV foi identificado pela 1ª vez em 1994, numa lesão cutânea num indivíduo com SIDA
Membro da sub-família γ-herpesvirus; genoma DNA (cadeia dupla). Tem capacidade para escapar à resposta imunológica do hospedeiro e estabelecer infeção latente para toda a vida.
PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• A infeção pelo vírus KSHV é muito mais comum do que o Transmitido sexualmente, através de sangue e saliva. Para além de estar presente no Sarcoma de Kaposi, o genoma
Sarcoma de Kaposi Ao contrário dos outros herpesvírus o HHV-8 não tem uma viral do HHV8 também pode ser encontrado noutras doenças:
• A maior parte das pessoas infetadas com este vírus não distribuição ubiquitária - Linfoma de efusão primário
desenvolvem Sarcoma de Kaposi. Quem desenvolve tem um DNA HHV-8 encontrado em 100% das lesões de sarcoma de - Doença Multifocal de Castleman
sistema imune fraco, devido à infeção pelo HIV, transplante de Kaposi (incluindo doentes não infetados com HIV)
órgãos, idade avançada o outro. A seroprevalência de HHV-8 é baixa na população em geral
Para a progressão do tumor é também necessário existir um mas é elevada em homossexuais.
cofator: HIV é um dos cofatores identificados, a identidade dos É mantido sob controlo imunológico; só está associado a
cofatores em sarcomas de Kaposi não associados a HIV é problemas em situação de imunossupressão.
controversa SARCOMA: Clássico /Esporádico (maioria no mediterrâneo)
• Muitas pessoas infetadas com este vírus nunca vão ter Iatrogénico (imunossuprimidos). Endémico (África equatorial).
sintomas. Epidémico (relacionado com SIDA)
HHV-8 tem tropismo para células epiteliais e linfócitos B.
O HHV-8 codifica vários proto-oncogenes capazes de:
-Desregular o controlo do ciclo celular (v-cyc, vGPCR, vIRF, K1)
-Inibir a apoptose (vBcl-2, vFLIP)
-Controlar a diferenciação (vIL-6, vMIP-I, vMIP-II)
Vírus com Invólucro. Vírus de DNA linear de cadeia dupla que circulariza na forma de epissoma no núcleo das células infetadas
- Infecta cerca de 90% da população humana. Na maioria, de modo assintomático. A primo-infeção é tanto mais precoce quanto mais baixa forem as condições socio-económicas. Quando a
primo-infeção ocorre na adolescência desenvolve-se um quadro de mononucleose infeciosa em 50% dos casos. Tem sido associado a alguns cancros humanos.
EBV tem tropismo tecidual definido pela expressão celular do seu receptor: CD21 é expresso em células B e em algumas células epiteliais da orofaringe e da nasofaringe
PATOGÉNESE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Transmitido por via oral - Infecta células que expressam o recetor CD21: MONONUCLEOSE INFECIOSA: Doença SÍNDROME DE MONONUCLEOSE INFECIOSA:
Células epiteliais da oro- e da nasofaringe e Linfócitos B linfoproliferativa generalizada e transitória, em - Linfocitose (células mononucleares constituindo 60% a 70%
O Vírus na saliva inicia a infeção e dissemina para células B das tonsilas geral benigna, que atinge todo o tecido linfóide, da contagem de leucócitos, com 30% de
e células epiteliais. Promove o crescimento e imortalização das células particularmente as amígdalas, os gânglios e o baço. linfócitos atípicos)
B. Estabelece latência nas células B e é reativado. Associada a : Febre, Faringite exsudativa (angina), - Presença de linfócitos atípicos (= células blásticas com
Vírus penetra na orofaringe (multiplicando-se nas células epiteliais). Adenopatias cervicais, Astenia (fraqueza). 50% casos citoplasma hiperbasófilo) = “Células de Downey”
Infecta tecidos linfoides locais. – esplenomegalia moderada. 5% casos – icterícia. - Presença de anticorpos heterófilos e de anticorpos contra
O vírus presiste no organismo em Linfócitos B infetados contêm o Fequentemente sinais hepáticos. antígenos virais
genoma do EBV e exprimem novos antigénios virais à superfície e com ➔ EBV tem sido associado a alguns tumores - PCR para pesquisar o genoma viral
baixo grau de replicação em células da faringe. humanos. - Identificação por imunofluorescência de antígenos virais.
Células T e de memória→ importantes no controlo da infeção. LINFOMA DE BURKITT: Cancro do Sistema Linfático.
PROTEÍNAS VIRAIS DE LATÊNCIA: (LMPS) Pode ser endémico, esporádico ou associado ao HIV. Infeção aguda:
LMP-1: Oncogene viral, localiza-se na membrana celular e atua como É o cancro infantil mais comum na África equatorial, •IgG anti-VCA +
um homólogo do recetor TNF ativando várias vias de transdução de sinal tendo correlação direta com o desenvolvimento da •IgM anti-VCA +
(NF-κB, JNK/AP-1, p38/MAPK and JAK/STAT). Malária. •anti-EA +/-
-Essencial na transformação celular. Induz a expressão da proteína CARCINOMA NASOFARINGE: Prevalente no Sul China. •anti-EBNA -
anti-apoptótica, Bcl-2. Evita a indução de apoptose induzida pelo p53 e Fatores de Risco: Suscetibilidade genética, Agentes
ultrapassa a função do Rb. dietéticos, Agentes inalantes, Infeção por EBV. Infeção passada:
BALF1 – gene precoce (“early lytic”). Homólogo do Bcl2. Possivelmente •IgG anti-VCA +
pro-apoptótico •anti-EBNA +
BHRF1 – gene precoce (“early lytic”). Homólogo do Bcl2. Anti-apoptótico
NOTA: HIV, CMV, HHV-6, Toxoplasma gondii, provocam também
EPIDEMIOLOGIA um síndrome de mononucleose infeciosa

“Doença do beijo” – Transmissão oral. TRATAMENTO E PREVENÇÃO


EBV também pode ser transmitido por transfusão sanguínea, mas não
parece haver infeção transplacentária.
Os Parvoviridae são vírus DNA mais pequenos (parvo=pequeno) Por esse motivo, são mais dependentes da célula hospedeira do que qualquer outro vírus DNA:
- Alguns podem necessitar da presença de um vírus auxiliar para sua replicação (ex. AAV - adenoassociated vírus) - Outros multiplicam-se apenas em células que estão em fase
de multiplicação do seu DNA (ex. Parvovírus B19)
O parvovírus B19 e o bocavírus são os únicos membros do género conhecidos como causadores de doença humana

ESTRUTURA E REPLICAÇÃO PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS


Sem invólucro Doença é determinada por: Aproximadamente 65% da população Doença branda com sintomas semelhantes
- Viriões muito resistentes à temperatura - destruição direta dessas células (produção de adulta (40 anos) já foi infetada pelo B19 à gripe.
(56ºC, 1hora) e estáveis entre pH 3-9 eritrócitos cessa e níveis de hemoglobina - O eritema infeccioso é mais comum em Exantema eritematoso maculopapular.
- Viriões podem ser inativados com: beta- descem) crianças e adolescentes de 4 -15 anos, Eritema infecioso: Infeção com período
propiolactona, formalina e agentes - subsequente resposta imunológica à infeção sendo fontes de contágio. prodrómico inespecífico de 7-10 dias,
oxidantes. (erupção cutânea e artralgia). Infecção por B19 é comum e altamente durante o qual o indivíduo está infecioso.
Caápside nu isocaédrica. Disseminação por secreções respiratórias e contagiosa. Seguido por exantema cutâneo
Genoma de DNA de fita simples e linear. orais. Transmissão por via respiratória, característico nas bochechas, parecendo
Requer células de crescimento (B19) ou Infeta células percussoras eritroides transfusão ou derivados sanguíneos, que a pessoa foi “esbofeteada”.
vírus auxiliar para replicação. mitoticamente ativas e estabelece infeção lítica. transmissão vertical. Crise aplástica em pessoas com anemia
Tem tropismo para progenitores de Causa doença bifásica: fase inicial relacionada Surtos epidémicos escolares no Inverno e crónica. - Redução transitória da
glóbulos vermelhos. com virémia (semelhante a gripe) e fase tardia Primavera eritropoiese na medula óssea. Sintomas
Não possuem meios para estimular o relacionada com resposta imunológica. severos de anemia com níveis
crescimento celular ou codificar uma Estágio febril inicial: Estágio infecioso. criticamente baixos de hemoglobina,
polimerase → necessitam infetar células Diminuição da produção de eritrócitos. Virémia DIAGNÓSTICO reticulocitopénia e ocasionalmente
mitoticamente ativas. maciça - ocorre dentro de 8 dias: sintomas não Detecção de IgM e IgG específicas (Ensaios leucopénia e trombocitopenia,
Parvovírus B19 prefere células da específicos semelhantes aos da gripe imunoenzimáticos do tipo ELISA) acompanhada por febre e sintomas
linhagem eritroide, ex: Grandes quantidades de vírus são libertadas Deteção do DNA viral (PCR) inespecíficos (mal-estar, mialgia, calafrios
• células da medula óssea humana (secreções orais e respiratórias) e pruridos).
• células eritroides de fígado fetal Anticorpos interrompem a virémia, são TRATAMENTO E PREVENÇÃO Artropatia (poliartrite)
• células leucémicas de origem eritroide importantes para a resolução da doença, mas Risco de morte fetal pois passa através da
É citolítico contribuem para agravar os sintomas Não há tratamento antiviral específico ou placenta.
Estágio sintomático - 17-18 dias após infeção meios de controle disponíveis Infeção na gravidez: Em mãe seronegativa:
Mediado imunologicamente. Erupção cutânea e Os doentes quando apresentam eritema já aumenta o risco para morte fetal. Devido à
a artralgia (coincidem com o aparecimento de não são infeciosos e não requerem virémia, o vírus pode infetar o feto e
anticorpo vírus-específico, com o isolamento destruir os precursores dos eritrócitos e
desaparecimento do vírus B19 e com a formação Os doentes com crise aplástica podem ser os miócitos cardíacos, causando anemia e
de complexos imunes). infeciosos durante a fase exantemática e insuficiência cardíaca congestiva
→ Normalmente a infeção termina antes de se devem ser afastados de doentes de risco O feto é incapaz de controlar e erradicar o
verificar um abaixamento significativo dos vírus B19 e estabelece-se infeção crónica
níveis de hemoglobina. no feto.
Risco aumentado de aborto e “hydrops
fetalis”.
A família Reoviridae é composta pelos géneros ortorreovírus, rotavírus, orbivírus e coltivírus
Vírus sem invólucro, com cápsides proteicas de camada dupla, contendo genomas de 10 a 12 segmentos RNA de dupla-cadeia são estáveis em detergentes, numa ampla variação
de pH e temperatura e nos aerossóis transmitidos pelo ar.
ORTORREOVÍRUS OU REOVÍRUS DE MAMÍFEROS OU REOVÍRUS: Geralmente causam infeções assintomática, ou associadas a manifestações clínicas suaves (em humanos) “órfãos”.
Transmissão: via fecal-oral; respiratória também possível.
ROTAVÍRUS: Causa mais comuns de gastrenterite esporádica em crianças, mais grave nos países em desenvolvimento.
ESTRUTURA E REPLICAÇÃO PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS
Capsídeo externo composto por proteínas Disseminados via fecal-oral e Ubíquos em todo o mundo Principal causa de GASTROENTERITE: vómitos,
estruturais que circundam a nucleocápside. possivelmente via respiratória. Maioria das crianças tem a primeira diarreia, febre e desidratação
- Inclui enzimas para a síntese de RNA A ação citolítica e a ação semelhante infeção (com ou sem doença declarada) Doença autolimitada com recuperação
- Inclui 10 (reovírus) ou 11 (rotavírus) diferentes a toxina no epitélio intestinal causam antes dos 5 anos de idade geralmente completa e sem sequelas.
segmentos genómicos de RNA viral perda de eletrólitos e impedem Pico de incidência: dos 9-23 meses Sintomas mais severos em crianças entre
No rotavírus o capsídeo externo apresenta duas reabsorção de água. Aos 3 anos de idade a maior parte das 3-35 meses.
camadas compostas por: A doença pode ser significativa em crianças apresenta anticorpos anti- Pode ser fatal em recém-nascidos em
- camada intermediária: proteína principal do lactentes mas é assintomática em rotavírus países em desenvolvimento e que já
capsídeo VP6 adultos. Infeções ocorrem também em crianças estavam malnutridos e desidratados antes
- camada externa: proteína de ancoragem do vírus Durante a fase diarreica são mais velhas e adultos: normalmente da infeção.
na célula VP4 - Proteína P. Saliências que emergem libertadas grandes quantidades de assintomática.
da superfície do vírus, organizadas em dímeros e vírus. Idosos e imunossuprimidos apresentam DIAGNÓSTICO
Glicoproteína VP7 - Proteína G. Camada mais lisa, Rotavírus podem sobreviver ao geralmente infeções mais severas Deteção direta do antigénio viral (método
organizada em trímeros. ambiente ácido do estómago Surtos: em centros pré-escolares, creches de escolha)
SERÓTIPOS: Definidos pelas proteínas da cápside - Virion convertido em ISVP e entre recém-nascidos hospitalizados - Teste de imunoensaio enzimático
externa: (“intermediate/infectious subviral Infeção nosocomial é comum. - Aglutinação em látex
- VP7 - SERÓTIPO G particle”) pelas protéases (no trato Microscopia eletrónica (ou
- VP4 - SERÓTIPO P gastrointestinal) imunomicroscopia eletrónica)
GRUPOS: Determinados com base na antigenicidade - Adsorção da ISVP às células Detecção de IgM e IgG específicas (Ensaios RT-PCR permite distinguir os diferentes
da VP6 e da mobilidade eletroforética dos segmentos epiteliais colunares que recobrem as imunoenzimáticos do tipo ELISA) genótipos do rotavírus.
genómicos vilosidades do intestino delgado Deteção do DNA viral (PCR) Estudos serológicos: usados para fins de
- Identificados 7 grupos (de A a G) de rotavírus - Replicação viral no intestino investigação e epidemiologia
humanos e animais (com base na proteína VP6) delgado.
→ Apenas rotavírus do grupo A 8 horas após a infeção é possível TRATAMENTO E PREVENÇÃO
(principalmente) e dos grupos B e C visualizar inclusões citoplasmáticas. Difícil limitar a disseminação do vírus. Doentes hospitalizados com a doença devem ser
(ocasionalmente) causam doença em isolados (de doentes suscetíveis)
Humanos. Não há tratamento antiviral específico disponível para infeção por rotavírus
Tratamento de suporte: reposição de líquidos
VACINAS VIVAS ATENUADAS:
Rotateq: vacina pentavalente, recombinante: produzida por rearranjo de 5 rotavírus
bovinos, contendo as proteínas VP4 ou VP7 de 5 diferentes rotavírus humanos
Rotarix: vacina monovalente composta de 1 única estirpe de rotavírus humano atenuada
➔ Em Portugal não fazem parte do PNV
A rubéola é um dos cinco exantemas clássicos da infância. A Infeção materna por rubéola está correlacionada com vários defeitos Congénitos graves

ESTRUTURA E REPLICAÇÃO PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS


RNAss de cadeia única, Não é citolítico (mas efeitos citopatológicos limitados em Humanos são os únicos hospedeiros Exantema macular ou maculopapular – na
sentido positivo. certas linhas celulares) Vírus disseminado nas secreções criança: Após período de incubação de 14 a
Com involucro. - Infeta o trato respiratório superior e dissemina-se para os respiratórias 21 dias. Reação imunológica. Erupção não
Hemaglutinina à superfície. linfonodos locais, coincidindo com um período de Geralmente adquirido durante a infância. característica
Vírus da rubéola: vírus linfadenopatia (=dilatação de linfonodos) Aproximadamente 20% das mulheres na Artralgia e artrite – em adultos
respiratório - segue-se uma virémia idade fértil escapam da infeção durante a Em adultos: raramente trombocitopenia ou
- não causa efeitos - depois infeção de outros tecidos e o leve exantema cutâneo. infância e estão suscetíveis à infeção, se encefalopatia pós-infeciosa
citopatológicos facilmente Período prodrómico: cerca de 2 semanas não estiverem vacinadas. SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÉNITA:
detetáveis. Transmissão: Pessoa infetada pode disseminar o vírus em Infeção nos primeiros 3 meses de gravidez:
gotículas respiratórias durante o período prodrómico e até 2 MALFORMAÇÕES: Catarata, Atraso mental,
semanas após o início do exantema. Anomalias cardíacas, Surdez.
Após a virémia surge anticorpo – Limita a disseminação. Infeção após o 3º mês de gestação::
Existe apenas um serótipo de rubéola e a infeção natural FETOPATIAS (ex. hepatite, icterícia,
produz imunidade protetora para toda a vida. púrpura, hepatoesplenomegalia)
O anticorpo sérico numa mulher grávida evita a disseminação DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
do vírus para o feto. Vírus isolável em cultura celular mas difícil
INFEÇÃO CONGÉNITA: Deteção de RNA viral por RT-PCR
A primoinfeção da mãe está associada a rubéola congénita Diagnóstico normalmente confirmado pela presença de IgM específica
(pode resultar em anormalidades congênitas graves na Infeção recente também diagnosticada por aumento de 4X na titulação de anticorpo
criança) No caso de uma reinfeção da mãe, ocorre específico IgG entre soros agudos e convalescentes.
neutralização do vírus pelos anticorpos e não ocorre virémia. Diagnóstico da Infeção por Rubéola na Mulher Grávida: Importante distinguir uma
Se a mãe não tem anticorpos: primoinfeção de uma reinfeção. Uma seroconversão ou um aumento significativo do
- transmissão por via sanguínea, através da placenta título de anticorpos é prova de infeção recente, mas não é suficiente para diferenciar
- vírus pode replicar-se na maioria dos tecidos do feto uma primoinfecção de uma reinfeção. Necessário o estudo das IgM específicas:
- pode alterar o crescimento normal, mitose e estrutura normalmente, só estão presentes nas primoinfecções.
cromossómica das células do feto
- pode causar desenvolvimento TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Não há nenhum tratamento disponível
Programa de vacinação para prevenir a infeção congénita, promove imunidade humoral
e celular (VASPR: vacina do sarampo, parotidite epidérmica, rubéola)
➔ PNV Português: 2 doses, aos 12 meses e 5 anos)
Imunidade materna ao vírus (resultante de infeção prévia ou de vacinação) previne a
disseminação do vírus para o feto.
Uma das maiores famílias de vírus. Inclui importantes vírus humanos e de animais Nome “pico” = pequenos
A família com mais de 230 membros divididos em vários géneros, incluindo: Enterovirus, Rhinovirus e Hepatovirus.
Enterovírus distinguem-se dos rinovírus: pela estabilidade da cápside em pH 3, pela temperatura ideal para crescimento, pelo modo de transmissão e pelas doenças que provocam.
RINOVÌRUS: Causa mais importantes da constipação comum e infeções do trato respiratório superior.Infeções autolimitadas, não causam doença grave. M ais de 100 serótipos

ESTRUTURA E REPLICAÇÃO
Sem involucro, cápside isocaédrica.
Genoma RNA positivo de fita simples.
Maioria são citolíticos.
Genoma codifica uma poliproteína, que é clivada proteoliticamente para produzir enzimas e proteínas estruturais do vírus.
Além das proteínas do capsídeo e VPg, os picornavírus codificam pelo menos duas protéases e uma RNA polimerase RNA-dependente.
Recetor: ICAM-1, membro das imunoglobulinas

PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS


Incapazes de replicar no trato gastrointestinal (sensíveis ao pH ácido) Causam doença clínica em apenas Constipação comum: Espirros, Rinorreia (corrimento nasal),
Crescem melhor a 33 °C (multiplicação limitada às células ciliadas do metade das pessoas infetadas. Obstrução nasal
epitélio nasal) Pessoas assintomáticas também são Geralmente sem febre
Infeção pode ser iniciada por apenas 1 partícula viral infeciosa capazes de disseminar o vírus, apesar Complicações possíveis: sinusite e otite média de origem
No pico da doença: secreções nasais contêm 500-1.000/ml viriões de produzirem menor quantidade. bacteriana, crises de asma (em asmáticos)
infeciosos Cada indivíduo sofre anualmente 2-4 Sintomas duram 3 - 4 dias (tosse e sintomas nasais podem
Vírus entra pelo nariz, boca ou olhos - Maior parte da replicação viral infeções por diferentes serotipos persistir:7 -10 dias ou +)
ocorre no nariz. (ausência imunidade cruzada)
Inicia a infeção do trato respiratório superior, inclusive da garganta. Pode haver reinfeção mais tarde pelo
Imunidade aos rinovírus é transitória e provavelmente não impede infeção mesmo serotipo.
subsequente (muitos serótipos) Crianças: Principal reservatório e
Imunidade celular provavelmente não desempenha papel importante. grupo etário de máxima frequência de
infeção e doença.
TRANSMISSÃO: Contacto direto por mãos e fômites infetados. Inalação de
gotículas infeciosas. TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Para alívio de sintomas apenas: Vasoconstritores nasais
Antivirais: não eficientes
PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS
Entram pela orofaringe, mucosa intestinal ou Exclusivamente humano. Grande heterogeneidade de sintomas clínicos
pelo trato respiratório superior e infetam o Crianças: Principal reservatório. Desde infeção inaparente (mais frequente) até doença mortal
tecido linfático subjacente. Mais tarde, o vírus Período de incubação: varia de 1 a 35 dias, • Doença febril indiferenciada
infecta linfócitos das placas de Peyer e dependendo do vírus, do tecido-alvo e da • Infeção trato respiratório
enterócitos na mucosa intestinal. idade da pessoa; • Infeção da conjuntiva
Se não houver anticorpos – disseminação Os vírus que afetam os locais orais e • Lesões da pele e mucosas
virémia até às células de um tecido alvo que respiratórios têm períodos de incubação • Infeções SNC, músculo, coração
não apresente recetores. mais curtos. * Ver em baixo
Neurotropismo: Transmissão fecal-oral, má higiene, DIAGNÒSTICO
-Paralisia (Poliovirus 1, 2, 3, Enterovirus 70, 71, ingestão de alimentos e água contaminados. Isolamento em cultura celular: Poliovírus (isolados da faringe e das fezes dos doentes
Coxsackievirus A7) Contacto com mãos e fómites infectados.
infetados) mas raramente do líquido cefalorraquidiano)
-Meningite asséptica, encefalite Inalação de aerossóis infeciosos.
Coxsackievírus e ecovírus (isolados da garganta e das fezes e frequentemente do LCR,
→ Podem ser isolados do LCR Eliminação assintomática pode ocorrer em doentes com meningite; raramente é isolado de doentes com miocardite
Geralmente não causam doença entérica mas durante até 1 mês, espalhando vírus para o Genoma: RT- PCR para identificar o enterovírus
replicam-se no intestino. ambiente. Serologia: Para confirmar infeções por enterovírus
Transmitidos pela via fecal-oral. Surtos principalmente no Verão
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Pleconaril: inibe a penetração do picornavírus nas células e deve ser administrado precocemente no curso da infeção
Vacina para o vírus da poliomielite: Para prevenção da poliomielite paralítica. Não há vacinas para coxsackievírus ou ecovírus
A transmissão desses vírus pode ser reduzida por melhorias na higiene e nas condições de vida
Os enterovírus podem ser inativados por formaldeído, hipoclorito e por cloro.

VACINAS:
Vacina de pólio inativada (IPV) e vacina de pólio oral atenuada viva (OPV)
Principais inconvenientes da vacina viva são:
- O vírus vacinal pode infetar uma pessoa imunologicamente comprometida
- Existe uma possibilidade remota para o vírus reverter à sua forma virulenta e causar doença paralítica
Na ausência de poliovírus tipo selvagem, as novas recomendações (desde o ano 2000) indicam o uso da IPV para vacinação de rotina
PNV: IPV aos 2, 4 e 6 meses e depois aos 18 meses e aos 5 anos de idade.
POLIOMIELITE:
Poliomielite abortiva, a doença menor: Doença febril inespecífica ocorre em aproximadamente 5% das pessoas infetadas. Febre, dor de cabeça, mal-estar, dor de garganta e vómito
(dentro de 3 a 4 dias da exposição)

Poliomielite não paralítica ou meningite asséptica : Ocorre em 1% - 2% dos doentes. O vírus progride para o sistema nervoso central e as meninges, causando dor nas costas e espasmos
musculares.. Sinais clínicos de meningite asséptica são vulgares. O envolvimento das células do corno anterior leva à paralisia flácida. O envolvimento da medula pode levar à paralisia
respiratória e morte.

Pólio paralítica, a doença maior: Ocorre em 0,1-2% dos casos; é o resultado mais grave. Paralisia flácida assimétrica, sem perda sensitiva. Paralisia pode progredir e resultar em
recuperação completa, paralisia residual ou morte.

Síndrome pós-pólio: Sequela da poliomielite. Pode ocorrer muito mais tarde (30 a 40 anos mais tarde). Deterioração dos músculos originalmente afetados. O poliovírus não está
presente, admite-se que a síndrome resulte na perda de neurónios dos nervos inicialmente afetados

INFEÇÕES POR COXSACKIEVÍRUS E ECOVÍRUS


Herpangina: provocada por vários tipos de vírus coxsackie A. Febre, dor de garganta, dor à deglutição, anorexia e vómito. Pequenas e múltiplas úlceras (lesões vesiculares ulceradas)
em torno do palato mole e da úvula (tb podem afetar o palato duro). O vírus pode ser recuperado das lesões ou das fezes. Doença autolimitada. Necessita apenas de tratamento
sintomático

Doença de mãos-pés e boca: Exantema vesicular geralmente causado por coxsackievírus A16 mas outros enterovirus também detetados em surtos. Lesões vesiculares em mãos,
pés, boca e língua. Febre branda. Doença regride em poucos dias.

Pleurodinia (doença de Bornholm) ou “agarrão do diabo”: Causada normalmente pelo coxsackievírus B. Doença aguda; início súbito de febre e dor torácica baixa unilateral, dor
pleurítica que pode ser muito forte. Pode também causar dor abdominal e vómito. Os músculos no lado comprometido podem estar extremamente sensíveis à palpação. A pleurodinia
dura ~ 4 dias, mas pode recidivar.

Infeções miocárdicas e pericárdicas: Causadas normalmente por coxsackievírus B. Ocorrem esporadicamente em crianças mais velhas e adultos, mas mais ameaçadoras em recém-
nascidos. Alta mortalidade associada; autópsia revela tipicamente o comprometimento de outros sistemas de órgãos, incluindo cérebro, fígado e pâncreas. Pericardite aguda benigna
afeta adultos jovens, possível em pessoas mais velhas; sintomas semelhantes aos do infarto do miocárdio com febre.

Meningite viral (asséptica): Doença febril aguda acompanhada por cefaleia e sinais de irritação meníngea, incluindo rigidez de nuca. Podem ocorrer petéquias ou exantema.
Normalmente recuperam, a menos que seja associada com encefalite (meningoencefalite) ou ocorra em crianças com menos de 1 ano. Surtos de meningite por ecovírus 11 acontecem
a cada ano, no verão e no outono.

Conjuntivite hemorrágica aguda : Doença ocular extremamente contagiosa. A infeção causa hemorragias subconjuntivais e conjuntivite. Associada ao enterovírus 70 e uma variante
do coxsackievírus A24. Período de incubação: 24 horas; Resolve-se dentro de 1-2 semanas.

Doença disseminada grave no feto ou no bebé: Algumas estirpes de coxsackievírus B e ecovírus podem ser transmitidas ao feto por via transplacentária. Sintomas variam: doença
febril suave ou doença severa multi-sistémica fulminante e morte

Diabetes insulino-dependente: Infeções das células beta do pâncreas por coxsackievírus B. Podem causar destruição das ilhotas de Langerhans e diabetes Exantemas Rubeliformes:
Doença exantemática semelhante à rubéola coxsackie A, B, and echovirus Infeções Respiratórias: Vários enterovírus causam sintomas de constipação comum Doença febril
indiferenciada: Pode ser observada com todos os enterovírus
RNA (+) ss aproximadamente35–39 nm diâmetro Cápside icosaédrica. Sem invólucro.
A Família Caliciviridae contêm 5 géneros Pelos menos 6 novos géneros foram propostos
Sapovírus: Estrutura típica: “estrela de David” Norovírus: Morfologia atípica com superfície lisa SRSV= “small round structured vírus”

PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA SÍNDROMES CLÍNICOS


Dose infetante muito baixa (˜18 partículas víricas) Principal causa de doença transmitida pelos Diarreia, vómitos, cólicas, náuseas, dor de cabeça, febre,…
Causa danos no intestino, impedindo a absorção alimentos - Responsável por 50% dos surtos
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
apropriada de água e nutrientes e provocando uma epidémicos de gastrenterite em todo o mundo
diarreia aquosa - Principal agente da doença diarreica em todos os RT-PCR para a deteção do genoma do norovírus nas fezes ou vómito.
O esvaziamento gástrico pode ser retardado, causando grupos etários. Microscopia imunoeletrónica pode ser utilizada identificar o vírus das
vómito. Muito estáveis no meio ambiente - Mais resistente às fezes
A imunidade é geralmente de curta duração e pode não pressões ambientais do que os poliovírus ou Adição de um anticorpo direcionado contra o vírus, faz com que o vírus
ser protetora. A grande diversidade genética e a alta rotavírus. se agregue, facilitando o reconhecimento
taxa de mutação permitem a reinfeção, apesar dos Transmitidos principalmente pela via fecal-oral: Testes de ELISA para detetar o antígeno viral e os anticorpos para o
anticorpos de exposição anterior. Pessoa-a-pessoa: (nas fezes e ingestão de aerossol vírus
EXCREÇÃO: de vómito). Ingestão de alimentos contaminados. A serologia pode ser utilizada para confirmar o diagnóstico
Fezes maioritariamente e vómito. Fomites. TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Elevada excreção viral - Durante o pico de excreção, 100 Normalmente causam surtos de gastroenterite com Nenhum tratamento específico para a infeção com calicivírus
bilhões de virões são liberados por grama de fezes. fonte comum de contaminação. (escolas, em resorts, Surtos podem ser minimizados: manipulando cuidadosamente os
Período de incubação é geralmente de 12 a 48 horas. hospitais, restaurantes e navios de cruzeiro) alimentos, mantendo a pureza do abastecimento de água, lavagem
cuidadosa das mãos, desinfeção de superfícies contaminadas

Associados primariamente a gastroenterite aguda em crianças <5 anos (sintomas menos severos que os causados pelos rotavírus e norovírus)
Estudos recentes têm descrito prevalências de 9%-13%
Também implicados em surtos epidémicos de gastroenterite
Existem 4 géneros da família Coronaviridae: Alfa, beta, gama e delta. Géneros Alfa e Beta atraem mais a atenção devido à sua capacidade de atravessar a barreira inter-espécies, de outros
animais para humanos, e emergirem como patogéneos humanos muito importantes.
Os vírus hCoV-HKU1, hCoV-OC43, hCoV-NL63 e hCoV-229E causam infeções assintomáticas ou doença suave do trato respiratório superior (ou gastrointestinais). Responsáveis por 5-30% das
constipações comuns (são a segunda causa mais prevalente dos resfriados comuns; o rinovírus é a primeira).
MAS existem 3 hCoVs altamente patogénicos e letais: SARS-CoV, MERSCoV e SARS-CoV-2. Reponsáveis por doença respiratória severa, por vezes fatal. Conseguem infetar o trato respiratório
inferior: causam danos pulmonares agudos/ síndrome respiratória aguda severa, chope séptico - alta taxa de mortalidade.
ESTRUTURA E REPLICAÇÃO PATOGÉNESE
80 a 160 nm de diâmetro. Com invólucro Infeta células epiteliais do trato respiratório superior. - Replica-se melhor 33-36º.
RNAss+, linear, 27-32 kb. Proteína de ligação viral E2, matriz E1 e nucleocápside N. Vírus é A reinfeção ocorre na presença de anticorpos do soro.
montado no retículo endoplasmático rugoso. A glicoproteína corona ajuda à sibrevivência no trato gastrointestinal.
Os coronavírus têm com os maiores genomas RNA que se conhecem.
Glicoproteínas na superfície do invólucro: projeções em forma de taco aparecem como um halo
(coroa) em torno do vírus.

TRANSMISSÃO: Gotículas respiratórias.


As infeções ocorrem principalmente em recém-nascidos e crianças. Infeções de forma esporádica ou em surtos no inverno e na primavera. Infeção nosocomial frequente.
Associados a infeções suaves do trato respiratório superior (raramente das vias respiratórias inferiores) - 2º agentes da constipação comum. Também podem estar associados a infeção
gastrointestinal 50% infeções assintomáticas.

Severe acute respiratory syndrome (SARS) - -afeção respiratória aguda potencialmente evolutiva para pneumonia grave, rapidamente progressiva e por vezes fatal.
- Contacto próximo pessoa-pessoa. Gotículas respiratórias produzidas quando a pessoa infetada tosse ou espirra, podem da boca, nariz e olhos das pessoas que se encontram próximas
- Através de objetos contaminados com gotículas infeciosas. Quando uma pessoa toca no superfície ou objeto contaminado e depois toca na sua boca, nariz ou olhos
- É possível que o vírus se transmita pelo ar (aerossóis ou “airborne spread”)
CLINÍCAS

Transmissão pessoa-a-pessoa é possível (mas apenas tem sido verificada em poucos casos, entre membros da mesma família e vivendo na mesma casa) e mais frequente em locais do
sistema de saúde

Maioria das pessoas infetadas pelo SARS-CoV-2 vai ter doença respiratória suave a moderada, e vai recuperar sem necessitar de tratamento especial
Pessoas mais velhas, e as que têm problemas médicos subjacentes tais como doença cardiovascular, diabetes, doença respiratória crónica e cancro, têm mais probabilidade de desenvolver
doença séria.
Pessoa-a-pessoa por contacto próximo com pessoas infetadas pelo SARS-CoV-2 (transmissão direta) Principalmente através de gotículas respiratórias libertadas pelo nariz ou boca de
pessoas infetadas, quando tossem ou espirram.
Contacto com superfícies e objetos contaminados (transmissão indireta). O vírus pode sobreviver em superfícies durante horas ou até dias Plástico ou metal: até 72h Cartão: até 24h
Aerossóis: até 3h
O risco de transmissão por SARS-CoV-2 a partir das fezes de uma pessoa infetada parece ser reduzido.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Deteção de RNA por RT-PCR quantitativo e Deteção de Antigénios virais (testes rápidos)
VACINAS:
ComiRNAty - Vacina BioNTech/Pfizer- mRNA em partículas lipídicas. AstraZeneca - Adenovírus de Chimpanzé que codifica a glicoproteína S (Spike) do vírus
Moderna – mRNA encapsulado em nanopartículas lipídicas SM-102 Janssen - Adenovirus type 26 encoding the SARS-CoV-2 spike glycoprotein
A família Paramyxoviridae está dividida em 2 subfamílias e 7 géneros (6 dos quais contêm patogéneos humanos).
Parainfluenza 1,3. Parotidite e parainfluenza 2, 4a, 4b. Sarampo. Hendra e Nipah. Vírus respiratório sincicial. Metapneumovírus.

GENERALIDADES
Paramixovírus são relativamente grandes (156-300 nm)
Genoma composto por RNA, de cadeia simples, sentido negativo. Contido numa nucleocápside helicoidal. Envolvido por um invólucro pleomórfico.
PROTEÍNA VIRAIS DE LIGAÇÃO: HN = hemaglutinina neuraminidase (vírus parainfluenza e parotidite), H = hemaglutinina (vírus sarampo), G = glicoproteína (vírus respiratório sincicial) e
PROTEÍNA DE FUSÃO (Glicoproteína F)
O vírus replica no citoplasma, penetram a célula através de fusão com a membrana e são libertados por evaginação. Induz a fusão da célula, formando células gigantes multinucleadas e
sincícios.
Trasmissão por secreções respiratórias e iniciam a infeção pelo trato respiratório. – Vírus antigenicamente estáveis.

Um dos cinco exantemas clássicos da infância - Programas de vacinação eficientes tornaram o sarampo uma doença rara em países desenvolvidos.

PATOGÉNESE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


É capaz de passar diretamente célula a célula e escapar à ação dos anticorpos Inclusões no Sarampo - febre alta e “TCCF” – tosse, coriza, conjuntivite e fotofobia. É a fase da doença
citoplasma, compostas de partículas virais incompletas mais infeciosa. 2 dias depois: lesões típicas na membrana mucosa = manchas de Koplik.
A produção dos vírus dá-se com eventual lise celular. Infeções persistentes, sem lise celular,
COMPLICAÇÕES DO SARAMPO:
podem ser descritas em alguns tipos celulares (ex. células do cérebro humano). - PNEUMONIA: representa 60% das causas de óbito por sarampo. A super-infecção bacteriana
Infeta as células epiteliais do trato respiratório, dissemina-se nos linfócitos e por virémia.
é comum em pacientes com pneumonia
Infeção da conjuntiva, do trato respiratório, do trato urinário, de capilares sanguíneos, do- ENCEFALITE: Complicação mais indesejada. Em menos de 0,5% dos infetados Raramente
sistema linfático e do sistema nervoso central. surge na fase aguda, costuma começar 7-10 dias após o início da doença. A encefalite pós-
Exantema maculopapular característico: causado pelas células T do sistema imune infecciosa é ocasionada por reações imunopatogénicas, é associada com desmielinização dos
direcionadas às células endoteliais infetadas pelo sarampo neurónios, e apresenta-se com mais frequência em crianças mais velhas e em adultos.
TRANSMISSÃO: Por contacto através do aerossol de secreções respiratórias. O período Sarampo Atípico - Em pessoas que receberam a antiga vacina de sarampo inativada e foram
prodrómico é de grande contagiosidade. subsequentemente expostas ao tipo selvagem do vírus.
Panencefalite Esclerosante Subaguda (SSPE) - Extremamente grave. Sequela neurológica
tardia do sarampo. A incidência de SSPE tem diminuído devido aos programas de vacinação.
Ocorre quando um vírus do sarampo defeituoso persiste no cérebro e atua como vírus lento.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Vírus de difícil isolamento em cultura. Vacina viva e atenuada de sarampo: Produziu uma dramática redução na incidência do
Antigénio de sarampo: detetado em células da faringe ou em sedimentos da urina por sarampo e alterou os padrões epidemiológicos:
Imunofluorescência. Uma vez que o vírus do sarampo é estritamente humano, com um único serótipo, é um
Genoma do sarampo: RT-PCR. excelente candidato para erradicação, MAS população ainda não vacinada e falta de adesão
Efeitos citopatológicos característicos (células gigantes multinucleadas apresentando de alguns à vacinação: dão continuidade à existência de indivíduos suscetíveis.
corpos de inclusão no citoplasma): visualizados em células do trato superior respiratório e Imunocomprometidos: imunoglobulina para diminuir os riscos e a gravidade da doença (mais
sedimentos da urina. eficiente se aplicado dentro de 6 dias após exposição)
Anticorpos (IgM): detetados quando há exantema. Tratamento com altas doses de vitamina A reduz o risco de mortalidade por sarampo
Não existe tratamento antiviral específico disponível para o sarampo
Causa uma parotidite aguda e benigna (inflamação dolorosa nas glândulas salivares). Rara em países que utilizam a vacina viva, administrada com as vacinas de sarampo e rubéola.
Papeira é doença bastante contagiosa com um único serótipo e infeta somente humanos . Doença da infância - 90% das infeções ocorrem em crianças com menos de 15 anos,
PATOGÉNESE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Causa infeção lítica nas células. Papeira - Quase sempre bilateral e acompanhada de febre. Primeiros sintomas repentinos.
Infeta as células epiteliais do trato respiratório, dissemina por virémia. Infeções na glândula Tumefação das glândulas salivares, principalmente da parótida
parótida, testículos e do SNC podem ocorrer. COMPLICAÇÕES DA PAPEIRA:
A imunidade celular é essencial no controlo e é responsável por alguns sintomas. - As Inflamação de outras glândulas (ex. mastite, pancreatite e tireoidite)
respostas inflamatórias são as principais responsáveis pelos sintomas. A imunidade - Infeção do SNS: Meningoencefalite - vírus atinge o sistema nervoso central em cerca de
adquirida é vitalícia. 50% dos pacientes.
Em 50% dos infetados: ocorre infeção no sistema nervoso central, sobretudo nas meninges. - Infeção do testículo: Raro na criança jovem, mas presente em 10-20% dos casos em
Vírus é libertado em secreções respiratórias de doentes assintomáticos e durante o período adolescentes Normalmente unilateral. Pode levar à atrofia do testículo, mas não se verifica
de incubação de 7 dias antes de a doença clínica aparecer impotência e a esterilidade é rara
O período de maior contágio ocorre 1-2 dias antes da tumefação da parótida até 5 dias depois. - Infeção do pâncreas: Pode originar manifestações diabéticas
Vírus disseminado no contato pessoa a pessoa por meio de gotículas respiratórias.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Vírus cresce bem em células de rim de macaco, resultando em formação de células gigantes Vacina viva e atenuada
multinucleadas Agentes antivirais não estão disponíveis
Causa hemadsorção de eritrócitos de cobaias (por causa da hemaglutinina viral)
Diagnóstico clínico pode ser confirmado por meio de testes serológicos específico ou na
deteção de anticorpo IgM específico para parotidite indica infeção recente)
Ensaios imunoenzimáticos, testes de imunofluorescência e inibição da hemaglutinação

Normalmente causam sintomas brandos como os do resfriado mas também ocasionam doença grave do trato respiratório.
Tipos 1, 2 e 3: associados com laringotraqueobronquite Tipo 4: infeção benigna no trato respiratório superior. Causa importante de infeção do trato respiratório inferior em crianças jovens
e de infeção do trato respiratório superior em crianças mais velhas e adultos
PATOGÉNESE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Infetam as células epiteliais do trato respiratório superior, não causa virémia. Vírus parainfluenza 1, 2 e 3 - resfriado com infeção do trato respiratório superior (coriza =
Replica rapidamente e pode ocasionar a formação de células gigantes e lise celular infalamação mucosa nasal, faringite, bronquite, chiado e febre)
Em ̴25% dos casos, o vírus propaga-se até o trato respiratório inferior, e em 2% -3%, a doença Bronquiolite e pneumonia (+ frequente em idosos) - principalmente o hPIV3
assume a forma mais grave de laringotraqueobronquite. Laringotraqueobronquite ( “crupe”, com possível obstrução da via respiratória como
A reposta imunocelular causa dano celular mas confere proteção. consequência) - principalmente os hPIV 1 e 2
Transmitido pelo contato pessoa a pessoa por meio de gotículas respiratórias.
Infeções primárias normalmente ocorrem em bebés e crianças ˂ 5 anos. As reinfeções
acontecem por toda a vida
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Vírus cresce bem em culturas celulares primárias de rim de macaco Tratamento do crupe: nebulização fria ou quente e monitorização da via aérea superior
- A presença de células infetadas nos aspirados ou em cultura indicada pela observação de Entubação raramente necessária
sincícios e confirmada por imunofluorescência Não existe antiviral específico disponível
- Serótipo determinado por meio do uso de anticorpos específicos que bloqueiam a A vacinação com vacina de vírus atenuados não é eficaz
hemadsorção ou a hemaglutinação (inibição da hemaglutinação)
- Deteção e identificação dos vírus parainfluenza em secreções respiratórias: RT-PCR
Causa mais comum de infeção aguda fatal do trato respiratório inferior em bebés e crianças. Principal agente etiológico da bronquiolite infantil. Infeta praticamente todas as crianças ˂ 2
anos de idade. Surtos também podem ocorrer na população idosa, reinfeção é comum em todos os grupos etários.
PATOGÉNESE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Efeito patológico causado pela invasão direta do vírus no epitélio respiratório e pelo dano Em bébés: pode ocorrer bronquiolite. Pode ser fatal em bebés prematuros, pessoas com
celular provocado pela resposta imune. – não provoca virémia. histórico de doença pulmonar e imunocomprometidos.
A pneumonia resulta da disseminação citopatológica e a bronquiolite está mais relaxionada Em adultos: associada a doença suave do trato respiratório superior mas associado a infeção
com a resposta imune. severa (bronquiolite e pneumonia) em idosos e imunossuprimidos
Anticorpo materno não protege filho da infeção e a infeção natural não previne a reinfeção.
Vírus eliminado nas secreções respiratórias por muitos dias e altamente contagioso
Transmisão: aerossóis, mas também pelas mãos e por fómites. Incubação: 4 - 5 dias

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRATAMENTO E PREVENÇÃO


Difícil isolamento em cultura celular Em crianças imunocompetentes, o tratamento é de suporte
- RT-PCR: deteção do genoma viral em células infetadas e lavados nasais Ribavirina: em doentes com predisposição para desenvolver quadro mais grave ,
- Antigénio viral: testes de imunofluorescência e imunoenzimáticos administrada por inalação (nebulização)
- Seroconversão ou aumento do título de anticorpo em 4X ou mais podem Imunização passiva com imunoglobulina anti-RSV: disponível para bébés prematuros
confirmar o diagnóstico para fins epidemiológicos Crianças infetadas devem ser isoladas. Não existe vacina disponível

hMPV é o 2º agente etiológico responsável por infeção respiratória na criança jovem. Vírus ubiquitário. Quase todas as crianças ˂ 5 anos já tiveram infeção e são seropositivas.
Infeções podem ser assintomáticas, causar resfriado comum ou causar bronquiolite aguda e pneumonia. Distribuição sazonal (Inverno e Primavera) maior incidência de doença em crianças
entre os 6-12 meses
Diagnóstico: RT-PCR Tratamento: medidas de suporte

Vírus zoonóticos
Quebra de barreira inter-espécies
Novo grupo altamente patogénico dos paramixovírus. O reservatório natural deste vírus é o morcego da fruta.
Vírus Nipah: Malásia 1998, Singapura 1999, através de contacto com porcos. Surto de Encefalite. Não se registou transmissão pessoa-pessoa
Vírus Hendra: Austrália 1994, através de contacto com cavalos. 2 Casos mortais de pneumonia intersticial e encefalite. Não se registou transmissão pessoapessoa
Somente os vírus A e B provocam doença humana significativa. Influenza C causa apenas doença respiratória suave. Influenza A é uma zoonose: vírus podem ser encontrado em
muitos animais diferentes (aves, porcos, cavalos, morcegos, focas e baleias). Vírus da gripe A atravessa bem a “barreira das espécies. Influenza B infeta apenas o Homem.

ESTRUTURA E REPLICAÇÃO PATOGÉNESE SÍNDROMES CLÍNICOS


Vírus com invólucro que contém: 2 glicoproteínas: a Influenza A: pode sofrer shift (rearranjos) e drift (mutações) Infeção pode ser assintomática
hemaglutinina (HA) e a neuraminidase (NA) e 1 proteína de Influenza B: só sofre drift (mutações) Período de incubação de 1 a 4 dias
membrana (M2) internamente revestido pela proteína de O “drift” antigénico é uma alteração causada por mutações que afetam “Síndrome gripal” começa com curto pródromo
matriz (M1) locais antigénicos da HA ou NA = Variações antigénicas menores ou de mal-estar e cefaleia.
Genoma de RNA segmentado com polaridade negativa: suaves. Febre por 3 - 8 dias, normalmente a
facilita o desenvolvimento de novos subtipos por meio de O “shift” antigénico é uma alteração abrupta da HA ou NA causada por recuperação é completa dentro de 7 – 10 dias.
mutação e rearranjos genéticos entre diferentes vírus rearranjos genéticos (recombinações) de 2 vírus que co-infetam o Infecção bacteriana secundária: Normalmente
humanos e animais (influenza A) mesmo hospedeiro = Variações antigénicas maiores ou drásticas com catarro.
Genoma dos vírus influenza A e B: 8 segmentos Infeção local do trato respiratório superior Nalgumas pessoas a infeção pode disseminar
nucleocapsídicos helicoidais diferentes cada um deles NA facilita o desenvolvimento da infeção por meio da clivagem dos para outros locais para além do pulmão:
contendo 1 RNA de polaridade negativa associado com resíduos do ácido siálico do muco, proporcionando acesso ao tecido. miosite, encefalopatia, encefalite
nucleoproteína (NP) transcriptase. As respostas por meio de interferons e citocinas são responsáveis pelos
Vírus influenza C só possui 7 segmentos genómicos. sintomas sistémicos “de gripe”. Respostas das células T : para
DIAGNÓSTICO
A instabilidade genética é responsável pelas epidemias recuperação efetiva e para a imunopatogénese Cultura celular em células primárias de rim de
anuais (devido a mutação ou drift) e, no caso do vírus Proteção contra a reinfeção está primariamente associada com macaco.
influenza A, pelas pandemias periódicas (devido a desenvolvimento de anticorpos para a HA, mas anticorpos para a NA Hemadsorção de células infetadas. - aderência
rearranjo genético ou shift). também são protetores de eritrócitos às células infetadas que
A transcriptase (PA, PB1 e PB2) utiliza o RNAm da célula VÍRUS PANDÉMICOS: Alteração dramática da HA com ou sem alteração expressam HÁ.
hospedeira como primer para a síntese de RNAm viral. da NA, “shift” antigénico com aparecimento de um novo subtipo. Taxa de Hemaglutinação - adição de meio contendo
HEMAGLUTININA (HA): Forma uma trímero em forma de mortalidade elevada na população jovem, ondas pandémicas sucessivas, vírus influenza aos eritrócitos.
“spike”. É a proteína de adsorção viral, que se liga ao ácido transmissibilidade maior que a gripe sazonal. – Surgem de uma mutação Imunofluorescência e ELISA.
siálico nos recetores de superfície das células epiteliais. adaptativa e recombinação genética entre vírus humanos e animais que Serologia e genómica (RT-PCR9
Promove a fusão do invólucro viral à membrana celular em co infetam o mesmo hospedeiro.
pH ácido. Desencadeia a resposta protetora de anticorpos Pandemia de gripe espanhola (1918): H1N1 - Mortalidade elevada na população jovem
neutralizantes. Surto de Vírus da gripe aviária A (1997): H5N1 - incomum, porque não se trata de um rearranjo, disseminado por aves
Ligação da HA ao ácido siálico em glicoproteínas domésticas e aves aquáticas selvagens. Alta taxa de mortalidade Vírus de gripe com um novo subtipo de hemaglutinina
da superfície celular → Inicia a replicação viral. (H5) desconhecido da população mundial . H5N1 é agora endémico em muitas regiões da Ásia.
NEURAMINIDASE (NA): Proteína viral que forma um tetrâmero Pandemia de gripe suína (2009): H1N1 - através de múltiplos rearranjos entre segmentos de vírus humanos, aviários e
e possui atividade enzimática. Cliva o ácido siálico da suínos, tornou-se capaz de infetar humanos. Tendência para afetar indivíduos jovens e saudáveis. O vírus H1N1 juntou-se
membrana celular e facilita a libertação dos vírus pelas ao H3N2 e ao vírus influenza B como vírus sazonais - Vacinação
células infetadas. TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Vírus da gripe A tem vários subtipos (com base nas Amantadina e Rimantadina: alvo = proteína M2 (influenza A)
diferenças antigénicas da HA e NA) Zanamivir e Oseltamivir: alvo = proteína NA (influenza A e B)
Vírus da gripe B só apresentam um tipo de HA e NA Vacinas inativadas representando as “estirpes do ano”
PROTEÍNAS M1, M2 E NP: tipo-específicas e usadas para ➔ Depende do grau de semelhança entre as estirpes incluídas na vacina e as que circulam na comunidade, mas a
diferenciar os vírus influenza A, B e C (o vírus influenza B proteção pela vacina falha quando surge um novo subtipo
não tem a proteína M2)
Invólucro. ssRNA (cadeia +).
Forma de replicação única: codificam uma DNA polimerase RNA-dependente (a transcriptase reversa) e replicam-se por meio de um intermediário de DNA. A cópia de DNA do genoma viral é
depois integrada no cromossoma do hospedeiro, tornando-se um gene celular

SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – causada por HVI-1 e HVI-2.


Vírus da imunodeficiência de símios (SIVs) conseguiram atravessar a barreira inter-espécies e infetar humanos, dando origem a estes novos patogéneos humanos: HIV-1 e HIV-2.
HIV-1: Pandémico.- Epidemia anos 70. Transmissão sexual, sangue contaminado e mãe-filho. Grande variabilidade genética e muito patogénico.
HIV-2: Endémico de África Ocidental. Transmissão sexual. Menor variabilidade genética, maior tempo de vida do doente, menos patogénico.
➔ Portugal é o país com maior número de casos de infeção por HIV-2
ESTRUTURA E REPLICAÇÃO PATOGÉNESE
Núcleo na forma de cone: 2 cadeias de RNA, RNA polimerase, Integrase, 2 RNA de Tropismo do vírus por células mieloides e por células T que expressam CD4: Redução no
transferência número de células T CD4 → Imunossupressão.
Invólucro: gp41 (proteína de fusão ) e gp120 - A maior glicoproteína do HIV Liga-se aos Fase aguda e assintomática – CCR5 Estripes M-Tropicas – Macrofagos. Estirpes
recetores da superfície celular. Determina o tropismo tecidual primário do vírus e é monotrópicas, não indutoras de sincícios
reconhecida por anticorpos neutralizantes. A especificidade ao recetor pode sofrer Fase tardia: CXCR4 Estripes T-Tropicas – Linfócitos T CD4. Estirpes linfótrópicas, indutoras
alterações (devido a mutações ocorridas durante infeção crónica). de sincícios e mais patogénicas → Progressão da doença.
FUSÃO - Ligação das espículas das glicoproteínas virais ao recetor primário, a proteína CD4, Alguns vírus podem usar ambos os recetores - denominados de vírus R5X4
e a um co-recetor: Infeção inicial de um indivíduo é o CCR5, Durante a infeção crónica, o gene Co-recetor CCR5: usado pelas estirpes que entram por via sexual. Indivíduos com mutações
env sofre mutações que fazem com que a gp120 se ligue a um recetor de quimiocinas no co-receptor CCR5 são mais resistentes à infeção por HIV, e têm maiores períodos de
diferente CXCR4. progressão da doença.
Transcriptase reversa , codificada pelo gene pol, utiliza o tRNA presente no virião como um → A evolução da doença por HIV é paralela à redução no número de células T CD4+ e ao
primer e sintetiza um DNA complementar (cDNA), de polaridade negativa (=provírus) – Muito aumento da carga viral no sangue.
suscetivel a erros – Instabilidade genética. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Integrase: Ajuda a transportar o cDNA de cadeia dupla para o núcleo e a inseri-lo no Imunodeficiência severa: Quando número de CD4 menor que 200/μL - resposta imune contra
cromossoma do hospedeiro. A integração requer a multiplicação celular. antígenos específicos torna-se nula e resposta imune humoral fica descontrolada. Perda das
TRANSCRIÇÃO DO PROVÍRUS: O DNA viral ou provírus é transcrito como um gene celular pela células T CD4 TH1 e TH17 - instalação de muitas infeções intracelulares oportunistas.
RNA polimerase II do hospedeiro. A transcrição do genoma produz uma molécula única de Diminuição do número de células T CD8 e incapacidade de ativação dessas células aumenta
RNA que, nos retrovírus simples, é processada para produzir vários RNAm, que contêm as o potencial de reativação de vírus latentes:
sequências dos genes: gag, gag-pol ou env. Problemas neurológicos: Células de microglia e macrófagos infetados por HIV no cérebro
Protease: Catalisa a clivagem da poliproteína gag e pol em proteínas estruturais e podem liberar substâncias neurotóxicas ou fatores quimiotáxicos e promovem respostas
enzimáticas essenciais à replicação do VIH e à formação de partículas infeciosas. inflamatórias e morte de neurónios no cérebro.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRATAMENTO
1. Deteção de anticorpos anti-HIV – EIA + Western Blot Inibidores da entrada (AZT, Didesoxicitidina,…)
2. Deteção de antigénio p24 circulante Inibidores da Transcritase Reversa (Nevirapina, Delaviridina,…)
3. Deteção de DNA proviral – PCR – Averiguar se uma criança nascida de mãe seropositiva Inibidores da Integrase (Raltegravir)
foi infetada “in utero” Inibidores da Protease (Saquinavir, Tipranavia, Darunavir,…)
4. Deteção de RNA de HIV circulante (carga viral)- Avaliação de prognóstico e avaliação de Mistura de fármacos com diferentes mecanismos de ação: menor potencial para selecionar
resposta à terapia estirpes resistentes – HAART (Terapia antirretroviral altamente ativa).
AINDA NÃO EXISTE VACINA PARA O HIV
São vírus transformantes. Género Deltaretrovirus “Oncovírus transactivadores” → Imortalizam linfócitos T in vitro - Associados a Leucemia/linfoma das células T do adulto.
Vírus T-linfotrópico humano do tipo 1 (HTLV-1) - associado com malignidades linfoides específicas. A célula maligna é sempre uma célula T CD4+ monoclonal. Sondas moleculares mostram
que o HTLV-1 está presente em quase todos os casos de leucemia adulta da célula T.
Codificam para as proteínas REX e TAX , não codificam para oncoproteínas. TAX é um ativador transcricional → Oncovírus “transativador”, causa proliferação celular.
São vírus T- linfotrópicos: HTLV-I primariamente células T CD4+ e HTLV-II primariamente células T CD8+

Endémico no Japão, Caraíbas, África Equatorial, América do Sul. Cada vez mais comum na Europa Ocidental e nos EUA (particularmente nos consumidores de drogas e homossexuais)

TRANSMISSÃO: Mesmas vias que HIV mas diferenças na eficácia:


- Transmissão mãe-filho
- Transmissão pós-natal ligada à transferência de linfócitos infetados através da amamentação, não parece haver transmissão in útero
- Transmissão sexual devido à passagem de linfócitos infetados do sémen
- Transmissão parenteral

→A maior parte dos indivíduos infetados por HTLV-1 são portadores assintomáticos

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
- Leucemia ou linfoma da célula T adulta (ATL): Cerca de 1-3% de indivíduos infetados desenvolverão eventualmente esta leucemia agressiva.
Após um período assintomático, o doente pode desenvolver pré-ATL. 50% permanecem assintomáticos mas há uma expansão clonal de células T que podem ser alteradas morfologicamente
50% dos doentes com pré-ATL progridem para ATL crónica - lesões da pele (micoses fungóides) e altas contagens de leucócitos. Depois progridem para ATL aguda dentro de vários meses
e a sobrevivência é de meses.
A oncogénese do HTLV demora cerca de 20-30 anos: a infeção induz a transformação de uma população policlonal de linfócitos T, a transformação não corresponde à formação de tumor
(células transformadas mas não oncogénicas) e são necessários mais eventos (talvez anormalidades cromossómicas)
- Mielopatia associada a HTLV-1 (paraparésia espástica tropical (HAM / TSP) – doença neurológica degenerativa crónica, não oncogénica.

CAPACIDADE TRANSFORMADORA DO HTLV - O HTLV pode transformar os linfócitos T em cultura. Integra mas pensa-se que o HTLV-1 não tem um local de integração preferencial que possa
levar à ativação de genes nas células. Acredita-se que o vírus aumenta a proliferação das células T - Expansão da população de células T na qual um evento de malignidade pode ocorrer.
➔ PROTEÍNA TAX é importante para transformação celular – ativador transcricional capaz de trans-activar muitos genes e promotores celulares. Múltiplos efeitos em proteínas
reguladoras da mitose, apoptose e reparação do DNA
Hepatite viral é uma doença sistémica envolvendo primariamente o fígado. Doença clínica caracterizada por: febre, sintomas gastrointestinais tais como náusea e vómitos, e icterícia MAS
estes vírus são muito diferentes entre eles na estrutura, modo de replicação, modo de transmissão, tempo de duração da doença e sequelas
O vírus da hepatite A (HAV) e o vírus da hepatite B (HBV) são os vírus da “hepatite clássica” Os vírus da hepatite C, D e E são denominados de “vírus da hepatite não A, não B”(NANBH)

ESTRUTURA, REPLICAÇÃO E PATOGÉNESE EPIDEMIOLOGIA


Família Picornaviridae, Classe Baltimore Classe IV - Hepatovirus Consumo de água, frutos do mar e outros alimentos contaminados (principalmente mariscos, ostras e mexilhões)
ssRNA (+) Sem invólucro. Cápside icosaédrica (27 nm de diâmetro) FÁCIL DISSEMINAÇÃO NUMA COMUNIDADE: maioria das pessoas infetadas é contagiosa 10 - 14 dias antes do
→ Existe apenas um serótipo de HAV e este vírus só infeta o homem aparecimento dos sintomas
Transmissão Fecal-Oral, Através de produtos sanguíneos ou SURTOS: difícil identificar a fonte (devido à excreção assintomática e longo período de incubação)
Atividade sexual (oro-anal) Indivíduos com risco elevado de infeção: Homossexuais, Toxicómanos drogas endovenosas e Viajantes para países
- Aquisição via oral: Penetra na corrente sanguínea pelo endémicos
revestimento epitelial da orofaringe ou do intestino. Por virémia, ➔ Em Portugal HAV exibe agora expressão epidémica
atinge as células parenquimatosas do fígado. Replica-se nos Cerca de 40% dos casos agudos de hepatite são causados por HAV
hepatócitos e nas células de Kupffer, sem produzir efeitos citopáticos. Incidência relativamente alta de infeção diretamente relacionada com condições precárias de higiene e
Libertado na bilis e daí vai para as fezes. aglomerações
EXCREÇÃO: Nas fezes (grandes quantidades) 10 dias antes do MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
aparecimento de sintomas de icterícia ou da deteção do anticorpo. Frequência e gravidade de sinais e sintomas depende, em regra, da idade
ELIMINAÇÃO DE CÉLULAS INFETADAS E IMUNOPATOLOGIA: Infeção só é sintomática em 30% dos casos com idade inferior a 6 anos
Necessárias células naturais killer e células T citotóxicas, anticorpo, Crianças mais velhas e adultos: a infeção provoca geralmente doença clínica (hepatite aguda) em mais de 70% dos
complemento e citotoxicidade celular dependente de anticorpo casos.
também contribuem SINTOMAS: Resultam do dano hepático mediado pelo sistema imune. Ocorrem abruptamente: 15 a 50 dias após a
- Proteção do anticorpo contra a reinfeção é duradoura exposição. febre, fadiga, náusea, perda de apetite e dores abdominais, urina escura, fezes claras e icterícia
Não causa infeção crónica e não está associado com cancro hepático eventualmente com dor abdominal e prurido
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRATAMENTO
Pesquisa de IgM anti-HAV, por ELISA ou radioimunoensaio: Evitar o consumo de água ou alimentos potencialmente contaminados. Lavagem apropriada das mãos, sobretudo em
diagnóstico de infeção aguda creches, hospitais. Tratamento da água potável com cloro.
Anti-HAV total: determina o estado imunitário de um indivíduo Profilaxia com globulina sérica imune administrada antes ou logo no início do período de incubação.
Vacinas inativadas aprovadas pelo FDA. Vacina viva em uso na China
ESTRUTURA E REPLICAÇÃO PATOGÈNESE
Família Hepadnaviridae. Dependendo da resposta imune do indivíduo à infeção, pode causar: Doença aguda ou doença
Genoma DNA, circular, parcialmente cadeia dupla (3.2 kb). Com invólucro, mas resistente aos crónica sintomática ou assintomática.
agentes físicos e químicos (grande quantidade de proteínas) - auxiliam na transmissão da →A detecção dos HBsAg e HBeAg no sangue indica uma infeção ativa
doença de pessoa a pessoa e dificultam a desinfeção Vírus inicia a replicação no fígado (até 3 dias após infeção)
No soro de doentes infetados podem ser visualizados 3 tipos de partículas: Dane (42nm): Período de incubação: média 60-90 dias (45-180 dias). Infeção pode ter período relativamente
únicas infeciosas, esféricas (22 nm) e filamentosas (200 nm). longo sem causar dano hepático ou sintomas
Embora sendo um vírus de DNA, codifica uma transcriptase reversa e replica-se por meio Replicação em hepatócitos (efeito citopático mínimo) MAS, cópias do genoma do HBV
de um intermediário de RNA produzindo e libertando partículas antigénicas de HBs. integram-se na cromatina dos hepatócitos e permanecem latentes
4 FASES ABERTAS DE LEITURA (ORF) genes S, C, P, X: Transmissão: sexual, parenteral e perinatal (Sangue contaminado, partilha de
PROTEÍNAS DO INVÓLUCRO: possuidoras do determinante AgHBs, Major – S, Média - pré-S2 / agulhas/seringas, contato pessoal íntimo…)
S e Grande - pré-S1 / pré-S2 / S, DNA POLIMERASE, PROTEÍNAS DA NUCLEOCÁPSIDE: AgHBc Zonas endémicas: Transmissão vertical e associada a contacto
- gene C e AgHBe - pré-C/C e PROTEÍNA X Zonas não endémicas: Transmissão principalmente parenteral e sexual
→Ao contrário do provirus DNA dos retrovirus o cccDNA não necessita de se integrar no →GENÓTIPO C ASSOCIADO A DOENÇA MAIS SEVERA
genoma celular. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
TRANSCRITASE REVERSA: Elevados níveis de produção de vírus. Sem capacidade “proof reading” INFEÇÃO AGUDA: Longo período de incubação: Febre, mal-estar, Anorexia. Seguidos de náusea,
(detetar erros) durante a multiplicação do HBV - aparecimento de mutantes virais vómitos, desconforto abdominal e calafrios. Seguidos de sintomas ictéricos clássicos de dano
Existem muitas variantes geneticamente distintas mas intimamente relacionadas, que se hepático icterícia, urina escura, fezes pálidas. Pode promover reações de hipersensibilidade
encontram em equilíbrio em determinado momento =QUASISPECIES. causadas por complexos imunes de HBsAg e anti-HBs: erupção cutânea, poliartrite, febre,
A seleção destes mutantes é feita por pressão seletiva sobre o HBV: endógena (resposta vasculite necrosante aguda e glomerulonefrite.
imunológica do hospedeiro) ou exógena (vacinas e antivíricos). INFEÇÃO CRÓNICA: ̴5% - 10% das pessoas portadoras de infeções por HBV evoluem para infeção
MUTANTES DO GENE P (polimerase): Podem afetar a eficiência de replicação. Responsáveis crónica - são as principais fontes de disseminação do vírus e estão em risco de doença
pela resistência à terapêutica antiviral fulminante se forem co-infectadas com o HDV.
MUTANTES DO GENE S (pré-S/S) = “Escape mutant”: Alteração conformacional que afeta CARCINOMA HEPATOCELULAR: HBV é considerado o segundo carcinogéneo imediatamente a
ligação dos Ac neutralizantes. Mutantes não neutralizados pelo anti-HBs seguir ao tabaco. 50-80% dos carcinomas hepatocelulares desenvolvem-se nos portadores
MUTANTES DO GENE C = “mutantes AgHBe-negativo”. Ausência da síntese de AgHBe crónicos. A maioria desenvolve-se após 30 ou mais anos de infeção crónica
Antigénios do HBV: Mecanismos de oncogénese: Efeito direto: Integração de sequências de ácido nucleico viral
HBsAg, hepatitis B surface antigen: antigénio de superfície, no invólucro- INFEÇÃO EM CURSO no DNA da célula. Efeitos indiretos: devidos à resposta imunológica e inflamatória,
HBcAg, hepatitis B core antigen: Antigénio do core, no capsídeo icosaédrico
HBeAg, hepatitis B “e” antigen: Proteína do antigénio “e”, associada à nucleocápside.Indica
replicação viral - ALTA INFECCIOSIDADE E DOENÇA ATIVA
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRATAMENTO
Diagnóstico inicial baseado nos sintomas clínicos e nas enzimas hepáticas no sangue Imunoglobulina da hepatite B (para prevenir ou atenuar a doença) pode ser administrada
Distinção entre hepatite aguda de crónica: Feita pela presença de HBsA g e de HBeAg no soro dentro de 1 semana após exposição e a bebés recém-nascidos de mães portadoras de HBsAg.
e pelo padrão de anticorpos aos antígenos individuais do HBV: Hepatite B aguda normalmente não necessita de tratamento específico - sistema imunitário
HBsAg: doença aguda ou crónica Anti-HBs imunidade: vacinação ou cura, sem doença ativa controla a infeção e consegue eliminar o vírus.
IgM anti-HBc infeção aguda (recente) IgG anti-HBc infeção antiga Hepatite B crónica: Interferão α-2bα, Interferão peguilado α-2ª, Lamivudina, entecavir,
HBeAg alta infecciosidade anti-HBe baixa infecciosidade tenofovir (antiretrovíricos, atividade na TR; inibidores da polimerase HBV) Adefovir dipivoxil
(análogos de nucleósidos)
Vacinação pré-exposição: AgHBs recombinante (lactentes, crianças, …)
Vacinação pós-exposição: Útil na exposição perinatal, acidental HBsAg ou sexual a AgHBs +
ESTRUTURA E REPLICAÇÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Família Flaviviridae →EVOLUÇÃO PARA A CRONICIDADE É MUITO SUPERIOR NA HEPATITE C DO QUE NA B
Genoma ssRNA (+). Com invólucro Período de incubação : 6-7 semanas
Infeta somente humanos e chimpanzés. Rastreio obrigatório nos bancos de sangue. Infeção persistente: 70% e 40% portadores assintomáticos
Transmitido pelas mesmas vias que o HBV - Maior propensão para causar doença crónica A progressão para cirrose pode demorar 20 anos e carcinoma hepatocelular pode demorar
➔ Aumento o risco para carcinoma hepatocelular. 30 anos.
Codifica para um polipeptídeo único que é processado em várias proteínas virais, dando Carcinomas hepatocelulares que se desenvolvem em hepatite C crónica são normalmente
origem às proteínas: estruturais (core, E1, E2 e p7) que constituem a partícula viral e não associados a cirrose
estruturais (NS2, NS3, NS4A, NS4B, NS5A, e NS5B) que participam na replicação e reunião Sugere um papel indireto do HCV na carcinogénese hepatocelular provavelmente por
do virião. regeneração celular contínua devida ao processo microinflamatório crónico, o que predispõe
Ausência de “proof reading” da RNA-polimerase dependente de RNA (NS5B) elevada taxa de os hepatócitos para mutações e transformação maligna.
mutação →NÃO EXISTE RESPOSTA PROTETORA DE ANTICORPOS.
Região hipervariável ( HVR1 ) identificada na região que codifica para a proteína do invólucro. TRANSMISSÃO: parenteral ( responsável por 60-70% dos casos ), sexual ( 6-11% casos - menos
Variablidade genética: 6 genótipos, múltiplos subtipos, “quasispecies” → superinfecção com eficaz que HBV) e desconhecida ( 40% casos): Transmissão perinatal (mãe-filho).
mais de um genótipo Principalmente por via sanguínea (corte, ferida ou partilha de seringas)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Pesquisa de anticorpo anti-HCV (ELISA, pode ser confirmado por WB) ou Deteção do genoma Interferão α ou interferão pegilado e/ou ribavirina, dirigidos à protease (NS3/4A), proteína
do RNA. A presença de anti-HCV evidencia uma exposição ao vírus. NS5A e polimerase (NS5B). Os inibidores da polimerase incluem análogos de nucleótidos e
Para distinguir entre infeção crónica ou resolução da doença é necessário teste para detetar não análogos. (Daclatasavir, simeprevir, sofosbuvir,…)
a presença do RNA HCV

ESTRUTURA E REPLICAÇÃO
RNA circular, cadeia simples, polaridade +. Nucleocápside do antígeno delta. Invólucro contendo HBsAg
HDV (agente delta) responsável por 40% dos casos de infeções de hepatite fulminante
Diferente dos outros vírus pois usa o HBV e as proteínas das células-alvo para se replicar e produzir a sua única proteína - O AgHD é a única proteína codificada pelo genoma do HDV.
É um “parasita viral”
Vírus defetivo: necessita do HBV para a replicação e transmissão HBsAg é essencial para o empacotamento do vírus → Só ocorre infeçaõ em índividuos com HBV
CO-INFEÇÃO = primo-infeção simultânea por HBV e HDV SUPER-INFEÇÃO = primo-infeção por HDV num indivíduo já infetado cronicamente pelo HBV
TRANSMISSÃO: parenteral, sexual (menos eficaz que HBV) e perinatal (mãe-filho) – rara
Infeta crianças e adultos com infeção subjacente por HBV - Distribuição mundial, Endémico no sul da Itália, Bacia Amazónica, partes da África e Oriente Médio
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Pesquisa do genoma de RNA, do antígeno delta ou de anticorpos anti-HDV Não existe tratamento específico para a hepatite D aguda. A hepatite D crónica pode ser
Na co-infeção não fica nenhum marcador serológico para indicar a infeção passada por HDV tratada com interferon alfa
- Importante o despiste sistemático do HDV nos portadores de AgHBs Prevenção da infeção com HBV evita a infeção por HDV
Vacina de HBV protege contra a infeção subsequente com o vírus delta

Família Hepeviridae. Vírus ssRNA+. Sem invólucro, estável aos ácidos.


Disseminado predominantemente pela via fecal-oral, em especial pela água contaminada.
Os sintomas e o curso da doença por HEV são semelhantes aos da doença por HAV (mas podem ocorrer mais tarde) - HEV causa apenas doença aguda.
Taxa de mortalidade: 1% a 2% ( ̴ 10 vezes ˃ do que na doença por HAV) MAS em gestantes a taxa de mortalidade: ̴ 20%

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