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Cuidado farmacêutico na

antibioticoterapia

Ma. Adryella Luz


PRINCÍPIOS GERAIS PARA O USO DE
ANTIBACTERIANOS
PRINCÍPIOS

1. É necessário o conhecimento do espectro de


ação, doses e forma de administração adequada
dos antibacterianos disponíveis.

3
PRINCÍPIOS

2. É importante se ter um diagnóstico


bacteriológico, antes de se iniciar a
antibioticoterapia.

4
PRINCÍPIOS

3.A terapêutica inicial deve ser dirigida


aos patógenos que habitualmente
causam aquele tipo de infecção (Ex:
pneumonias)

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PRINCÍPIOS

4. Conhecer a sensibilidade dos microrganismos


aos antibacterianos.

6
Disco Difusão
Disco Difusão em Ágar
Princípio do teste

• Baseia-se na difusão do antimicrobianos do disco para o ágar,


levando a formação de um halo de inibição, que é inversamente
proporcional ao CIM.
• Os resultados são obtidos a partir das medidas dos diâmetros das
zonas de inibição, e seus valores são comparados aos padrões
definidos.
Disco Difusão em Ágar
Leitura e Interpretação

halo = 30mm
Disco Difusão em Ágar
Leitura e Interpretação
ETEST®
Princípio do Método
Microdiluição em caldo
Leitura e Interpretação

S - Sensível, dose padrão:


• Um microrganismo é categorizado como Sensível, dosagem padrão*,
quando há uma alta probabilidade de sucesso terapêutico utilizando o
regime de dosagem padrão do agente.

*Exposição depende do modo como, a via de administração, a dose, o


intervalo entre as doses, o tempo de infusão assim com a distribuição, o
metabolismo e a excreção do antimicrobiano, influenciam o
microrganismo no local da infecção
Leitura e Interpretação

I – Sensível, aumentando exposição:


• Um microrganismo é categorizado como Sensível, aumentando
exposição* quando há uma alta probabilidade de sucesso terapêutico
porque a exposição foi aumentada ajustando-se o regime de dosagem
ou sua concentração no local de infecção.

*Exposição depende do modo como, a via de administração, a dose, o


intervalo entre as doses, o tempo de infusão assim com a distribuição, o
metabolismo e a excreção do antimicrobiano, influenciam o
microrganismo no local da infecção.
Leitura e Interpretação
R - Resistente:
• Um microrganismo é categorizado como Resistente quando há alta
probabilidade de falha terapêutica mesmo quando há aumento da
exposição*.

*Exposição depende do modo como, a via de administração, a dose, o


intervalo entre as doses, o tempo de infusão assim com a distribuição, o
metabolismo e a excreção do antimicrobiano, influenciam o
microrganismo no local da infecção.
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Exame: CULTURA - Material: ESCARRO
Setor: MICROBIOLOGIA
ESCARRO 1º AMOSTRA
Método: Manual
Data de Validação: 26/09/2008 Data de
Laudo: Final
14:47 Referência: 26/09/2008
Item Resultado

1 Pseudomonas aeruginosa
2 Cepa mucoide
3 Pseudomonas aeruginosa
4 Cepa não mucoide
5 Grupo CESP
6 Staphylococcus aureus

Amicacina R
Aztreonam S
Cefepima S
Ceftazidima S
Ciprofloxacina S
Gentamicina R
Imipenem S
Levofloxacina S
Meropenem S
Polimixina B S
Ticarcilina/Ac Clav S
Mic:
Caso o campo de leitura de interpretação do antibiótico esteja em branco entenda - se
como antibiótico
não testado.
GRUPO CESP - (Citrobacter freundii., Enterobacter spp., Serratia marcescens.,
Providencia spp.,
Pseudomonas aeruginosa.,
Morganella morganii., e Proteus vulgaris.,).
Os resultados do teste de sensibilidade de disco-difusão são padronizados de acordo
com as normas do
"Clinical and Laboratory
Standards Institute" (CLSI) e adaptado à algumas realidades Nacionais.
Amicacina R
Aztreonam S
Cefepima I
Ceftazidima I
Ciprofloxacina R
Gentamicina R
Imipenem I
Levofloxacina R
Meropenem S
Polimixina B S
Ticarcilina/Ac Clav R
Mic:
Caso o campo de leitura de interpretação do antibiótico esteja em branco entenda - se
como antibiótico
não testado.
GRUPO CESP - (Citrobacter freundii., Enterobacter spp., Serratia marcescens.,
Providencia spp.,
Pseudomonas aeruginosa.,
Morganella morganii., e Proteus vulgaris.,).
Os resultados do teste de sensibilidade de disco-difusão são padronizados de acordo
com as normas do
"Clinical and Laboratory
Standards Institute" (CLSI) e adaptado à algumas realidades Nacionais.
Ciprofloxacina R
Clindamicina S
Gentamicina S
Levofloxacina R
Linezolida S
Moxifloxacina S
Oxacilina S
Rifampicina S
Sulfa/Trimet S
Teicoplanim S
Vancomicina S
Mic:
Caso o campo de leitura de interpretação do antibiótico esteja em branco entenda - se
como antibiótico
não testado.
A rifampicina não deve ser usada isoladamente no tratamento de infecções por
Staphylococcus spp.
Staphylococcus spp podem desenvolver resistência as fluoroquinolonas durante terápia
prolongada.
Os resultados do teste de sensibilidade de disco-difusão são padronizados de acordo
com as normas do
"Clinical and Laboratory
Standards Institute" (CLSI) e adaptado à algumas realidades Nacionais.
Este isolado apresentou resistência à oxacilina, indicando resistência à todos os agentes
beta-lactâmicos: Penicilinas,
cefalosporinas, combinações de beta-lactâmicos-inibidores de beta-lactamase,
carbapenens e aztreonam,
Exame: CULTURA - Material: ASPIRADO
Setor: MICROBIOLOGIA
ASPIRADO TRAQUEAL TRAQUEAL
Método: Manual
Data de Validação: 01/10/2008 Data de
Laudo: Final
08:47 Referência: 01/10/2008
Item Resultado

1 Superior à 1.000.000 UFC/mL


2 Pseudomonas aeruginosa
3 Grupo CESP
4 Entre 100.000 à 1.000.000 UFC/mL
5 Proteus mirabilis

Amicacina S
Aztreonam S
Cefepima S
Ceftazidima S
Ciprofloxacina S
Gentamicina S
Imipenem S
Levofloxacina S
Meropenem S
Polimixina B S
Ticarcilina/Ac Clav S
Mic:
Caso o campo de leitura de interpretação do antibiótico esteja em branco entenda - se
como antibiótico
não testado.
GRUPO CESP - (Citrobacter freundii., Enterobacter spp., Serratia marcescens.,
Providencia spp.,
Pseudomonas aeruginosa.,
Morganella morganii., e Proteus vulgaris.,).
Os resultados do teste de sensibilidade de disco-difusão são padronizados de acordo
com as normas do
"Clinical and Laboratory
Standards Institute" (CLSI) e adaptado à algumas realidades Nacionais.
______________________________________________________________________
______________________________
Amicacina S
Amoxacilina/ácido clavulânico S
Cefalotina R
Cefepima R
Ceftazidima R
Ceftriaxona R
Ciprofloxacina R
Gentamicina R
Imipenem S
Meropenem S
Piperacilina/Tazo S
Mic:
Material: SANGUE
Exame: HEMOCULTURA Setor: MICROBIOLOGIA
TOTAL
Método: Bactec/Manual
Data de Validação: 13/02/2008 Data de
Laudo: Final
11:19 Referência: 13/02/2008
Item Resultado
1 Staphylococcus aureus
Ciprofloxacina
Clindamicina R
Gentamicina S
Levofloxacina S
Linezolida S
Moxifloxacina S
Oxacilina R
Rifampicina S
Sulfa/Trimet S
Teicoplanim
Vancomicina S
Mic:
Caso o campo de leitura de interpretação do antibiótico esteja em branco entenda - se
como antibiótico
não testado.
A rifampicina não deve ser usada isoladamente no tratamento de infecções por
Staphylococcus spp.
Staphylococcus spp podem desenvolver resistência as fluoroquinolonas durante terápia
prolongada.
Os resultados do teste de sensibilidade de disco-difusão são padronizados de acordo
com as normas do
"Clinical and Laboratory
Standards Institute" (CLSI) e adaptado à algumas realidades Nacionais.
Este isolado apresentou resistência à oxacilina, indicando resistência à todos os agentes
beta-lactâmicos: Penicilinas,
cefalosporinas, combinações de beta-lactâmicos-inibidores de beta-lactamase,
carbapenens e aztreonam,
PRINCÍPIOS

5. A alergia aos antibacterianos deve ser


questionada antes de seu uso.

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PRINCÍPIOS
6. A terapêutica combinada deve ser reservada para as seguintes
situações:
a) Infecções polimicrobianas;
b) Tratamento orientado inicial (empírico), de infecções graves.
c) Necessidade de efeitos sinérgicos, por exemplo, em pacientes
imunocomprometidos e na endocardite infecciosa.

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PRINCÍPIOS

7. Febre, isoladamente, sem outras evidências de


infecção, não é indicação para antibioticoterapia.

32
PRINCÍPIOS
8. Devemos considerar as seguintes possibilidades, caso o paciente
não responda a antibioticoterapia em 72 horas:

a) O agente infeccioso não é aquele suspeito, para o qual se iniciou


a terapêutica empírica.

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PRINCÍPIOS
b)O agente infeccioso é resistente ao antibacteriano utilizado.

c)Existem outros focos infecciosos (metastáticos ou por


contigüidade)

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PRINCÍPIOS
d)Há penetração insuficiente dos antibacteriano no foco infeccioso
(abscesso, por exemplo)

e) Há infecção relacionada a algum corpo estranho

35
PRINCÍPIOS

f) Existe algum déficit imunológico

g) A etiologia da febre não é bacteriana (viroses, doenças


imunológicas, etc.)

36
PRINCÍPIOS
9. A antibioticoterapia não deve ser prolongada
desnecessariamente. Em muitas situações o
antibacteriano pode ser suspenso três dias após a
febre ter cedido.

37
PRINCÍPIOS
10. A adesão do paciente ao tratamento é
fundamental. Para tanto, devem ser analisados
aspectos econômicos e relativos ao intervalo de
tomada dos medicamentos.

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PRINCÍPIOS
11. A forma de administração do antimicrobiano deve ser selecionada
e ajustada individualmente, de acordo com o estado geral e a idade do
paciente, estado imune e nutricional, função renal e hepática,
características metabólicas, possibilidade de usar ou não a via oral.

39
PRINCÍPIOS
12. Para pacientes ambulatoriais é mais lógica a
utilização de medicamentos que possam ser
tomados a intervalos maiores, e, preferencialmente
por via oral.

40
PRINCÍPIOS
13. A profilaxia pré-operatória não deve ser
prolongada excessivamente. Normalmente, uma
dose única pré-operatória é suficiente.

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PRINCÍPIOS
14. Há necessidade de monitorização do nível
sangüíneo de drogas nefrotóxicas em pacientes com
insuficiência renal, por exemplo aminoglicosídeos e
vancomicina.

42
PRINCÍPIOS

15. Interações com outras drogas devem ser


levadas em conta.

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PRINCÍPIOS

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PRINCÍPIOS
Comparação das taxas de mortalidade em recentes estudos de
pacientes com infecções bacterianas graves:
Terapia antimicrobiana adequada vs. inadequada

100 91
90 Adequada
80 Inadequada
69,4
70
Mortalidade (%)

61,9
60
50
38 37 37 37 39
40 31,3
28,4
30 24
20 15,4

10
0
Luna et al. Rello et al. Kollef & Ibrahim et Vallés et al Harbarth et
Ward al al.
Seguimento de Pacientes em
Antibioticoterapia
Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

O trabalho do farmacêutico adquire um componente


extremamente importante para conseguir resultados satisfatórios
quanto à eficácia do tratamento, segurança para o paciente, e
economia financeira para a instituição e comunidade com o uso
racional.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

Em primeiro lugar a anamnese farmacêutica fornecerão


as informações sobre o histórico de alergias, outras
drogas utilizadas, as possíveis interações
medicamentosas, e as reações adversas dos
antibacterianos utilizados pelo paciente.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

É sempre útil verificar a função renal e hepática


do paciente, e se necessário ajustar as dosagens
e/ou intervalo de doses.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

No caso das drogas hepatotóxicas e nefrotóxicas a monitoração


farmacocinética também é desejável. Em pacientes idosos,
freqüentemente ocorrem falências orgânicas, o que leva a
alteração de esquemas posológicos, além do que estes pacientes
são mais susceptíveis a efeitos tóxicos e reações de
hipersensibilidade.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

A farmacocinética do antibacteriano a ser utilizado deve ser levada


em conta para o tratamento de infecções como S.N.C., articulações,
peritônio, uma vez que a distribuição dos mesmos é variável entre os
diversos agentes antimicrobianos.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

Para o antibacteriano ser efetivo, uma concentração adequada


deve chegar ao sítio infeccioso.
Em pacientes graves, a via de administração preferível é a
intravenosa (por não sofrer alterações de alimentos e pH).

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

Em algumas situações o antibacteriano intravenoso pode ser


substituído pela via oral, como por exemplo, no caso dos
quinolônicos (ciprofloxacina) onde o perfil farmacocinético entre
ambas as vias é extremante semelhante.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

Muitas infecções podem ser tratadas com um único


antibacteriano, porém na maioria dos pacientes graves a melhor
conduta é a associação, portanto os conhecimentos das
interações entre antimicrobiano são fundamentais como
principio básico de terapêutica.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

A associação de antimicrobianos visa prevenir o aparecimento de


cepas resistentes, combater infecções polimicrobianas, como
terapêutica inicial em neutropênicos, diminuição da toxicidade
através da redução de doses, e alcançar sinergismos entre os
diferentes antimicrobianos.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

A maior parte das associações são aditivas ou indiferentes, sendo


que a associação de beta-lactâmicos com aminoglicosídeos são
freqüentemente sinérgicas, sendo que o uso de dois beta-
lactâmicos deve ser evitado, pois pode induzir a produção de
enzimas beta-lactamases, que tornaram a cepa resistente ao
antimicrobiano.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia
Quando se tratar de pacientes gestantes deve-se verificar o grau
de risco do FDA (Quadro 01), para as drogas prescritas e se for
possível utilizar somente aquelas que apresentam classificação A
e B, no caso das drogas C só utilizá-las quando o beneficio for
maior do que o risco de danos fetais.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia
Risco na gravidez:
Categoria A: sem risco documentado
Categoria B: estudos animais (com risco) porém sem evidência de risco
em humanos
Categoria C: Toxicidade animal, estudos em humano inadequados.
Benefício pode justificar o risco
Categoria D: evidência de risco em humanos, benefícios devem ser
criteriosamente considerados
Categoria X: anormalidades fetais em humanos, risco maior que
benefício
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Droga Categoria de Risco (FDA)

Aminoglicosideos D
Penicilinas, cefalosporinas B
Imipenem C
Meropenem B
Ciprofloxacina, ofloxacina, levofloxacina C
Eritromicina, azitromicina B
Claritromicina C
Metronidazol B
Sulfamidas/trimetoprima C
Tetraciclina D
Vancomicina C
Anfoterecina B B
Fluconazol, itraconazol, cetoconazol C
Terbinafina B
Albendazol, mebendazol C
Quinina X
Cloroquina, quinidina, pirimetamina C
Talidomida X
Pirazinamida, rifampicina C
Aciclovir, fanciclovir C
Antiretrovirais C

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

O farmacêutico deve estar atento se as prescrições


médicas estão de acordo com os protocolos clínicos
em relação à droga, dosagem e tempo de tratamento
e sempre que possível deve participar da elaboração
do plano terapêutico.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

No caso de pacientes ambulatoriais, onde o


farmacêutico não tem contato com o médico,
deve-se após a anamnese entrar em contato com
o prescritor se houver alguma dúvida.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

Os efeitos colaterais devem ser orientados ao


paciente, bem como os melhores horários de
administração, sempre consultando a monografia da
droga para verificar se a presença de alimento
interfere na absorção do medicamento após utilização
via oral.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

Nos casos em que o paciente não tiver condições financeiras para


adquirir o medicamento, o farmacêutico deverá entrar em contato
com o médico e avaliar possíveis mudanças no plano terapêutico,
utilizando opções mais econômicas.

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Seguimento de Pacientes em Antibioticoterapia

Se a febre não ceder após 72 horas o médico deve


ser consultado, pois o microrganismo pode ser
resistente, ou a escolha terapêutica empírica pode
não ter sido adequada.

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Muito obrigada!!!!

Adryella Luz

@adryellaluz

(11) 98981-8581

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