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Um determinado medicamento pode ser identificado por seu nome comercial (ou de
fantasia), pelo nome genérico da substância ativa ou então pelo seu respectivo nome
químico.
NOME DE FANTASIA
NOME QUÍMICO
Nome químico é o nome do composto indicado como substância ativa (responsável pela
ação farmacológica) presente no medicamento. Embora exista apenas um nome químico
oficial, aprovado pela União Internacional de Química Pura e Aplicada, o qual identifica
uma determinada substância ativa, costuma-se usar uma variedade de nomes
tradicionais. Estes últimos são utilizados por serem mais simples e mais fáceis de
lembrar.
NOME GENÉRICO
O nome genérico é usado para identificar uma substância ativa pertencente a uma classe
particular. A utilização do nome genérico diminui sensivelmente o problema na
identificação dos medicamentos, evitando a confusão gerada pela existência de vários
nomes de fantasia para um mesmo produto. Por outro lado, apresenta-se como
alternativa no uso do nome químico, o qual geralmente é longo e de difícil
memorização. Como forma de padronizar os nomes genéricos utilizados no Brasil, estes
devem seguir a chamada Denominação Comum Brasileira (DCB).
O exemplo, a seguir, pode tornar mais fácil o entendimento e mais nítida a diferença
entre os nomes de fantasia, químico e genérico.
Tendo em vista os diferentes nomes usados para designar um mesmo medicamento, sua
interferência na vida diária das pessoas e seu papel na manutenção de um mercado
muito lucrativo, algumas considerações são fundamentais.
Como os nomes de fantasia são aqueles utilizados correntemente nas grandes e abusivas
campanhas publicitárias, a maioria das pessoas simplesmente desconhece qual é a
substância ativa presente num medicamento de seu uso freqüente. Por outro lado, tem
sido cada vez mais comum o registro de quadros alérgicos provocados pelo consumo de
medicamentos, o que é agravado pela dificuldade de acesso rápido dos cidadãos a
informações corretas e seguras. Representativo deste problema é o caso de pessoas
alérgicas ao ácido acetilsalicílico. Muitas dessas pessoas fazem uso de um medicamento
alternativo como, por exemplo, Ronalâ , e mesmo assim, desenvolvem o processo
alérgico. Numa análise mais cuidadosa pode-se verificar que este processo ocorre
porque tanto a Aspirinaâ quanto o Ronalâ , embora tendo nomes de fantasia diferentes,
apresentam a mesma substância ativa, cujo nome genérico é ácido acetilsalicílico. O uso
dos nomes genéricos poderia impedir este fato lamentável, já que a substância ativa em
questão teria a mesma denominação em ambos os produtos, independente de serem
produzidos por empresas diferentes.
Outro problema relacionado ao uso dos nomes de fantasia é o de nomes que induzem a
erros, o que é proibido pela legislação brasileira. Segundo o Decreto 79.094, de 5 de
janeiro de 1977, os medicamentos não podem Ter nomes ou designações que induzam a
erros quanto à sua composição, finalidade, indicação, aplicação, modo de usar e
procedência. Porém, é comum encontrar-se no mercado produtos cujos nomes sugerem
uma interpretação distorcida. Como exemplo, podem ser citados alguns medicamentos
para uso geriátrico com nomes fantasia do tipo: Tesureneâ , Normasexâ , Vitalongâ ,
etc.
A legislação vigente também exige que os medicamentos sejam designados por nomes
que os distingam dos demais produtos do mercado ou de outros fabricantes. Igualmente
é vedado o uso de nomes iguais ou assemelhados para produtos de composição
diferente. No entanto, pode-se encontrar no comércio exemplos extremos de
possibilidades de gerar confusão, tais como as denominações Coristina Câ
(comprimidos contendo paracetamol), Coristina Dâ (comprimidos contendo ácido
acetilsalicílico) e Coristina Râ (cápsulas contendo salicilamida). Da mesma forma, a
existência de medicamentos com nomes de fantasia como Teldeneâ e Feldeneâ , é capaz
de induzir confusão com conseqüências graves, já que o primeiro é um agente anti-
histamínico e o segundo, um antiinflamatório.
Também em relação aos nomes genéricos ocorrem muitas vezes enganos com nomes
semelhantes, por exemplo, betaína e betanidina, anrinona e amiodarona, tetracaína e
tetraciclina. Isto reforça a necessidade do usuário saber precisamente o nome do produto
que está utilizando, seja o nome genérico ou de fantasia.
Entretanto, para que isto seja possível, é necessária e urgente a definição de uma política
nacional de medicamentos voltada à maioria da população, aliada a uma política de
desenvolvimento científico e tecnológico conseqüente e efetiva.