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MKT-MDL-02

Versão 00

Fármacos Antimicrobianos
SEMESTRE 2020.02
Leitura Complementar

Capítulos: 37 a 42
*DISPONÍVEL NO EBOOK
Princípios do
tratamento antimicrobiano

➢ O tratamento antimicrobiano aproveita-se das diferenças


bioquímicas que existem entre os microrganismos e os seres
humanos.

➢ Os fármacos antimicrobianos são eficazes no tratamento das


infecções, pois são seletivamente tóxicos; ou seja, eles têm
capacidade de lesar ou matar os microrganismos invasores sem
prejudicar as células do hospedeiro.

➢ Na maioria das situações, a toxicidade seletiva é relativa, em vez de


absoluta, exigindo que a concentração do fármaco seja
cuidadosamente controlada para atingir o microrganismo enquanto
ainda está sendo tolerada pelo hospedeiro.
Escolha do antimicrobiano

Requer o conhecimento:

1) da identificação do microrganismo;
2) da suscetibilidade do organismo com relação a um fármaco em
particular;
3) do local da infecção; *Fatores do paciente:
4) de fatores do paciente*;
5) da segurança do fármaco; Na escolha do antimicrobiano, deve
ser considerada a condição do
6) do custo do tratamento. paciente: a situação do sistema imune,
dos rins, do fígado e da circulação e a
idade do paciente devem ser levadas
em conta. Na mulher, gestação e
amamentação também afetam a
escolha do antimicrobiano.
Tratamento empírico antes da
identificação do microrganismo

• Entretanto, alguns pacientes precisam do tratamento empírico


(administração imediata do(s) fármaco(s) antes da identificação
bacteriana e dos testes de suscetibilidade).

• Inicialmente, pode ser indicado um fármaco de amplo espectro


quando o microrganismo é desconhecido ou se é provável que
haja infecções polimicrobianas.

• A escolha dos fármacos também pode ser orientada pela


associação conhecida de microrganismos particulares em um
dado ambiente clínico.
Fármacos:
bacteriostáticos versus bactericidas

Bacteriostáticos:

• Os fármacos bacteriostáticos inibem o crescimento e a


multiplicação da bactéria no soro (ou urina) em concentrações
que podem ser alcançadas no paciente, limitando, assim, o
agravamento da infecção, enquanto o sistema imune ataca,
imobiliza e elimina os patógenos.

• Se o fármaco é removido antes que o sistema imune tenha


eliminado os microrganismos, pode permanecer um número
viável de microrganismos para iniciar um segundo ciclo de
infecção.
Fármacos:
bacteriostáticos versus bactericidas

Bactericidas:

• Os fármacos bactericidas matam a bactéria nas concentrações


séricas do fármaco alcançadas no paciente.

• Devido à sua ação antimicrobiana mais agressiva, os bactericidas
são, em geral, de escolha no paciente gravemente enfermo e
imunocomprometido.
Fármacos:
bacteriostáticos versus bactericidas

• Embora prática, essa classificação é muito simplista, pois é


possível que um antimicrobiano seja bacteriostático para um
microrganismo e bactericida para outro.

• Por exemplo, Linezolida é bacteriostática contra Staphylococcus


aureus e enterococos, mas é bactericida contra a maioria das
cepas de S. pneumoniae.
Aviso!!

• Nossa aula está programada para


iniciar 10:20.

• Vamos, considerar alguns minutos de


tolerância. Tempo necessário para que
o maior número de alunos realizem sua
conexão no TEAMS e logo em seguida,
iniciaremos nossa aula.
Antimicrobianos
inibidores da parede celular

• Alguns antimicrobianos interferem seletivamente na síntese da


parede celular bacteriana – uma estrutura que as células dos
mamíferos não possuem.

• A parede celular é composta de um polímero denominado


peptidoglicano, que consiste em unidades de glicano unidas umas
às outras por ligações peptídicas cruzadas.

• Os inibidores da síntese de parede celular apresentam eficácia


máxima quando os microrganismos estão se proliferando. Eles têm
pouco ou nenhum efeito em bactérias que não estejam crescendo
e se dividindo.
Antimicrobianos
inibidores da parede celular

1. As PENICILINAS e CEFALOSPORINAS* interferem na última etapa da


síntese da parede bacteriana (transpeptidação ou ligações cruzadas),
resultando em exposição da membrana osmoticamente menos estável.
Então pode ocorrer lise celular, seja pela pressão osmótica, seja pela
ativação de autolisinas.

• A maioria das cefalosporinas é


produzida semissinteticamente
pelo acréscimo de cadeias
laterais ao ácido 7-amino-
cefalosporânico o que confere
maior resistências às β-
lactamases.
Antimicrobianos
inibidores da parede celular

2. Os CARBAPENEMOS, são antimicrobianos β-lactâmicos sintéticos cuja


estrutura difere das penicilinas, porque o átomo de enxofre do anel
tiazolidínico foi externalizado e substituído por carbono. Confere maior
resistências às β-lactamases.

3. Os MONOBACTAMOS, que também desorganizam a síntese da parede


celular bacteriana, são singulares, pois o anel β-lactâmico não está fundido
com outro anel. Ele tem baixo potencial imunogênico e apresenta
escassa reatividade cruzada com anticorpos induzidos por outros β-
lactâmicos. Assim, esse fármaco pode ser uma alternativa segura no
tratamento de pacientes alérgicos a penicilinas, cefalosporinas ou
carbapenemos.
Antimicrobianos
inibidores da parede celular

4. Nos INIBIDORES DA β-LACTAMASE A hidrólise do anel β-lactâmico,


seja por hidrólise enzimática com β-lactamase ou por ácidos, destrói a
atividade antimicrobiana do fármaco β-lactâmico. Inibidores da β-
lactamase, contêm um anel β-lactâmico, mas por si não têm atividade
antibacteriana significativa nem causam algum efeito adverso significativo.
Ao contrário, ligam-se às β-lactamases e as inativam, protegendo, assim,
os antimicrobianos que normalmente seriam substratos dessas enzimas.
Por isso, os inibidores das β-lactamases são formulados em associação
com os antimicrobianos suscetíveis à β-lactamase.
Antimicrobianos
inibidores da parede celular
Antimicrobianos
inibidores da síntese proteica
• Exercem seu efeito antimicrobiano agindo nos ribossomas
bacterianos e inibindo a síntese proteica das bactérias.

• Os ribossomas bacterianos diferem estruturalmente dos ribossomas


citoplasmáticos dos mamíferos e são compostos de subunidades 30S e
50S (os ribossomas de mamíferos têm subunidades 40S e 60S).

• Em geral, a seletividade pelos ribossomas bacterianos minimiza


potenciais consequências adversas resultantes da interrupção da síntese
proteica nas células do hospedeiro mamífero. Contudo, concentrações
elevadas de cloranfenicol ou tetraciclinas podem causar efeitos
tóxicos como resultado da interação com ribossomas mitocondriais de
mamífero, pois a estrutura de ribossomas mitocondriais se parece mais
com a de ribossomas de bactérias.
Antimicrobianos
inibidores da síntese proteica
Antimicrobianos
inibidores da síntese proteica

1. TETRACICLINAS/GLICILCICLINAS se ligam reversivelmente à


subunidade 30S do ribossoma bacteriano. Essa ação impede que o RNA
transportador (RNAt) se ligue ao complexo RNA mensageiro (RNAm)-
ribossoma, inibindo, assim, a síntese de proteínas da bactéria.
Antimicrobianos
inibidores da síntese proteica

2. Os AMINOGLICOSÍDEOS difundem-se por meio de canais porina na


membrana externa dos microrganismos suscetíveis. Dentro da célula, eles
se fixam na subunidade ribossomal 30S, onde interferem com a montagem
do aparelho ribossomal funcional e/ou causam a leitura incorreta do código
genético pela subunidade 30S do ribossoma completo.

• Os antimicrobiano que interrompem a síntese proteica em geral são


bacteriostáticos; os aminoglicosídeos são os únicos a atuar como
bactericidas.

• O efeito bactericida dos aminoglicosídeos é concentração-dependente,


isto é, a eficácia depende da concentração máxima (Cmáx) do fármaco
acima da concentração inibitória mínima (CIM) do microrganismo.
Antimicrobianos
inibidores da síntese proteica

3. MACROLÍDEOS/CETOLÍDEOS têm cobertura antimicrobiana similar.


Contudo, os cetolídeos são ativos contra várias cepas gram-positivas
resistentes a macrolídeos. Os macrolídeos se ligam irreversivelmente a um
local na subunidade 50S do ribossoma bacteriano, inibindo, assim, etapas
de translocação na síntese de proteínas. Eles também podem interferir em
outras etapas, como a transpeptização. São fármaco de primeira escolha
e como alternativa às penicilinas em indivíduos que são alérgicos aos
antimicrobianos β-lactâmicos.

4. A LINCOSAMIDAS tem o mesmo mecanismo de ação da eritromicina


(macrolídeo), ou seja, se ligam irreversivelmente a um local na subunidade
50S do ribossoma bacteriano, inibindo, assim, etapas de translocação na
síntese de proteínas. Eles também podem interferir em outras etapas, como
a transpeptização.
Antimicrobianos
inibidores da síntese proteica
5. MACROCÍCLICO com estrutura similar à dos macrólideos, mas tem
mecanismo de ação singular. Ela atua na subunidade sigma da RNA
polimerase, interrompendo a transcrição bacteriana, terminando a síntese
proteica e resultando em morte celular nos microrganismos suscetíveis.

6. A OXAZOLIDINONA se liga ao RNA ribossomal bacteriano 23S da


subunidade 50S, inibindo a formação do complexo de iniciação 70S.

7. OUTROS (COMO CLORANFENICOL) se liga reversivelmente à


subunidade ribossomal bacteriana 50S e inibe a síntese proteica na
reação de peptidiltransferase. Devido a alguma semelhança dos
ribossomas mitocondriais de mamíferos e dos bacterianos, a síntese
proteica e de trifosfato de adenosina (ATP) nessas organelas pode ser
inibida com níveis elevados circulantes de cloranfenicol, produzindo
toxicidade na medula óssea.
Antimicrobianos
inibidores do metabolismo
Antimicrobianos
inibidores do metabolismo

1. FLUOQUINOLONAS, o ácido nalidíxico é o precursor de todas as


fluoroquinolonas, uma classe de antimicrobianos feitos pelo homem.
Mais de 10 mil análogos das fluoroquinolonas foram sintetizados,
incluindo vários com amplas aplicações clínicas. As fluoroquinolonas
entram na bactéria através de canais de porina e exibem efeitos
antimicrobianos na DNA-girase (topoisomerase bacteriana II e
topoisomerase bacteriana IV). A inibição da DNA-girase resulta em
relaxamento do DNA superespiralado, promovendo quebra da fita
de DNA. A inibição da topoisomerase IV impacta a estabilização
cromossomal durante a divisão celular, interferindo com a separação do
DNA recém-replicado.
Antimicrobianos
inibidores do metabolismo

2. INIBIDORES DA SÍNSTESE DE FOLATO


3. INIBIDORES DA REDUÇÃO DE FOLATO
4. INIBIDORES DA SÍNSTESE DE FOLATO + INIBIDORES DA REDUÇÃO
DE FOLATO

• Enzimas que precisam de cofatores derivados do folato são


essenciais para a síntese de purinas e pirimidinas (precursores de
RNA e DNA) e outros compostos necessários para o crescimento e a
multiplicação celular. Portanto, na falta de folato, as células não
crescem nem se dividem. Para sintetizar o derivado crítico do folato, o
ácido tetra-hidrofólico, os humanos precisam obter da dieta o folato pré-
formado na forma de ácido fólico. Em contraste, várias bactérias são
impermeáveis ao ácido fólico e outros folatos e, por isso, dependem da
sua capacidade de sintetizar folato próprio.
Antimicrobianos
inibidores do metabolismo

ANTISSÉPTICOS/ANTIMICROBIANOS DO TRATO URINÁRIO

• METENAMINA: se decompõe no pH ácido de 5,5 ou menos na urina,


produzindo formaldeído, que atua localmente e é tóxico para a maioria
das bactérias. As bactérias não desenvolvem resistência ao formaldeído,
o que é a vantagem deste fármaco. O pH da urina deve ser mantido
abaixo de 6. Antiácidos, como o bicarbonato de sódio, devem ser
evitados.)

• As bactérias sensíveis à NITROFURANTOÍNA reduzem o fármaco a um


intermediário altamente ativo que inibe várias enzimas e danifica o DNA
da bactéria.

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