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TESTE DE SENSIBILIDADE

AOS ANTIMICROBIANOS
Prof. Ms Flávio Antônio de Melo
“Para que o antimicrobiano exerça sua atividade,
primeiramente deverá atingir concentração ideal no local da
infecção, ser capaz de atravessar, de forma passiva ou
ativa, a parede celular, apresentar afinidade pelo sítio de
ligação no interior da bactéria e permanecer tempo
suficiente para exercer seu efeito inibitório”
Resistência a Antimicrobianos
• As bactérias utilizam com freqüência mais
de um mecanismo para evitar a ação do
antimicrobiano
• A resistência pode ser de uma
propriedade intrínseca de uma espécie
bacteriana ou adquirida por alteração no
DNA
Resistência a Antimicrobianos
• A alteração do DNA pode ocorrer de duas
formas:
Indução de mutação no DNA nativo
Introdução de um DNA estranho – Genes
de resistência – que podem ser
transferidos entre gêneros e espécies
diferentes
1. Alteração da permeabilidade
• A permeabilidade • Ocorre em bactérias
limitada é responsável gram-negativas pela
pela resistência perda de porinas
intrínseca dos bacilos
Gram-negativos à
penicilina, eritromicina,
clindamicina e
vancomicina e pela
resistência de
Pseudomonas
aeruginosa ao
trimetoprim
2. Alteração do sítio de ação do
antimicrobiano
• As bactérias podem
adquirir um gene que
codifica um novo produto
resistente ao antibiótico,
substituindo o alvo
original
• Staphylococcus aureus
resistente à oxacilina e
estafilococos coagulase-
negativos produzem uma
proteína de ligação da
penicilina (PBP ou
PLP) resistente aos β-
lactâmicos
3. Bomba de efluxo
• O bombeamento ativo de
antimicrobianos do meio
intracelular para o
extracelular, isto é, o seu
efluxo ativo, produz
resistência bacteriana a
determinados
antimicrobianos. A
resistência às
tetraciclinas codificada
por plasmídeos em
Escherichia coli resulta
deste efluxo ativo.
4. Mecanismo enzimático
• O mecanismo de • Nas bactérias Gram-
resistência bacteriano negativas, o papel das β-
mais importante e lactamases na resistência
freqüente é a degradação bacteriana é complexo e
do antimicrobiano por extenso
enzimas
• A resistência quase
universal de S. aureus à
penicilina é mediada por
uma β-lactamase
induzível, codificada por
plasmídio
ANTIBIOGRAMA
Teste de Sensibilidade
aos Antimicrobianos
(TSA)
Teste de Sensibilidade aos
Antimicrobianos (TSA)

• Definição

“Técnica destinada à determinação da


sensibilidade bacteriana in vitro frente a
agentes antimicrobianos”
Teste de Sensibilidade aos
Antimicrobianos (TSA)

“Avalia o padrão de sensibilidade da


bactéria diante de concentrações pré-
estabelecidas de antimicrobianos,
correlacionados com nível sérico”
Teste de Sensibilidade aos
Antimicrobianos (TSA)

• Orienta a escolha da terapia antimicrobiana


mais adequada

• Representa uma importante ferramenta no


monitoramento da evolução da resistência
bacteriana
Teste de Sensibilidade aos
Antimicrobianos (TSA)

• Método auxiliar na implantação de medidas


de controle que evitem a disseminação de
bactérias multirresistentes

• Adaptação do uso racional para terapia


empírica através de dados locais
Teste de Sensibilidade aos
Antimicrobianos (TSA)
• Indicado para:
- microrganismo cujo padrão de suceptibilidade
não é previsível
- Isolados clinicamente significantes
- Importante nos estudos epidemiológicos e de
novos agentes antimicrobianos
- Padronizações definidas para organismos
aeróbios e facultativos (CLSI – Br Cast)
Técnicas para avaliação da
sensibilidade aos antimicrobianos
• Metodos:
- Quantitativos: MIC – Determina a
Concentração Inibitória Mínima ou seja, a
menor concentração do antimicrobiano
que inibe o crescimento bacteriano.

- Qualitativo: Categoria – S, I, R.
Técnicas para avaliação da
sensibilidade aos antimicrobianos

• Macrodiluição em tubos
• Microdiluição em caldo
• Ágar-diluição
• Etest®
• Disco-difusão (Kirby & Bauer)
• Automação - sistemas automatizados
Técnicas para avaliação da sensibilidade
aos antimicrobianos
• Macrodiluição em tubos
Técnicas para avaliação da
sensibilidade aos antimicrobianos

• Microdiluição em caldo
Técnicas para avaliação da
sensibilidade aos antimicrobianos
• Microdiluição em caldo
Teste de microdiluição em caldo
para polimixina B com
concentrações de 16 µg/mL (A) a
0.125 µg/mL (G) cada coluna possui
um microrganismo.

Exemplo:
coluna 11 - Pseudomonas
aeruginosa com CIM 0,5 µg/mL.
Técnicas para avaliação da
sensibilidade aos antimicrobianos
• Etest® - baseia-se na difusão do gradiente
antimicrobiano no ágar para a determinação da
sensibilidade da amostra bacteriana ao
antimicrobiano testado
Técnicas para avaliação da
sensibilidade aos antimicrobianos
• Disco-difusão
“O teste de disco-difusão em ágar foi
descrito em 1966 por Bauer e Kirby.”

Teste de sensibilidade pelo método de disco-difusão


Disco-difusão

• Vantagens do método em ágar:


• Fácil execução;
• Reprodutibilidade;
• Utilização de reagentes de baixo custo;
• Resultados de fácil interpretação clínica;
• Flexibilidade quanto à escolha dos
antimicrobianos e a não exigência de
equipamentos especiais.
Teste de sensibilidade aos antimicrobianos
Disco difusão - Procedimento

Inóculo - cultura pura


Teste de sensibilidade aos antimicrobianos
Disco difusão - Procedimento

Inoculação do meio Muller Hinton com swab


Método de Difusão em Agar

Disco de
antibiótico
Teste de sensibilidade aos antimicrobianos
Leitura - medida do halo de inibição
Interpretação do Antibiograma
• Sensível: o isolado é inibido por concentrações
usuais de antimicrobianos
• Intermediário: eficácia clínica em sítios do
corpo nos quais as drogas são fisiologicamente
concentradas (ex. quinolonas na urina) ou qdo
uma dose maior que a usual pode ser utilizada.
• Resistente: Isolado não serás inibido pela
concentração sistemica usualmente alcançada
pela droga.

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