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SUPLEMENTOS E

FITONUTRIENTES
NA SAÚDE
CARDIOVASCULAR
Uma nova visão e abordagem da
Cardiologia Metabólica Funcional

Dr.Túlio Sperb – CRMMG 48.256


AULA 1 - A IMPORTÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO
PARA A SAÚDE CARDIOVASCULAR
• Forma de incluir múltiplos benefícios para a saúde de forma
concentrada e limpa (retirar os malefícios da fonte).
• Segurança e precisão para conseguir a dosagem das substâncias.
• Artigos demonstrando eficácia tanto na prevenção quanto na terapia.
• Forma de reduzir o uso das medicações.
• Viver mais e melhor.
AULA 2 - OS CUIDADOS E CONHECIMENTOS
NECESSÁRIOS PARA A CORRETA
SUPLEMENTAÇÃO CARDIOVASCULAR.
• Não achar que suplementação faz milagres.
• Focar em estilo de vida (falar rapidamente dos 5 pilares como
forma de “tornar o terreno fértil)
• Busca constante de conhecimento de fontes fidedignas (no
Google se acha de tudo)
• Evitar suplementos com potenciais efetios colaterais ou com
dúvidas em associações com medicações. O consumo visa o
BENEFÍCIO e sequer deve gerar possibilidade de malefícios.
VITAMINA A E BETACAROTENO
• A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel, essencial ao funcionamento
da retina (daí o nome “ retinóide”)
• Atua como potente antioxidante e neutralizante de radicais livres
• A absorção é eficaz na presença de gorduras, bile e sucos pancreáticos
• Betacaroteno está presente em vários alimentos, é o responsável pela
pigmentação vibrante de alguns frutos e legumes como a cenoura, e ao
ser ingerido é transformado em vitamina A na forma de retinol.
VITAMINA A E BETACAROTENO

• Alguns estudos clínicos relacionaram a suplementação de Vitamina A com


aumento do risco de IAM e morte CV. Este estudo levanta a hipótese de que a
suplementação com vitamina A poderia aumentar a Apo B e a oxidação do LDL-c,
o que explicaria este aumento do risco CV.
• Porém, os estudos são altamente inconclusivos e este risco, ainda não foi
definitivamente demonstrado.
VITAMINA A E BETACAROTENO

• Antagonicamente ao estudo anterior, esta revisão suporta que existe uma


relação inversa entre o consumo de Beta-Caroteno com eventos CV.
• Apesar dos estudos clínicos também não demonstrarem benefícios com a
suplementação.
VITAMINA A E BETACAROTENO

• A favor da vitamina A e Betacaroteno temos: estudos in vitro e clínicos


demonstrando seu potencial benefício como agente antioxidante e protetor da
peroxidação do LDL-c. Além de inúmeros estudos populacionais de coorte
que correlacionam ingesta e níveis séricos de betacaroteno com menor
mortalidade e desfechos CV.
• Contra, temos estudos RCTs que demonstraram ou efeitos nulos dos
betacarotenos na saúde CV, e por vezes até aumento do risco de hemorragia
intracraniana e desenvolvimento de câncer de pulmão.
VITAMINA A E BETACAROTENO
• Conclusão: apesar dos estudos observacionais demonstrarem benefícios, eles
não conseguem isolar o betacaroteno, e sugerem que uma alimentação rica em
betacaroteno (presente em frutas, legumes e vegetais) possa contribuir para a
saúde CV.

- Quando usar?
Em casos de baixa ingesta de vitamina A
- Como usar?
Vitamina A 1.000-10.000ui/dia ou Betacaroteno 30-300mg/dia
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• Ácido Alfa Lipóico possui propriedades antioxidantes potentes e de amplo espectro,
sendo, portanto um inibidor significativo de radicais livres.

• O ALA se reduz em ácido dihidrolipóico prolonga a atividade das vitaminas E e C,


regenerando o ascorbato de seu radical ascorbil, que por sua vez pode regenerar o
tocoferol de seu radical tocoferil. Desta forma, estas vitaminas que são antioxidantes por
si mesmas, atuam em sinergismo reparando-se mutuamente

• Estudos revelam que células suplementadas com Ácido Alfa Lipóico aumentam seu
conteúdo de glutationa
• Por ser lipo e hidrossolúvel, o ALA tem a capacidade de penetrar e realizar seus efeitos
antioxidantes em vários locais das células.
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• RCT, N=67 jovens com sobrepeso ou obeso, ALA x placebo, houve melhora
da função endotelial (medida por dilatação fluxo mediada, sem diferença no
perfil metabólico
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• Estudos em aves e ratos mostram melhora da oxidação do LDL e redução dos
triglicérides. Inclusive com redução de ateromatose aórtica. Nada em humanos.
• Redução de pressão em ratos com resistência insulínica
• Efeitos antioxidantes potentes in vitro, animais e humanos
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• RCT, N=24, indivíduos obesos e com SM, 12 semanas com 1g de ALA + 30min
exercício 5x/semana (65% FC) x 1g ALA sem exercícios = grupo sem exercício
aumentaram as taxas de LDLox! Enquanto que com exercício essa taxa de
oxidação foi atenuada.
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• Modulação do perfil lipídico com redução do LDL-ox, lipo(a), triglicérides e melhora
do transporte reverso do HDL-c, aumento da Apo A.
• Redução de citocinas inflamatórias e aumento do NO.
• Estudos em animais demonstram melhora da contratilidade cardíaca e
remodelamento cardíaco reverso na MCPD.
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)

• RCT, N=67, pacientes pós-AVC, 600mg de ALA/dia x placebo por 12 semanas


• Resultados com p<0,05 mostrando redução dos triglicérides, redução do
colesterol total, redução do LDL-c e elevação do HDL-c no grupo tratamento.
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)

• RCT, N=22, indivíduos obesos e com RI, 600mg/dia IV = melhora do índice de


resistência insulínica, redução dos triglicérides, LDL-c pequeno e denso, LDL-
oxidado, VLDL-c (resultados com p<0,01) e redução de marcadores inflamatórios
como TNF-alfa e IL-6 , além de aumento dos níveis de adiponectinas (p<0,01)
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• RCT, N=57, pacientes DM2, ALA 300mg VO x placebo por 8
semanas = queda significativa da glicemia de jejum, pós-prandial
e do índice HOMA-IR.
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• Conclusão:
• Apesar de tantos estudos em modelos animais e humanos, os efeitos
antixodantes do ALA estão bem determinados, mas nenhum trial conseguiu
comprovar impacto clínico relevante desta estratégia antioxidante isoladamente
com ALA
• Os benefícios na melhora do perfil lipídico parecem claros, com reduções
importantes de subpartículas aterogênicas do LDL-c e LDL-ox, e da melhora no
perfil glicêmico em DM2 ou pacientes com RI
• Mais estudos são necessários para determinar sua dose, e talvez em
associação com outros antioxidantes, consiga trazer benefícios clínicos.
ÁCIDO ALFALIPÓICO (ALA)
• Na prática clínica:
• - Quando usar? Pacientes que necessitem de suporte antioxidante, que possuam
RI ou DM2, ou em paciente que se busque melhora do perfil lipídico e redução de
LDL-oxidada.
• Como usar?
• 300-600mg por dia VO em uma ou duas tomadas (manipular em cápsulas pois o
sabor é desagradável no sachê)
• Na farmácia tradicional temos o Thioctacid
EXTRATO DE ALHO ENVELHECIDO

• Extratos de alho envelhecidos por um período


prolongado (AGE), contêm fitoquímicos
antioxidantes que previnem danos oxidativos.

• A extração de longo prazo do alho (até 20


meses), torna o extrato envelhecido, criando
propriedades antioxidantes, modificando
moléculas instáveis com atividade antioxidante,
como a alicina, e aumentando os compostos
organossulfúricos estáveis, solúveis em água e
altamente biodisponíveis, tais como a S-
allylcysteine e S-allylmercaptocysteine.
ALHO ENVELHECIDO
• N=49, 1.2g/dia de EAE x placebo por 12 semanas = redução de
10mmHg na PAS e 5,4mmHg na PAD, redução da pressão de pulso e da
espessura intimal das artérias, tendência de redução de TNF-alfa e IL-6,
e melhora da composição da flora bacteriana intestinal com aumento das
espécies de Lactobacillus e Clostridia
ALHO ENVELHECIDO
• N=88, 1,2g/dia de EAE x placebo por 12 semanas = redução de
11,5mmHg na PAS e 6,3mmHg na PAD (p<0,001), melhora da pressão de
pulso, elasticidade e pressão central. Tendência de melhora no perfil
lipídico e marcadores inflamatórios
ALHO ENVELHECIDO

• N=57, solução alcóolica padronizada de AE x placebo por 12 semanas = redução


significativa da PAS e PAD, redução dos triglicérides e melhora da elasticidade
arterial e redução da espessura intimal das artérias
ALHO ENVELHECIDO
• N=210, 1g/dia x placebo por 1 ano, avaliação do CAC e da PA =
redução significativa na progressão do CAC e redução na pressão
arterial diastólica (ambos com p<0,05).
ALHO ENVELHECIDO
• N=88, 1,2g/dia de EAE+120mg/dia de CQ10 x placebo, fllow-up de 1 ano
• Resultado demonstrou que após ajustes de fatores de risco e uso de medicação, a
terapia combinado foi capaz de melhorar a função e elasticidade endotelial de
maneira significativa
ALHO ENVELHECIDO

• O envelhecimento natural do alho integral, potencializa em até 4,5x suas


propriedades antioxidantes, e estudos anteriores já demonstraram melhora do perfil
lipídico e da pressão arterial com seu extrato
• Estudo desenhado para avaliação da função plaquetária: n=34, 2,4-7,2g/dia por 2
semanas. Na dose mais alta houve maior inibição plaquetária, porém mesmo na
dose de 2,4g/dia ocorreu inibição da agregação plaquetária à fibrina.
ALHO ENVELHECIDO
• N=66, 1,2g/dia de EAE+120mg/dia de CQ10 x placebo, follow-up de 1 ano
• Resultado demonstrou redução na progressão do Score de Cálcio (32 x 58,
com p<0,05) e queda dos níveis de PCRu (-0,12 x +0,91, p<0,05).
• Resultado demonstra redução da progressão da aterosclerose coronária e dos
marcadores inflamatórios
ALHO ENVELHECIDO
• Quando usar?
• Pacientes com score de cálcio e presença de aterosclerose coronária ou em
paciente hipertensos
• . Como usar?
• 1,2g por dia de extrato padronizado (600mg em 2 tomadas diárias)
• No Brasil o extrato padronizado é o Allyl ABG, fora encontra-se boas marcas
como o Kyolic (iHerb).
O Açaí, fruto da palmeira do açaizeiro, tem
recebido muita atenção nos últimos anos, devido
aos benefícios à saúde, associado com a alta
capacidade antioxidante e composição fitoquímica

O Açaí é uma fruta bastante rica em proteína e


contém vitamina E, ferro, antocianina e flavonóides

ANTOCIANINAS
O Açaí Extrato Seco é indicado como antioxidante,
anti-inflamatório e redutor dos níveis de colesterol
ruim (LDL)

Os fitoquímicos também reparam danos oxidativos


causados no DNA, previnem o stress oxidativo
ANTOCIANINAS
• Polifenois da semente do açaí aumentam a produção de NO
• Efeitos: antioxidante, vasodilatador, cardioprotetor e melhora da função
endotelial baseado na interação da adiponectina e AMPK
• Remodelamento reverso miocárdico em ratos pós-IAM
ANTOCIANINAS
ANTOCIANINAS

• Redução de 2,4-3,2mmHg na
pressão sistólica ortostática
ANTOCIANINAS

• Em ratos demonstrou melhora do perfil lipídico com redução do LDL-c


e dos triglicéridos, redução de esteatose hepática, redução da
resistência insulínica e melhora dos índices de HOMA
ANTOCIANINAS
• Consumo regular de berries (ao menos 100g/semana) está correlacionado
com redução de risco cardiovascular em vários estudos populacionais.
ANTOCIANINAS

• N=115, 150g de mirtilos/dia x placebo -> melhora da função endotelial (aferida


pela dilatação e produção de NO), redução da espessura arterial (-2,25%) e
elevação do HDL-c e Apo A, todos esses resultados com com p<0,05. Ocorreu
elevação das antocianinas em urina de 24h.
ANTOCIANINAS
• Redução significativa da pressão arterial sistólica (principalmente em indivíduos
com mais de 50 anos) e do peso corporal
• Nos indíviduos jovens, com menos de 50 anos, ouve melhora nos níveis séricos
de HDL-c.
ANTOCIANINAS
Reference Study design Treatment Outcome Results (p vs. placebo)

Qin Y et al. Am J Clin R, PC, DB 320 mg/d LDL-C -13.6% (p<0.001)


Nutr 2009; Dyslipidemic (n=120) anthocyanins or HDL-C +13.7% (p<0.001)
12 weeks placebo

Clinical
evidence for a Zhu et al. Clin Chem R, PC, DB 320 mg/d LDL-C -10.0% (p=0.045)
2011* Hypercholesterolemic (n=150) anthocyanins or HDL-C +12.8% (p=0.028)
beneficial effect 12 weeks placebo
on blood lipids
Zhu et al. Nutr Metab R, PC, DB 320 mg/d LDL-C -10.4% (p=0.030)
Cardiovasc Dis 2012* Hypercholesterolemic (n=150) anthocyanins or HDL-C +14.0% (p=0.03)
24 weeks placebo

Li et al. J Nutr 2015 R, PC, DB 320 mg/d LDL-C -7.9% (p=0.030)


Diabetic (n=58) anthocyanins or HDL-C +19.4% (p=0.012)
24 weeks placebo TG -23% (p<0.01)

Abbrev.:R, PC, DB: randomized, placebo-controlled, double blind


ANTOCIANINAS
Reference Study design Treatment Outcome Results (p vs. placebo)

Zhu et al. Nutr Metab R, PC, DB 320 mg/d hs CRP ↓ (p=0.001)


Cardiovasc Dis 2012 Hypercholesterolemic (n=150) anthocyanins or sVCAM ↓ (p=0.005)
24 weeks placebo IL-1β ↓ (p=0.019)
Clinical
evidence for a Karlsen et al. J Nutr R, PC, DB 300 mg/d IL-8 ↓ (p≤0.05)
beneficial 2007 Healthy (n=118) anthocyanins or INFα ↓ (p≤0.05)
effect on 3 weeks placebo RANTES ↓ (p≤0.05)
inflammatory
markers and Li et al. J Nutr 2015 R, PC, DB 320 mg/d FRAP ↑ (p=0.013)
oxidative Diabetic (n=58) anthocyanins or TRAP ↑ (p=0.017)
stress 24 weeks placebo 8-iso.PGF2α ↓ (p≤0.01)
Carb. protein ↓ (p≤0.01)
IL-6 ↓ (p=0.021)
TNFα ↓ (p=0.045)
ANTOCIANINAS
• Conclusão:
• Aparentemente o poder dos antocianinas presentes em abundância
nesses frutos, reduz o risco CV e sinais de Síndrome Metabólica. Além disso,
aumentam o HDL-c, reduzem a pressão arterial e o peso corporal. Melhoram
a função endotelial e possuem propriedades anti-oxidantes.
ANTOCIANINAS
• Quando usar:
• Em paciente com HAS ou como agente antioxidante
• Em pacientes com Síndrome Metabólica
• Em pacientes em profilaxia secundária
• Como usar:
• - Ox-Berry 320mg/dia (extrato padronizado em antocianinas), extrato seco de açaí
500-1000mg/dia.
ASTAXANTINA
• A rainha dos antioxidantes, 65x mais potente que a vitamina C, 54x mais potente
que os betacarotenos e 10x mais eficaz na eliminação dos radicais livres. Não é
convertida em vitamina A.

• Possui alta atividade antioxidante, e funciona como um antioxidante carotenóide


embora não seja convertido em vitamina A. A Astaxantina é um dos poucos
antioxidantes que podem se mover ao longo de todo o corpo e proporcionam
proteção para todas as nossas células. Isso por que, possui extremidades
hidrofílicas polares que se estendem através da membrana da célula.
ASTAXANTINA
• Mais especificamente, ela bloqueia enzimas COX 2, não só afeta a via da COX 2,
como suprime os níveis séricos de interleucina 1B, prostaglandina E2, proteína C
reativa (CRP) e TNF-alfa (fator de necrose tumoral). A Astaxantina natural foi
apontada para reduzir a CRP em de 20% em apenas oito semanas.
• Um estudo de 2007 analisou vários antioxidantes populares e seu poder
antioxidante. Este estudo encontrou que a Astaxantina é bem mais poderosa do
que a vitamina C, CoQ10, catequinas (do chá verde) e ácido alfa-lipoico (Ambati et
al., 2014).
ASTAXANTINA

• Além de ser potente antioxidante, ela regula a ação dos macrófagos e diminui os
receptores de macrófagos na patogênese da placa de ateroma
• Aumenta produção de NO, e reduz inflamação (TNF-α, IL-6, IL-10 e prostaglandina
E2).
• Em humanos doses de 6-12mg foi capaz de aumentar o HDL-c e 12-18mg reduziu os
triglicérides e elevou a adiponectina.
ASTAXANTINA
ASTAXANTINA

• 7 estudos, n=280, 10 braços de tratamento = não houve alteração significativa em


qualquer marcador dos perfis lipídicos e houve uma discreta melhora do perfil
glicêmico
• Mias trials e RCTs são necessários para se afirmar benefício da astaxantina
nesses parâmetros
ASTAXANTINA

• Vários estudos em modelos animais demonstrando uma cardioproteção contra a


isquemia, ou redução da área de necrose com uso de astaxantina antes ou após a
isquemia miocárdica induzida
• Em humanos não existem estudos de desfechos clínicos, porém os estudos com
desfechos secundários demonstram claros benefícios nos marcadores de
oxidação e inflamação
ASTAXANTINA
• Quando usar?
• Paciente onde buscamos redução dos níveis inflamatórios e em pacientes com
alto potencial oxidativo. Na profilaxia secundária.
• . Como usar?
• Dose de segurança até 6mg/dia. Estudos conduzidos com doses que vairam entre
4mg-16mg/dia.
• Eu prescrevo 4-8mg/dia e complemento ainda com Krill Oil
BANABA LEAF ( LAGERSTROEMIA SPECIOSA )
• Seu principal ingrediente químico ativo é um composto triterpênico pentacíclico
chamado ácido corosólico.
• Ácido Corosólico, componente ativo do Banaba tem atividade contra alfa-
glicosidase que contribui para atividade inibidora de alfa-amilase 26, 38, e ao inibir
a ação enzimáticas da alfa-glucosidase e a alfa-amilase, as moléculas de
carboidratos não sofrem degradação, dessa forma elas não são absorvidas e são
enviados diretamente ao intestino para serem eliminados pelas fezes, sendo uma
alternativa segura para diabéticos que precisam diminuir as taxas de glicose no
sangue e também para auxiliar nas dietas de emagrecimento.
BANABA LEAF ( LAGERSTROEMIA SPECIOSA )

• O extrato de Banaba conseguiu in vitro, uma ação de redução do PPARγ e da


GLUT-4, com potencial benefícios de tratamento de indivíduos com DM2 ou RI.
BANABA LEAF ( LAGERSTROEMIA SPECIOSA )
• Vários estudos com Banaba Leaf, demonstram redução dos níveis séricos de
glicose, glicose pós-prandial e Hb1AC com significância estatística.
• Porém, esses estudos contém grande variação na padronização da quantidade de
ácido corsólico (0,1-12%).
• A queda na glicemia na maioria dos estudos varia entre 10-15%.
BANABA LEAF ( LAGERSTROEMIA SPECIOSA )

• Com o avançar das técnicas de purificação do extrato de Banaba Leaf, os


resultados dos RCTs melhoraram, e além da melhora no perfil glicêmico, também
é possível observar melhora no perfil lipídico com redução significativa dos
triglicérides e do colesterol total.
• Isto o torna uma boa opção para pacientes com Sínd. Metabólica
BANABA LEAF ( LAGERSTROEMIA SPECIOSA )
• Quando usar?
• Pacientes com RI, DM2 e/ou Síndrome Metabólica
• . Como usar?
• - Banaba Leaf 100mg/dia ou Ácido Corosólico 0,5-10mg/dia
BERBERINE ( PHELODENDRON )
• A berberina é um dos alcaloides mais estudados nas últimas décadas, tem a capacidade de
reduzir o açúcar no sangue e o colesterol ruim “LDL” protegendo também o fígado contra
compostos tóxicos.
• Berberina também age sobre o efeito ansiolítico, antidepressivo e melhora no humor.
• Atua sobre enzimas no músculo do fígado que estão envolvidas na melhoria da sensibilidade à
insulina
• Também foram observados em pacientes que receberam doses do Phelodendron, redução
significativa no colesterol total e LDL. Além de reduções sobre a pressão arterial.
BERBERINE ( PHELODENDRON )
• Possui ações comprovadas: antiproliferativa, anti-inflamatória, antioxidante,
hipotensora, e reduziu a glicose e a insulina em pacientes com DM2
• Aumenta a expressão dos receptores LDL-R e assim reduz o LDL-c, porém sua ação
é amplificada quando ocorre uso concomitante de policosanol e red yeast rice
(redução de 60% quando comparada a Sinvastatina)
BERBERINE ( PHELODENDRON )

• Paciente com ICCFER foram tratados com Berberine 1g por dia, demonstrou
aumento da capacidade funcional (teste de caminhada de 6min), aumento da FE,
redução da pós-carga, da RVP e da pressão de artéria pulmonar.
• Além disso, reduziu a incidência de EV e de episódios de TVNS.
BERBERINE ( PHELODENDRON )

• Redução importante e significativa da PA sistólica e diastólica, efeito α-bloq e


aumento de NO.
• Aumento do LDL-R e redução do LDL-c. Redução do CT em 29%, triglicérides em 35% e
LDL-c em 25%
• Aumento da expressão de receptores de insulina, com significativa redução da
Hb1AC, glicemia de jejum, glicemia pós prandia e HOMA-IR com 500mg de
Berberina 3x/dia.
• Redução de arritmias por reentrada e ventriculares
• Ação antiplaquetária por inibição da tromboxana A2
BERBERINE ( PHELODENDRON )
BERBERINE ( PHELODENDRON )
BERBERINE ( PHELODENDRON )
BERBERINE ( PHELODENDRON )
BERBERINE ( PHELODENDRON )
• Quando usar?
• Praticamente em todos os pacientes que buscamos seja prevenção (através dos
benefícios antioxidantes´e antiinflamatórios), para melhora do perfil lipídico, em
paciente com Sínd.Metabólica (redução da RI), em pacientes com ICCFER ou
com arritmias ventriculares.
• . Como usar?
• - Berberine extrato 500-1500mg (dividida em 2 a 3 doses/dia)
EXTRATO DE BERGAMOTA
• A bergamota (Citrus bergamia) é uma fruta endêmica da região
da Calabria na Itália. Riquíssima em polifenóis, em especial
flavanoides, possui um perfil único de compostos como:
neoeriocitrina, neohisperidina, narigina, rutina, neodesmina,
roifolina e poncirina. Além de flavanóides glicosídicos como a
melitidina e a brutieridina que possuem o mesmo substrato da
HMG-CoA redutase, e acabam a inibindo por competição.
• Ela se diferencia das demais frutas cítricas, não apenas pela sua
especial composição de flavanóides, mas em especial pela sua
concentração
EXTRATO DE BERGAMOTA
• N=107 pacientes com NASH e SM, dividios em 2 grupos semelhantes: placebo x
extrato padronizado 650mg 2x/dia
• - Aumento significativo do HDL, redução do LDL, dos triglicérides, da glicose e da
insulina de jejum, e redução da LDL-C pequena e densa aferida por subfracionamento.
EXTRATO DE BERGAMOTA

• N de 237 pacientes com hipercolesterolemia isolada ou mista, divididos em


placebo x 500mg/dia x 1g/dia
EXTRATO DE BERGAMOTA

• N de 77 pacientes randomizados em: placebo x RVT 10mg x RVT 20mg x BPF


1000mg/dia x RVT 10mg + BPF 100mg/dia, por 30 dias.
EXTRATO DE BERGAMOTA

O uso do extrato padronizado de Bergamota foi capaz de reduzir os níveis


glicêmicos e de resitência à insulina, reduziu a doença hepática não
gordurosa, melhorou o perfil lipídico (aumentando HDL, reduzindo triglicérides
e LDL pequeno e denso) e foi comprovadamente um poupador de estatinas
EXTRATO DE BERGAMOTA
• Quando usar?
• Em paciente com Síndrome Metabólica, com doença hepática gordurosa, em
pacientes com dislipidemia ou em pacientes intolerantes a estatinas como um
“poupador de dose”, além de casos de profilaxia secundária pela melhora da função
endotelial e redução da oxidação.
• Como usar?
• Extratos padronizados (o que possui maior padronização é o Vazguard, mas temos o
Bergavit, Bergamont e Berganina) 500-1000mg/dia. Óleos essenciais podem ajudar, mas
os estudos não foram feitos com eles.
BETERRABA (BEETROOT)
• Extrato padronizado em 10% de betaina e 2,5% de nitrato
• O pigmento que dá a beterraba sua cor roxo-avermelhado é a betacianina, também é um
poderoso agente de combate ao câncer.

• A beterraba também reduz a pressão arterial, diminuindo o risco de doenças cardíacas e


acidentes vasculares cerebrais (AVC). O nitrato encontrado nela é a causa do efeito
benéfico.
• E graças às suas vitaminas, ela tem efeito também antioxidante
BETERRABA (BEETROOT)
• Uma dieta rica em nitrato, ou um suplemento rico em nitrato como o extrato
de beterraba, é 100x mais efetivo do que a suplementação com potássio,
para reduzir a hipertensão induzida pelo excesso de sódio.
BETERRABA (BEETROOT)
• A suplementação com extrato de beterraba ou o consumo do suco
de beterraba, é capaz de reduzir a pressão arterial, através do
aumento da expressão de NO (óxido nítrico). Redução de 8-6mmHg
na PAS e 3-5mmHg na PAD, com o consumo diário de 150ml de
suco de beterraba.
BETERRABA (BEETROOT)
• Artigo de revisão demonstrou: redução da pressão arterial sistólica e diastólica,
principalmente em indivíduos hipertensos e com sobrepeso, com consumo médio
de 150ml de suco de beterraba/dia.
• Melhora da função endotelial com aumento do óxido nítrico plasmático, e o USG
arterial mostrando melhira da função endotelial através do aumento da dilatação
fluxo-mediada.
BETERRABA
(BEETROOT)
• Alguns estudos randomizados sugerem que o suco de beterraba pode melhorar a reposta
pós-prandial ao consumo de carboidratos, com melhora expressiva da curva insulino-
glicêmica.
• Outros estudos sugerem uma melhora importante da microbiota intestinal, e redução de
leaky gut, com potencial ação antioxidante e anti-inflamatória.

• Outra propriedade bem demonstrada, é na redução da adesividade plaquetária, com


propriedades antitrombóticas
BETERRABA (BEETROOT)
• N=20 pacientes idosos (média de 70 anos) com IC com FE preservada,em classe
NYHA II ou III, receberam suco de beterraba por 1 semana. Realizados TE antes e
após o períodos, que demonstrou melhora da capacidade funcional (aumento médio
de 25% da capacidade aeróbica) e melhora da classe funcional (no final estavam em
classe NYHA I ou II)
BETERRABA (BEETROOT)

• 2 artigos de revisão sistemática sobre o impacto da suplementação da beterraba


na saúde cardiovascular, mostraram:
BETERRABA (BEETROOT)

01 02 03
Potente anti-inflamatório Efeito antioxidante, com Melhora importante da
com redução de IL-6, redução de radicais função endotelial
TNF-α e outros livres em ensaios clínicos. através de aumento de
marcadores marcadores de função e
inflamatórios, em melhora do fluxo de
estudos randomizados dilatação mediado.
com humanos.
BETERRABA (BEETROOT)
• Quando usar?
• Pacientes hipertensos, ou em pacientes onde buscamos melhora da inflamação,
melhora do potencial antioxidativo e melhora da função endotelial.
• Como usar?
• Extrato seco de beterraba 500-1000mg/dia ou suco de beterraba 150-250ml/dia.
BITTER MELON

• Momordica charantiaI (Bitter melon) é uma planta


medicinal amplamente encontrada na Ásia, África
ocidental e na América do norte

• É uma das plantas mais estudadas para o


tratamento do diabetes mellitus (DM), sendo
provavelmente a mais utilizada no mundo para
este fim.
BITTER MELON

• Metanálise de 4 estudos clínicos randomizados, com 208 participantes, demontrou


que a suplementação com Bitter Melon NÃO reduziu Hb1AC ou níveis de glicose,
quando comparados com placebo.
• Os estudos são escassos, com n pequeno e com metodologias diferentes e com
alguns vieses.
BITTER MELON

• O Bitter Melon age por vários mecanismos que podem melhorar o


perfil glicêmico: efeito hipoglicêmico direto, aumento do consumo
muscular periférico da glicose, inibição da absorção intestinal de
glicose e supressão de enzimas que promovem a gliconeogênese.
• Além disso, tem um efeito protetor e preserva as células β-pancreáticas
BITTER
MELON
BITTER MELON
• N=43 voluntários, placebo x Bitter Melon por 4 semanas. Não houve
redução na pressão arterial, glicose, triglicérides, porém houve
redução com significativa do LDL-c (p=0,03)
BITTER MELON
• Existem dois estudos experimentais em ratos que demonstraram
redução do tamanho do miocárdio isquêmico pós-infarto e melhora
dos marcadores inflamatórios e da função endotelial.
• E um estudo em humanos demonstrou redução dos níveis de ácido
siálico em pacientes com DM2, o que poderia explicar um potencial
benefício para a proteção de desfechos CV nesta população.
BITTER MELON
• Quando usar?
• - Em pacientes com resistência à insulina ou DM2
• Potencial benefício na redução do LDL-c e proteção miocárdica?
• Como usar?
• 500-1000mg/dia do extrato seco padronizado em 10%
VITAMINA C
• Estudos observacionais demonstram relação inversa entre alto consumo de
vitaminas C (RR 0,75), com morte e desfechos cardiovasculares.
VITAMINA C

• 8 RCTs, n=15445, a metanálise demonstrou ausência de benéficos em


prevenção primária, onde não houve redução de morte cardiovascular, infarto,
angina, AVC ou revascularização
• The Physicians Health Study II possui um n=14641, composto por medicos de
media a longa idade.
• Necessário mais trial de melhor qualidade para a correta avaliação
VITAMINA C

• A ingesta alimentar ou suplementação com Vitamina C não teve correlação


com CAC.
• Porém, em homens, que tinham altos níveis séricos de vitamina C (dosado por
laboratório), apresentava menor CAC (OR 2,68 – IC95% 1,31-5,48).
• O mesmo não pode ser afirmado para as mulheres, pois mesmo com altos
níveis séricos de vitamina C, não houve correlação com menor CAC.
VITAMINA C
• Quando usar?
• Paciente onde buscamos maior poder antioxidante e na prevenção secundária

• Como usar?
• Vitamina C 500mg-2g/dia
CACAU
• Cacau é um fruto originário da Bacia Amzônica, e sua
semente possui alto teor de polifenóis.

• Chocolates com altas concentrações de cacau (acima


de 70%) possuem alto teor de polifinois, o que traz
consigo alto potencial antioxidante
CACAU
• Os benefícios do cacau já foram cientificamente comprovados tanto em pacientes saudáveis,
quanto naqueles com fatores de risco (DM2, HAS e dislipidemia), quanto nos indíviduos já com a
aterosclerose manifesta.

• Tal benefício possui forte correlação com a sua capacidade de aumentar a produção de oxido
nítrico, bem como por suas propriedades anti-inflamatórias e anti-oxidantes.
CACAU
• O cacau mostrou correlação inversa com mortalidade no estudo WHI. E vários outros estudos
demonstram tal correlação, com redução média do risco relativo em torno de 38%!! Tal
correlação também é demonstrada em 9 metanálises de estudos de coorte, comprovando a
associação entre o consumo de cacau e mortalidade CV.
• Existem vários estudos clínicos randomizados que demonstram ainda redução na pressão
arterial sistólica (3,9mmHg em média) e na diastólica (média de 2,1mmHg).
• O consumo de cacau traz ainda outro benefício clínico bem demonstrado, a melhora da função
endotelial, já demonstrado também em inúmeros ensaios clínicos, tanto no curto quanto no longo
prazo.
CACAU
CACAU
CACAU

Estudo observacional de coorte que demonstrou redução no risco relativo


de morte CV, morte total, infarto e AVC com o consumo regular de cacau. O
efeito protetor parece ser dose dependente, ou seja, indivíduos que
consumiam maior quantidade de cacau tinham maiores benefícios.
CACAU
• Além dos já citados efeitos cardioprotetores com redução da pressão arterial,
antioxidação e melhora da função endotelial. Temos mais 2 efeitos interessantes
do consumo de cacau: efeito anti-inflamatório com redução de biomarcadores
como PCRu e TNF-α. E inibição da agregação plaquetária.
CACAU
• Vale ressaltar que nem tudo são flores! No Brasil os chocolates possuem baixa
qualidade, baixa quantidade de cacau, sementes de frutos ruins, e alta taxa de
açúcar e gorduras hidrogenadas, o que confere aumento do risco CV e risco de
síndrome metabólica.

• Consuma sempre chocolates de alta qualidade e alta porcentagem de cacau


CACAU
Quando usar?

- Acredito que TODOS deveriam utilizar o cacau em pequenas quantidades no seu


dia-a-dia (efeitos de proteção CV com redução média de 38% no risco relativo).
- Hipertensos e pacientes em profilaxia secundária, terão benefícios adicionais.

. Como usar?

- Chocolate acima de 70% (idealmente acima de 80%) de boa qualidade, em torno


de 10g diariamente.
CENTELLA ASIÁTICA
• Planta amplamente cultivada no Brasil, principalmente na planície litorânea, rica
em saponinas triterpênicas (asiaticosídeo, centelosídeo e madecassosídeo),
flavonoides (quercetina, kaempferol, 3-glicosil-quercetina, 3-glicosil-kaempferol),
além de taninos e alcaloides.

• Possui propriedades muito conhecidas e já aplamanete difundida para a melhora


da circulação sanguínea nos membros inferiors. Muito utilizada na medicina
tradicional Indiana para suporte ao Sistema cardiovascular.
CENTELLA ASIÁTICA E PICNOGENOL
• Pacientes de baixo risco e assintomáticos, com placas em carótidas ou femorais <50%, n=1363,
randomizados em 6 grupos:
• Gurpo 1 = MEV (todos os grupos tinham MEV incluídos)
• Grupo 2 = Picnogenol 50mg/dia
• Grupo 3= Picnogenol 100mg/dia
• Grupo 4 = AAS 100mg/dia
• Grupo 5 = AAS 100mg + Piconogenol 100mg
• Grupo 6 = Picnogenol 100mg + Centella Asiática 100mg
CENTELLA ASIÁTICA E PICNOGENOL
• Follow-up de 6-30 meses.
• RESULTADOS: Grupos 1,2 e 4 houve maior progressão da placa, sugerindo efeito
positivo do Picnogenol 100mg/dia.
• Grupo 4 (AAS isolado) progrediu em média 16,6% enquanto que no grupo 6
(Picnogenol + CA) houve a menor progressão 1,1%.
• Além disso, o stress oxidativo aferido por exames foi menor também no grupo 6.
• Os achados deste estudo sugerem que a combinação Picnogenol 100mg/dia +
Centella Asiática 100mg/dia é capaz de reduzir a progressão da placa de ateroma
em indivíduos de baixo risco cardiovascular com lesões leves.
CENTELLA ASIÁTICA

• Estudo experimental em ratos com hipertensão induzida, tratados


com Centella Asiática x Placebo, demonstrou que a CA foi capaz de
reduzir a pressão arterial sistólica, diastólica e média desses ratos,
sugerindo potencial efeito terapêutico benéfico em humanos.
CENTELLA ASIÁTICA

• Estudos in vitro sugerem um potencial efeito de proteção dos cardiomiócitos


contra a isquemia e a hipertrofia induzidas sobre o coração. Tais achados são
corroborados por estudos experiementais em ratos demonstrando redução de
isquemia/fibrose e remodelamento reverso, com melhora de vários marcadores
inflamatórios.
CENTELLA ASIÁTICA
• Estudos clínicos em humanos comprovaram os benefícios da CA na circulação
venosa das pernas , por melhora da permeabilidade capilar e redução do
angioedema. Na prevenção da progressão da doença aterosclerótica
coronariana, carotídea e femoral, com redução do conteúdo lipídico de placas e
estabilização das mesmas. E efeito antitrombótico, por reduzir a atividade
plaquetária.
• Existem 8 estudos em ratos e camundongos que demonstraram que a CA
exerce efeito anti-hipertensivo, com redução tanto da PAS quando da PAD.
• Outros 7 estudos em ratos e camundongos demonstraram o potencial benefício
na melhora do perfil lipídico, com redução de colesterol total, LDL e triglicérides.
• Também em ratos diabéticos, outros 5 estudos demonstraram potencial
melhora de perfil glicêmico, com redução de insulina, melhora da glicemia de
jejum e da curva insulino-glicêmica.
• Outros estudos em ratos demonstra melhora importante de marcadores
inflamatórios e potencial benefício antioxidante do uso da CA.
CENTELLA ASIÁTICA
• Quando usar?
• - Centella asiática = paciente com aterosclerose subclínica ou
clínica, e até em prevenção secundária. Potencial benefício
adicional em SM, DM2, HAS e DLP.
• - Como usar?
• - 100mg/dia de extrato padronizado
COENZIMA Q10
A Coenzima Q10 é uma coenzima natural envolvida no transporte de elétrons na
mitocôndria. Por seus mecanismos, pode-se afirmar que é um captador de radicais
livres e que tem propriedades antioxidantes e estabilizadoras da membrana.
• É usada como antioxidante e captador de radicais livres, e como estimulante do
sistema imunológico. Usada também na insuficiência cardíaca congestiva fraca e
moderada .
• Produto final da via do mevalonato, que é inibida pelo uso das estatinas
COENZIMA Q10

• 6 estudos, n=302, para avaliar redução de dor muscular ou melhora da atividade


da CPK plasmática = não houve qualquer benefício do uso da suplementação de
CoQ10 neste cenário
• - Adendo: n muito pequeno para uma metanálise, e não é o que frequentemente
encontramos na nossa prática clínica
COENZIMA Q10

• Estudos clínicos em paciente com DAC demonstram nítido potencial anti-


inflamatório e antioxidante, com redução destes marcadores séricos, trazendo
melhora da função endotelial e possível benefício clínico.
• Na HAS uma revisão de metánalises demonstrou redução de 11mmHg na PAS
e 7 mmHg na PAD de pacientes hipertensos. Mas não altera a PA de indivíduos
ou pacientes normotensos
COENZIMA Q10
• Em pacientes já infartados, demonstrou em estudos clínicos aumento do HDL-c, redução
da agregação plaquetária e melhora da função ventricular em pacientes infartados com
altos níveis séricos de Q10.
• Na ICC demonstrou em estudos clínicos melhora da FE, melhora da classe funcional da
NYHA, e melhora da qualidade de vida desses pacientes.

• Em paciente submetidos a cirurgia cardíaca, o uso da CoQ10 reduziu a necessidade do


uso de inotrópico IV no pós-op e arritmias ventriculares.
• Em pacientes com MCP hipertrófica foi capaz de melhorar a classe funcional, reduzir as
espessuras do septo e PP, e melhora da qualidade de vida.
• Em metanálise CoQ10 reduziu triglicérides de pacientes com DM2, além de ter um efeito
sinérgico sobre a metformina.
COENZIMA Q10
• Níveis séricos normalmente variam de 0,7-1,0 mcg/ml no plasma. Em pacientes
que usam estatinas este valor oscila entre 0,3-0,4 mcg/ml.
• Existem estudos demonstrado correlação de mortalidade com níveis séricos em
pacientes com ICC. Acima de 2,0mcg/ml já existe benefício, sendo que níveis
acima de 4,0mcg/ml se correlacionam com melhor prognóstico, e são
alcançados com doses em torno de 200mg/dia de CoQ10.
COENZIMA Q10

• N=51 pacientes com DAC, Q10 150mg/dia x 60mg/dia x placebo, por 12


semanas = IL-6 reduziu significativamente no grupo Q10-150, houve correlção
inversa dos níveis séricos de Q10 com PCRu, IL-6, MDA (malondialdeído), e sem
correlação com níveis de homocisteína.
COENZIMA Q10

• Estudo bem desenhado que não demonstrou benefício do uso de 600mg de


Ubiquinol em paciente com miopatia induzida por sinvastatina.
• Visão pessoal: será que realmente o mais importante é a redução da miopatia
nestes pacientes? E todo o restante envolvido nas funções da CoQ10?
COENZIMA Q10
• Quando usar?
- Paciente com hipertensão, em uso de estatinas, em profilaxia secundária, em
prevenção primária para redução de inflamação/oxidação, em pacientes com ICC,
pacientes com DLP/hipertrigliceridemia, DM2 e Sínd.Metabólica.
• Como usar?
• - 100-300mg/dia (particularmente prescrevo CoQ10 100-200mg + Ubiquinol 50-
100mg/dia – apesar de não existirem evidências de benefícios com o uso
associado)
CREATINA
- A Creatina é uma substância endógena que se encontra principalmente no músculo
esquelético dos vertebrados. A Creatina monohidratada tem sido empregada no
tratamento de transtornos metabólicos e é utilizada como suplemento dietético.
- Sua principal fonte são as carnes e derivados do leite.
- Benefícios demonstrados em ganho de massa magra, no tratamento de doenças
neurodegenerativas e até para ganho de performance cerebral.
CREATINA

• N=22, homens jovens com RI, 10g/dia creatina x 10g/dia dextrose, por 12 semanas
com aeróbico moderado = grupo da creatina teve melhora no TOTG75g com redução
significativa da curva da glicemia.
• Não houveram diferença na curva de insulina ou HOMA-IR.
• Estudo sugere potencial benefício da creatina na tolerância à glicose.
• Existem vários estudos em modelos animais demonstrando benefício da
suplementação com creatina na secreção da insulina bem como na redução da
resistência insulínica, porém não foi comprovado ainda em estudos in vivo com
humanos.
CREATINA

• N=100 pacientes com ICC e FE média 34,8%, 5g/dia x placebo por 8 semanas =
PCRu e IL-6, ICAM-1(não alterou VCAM) e P-Selectina reduziram na intervenção,
demonstrando melhora na inflamção e na função endotelial destes pacientes.
CREATINA

• Devido ao sistema energético do músculo miocárdico ser, obviamente, diferente do


exigido em atletas de explosão ou mesmo na hipertrofia, não existe benefício de
melhora da FE com uso da creatina como muitos acreditam.
• Adendo pessoal: sabemos que muitos pacientes com ICC, acabam evoluindo com
perda muscular importante, e apesar de não ter benefício no músculo cardíaco, a
ceratina pode auxiliar no ganho de massa magra destes pacientes, bem como
melhorar sua capacidade funcional como bem demonstrado em vários trials com a
população geral.
CREATINA

• A causa para a falha na demonstração dos benefícios da suplementação da


creatina no músculo cardíaco, também pode ser explicada pelo down-regulation
exercido pelo regulador plasmático de membrana da creatina no coração, o que
impede a elevação de sua concentração intramiocárdica.
• Estudos em ratos sugerem que uma abordagem farmacológica, onde os CrTs
tenham sua função aprimorada, pode em ação sinérgica com a suplementação da
creatina, trazer benefícios no músculo miocárdico de pacientes que sofreram
isquemia.
CREATINA
• Quando usar?
- Em pacientes com Síndrome Metabólica, em pacientes onde queremos
melhorar a capacidade funcional e o ganho de massa muscular.
- Como usar?
- 5g/dia (não há necessidade de doses de ataque como eram feitas antigamente,
e o uso pode ser contínuo, sem necessidade de ciclar), dar preferência para as
que possuem selo CreaPure.
CÚRCUMA LONGA
• Planta originária do sudoeste asiático, utilizam-se as raízes (rizomas) secas e
maceradas.
• Tem potencial anticâncer bem demonstrado.
• A Curcuma Longa possui outras propriedades terapêuticas entre as quais vale a
pena citar aquelas que agem sobre a oxidação das lipoproteínas responsáveis
pela aterosclerose

• A Curcuma Longa é rica em curcuminóides que representam grupos fenólicos


tais como: curcumin, demetoxicurcumin e bisdemetoxicurcumin. Esses grupos
fenólicos possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias
CÚRCUMA LONGA
• A atividade antioxidante da Cúrcuma está principalmente associada com a sua
fração fenólica, curcuminóides, a quais atuam tanto como varredores de radicais
livres como inibidores da síntese de leucotrienos e prostaglandina.
• É relatado que os curcuminóides abaixam os níveis sanguíneos de peróxidos
lipídicos e pode diminuir o colesterol total e o colesterol LDL, aumentando o
colesterol HDL.
• A Cúrcuma pode inibir a agregação plaquetária, devendo ser utilizada com
precaução em determinados indivíduos.
CÚRCUMA LONGA

• 11 estudos RCTs, n=734, não houve efeito na redução da PAS ou PAD com uso
de Curcuma Longa.
• Porém, em análise de subgrupo, com suplementação por tempo maior (acima de
12 semanas), houve redução significativa da PAS, sem afetar a PAD.
• Os estudos usavam tumeric, cúrcuma in natura e cúrcuma de alta
biodisponibilidade, e não houveram diferenças mesmo quando isoladas as
formas mais biodisponíveis.
• As média pressórica eram: 112-133x69-81mmHg (será que se fossem
hipertensos o resultado não seria diferente?)
CÚRCUMA LONGA

• 7 estudos RCTs, n=649, demonstrou redução significativa do LDL-c e dos triglicérides


(p<0,0001). Redução significativa do CT (p<0,00001) porém não houve elevação do HDL-c.
CÚRCUMA
LONGA
CÚRCUMA LONGA
• Curcumina consegue ter alto pode anti-inflamatório nos trials, reduzindo significativamente
marcadores inflamatórios. Além disso, exerce alto potencial antioxidante, particularmente
interessante no processo da LDL-oxi ao inibir os receptores scarvengers e modular a
resposta dos macrófagos.
• Existe um estudo que demonstrou elevação da Apo A.

• Potencial benefício na estabilização de placas de ateroma (evitar ruptura)


• Alguns estudos mostram benefícios no perfil glicêmico de paciente com DM2, pois aumenta a
síntese de insulina e melhora a ação da enzima LPL.
• Em ratos já demonstrou a inibição da aterogênese aórtica e carotídea.

• A curcumina pode reduzir CT, LDL-c e TG, pecialmente em iníviduos obesos ou com dieta
high-fat.
• Em paciente pós-CRVM conseguiu reduzir PCR, BNP e infarto associado ao procedimento.
CÚRCUMA LONGA
CÚRCUMA LONGA
• Em estudos pré-clínicos a Cúrcuma demonstrou potencial benefício como
cardioprotetora em pacientes com infarto, ICC e MCP hipertrófica.
• Uma das grandes dificuldades com uso da Cúrcuma é sua biodisponibilidade,
para resolver isso, várias pesquisas com nanotecnologia estão em andamento,
afim de aumentar a sua eficácia e biodisponibilidade, por vezes até com terapia-
alvo proposta.
CÚRCUMA LONGA
• Quando usar?
- Pacientes inflamados, com alto stress oxidativo, com dislipidemia, em prevenção
primária e secundária (mesmo em uso de antiagregantes plaquetários)
- Como usar?
Curcuma longa com no mínimo 95% de curcuminóides com doses entre 300-1,2g/dia
(associar 5mg de Piperina a cada 500mg de Cúrcuma)
VITAMINA D

• Estudo VITAL, n=25.871, vitamina D 2.000ui/dia, follow-up de 5.3 anos: não


encontrou benefício de morte CV ou qualquer desfecho cardiovascular
(benéficos interessantes em morte com câncer).
• Crítica pessoal: dose de 2.000ui fixa, sem acompanhamento dos níveis séricos
ou individualizações. Dose baixa para a maioria das pessoas.
VITAMINA D

• Paciente com deficiência de Vit D (<20) possuem maiores taxas de DCV.


• Muitos poucos estudos levam em consideração os níveis de PTH na gênese das DCV.
• VIDA (100.000ui/mês e VITAL 2.000ui/dia) não demonstraram benefícios nas DCV,
assim como a grande maioria dos trials.
• Uma metálise recente, incluindo VIDA e VITAL, com n=83.291 pacientes não
demonstrou benefícios clínicos de desfechos CV.
VITAMINA D
• Níveis séricos de vit D estão inversamente relacionados com risco de
desenvolvimento de HAS, segundo estudos populacionais.
• EM um RCT com HAS negros, a cada aumento de 1ng/ml de nos níveis
séricos de Vit D3 houve redução de 0,2mmHg na PAS.
• Porém, nos demais estudos nenhuma melhora nos níveis tensionais foi
observado com a suplementação de vitamina D.
• Metanálise recente demonstrou que a suplementação de vitamina D, não
foi capaz de trazer melhoras em marcadores inflamatórios ou de função
endotelial.
• Em paciente com ICC, também não houve benefícios na maioria dos
trials, exceto em pacientes com FE<35% e níveis séricos inferiores a
20ng/ml, onde houve melhora da função do VE e potencial
remodelamento reverso (VINDICATE Trial).
VITAMINA D

• Apesar dos estudos observacionais demonstrarem correlação dos níveis


séricos de vitamina D com HAS, dislipidemia, DM2, disfunção endotelial, morte
por todas as causas, e piores desfechos CV, os trials, RCTs e metánalises não
conseguem até o momento demonstrar benefícios na suplementação de
vitamina D para desfechos Cv ou melhora dos fatores de risco.
VITAMINA D

• Vários estudos vem demonstrando associação entre a suplementação de


cálcio com aumento dos desfechos e mortes CV.
• No estudo MESA o uso de suplementos de cálcio, aumento o RR em 22% de
eventos cardiovasculares.
• Uma metanálise com 757.304 pacientes demonstrou uma curva em U, com
vale em 800mg/dia de cálcio, e aumento da mortalidade com a suplementação.
VITAMINA D
• Quando usar?
- Com foco em saúde cardiovascular, apenas com níveis abaixo de 20ng/ml
- Porém, os trials são com baixas doses, e os benefícios para outros órgãos e
sistemas já estão bem demonstrados na prática clínica (inclusive metánalises
com redução de câncer).
- Como usar?
- 5000-10000ui/dia (ataque IM de 300.000 a 600.000ui?), objetivando níveis
séricos superiores há 50ng/ml e PTH no primeiro quartil.
D-RIBOSE
• Essa substância é sintetizada em uma série de reações responsáveis pela
produção de nucleotídeos durante o metabolismo da glicose. Esse carboidrato é
um componente essencial na produção de energia no corpo humano, um novo
produto nutracêutico que ajuda o corpo a restabelecer naturalmente seus níveis de
energia.

• A D-Ribose é um açúcar de 5 carbonos de ocorrência natural em todas as células


que mantém níveis desejados de ATP no organismo. Contribuindo para
recuperação da energia nas células musculares durante e após os exercícios
físicos intensos, a D-Ribose pode ser usada por esportistas que desejam atingir
uma máxima performance, e também por pessoas que sofrem de cansaço,
indisposição e problemas cardíacos.
D-RIBOSE
• A D-Ribose é usada pelas células do corpo humano para converter nutrientes em ATP.
Por isso, ela é essencial para ajudar o corpo a restaurar seus níveis de energia celular,
proporcionando benefícios comprovados em músculos cardíacos e esqueléticos.

• Outra propriedade interessante da ribose é aumentar os efeitos de outros suplementos


energéticos, como a creatina que é usada pelas células musculares para reciclar ADP em
ATP.

• O mesmo vale para combinações com L-Carnitina, o Piruvato, Piruvato/Creatina ou


outros suplementos energéticos. Sua eficácia é diminuída se os níveis totais de
nucleotídeos de adenina (TAN – total adenine nucleotide levels) se perderem, pois assim
eles não podem repor os níveis de ATP. A D-Ribose ajuda a reconstruir esses substratos.
D-RIBOSE

• N=15 paciente com ICC por miocardiopatia isquêmica, fizeram uso de D-Ribose x
placebo. A análise através de Ecocardiografia demonstrou maior contribuição do átrio
esquerdo no débito cardíaco, menor dimensão do AE e melhora da onda E no fluxo
transmitral, todos com p <0,05, demonstrando clara melhora na função diastólica destes
pacientes.
• Além disso, houve melhora do desempenho físico no teste ergométrico.
D-RIBOSE

• A ICC com FE prteservada é um desafio para os cardiologistas. Possui taxas de


complicações e mortalidade altas, e até hoje as pesquisas não demonstram benefícios com
as drogas utilizadas para a ICC com FE reduzida.
• A CoQ10 e a D-Ribose, possuem propriedade benéficas na melhora da função
mitocondrial, diretamente envolvida na fisiopatologia desta doença, e contribuem para a
melhora da função diastólica. Desta forma, devemos considerar a D-Ribose e a CoQ10
uma opção terapêutica com alta segurança e possível benefício pela produção de ATP
neste perfil de pacientes.
D-RIBOSE

• Ensaios clínicos recentes demonstraram: melhora na classe funcional, com


aumento da capacidade funcional dos pacientes suplementados.
• Melhora da “reserva coronariana” também foi demonstrada em pacientes com
angina estável, sendo capazes de aumentar sua capacidade de exercícios físicos
sem apresentar sintomas ou alterações isquêmicas ao ECG.
D-RIBOSE

• Ensaios clínicos randomizados, placebo controlado, duplo-cego, comprovaram que o


uso de D-Ribose IV reduziu a área de miocárdio hibernante em pacientes pós-IAM,
demonstrado tanto na Cintilografia com Tálio quanto no Ecocardiograma com
Dobutamina.
• Os benefícios da D-Ribose também foram demonstrados no perioperatório de cirurgia
cardíaca de revascularização do miocárdio ou em troca valvar aórtica, com melhora
significativa do débito cardíaco e da FE no pós-operatório em UTI.
D-RIBOSE

• Esses dois excelentes artigos de revisão sistemática, comprovam os benefícios da D-


Ribose em pacientes com ICC, miocardiopatia isquêmica e angina estável.
D-RIBOSE
• Quando usar?
- Em pacientes em preparo para cirurgias cardíacas, pacientes com ICC,
miocardiopatia isquêmica, pós-Iam e angina estável.

• Como usar?
- D-Ribose via oral na dose de 2-5g 1 ou 2x/dia (associação na solução de
Sinatra, possivelmente eleva seu benefício clínico)
VITAMINA E
• A vitamina E na verdade é um conjunto de tocoferóis e tocotrienóis, que tem uma
função antioxidante lipossolúvel.
• A hipótese é que esse potencial antioxidante poderia atuar na prevenção da
oxidação das moléculas do LDL-c, prevenindo a progressão da aterosclerose e a
formação do ateroma.
• A suplementação com vitamina E é segura para a maioria dos pacientes, e os
estudos observacionais e populacionais levantaram a hipótese deste benefício
na prevenção primária e secundária.
VITAMINA E

• Apesar deste potencial benefícios, estudos clínicos com mais de 25.000 participantes
não demonstraram benefícios da sua suplementação, seja em prevenção primária ou
secundária.
• Porém, novos trials estão em adamento para elucidar estas questões. A AHA/ACC
aconselha uma dieta rica em tocoferóis, mas não aconselha a sua suplementação.
VITAMINA E

• Existem vários trials comparando vit E x placebo na prevenção primária e


secundária, e os resultados são heterogêneos, alguns com benefícios, outros
nulos e outros demonstrando até malefício.
• Porém, em pacientes com alto potencial de stress oxidativo, como DRC e DM2
com genótico da Haptoglobina 2-2, o uso da vit E reduziu MACE.
VITAMINA E

• Efeito neutro da suplementação de 400ui de vit E em 3.654 paciente com DCV ou


DM, sem impacto em MACE ou nefropatia.
VITAMINA E
• Quando usar?
Em pacientes com alto potencial oxidativo como DM2 e DRC, e possivelmente em
prevenção secundária.

. Como usar?
100-400ui por dia (opção Tocotrimax 100-400mg/dia)
FITOSTERÓIS
• Os fitoesteróis, também conhecidos como esteróis vegetais, são componentes
extraídos de óleos vegetais não refinados, e presentes nas oleaginosas e em
legumes, três deles são os mais abundantes: sitosterol, campesterol e stigmasterol.

• Devido à semelhança estrutural com a molécula de colesterol, o mesmo compete


na formação das micelas, bile-colesterol, no intestino, dessa forma, impedem a
incorporação do colesterol à lipoproteína LDL.

• Os fitoesteróis, por outro lado, são minimamente absorvidos a partir do intestino


delgado, de modo que eles não entram na corrente sanguínea.
FITOSTERÓIS

• Estudo observacional que mostrou correlação inversa entre os níveis de beta-


sitosterol com doenças CV. Ou seja, quanto maior os níveis séricos de beta-
sitosterol menor foram os desfechos CV.
FITOSTERÓIS

• Existem várias metanálieses sobre a suplementação de fitosteróis, e em média


demonstram uma redução de 10% no LDL-c, sem influenciar triglicérides e HDL-
c. A suplementação acima de 2g/dia não demonstrou benefícios.
• Porém, a sua suplementação parece reduzir os níveis de vitaminas lipossolúveis,
em especial carotenóides.
FITOSTERÓIS

• Revisão sistemática que não demonstrou qualquer relação entre os níveis séricos
de fitosteróis e risco de doenças CV. Incluindo a relação fistosterol/colesterol. Não
existe redução ou aumento de MACE.
FITOSTERÓIS
• Quando usar?
- Minha prática: em pacientes com perfil lipídico ruim (ApoB ou LDL-minus
aumentados, ou altas taxas de LDL-oxidada) em que não existe indicação de
estatinas ou quando o paciente se nega a utilizar. Ou em pacientes com má
metabolização de ácido graxos saturados de cadeia longa.

. Como usar?
- Mix de fitosteróis 1g duas vezes ao dia ou opções de farmácia como Duplostat e
Collestra (após as duas refeições com mais colesterol alimentar)
VITAMINA K2 (MK7)
• . De todos os tipos de vitamina K, a Vitamina K2 – MK-7, extraída a partir do Natto,
tradicional prato japonês, derivado da fermentação da soja, demostrou ser a mais eficaz, por
ser mais biodisponível e ter uma meia vida mais longa na corrente sanguínea.
• Vitamina K2 – MK-7 é um produto totalmente natural e altamente biodisponível, essencial
para uma adequada mineralização óssea e regulação dos níveis de cálcio no interior das
artérias.
• A Vitamina K ocorre em duas formas principais, a vitamina K1 (filoquinona) e vitamina K2
(menaquinona). A Vitamina K1 ajuda na coagulação do sangue, já a Vitamina K2 ajuda a
reduzir as placas de cálcio que se acumulam nas artérias além de orientar a absorção de
cálcio para fortalecer os ossos.
• A vitamina K2 é uma subclasse da vitamina K. Dentro de vitamina K2, existem diferentes
variantes, sendo que a Vitamina K2 - MK-7, na forma de menaquinona, é a única que tem
sido considerada biodisponível.
VITAMINA K2 (MK7)
• Estudo clássico, n=4807, recordatório alimentar = RR 27% em pacientes que se
encontravam no 3ª quartil e RR 57% para paciente no 4ª quartil (morte CV)
Demonstrando que uma maior ingesta de menaquinona reduzia as chances de
desfechos CV. Além disso, também se correlacionou com mortalidade por todas
as causas e com calcificação aórtica. Não houve qualquer correlação com a
ingestão de filoquinona (K1).
VITAMINA K2 (MK7)
• A Vitamina K2 não está presenta em Fast Food e as populações ocidentais
geralmente consomem pouca K2 de fonte alimentar. Essa baixa ingesta, pode
explicar o aumento das calcificações coronárias, correlacionando com o aumento
dos desfechos CV ao longo do tempo.
VITAMINA K2 (MK7)

• N=244, RCT, 180mcg/dia MK7 x placebo, follow-up de 3 anos = redução


significativa da espessura médio-intimal das carótidas e redução de MGP
VITAMINA K2 (MK7)
• N= 68, K2 360mcg/dia x placebo por 6 meses, pacientes com DM2, medida de
cálcio em artéria femoral por TC = não houve diferença entre os grupos
VITAMINA K2 (MK7)

• Estudo bem desenhado, RCT de alta qualidade.


• Trial ainda em andamento mas que pretende responder definitivamente os
benefícios com uso de suplementação de K2 para redução de CAC.
• Pacientes já com CAC entre 50-400, randomizados para 360mcg/dia de K2 x
placebo por 2 anos. End point primário, diferença na progressão de CAC
VITAMINA K2 (MK7)
• Quando usar?
• Como suplemento alimentar em pacientes com dietas pobres em menaquinona.
Em pacientes com osteoporose. E como possível tratamento na progressão da
calcificação arterial.
• Como usar?
• - Habitualmente com dose entre 65-100mcg/dia. Em casos de retardamento de
DAC (Score de cálcio) aparentemente doses entre 300-400mcg/diia.
ÓLEO DE KRILL
• O óleo de peixe já é um dos suplementos mais utilizados entre os brasileiros, mas poucos
ouviram falar do óleo de krill. O óleo de krill é extraído do crustáceo Krill antártico (Euphausia
suberba).
• Possui os benefícios do EPA e DHA já conhecidos e documentados em literatura, porém com
maior biodisponibilidade (absorção) uma vez que os ácidos graxos estão incorporados a
fosfolipídios – constituintes das membranas biológicas.

• O Kril oil também contém naturamente a astaxantina,que funciona como um potente


antioxidante e a fostatilcolina que auxilia na cognição atuando em sinergismo com o ômega
3.
ÓLEO DE KRILL

• N=47 pacientes com DM2, receberam Krill Oil x Azeite Extravirgem, por 2
períodos (4 e 17 semanas). Mesmo no curto prazo houve melhora da função
endotelial e redução de PCR, de modo significativo (p<0,05). Quando avaliado o
longo prazo, o benefício foi ainda maior e houve ainda aumento do HDL.
ÓLEO DE KRILL

• Estudo experimental em ratos, demonstrou que o consumo de óleo de krill


conseguiu impedir a formação da placa de ateroma na aorta dos ratos. Levanta a
hipótese de tal benefício em humanos.
ÓLEO DE KRILL

• Estudo clínico sugere maior potência do Krill Oil na redução do LDL-c quando comparado
ao Omega-3 de peixe (32-39% x 8-13%), e aumento de HDL-c em 42-60% quando com
Omega-3 de peixe esse aumento não ultrapassa 8%.
• Porém, outros 2 estudos não corroboram com esses achados. Porém, todos demonstram
que o óleo de Krill possui maior biodisponibilidade de EPA/DHA e seu incremento sérico é
superior ao do óleo de peixe.

• Devido a existência de poucos estudos, e com protocolos muito diferentes, qualquer


conclusão sobre o uso do Óleo de Krill seria precipitada.
ÓLEO DE KRILL
• Quando usar?
- Em paciente onde queremos os benefícios da Astaxantina e do Ômega-3, ou seja,
melhora da função endotelial, redução do stress oxidativo, e prevenção de
doenças cardiovasculares, em especial na profilaxia secundária.

• Como usar?
- - Devido ao seu alto custo (que acaba impedindo o uso de 3-4g/dia), opto por
associar 1-2g/dia com Omega-3 de óleo de peixe.
L-CARNITINA
• A carnitina (levocarnitina) é uma substância de origem natural que participa no
transporte dos ácidos graxos de cadeia longa através da membrana interna
mitocondrial. Sua presença é requerida no metabolismo energético dos
mamíferos, especialmente para a utilização dos ácidos graxos como fonte de
energia do músculo esquelético e cardíaco.
• É sintetizado naturalmente pelo fígado e rins, a partir de aminoácidos essenciais
adquiridos pela alimentação. Seu poder antioxidante se dá ao reduzir a CoA livre
por aumento da oxidação do piruvato intramitocondrial.
L-CARNITINA

• 17 RCTs com n=1.625 pacientes com ICC = melhora da função sistólica,


aumento da FE (4,14% - p 0,01), aumento do débito cardíaco e do volume
sistólico e melhora da relação E/A com aumento do desempenho também
diastólico.
• Além disso, resultou em queda significativa dos níveis séricos de BNP e redução
dos diâmetros do VE.
• Porém, sem redução de mortalidade ou de melhor desempenho no teste de
caminhada de 6 minutos.
L-CARNITINA

• 5 RCTs com n=3.108 pacientes com IAM. Não houve redução de mortalidade, Insf
Cardíaca, SCA ou reinfarto com o uso de 2-6g de L-Carnitina por dia.
L-CARNITINA

• 13 RCTs com n=3629 paciente que sofreram IAM = redução de 27% no RR de


morte por todas as causas (p=0,05), redução de 65% no desenvolvimento de
arritmias ventriculares e 40% em eventos de angina. Não houve redução de Insf
Cardíaca e reinfarto.
L-CARNITINA

• Vários estudos clínicos demonstram os benefícios do uso da L-Carnitina no


perioperatório de cirurgia de revascularização miocárdica, assim como na ICC e
na doença isquêmica. O aumento dos níveis de L-Carnitina promove efeitos
antioxidantes sistêmicos, melhora do fluxo coronário, redução da área isquêmica
e melhora precoce da função ventricular, além de reduzir eventos arritmogênicos.
Porém, mais estudos são necessários para incluir a L-Carnitina como rotina no
perioperatório de CCV.
L-CARNITINA

• Estudos demonstram melhora da função diastólica, aumento do limiar isquêmico


(com redução de alterações de ST ao TE).
• Num estudo clínico com 472 paciente o uso de L-Carnitina (6g/dia) por 12 meses
pós-IAM, conseguiu inibir a dilatação do VE, prevenindo o remodelamento ventricular,
inclusive com menor taxa de mortalidade e miocardiopatia dilatada na alta hospitalar.
• Estudos clínicos placebo-controlados, com 537 pacientes com IC com FE
preservada, demonstrou aumento do VO2 e melhora da resistência ao exercício com
uso da L-Carnitina.
L-CARNITINA
• Quando usar?
- Pacientes em perioperatório de CRVM, pós-IAM, ICC (FE reduzida ou não).

. Como usar?
- L-Carnitina base 1-6g/dia (divididos em 2-3 tomadas) – melhores resultados
quando associada na Solução de Sinatra.
LICOPENO
• Licopeno é um carotenóide é um pigmento natural carotenóide
encontrado em frutos maduros, especialmente nos tomates.

• Apresenta propriedades antioxidantes prevenindo danos oxidativos


nos componentes subcelulares, protegendo-os de alterações
degenerativas
LICOPENO

• 28 estudos, n=211.704, demonstrou que paciente com alto consumo ou


altas taxas de licopeno sérico tinham menor risco de AVC (RR 26%) e DCV
(RR 14%). Licopeno não teve associação com IAM. A redução do RR em
mortes por todas as causas chegou a 37%.
LICOPENO

• Apesar de muitos conflitos na literatura, existe uma quase unanimidade na


literatura que a suplementação com licopeno é capaz de melhorar o perfil lipídico
(redução de LDL e CT, e aumento de HDL), redução da espessura médio-intimal
das artérias e redução de marcadores oxidativos (por importante melhora nos
níveis de NO).
LICOPENO
LICOPENO
LICOPENO
• Quando usar?
- Paciente onde buscamos redução dos níveis inflamatórios e em
pacientes com alto potencial oxidativo. Na profilaxia secundária.
Pacientes com dislipidemia
. Como usar?
- Entre 5mg-15mg/dia.
MAGNÉSIO

• Estudos populacionais, como o ARIC e SHIP, são consistentes em afirmar


correlação direta de eventos cardiovasculares, EV, morte súbita e morte CV
com os níveis séricos de magnésio, sem correlação com o magnésio alimentar.
Lembrando que o magnésio sérico sofre pequenas variações mesmo diante de
uma suplementação ou mesmo da privação alimentar.
• Diante disso, foi possível demonstrar uma associação entre o magnésio sérico
como biomarcador de risco para infarto/AVC.
MAGNÉSIO

• Populações com baixo nível de Mg, possuem maior risco de DM2.


Aparentemente o Mg regula eletricamente a secreção de insulina pelas células
Beta-pancreáticas.
• Além disso, interage com receptores transmembrana e tem influência direta na
ação da insulina nas células.
• O Mg também está diretamente envolvido no processo inflamatório, que é a
base da DM2 e de outras doenças inflamatórias.
MAGNÉSIO

• N=60, >240 EV ou ESSV ao Holter, pidolato de Mg 3g/dia (equivale a 260 Mg


de Mg quelado) x placebo por 30 dias = redução de mais de 70% na carga de
extrassístoles em 76,6% dos pacientes do grupo tratamento (p<0,0001).
• Melhora dos sintomas alcançadas em 93,3% do grupo tratamento x 16,7% do
grupo placebo (p<0,0001).
MAGNÉSIO

• Redução de 5,6mmHg na PAS e 2,8mmHg na PAD com suplementação de 500-1000mg/dia de Mg.


Se associado a suplementação de K (4.7g/dia) e redução no consumo de NA (<1.5g/dia) o efeito
sinérgico traz ainda melhores resultados segundo os trials. Associação com taurina 1-2g/dia
também trouxe maior redução da PA (Magnésio taurato).
• Possivelmente por seu efeito de melhora na produção do NO e relaxamento dos vasos e melhora
da função endotelial.
• Estudos demonstram ainda que a suplementação de Mg em pacientes que usam medicações anti-
hipertensivas (qualquer classe) aumentou o potencial efeito das drogas.
• Evidências preliminares sugerem ainda melhora na dislipidemia, na RI, Sind. Metabólica e como
agente importante na melhora da disfunção endotelial.
• A maneira correta de avaliar deficiência de magnésio envolveria a dosagem de magnésio
intracelular, magnésio urinário e magnésio sérico.
MAGNÉSIO

• 34 RCTs, n=2028, média de 368mg/dia de Mg por 3 meses = redução


média de 2,0mmHg na PAS e 1,78mmHG na PAD
MAGNÉSIO
• Quando usar?
- Diante da impossibilidade de aferição adequada, indicado para
praticamente todos os pacientes (outros grandes benefícios fora da
Cardiologia). Em pacientes com ESSV, EV, arritmias, hipertensão, DM2 e
DCV.
• Como usar?
- 500-1g/dia de Mg (sugiro blends durante o dia e usar também no período
noturno para melhora de sono e relaxamento)
MAGNÉSIO
METILCOBALAMINA E METILFOLATO
• A homocisteína é um subproduto fabricado pelo nosso organismo, e que está
diretamente envolvida na síntese de inúmeros compostos fundamentais para a vida
humana e para nossa saúde, incluindo o DNA.
• A homocisteína é um aminoácido sulfidrílico formado a partir da desmetilação da
metionina. A homocisteína é metabolizada por meio de duas vias: a de remetilação
(dependente de vitamina B12 e ácido fólico) e a de transfuração (dependente de
vitamina B6).
• Deficiências de B6, B12 e ácido fólico, aumentam os níveis de homocisteína
séricos, o que aumenta a lesão endotelial e o risco de formação de trombos.
METILCOBALAMINA E METILFOLATO
• Existe vasta literatura científica, incluindo uma antiga metanálise com 28 estudos
de 1995, que correlaciona níveis aumentados de homocisteína com aumento do
risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
• A suplementação com metilfolato e metilcobalamina (associada ou não ao
piridoxal-5-fosfato) comprovadamente é capaz de reduzir os níveis circulantes de
homocisteína.
• Estudos como VISP, HOPE2, NORVIT, WAFACS e VITATOPS porém
demonstraram efetividade da suplementação em reduzir os níveis de
homocisteína, mas sem reduzir o risco CV de forma geral.
METILCOBALAMINA E METILFOLATO
• Porém, em análises de subgrupos e em metanálises, existe sim uma tendência
de benefício da suplementação no longo prazo, em especial quando o paciente
possui níveis de homocisteína superior a 9.1, quando são não-diabéticos e
quando estão em profilaxia primária.
• Os estudos geralmente tem um follow-up curto e um baixo poder estatístico,
devido a limitação no número de desfechos CV. Além disso, a população estuda
geralmente é de idosos, polimedicados e que já sofreram infarto ou AVC.
• Estudos em população jovem e de baixo risco, com níveis aumentados de
homocisteína, e com follow-up longo, poderiam responder essas questões.
METILCOBALAMINA E METILFOLATO

• A suplementação com meticobalamina, comprovadamente reduziu os níveis de


homocisteína em vegetarianos (níveis basais de 15.5 foram para 8.4)
• Roman Pawlak acredita que apesar do vegetarianismo reduzir níveis de
colesterol, pressão arterial e diabetes (fatores de risco clássicos para DCV), os
estudos não conseguem demonstrar benefícios de desfechos clínicos como IAM
e AVC justamente pela elevação da homocisteína, que pode equilibrar este risco
e anular os potenciais benefícios do vegetarianismo.
METILCOBALAMINA E METILFOLATO

• As mais recentes metanálises sobre o assunto demonstram que a suplementação


de B12 e ácido fólico não são capazes de reduzir desfechos CV (MACE). Porém,
a suplementação com ácido fólico demonstrou benefício na redução de AVC.
METILCOBALAMINA E METILFOLATO
• Porém, cabem algumas considerações e análises críticas destas metanálises:
1) Os estudos RCTs são realizados em populações idosas, em prevenção
secundária e em uso de várias medicações.
2) A suplementação na maioria dos estudos não foi realizada na forma de
metilcobalamina e metilfolato, e a redução da homocisteína foi bem inferior ao
demonstrado em estudos com essas formas metiladas.
3) Não houve distinção para inclusão nesses estudos de indivíduos com
homocisteína alta ou baixa, ou seja, indivíduos com homocisteína menor que
9.0 estava em uso de ácido fólico e B12.
METILCOBALAMINA E METILFOLATO
• Quando usar?
- Na prevenção de eventos cardiovasculares quando o paciente apresentar níveis
de homocisteína superior a 9.0, na ausência de fatores exógenos modificáveis
que expliquem tal alteração (dieta, consumo de café e spirulina)
• Como usar?
- Metilcobalamina 100-2000mcg/dia + Metilfolato 100-1000mcg/dia (podendo
associar Piridoxal-5-Fosfato 10-40mg/dia e Betaína Trimetilglicina 500mg/dia). Alvo
terapêutico é a homocisteína entre 4.0-7.0.
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)
• Estudos "in vivo" e "in vitro" atestam que N-acetilcisteína é capaz de
proteger as células pulmonares contra o dano provocado por radicais
livres oxidantes.
• A atividade de "varredor de oxidantes" é exercida tanto diretamente
como indiretamente, através da manutenção e/ou incremento dos níveis
da glutationa, da qual a N-acetilcisteína é precursora.
• Também tem sido documentado que a glutationa e seus precursores
protegem da agressão oxidativa a função fagocitária de macrófagos e
neutrófilos, bem como promovem a ativação, proliferação e diferenciação
dos linfócitos T, o que leva a postular que um incremento dos níveis de
glutationa possa desenvolver um importante papel nos mecanismos de
defesa imunitária.
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)

• Estudo em ratos para avaliar o potencial antioxidante da NAC na


redução da fibrose e remodelamento cardíaco.
• NAC foi capaz de reduzir em 40% a fibrose perivascular e em 57%
a fibrose intersticial nos ratos com miocardiopatia, além de reduzir o
stress oxidativo em 42%, todos com p<0,05.
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)

• Estudo experimental em ratos com DM1 induzida, comparando NAC


com placebo: demonstrou melhora significativa no perfil lipídico e
redução da aterogênese com o uso de NAC (p<0,05).
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)

• Estudo em ratos para avaliação da dose ótima de NAC e melhora do perfil


glicêmico. O uso de NAC foi capaz de reduzir a glicemia e melhorar a sensibilidade
à insulina, além de reduzir a esteatose hepática dos ratos.
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)

• Estudo com artérias caninas in vitro, a disfunção vascular causada pelo stress
oxidativo foi atenuado pela presença de NAC, que foi capaz de aumentar o
relaxamento vascular (maior expressão de NO) e a contração arterial.
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)

• Resumo dos principais estudos clínicos em humanos:


1) NAC foi capaz de prevenir FA no pós-op de CCV com RR de 36%, além de ser
capaz de reduzir o stress oxidativo no miocárdio (50mg/kg/dia IV)
2) NAC na dose de 1,8g/dia VO por 4 meses associado a terapia farmacológica
padrão, em paciente com isquemia cardíaca, reduziu morte CV, infarto e
necessidade de revascularização (porém com efeitos colateriais, por vezes
intoleráveis, como intensa cefaleia)
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)
3) NAC associado com nitrato VO, foi capaz de aumentar o limiar isquêmico,
reduzindo angina e a depressão-ST em TE.
4) NAC IV durante a reperfusão (angioplastia ou estreptoquinase) foi capaz de
reduzir o stress oxidativo e o remodelamento ventricular, além de prevenir a
ocorrência de arritmias ventriculares pós-reperfusão.
5) NAC foi capaz de reduzir citocinas inflamatórias como TNF-α.
6) Em pacientes com aterosclerose NAC foi capaz de reduzir MMPs e aumentar
expressão de NO, estabilizando a placa e melhorando a função endotelial.
7) Em pacientes renais crônicos com ICC, 600mg/dia de NAC foi capaz de melhorar
os sintomas e aumentar a capacidade funcional.
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)

- NAC poderia ter um papel muito importante na “Cardiologia de emergência”, como um


potente agente modulador da injúria causada pela isquemia/reperfusão.
- NAC também poderia auxiliar em soluções de cardioplegia em CCV.
- Em pacientes na fase aguda da miocardite viral, NAC demonstrou modular uma série de
marcadores, que podem reduzir a disfunção ventricular.
N-ACETILCISTEÍNA (NAC)
- Quando usar?
Na cardiologia de emergência na forma IV poderia auxiliar em eventos agudos de
IAM, CCV, IC aguda e miocardite.
Na via oral, por nenhum estudo demonstrar qualquer malefício, pode ser útil como
agente antioxidante e melhora da função endotelial (prevenção primária e secundária)
e principalmente em pacientes com miocardiopatia isquêmica.

- Como usar?
NAC via oral na dose 300mg-600mg 1-3x/dia.
NATTOKINASE
• A natoquinase é uma enzima extraída e purificada de um alimento japonês
chamado natto. Natto é um alimento feito de soja fermentada, consumido no
Japão há muitos anos.
• A enzima natoquinase resultante é produzida quando a bactéria atua na soja.
• A natoquinase tem a capacidade de dissolver os coágulos sanguíneos
existentes, dissolvendo a fibrina que une as plaquetas sanguíneas.
NATTOKINASE

• N=86 pacientes hipertensos estágio 1 ou pré-hipertensos, NK


2.000FU/dia x placebo por 8 semanas = 5.55 mmHg na PAS e
2.54mmHg na PAD ambos com p<0,05.
NATTOKINASE

• NK é capaz de agir tanto na fibrina quanto na trombina, exercendo


potente efeito antitrombótico. Além disso, reduz a tromboxana, inibindo
a agregação plaquetária.
• Em estudo clínico demonstrou redução segura (sem efeitos colaterais
como sangramentos do TGI como o AAS pode causar) do fator VII, VIII
e do fibrinogênio.
NATTOKINASE

• Neste review vamos focar nos resultados de ensaios clínicos randomizados:


1) Seu potente efeito antitrombótico, antiplaquetário e até fibrinolítico já foi
demonstrado em ensaios com humanos, porém não existem estudos de eficácia
como fibrinolítico em IAM, AVC ou TEP, e nem como agente anticoagulante na
prevenção de formação de trombos em FA ou TEV. Porém, poderia ser útil e até
substituir a aspirina na prevenção primária de pacientes de alto risco ou na
prevenção secundária (ainda sem estudos).
2) Em pacientes com aterosclerose, o uso de NK (6.500 FU/dia) x Sinvastatina 20mg
por 26 semanas, demonstrou redução da espessura médio-intimal e de placas nas
carótidas, superior a estatinas com p<0,05.
NATTOKINASE
3) Neste mesmo estudo de 26 semanas com 6.500Fu/dia, houve redução do CT,
LDL-c e dos triglicérides, com aumento do HDL-c. Acredita-se que o efeito anti-
aterosclerótico da NK se deva a sua ação antitrombótica, antiagregante, melhora do
perfil lipídico e pela redução do stress oxidativo.
4) Além do estudo já citado, outro estudo recente com uso de NK 2.000Fu/dia por 8
semanas, demonstrou reduções da PAS e PAD em pacientes hipertensos.
5) NK aparenta ter um efeito neuroprotetor, reduzindo o risco de demência vascular
em idosos, possivelmente pelos seus efeitos antiplaquetários e anti-ateroscleróticos.
NATTOKINASE
• Quando usar?
- Como um substituto da Aspirina na prevenção primária de pacientes de alto risco? Na
profilaxia secundária em pacientes com sangramento do TGI? Como cardio e neuroprotetor.
Na HAS. E na DLP. Como estratégia na redução da progressão da aterosclerose. (as
interrogações são pois NÃO EXISTEM estudos que embasam tais usos)

- Como usar?
Nattokinase na dose de 1000-2000 FU/dia (dose de uso atual, apesar de existirem estudos com
6.500FU/dia).

*** Precaução = existem relatos de pacientes que substituíram o tratamento farmacológico


convencional com Varfarina e tiveram trombose de prótese e AVCi em pacientes com FA! Outra
precaução = não ASSOCIAR NK com anticoagulantes ou AAS, existem relatos de AVC
hemorrágicos com tal conduta
NIACINA
• A Niacina apresenta ação vasodilatadora e anti-hiperlipidêmica.
Também conhecida com vitamina B3 ou vitamina PP.

• A forma de Ácido Nicotínico (Niacina) é reservada principalmente


para hiperlipidemia e quando se deseja uma atividade
vasodilatadora. Já a Nicotinamida que corresponde à amida do
Ácido Nicotínico, não apresenta atividade anti-hiperlipidêmica e
tampouco vasodilatadora
NIACINA

• 17 RCTs, n=35.701 pacientes com DAC ou dislipidemia, não houve qualquer


benefício com uso de niacina em prevenção de eventos cardiovasculares em
pacientes com DAC (prevenção secundária) ou em usuários de estatina.
Porém, em paciente sem uso de estatinas e em profilaxia primária houve
redução do RR de IAM, AVC e revascularização miocárdica.
NIACINA

• Apesar da niacina conseguir aumentar o HDL-c, e agir em outros focos da


inflamação, inclusive como potencial agente de modulação inflamatória, o
grande desafio ainda é melhorar a tolerância ao seu uso, e demonstrar na
prática clínica benefícios cardiovasculares.
NIACINA

• N=3414 pacientes em uso de estatinas com ou sem ezetimibe, níveis


otimizados de LDL-c, placebo x niacina 1,5-2g/dia, por 3 anos de follow-up =
aumento significativo do HDL-c, redução significativa dos triglicérides e do
LDL-c, porém sem benefícios de desfechos clínicos.
NIACINA
• Quando usar?
- Em pacientes com dislipidemia (HDL-c baixo e hipertrigliceridemia)
e com perfil inflamatório.
- Como usar?
- Niacina no-flush (ex: hexaniacinato de inositol = 500mg-1,5g/dia)
ÔMEGA-3
• O ômega-3 é um tipo de gordura boa para o organismo, que é encontrada
especialmente nos peixes de águas mais profundas como o salmão, o atum,
bacalhau, arenque, sardinha, e também nas sementes
• A maioria dos estudos falha em demonstrar benefícios com Omega-3, possivelmente
devido às baixas doses.
• As sociedades de cardiologia não reconhecem os suplementos de Omega-3 como
importantes na prevenção de DCV. Mas encorajam a elevação do consumo de
peixes e frutos do mar ricos nesta gordura.
OMEGA-3

• Estudo VITAL, n=25.871, 1g de Omega-3/dia x placebo , follow-up de 5,3 anos =


não houve diferença em morte CV ou MACE (houve tendência não significativa de
redução), porém houve redução significativa na taxa de IAM RR28%, na taxa de
ATC RR 22% e na taxa de infarto fatal RR 50% (IC muito amplo -> 0,26-0,97).
OMEGA-3

• n=8.179 (70,7% em prevenção secundária), triglicérides entre 135-499 e LDL-c


entre 41-100, 4g de EPA/dia x placebo, follow-up de 4.9 anos = redução de 25%
no RR de MACE (p<0,0001), redução de 20% de RR de morte cardiovascular
(p=0,03, 4,3%x5,2% com RA 0,9%).
• Ocorreram mais casos de hospitalização por FA, e uma tendência não significativa
de sangramento, no grupo tratado.
OMEGA-3
OMEGA-3

• Estudos populacionais são claros na correlação entre maior consumo de Ome-3 e


menor taxa de IAM e morte cardiovascular. Porém, proteção na prevenção primária
com suplementação não possui evidências robustas. Diferentemente, em prevenção
secundária as evidências já são bastantes robustas do benefício da suplementação
(especialmente de EPA).
• A seguir, veremos os efeitos nos fatores de riscos das DCV.
OMEGA-3

• m
OMEGA-3
• Quando usar?
- Diante da baixa ingesta de peixes e frutos do mar, como modulador dos fatores de
risco de doenças cardiovasculares (além dos demais benefícios em outros
sistemas), e principalmente em pacientes em prevenção secundária.
- Como usar?
- Em geral: em torno de 2-3g de EPA+DHA/dia
- Em prevenção secundária: tentar atingir o mais próximo de 4g de EPA/dia
PICNOGENOL (PINUS PINASTER)
• O extrato da casca do pinheiro marítimo francês, Pinus Pinaster, registado com o
nome Pycnogenol®, tem se mostrado um poderoso antioxidante e seu uso
previne diversas doenças, sobretudo sua ação em combate ao estresse oxidativo
• Há relatos de seu uso por mais de 2000 anos, tanto na Europa como nas
Américas, antigamente era utilizado para a cicatrização de feridas e para o
tratamento do escorbuto, pela sua ação potencializadora da vitamina C.
• O Pycnogenol® é um potente antioxidante que combate o estresse oxidativo
através do estímulo à produção de antioxidantes endógenos, supressão de
radicais livres, capacidade de agir diretamente em espécies reativas de oxigênio e
nitrogênio, também reciclagem da vitamina C e regeneração da vitamina E, por
ser um composto rico em ácidos fenólicos, procianidinas, catequinas e outros
marcadores fotoquímicos
PICNOGENOL (PINUS PINASTER)

• Se não lembra desse artigo, volta lá na aula de Centella Asiática (vale a


pena!). Mas demonstra que o uso de 100mg de CA associado com 100mg de
Picnogenol foi capaz de reduzir a progressão da aterosclerose com maior
eficácia que AAS.
PICNOGENOL (PINUS PINASTER)

• RCT com n-=23 pacientes com aterosclerose, 200mg de Picnogenol/dia x


placebo por 8 semanas = melhora significativa (p<0,0001) da função endotelial
aferida dilatação fluxo-mediada, além de redução significativa de marcador de
stress oxidativo. Esse trial foi o primeiro a demonstrar o potencial de melhora da
função endotelial em pacientes com aterosclerose.
PICNOGENOL (PINUS PINASTER)

• Resultados dos principais estudos clínicos:


1) Pyc foi capaz de reduzir a progressão da aterosclerose.
2) Pyc reduziu efeitos adversos de drogas anti-hipertensivas como IECAS (reduziu
tosse) e BCC (reduziu edema de MMII), além de possibilitar a redução na dosagem
das medicações no controle pressórico.
3) Em diabéticos em uso de IECA, Pyc foi capaz de reduzir em 50% a dose da
medicação para controle pressórico, além de reduzir em 0.7% a Hb1Ac e em
21mg/dl a glicemia de jejum.
PICNOGENOL (PINUS PINASTER)
4) 3 RCTs demonstrarm reduções de LDL-c (em média 15%) e discreto aumento
do HDL-c com Pyc (doses entre 100-360mg/dia).
5) Pyc demonstrou ser efetivo na melhora da microcirculação na dose de
150mg/dia com aumento da permeabilidade e diâmetro dos microvasos e melhora
da ereção em homens com disfunção erétil (nesse caso 80mg/dia associado a L-
Arginina).
6) Capacidade antiagregante plaquetária foi demonstrada em fumantes, na dose
de 200mg/dia de Pyc, com redução da agregação plaquetária e da tromboxana B2.
PICNOGENOL (PINUS PINASTER)
• Quando usar?
- Pacientes com doença aterosclerótica incipiente ou manifesta, prevenção
secundária e pacientes hipertensos. Pacientes com problemas de circulação
(arterial ou venosa – varizes e hemorroidas por exemplo). Pode ser coadjuvante
em melhora de perfil lipídico.

. Como usar?
- Picnogenol 100-360mg/dia
PICOLINATO DE CROMO
• O Cromo é um mineral essencial ao organismo. Os processos de refino industrial dos
alimentos refinam o cromo, sendo recomendada sua suplementação. Além de ser usado no
tratamento de obesidade, diabetes, colesterol e envelhecimento.
• O Picolinato de Cromo é uma forma orgânica e completamente biodisponível de Cromo,
apresentando uma atividade de em média 120mg de Cromo em cada grama de Picolinato.
• O Cromo ativa várias enzimas envolvidas no metabolismo da glicose e síntese de proteínas,
principalmente a insulina. De fato, o Cromo é um mineral que participa da biossíntese, desse
hormônio, participando também do seu aproveitamento pelas células durante o transporte da
glicose.
• Este mineral age potencializando a ação da insulina e é, portanto, fundamental para a
manutenção da função desse hormônio. O mecanismo pelo qual o cromo potencializa a ação
da insulina ainda não está totalmente esclarecido na literatura, mas ele pode aumentar a
fluidez da membrana celular, facilitar a ligação da insulina com seu receptor e a
internalização da mesma.
PICOLINATO DE CROMO

• Estudo experimental em ratos obesos e com hiperinsulinemia, demonstrou queda


significativa nos níveis de glicemia e aumento da secreção da insulina após
suplementação com picolinato de cromo, além de redução do colesterol total e
aumento do HDL-c. PicCr aumentou a expressão do transportador transmembrana
GLUT-4 (o maior transportador transmembrana responsivo à insulina) e GLUT-2
(principal transportador de glicose entre o fígado e o sangue)
PICOLINATO DE CROMO

• RCT com n=19 idosos não obesos, 1000mcg/dia de PcCrm x placebo por 8
semanas = não houve diferença entre os grupos, demonstrando não haver
benefícios da suplementação em idosos não-obesos.
PICOLINATO DE CROMO

• Metanálise com 41 RCTs, sendo 17 destes RCTs com pacientes com DM2 = não
houve melhora do perfil lipídico ou glicêmico com a suplementação de PicCrm
em pacientes saudáveis. Porém, nos pacientes com DM2, apesar de não ocorrer
reduções no perfil lipídico, houve queda estatisticamente significativa da glicemia
e da Hb1AC (0,6% com p<0,05).
PICOLINATO DE CROMO

• Principais estudos clínicos desta revisão demonstraram:


1) Em pacientes com DM2 mostrou melhora significativa da curva insulino-glicêmica e da
Hb1Ac no curto e longo prazo, com doses que variavam entre 200-1000mcg/dia nos
RCTs (mas também com RCTs negativos)

2) O efeito da suplementação de PicCrm em indivíduos com SM, aparenta ter discreto


impacto na composição corporal (em alguns estudos houve redução do peso corporal,
aferido pelo IMC).
PICOLINATO DE CROMO
3) Em indivíduos com SM, 8 RCTs demonstraram discreto impacto da
suplementação de PicCrm no perfil lipídico, com discreto aumento do HDL-c e am
alguns estudos redução dos triglicérides.

4) Estudos populacionais de coorte retrospectivos, associam os níveis séricos de


cromo com mortalidade CV em pacientes diabéticos. Porém nenhum RCT foi
desenhado ainda para demonstrar redução de MACE com a suplementação.

5) Estudo com eritrócitos demonstrou atividade antioxidante do Cromo, o que


poderia explicar essa redução de eventos CV em diabéticos.
PICOLINATO DE CROMO
• Quando usar?
- Em pacientes com SM, resitência insulínica e diabetes tipo 2.

. Como usar?
- Picolinato de cromo 200-1000mcg/dia
POLICOSANOL
- Policosanol é uma mistura de álcoois alifáticos primários superiores (álcoois
graxos), derivados de ceras vegetais, tais como cera de cana de açúcar, que
também é encontrada em cera de abelha e óleo de gérmen de trigo (óleo de
gérmen de trigo). Seu principal componente é o octacosanol.

- Policosanol age inibindo a biossíntese do colesterol e incrementando uma via de


processamento do LDL que é dependente de receptores. Contudo, mais estudos
serão necessários para comprovar esta hipótese.
POLICOSANOL

• Estudo piloto, com n=36 paciente comparando Policosanol 10mg/dia com


Lovastatina 20mg/dia por 8 semanas = ambos reduziram LDL-c e CT, porém
Policosanol teve um efeito redutor superior. Além disso, Policosanol aumentou
significativamente o HDL-c. Teve ainda efeito protetor na peroxidação do LDL-c.
POLICOSANOL

• N=89 pacientes com hipercolesterolemia tipo II, tratados por 24 semanas com
Placebo x Policosanol 20mg x Policosanol 40mg = não houve diferenças entre as
doses de 20mg ou 40mg, ambas com redução significativa (p<0,0001) do LDL-c
média de 28% de redução, com aumento do HDL-c (p<0,0001) em média de 17,5%
POLICOSANOL
POLICOSANOL

• Metanálise que comparou o efeito na melhora do perfil lipídico do Policosanol frente


ao uso de fitosterois. Policosanol foi superior (em média 10% x 27% na redução do
LDL-c), além de aumentar significativamente os níveis de HDL-c.
POLICOSANOL

• Além dos claros benefícios do Policosanol no perfil lipídico, com redução do LDL-c
e aumento do HDL-c, esta revisão trouxe outros estudos interessantes:
1) Policosanol nas doses de 5-10mg/dia foi efetivo em reduzir a oxidação do LDL-c.
2) Policosanol tem efeito antiagregante plaquetário, com redução da tromboxana B2
POLICOSANOL
3) Apesar de não existirem estudos de redução de mortalidade e IAM com
Policosanol, como existem com as estatinas, existem RCTs demonstrando redução
da espessura médio0intimal, e até um pequeno estudo demonstrando redução de
placa aterosclerótica em carótidas.
4) Em pacientes com miocardiopatia isquêmica, Policosanol demonstrou aumentar a
reserva coronariana, pois em TE reduziu o infra-ST, aumentou a capacidade
funcional e reduziu angina de pacientes coronariopatas.
5) Em pacientes com claudicação intermitente (DAOP) o Policosanol aumentou em
média 68% a distância percorrida nos pacientes tratados, quando comparado ao
placebo, com 6 meses de uso de 20mg/dia.
POLICOSANOL
• Quando usar?
- Na profilaxia primária em especial pacientes com dislipidemia ou com altas
taxas de oxidação de LDL-c. Na prevenção secundária e em pacientes com
DAOP ou miocardiopatia isquêmica.

• Como usar?
Policosanol 10-40mg/dia
POTÁSSIO

• Estudos observacionais e de coorte, e alguns ensaios clínicos, sugerem a


associação entre consumo de potássio e níveis de pressão arterial.
• Esta metanálise reuniu 32 RCTs com mais de 4 semanas de duração = foi
observada uma redução da PA em formato de U com limites entre 30-80mmol/dia,
sendo que a redução com a suplementação foi presente apenas em pacientes já
hipertensos, e principalmente naqueles com alta ingesta de sódio ou com aumento
da excreção renal de potássio.
POTÁSSIO
• 22 RCTs (n=1.606) e 11 estudos de coorte (n=127.038) sobre o tema:
1) Redução de 3,49x1,82mmHg em pacientes com pressão elevada.
2) Quando o consumo chegava a 90-120mmol/dia (3,5 a 4,6mg/dia) a redução
atingia os valores máximos de até 7,85mmHg na PAS.
3) Existe correlação nos estudos de coorte, entre o consumo de potássio com
eventos cerebrovasculares, mas não com IAM ou morte CV.
POTÁSSIO

• 22 RCTs com n=1.086 pacientes com consumo médio de 2.5g/dia por 4 semanas =
não demonstrou afetar a frequência cardíaca de adultos, incluindo análises de
subgrupos
POTÁSSIO

• Nesta metanálise de estudos prospectivos observacionais (15 estudos de coorte com


n=247.510 participantes), demonstrou que um consumo aumentado de potássio
(superior a 42mmol/dia (1.64g/dia) foi capaz de reduzir significativamente AVC
(redução no RR de 21%) e com tendência a proteção em morte CV e IAM.
POTÁSSIO
- Quando usar?
- Em pacientes hipertensos, com baixo consumo de potássio ou com alta excreção
renal (uso de diuréticos por exemplo).

- Como usar?
Com CAUTELA! Uma dieta balanceada já parece ser efetiva e capaz de ofertar
entre 40-100mmol de potássio por dia.
- Caso a suplementação seja necessária utilizar doses entre 300mg-1,2g/dia, como
monitorização do valor sérico (manter entre 4-5mmol/L)
QUERCETINA
• A Quercetina é um flavonoide antioxidante, que está presente nos alimentos na
forma de glicosídeos natural pode ser verificado nos vegetais, frutas e sucos.
• Várias propriedades terapêuticas dos flavonoides, principalmente da Quercetina,
têm sido estudadas nas últimas décadas, destacando-se o potencial antioxidante
• É também um poderoso antioxidante e antirradicais livres, reduzindo o risco de
morte por doenças das coronárias e diminuindo a incidência de enfarte do
miocárdio
QUERCETINA

• Presente abundantemente nas Eldeberies (fruto do Sabugueiro de regiões


temperadas) e nas cebolas (especialmente na roxa)
• Possui efeito anti-inflamatório e antioxidante já demonstrado in vito, em animais e
em testes clínicos.
QUERCETINA

• Em suma, a quercetina em altas doses é capaz de modular várias reações e


enzimas que podem trazer benefícios cardiovasculares. Em RCTs demonstrou
benefícios na redução da LDL-oxi, redução na agregação plaquetária,
vasodilatação arterial, melhora da função endotelial, melhora dos níveis de NO e
redução da PA.
QUERCETINA

• 7 RCTs, n=587, redução significativa de 3,04 na PAS e 2,63mmHg na PAD, que


chegavam a ser ainda maiores (4,45 e 2,98mmHg respectivamente) se a dose de
Quercetina fosse superior a 500mg/dia.
QUERCETINA
• Quando usar?
- Pacientes com hipertensão arterial sistêmica. Pacientes onde buscamos redução
dos níveis inflamatórios e em pacientes com alto potencial oxidativo. Redução do
LDL-oxidado. Na profilaxia secundária.
- Como usar?
- Entre 500mg-1000mg/dia.
RED YEAST RICE
• O red yeast rice resulta da fermentação de uma estirpe específica de levedura
vermelha (Monascus purpureus) no arroz, fato pelo qual é conhecido como
“levedura de arroz vermelho”.
• O red yeast rice contém as monacolinas (Monacolin K é lovastatina, que é
uma droga hipolipemiante comumente prescrita.) – que possui a propriedade
de agir como inibidor da HMG-CoA redutase
• Contém igualmente esteróis (beta-sitosteróis, campesterol, estigmasteróis e
sapogeninas), isoflavonas e ácidos gordos monoinsaturados.
RED YEAST RICE

• N=4.870 pacientes chineses com IAM prévio, randomizados para receber placebo
x XZK (RYR patenteado) 1,2g/dia = redução significativa de reinfarto,
revascularização e morte CV.
RED YEAST RICE

• N=50 pacientes com Sind Metabólica, placebo x Cholyftol plus (RYR + Oleo de oliva),
por 8 semanas = redução significativa de LDL-c, LDL-oxi, Apo B, PAS em 10mmHg.
RED YEAST RICE
• Quando usar?
- Em pacientes que não desejamos utilizar estatinas ou naqueles que se
negam ao uso, e que realmente necessitam de melhora do perfil
lipídico (não alcançado com outros suplementos). Ou naqueles em
prevenção secundária, e que não toleram o uso de estatinas.
- Como usar?
- - Red Yeast Rice 600mg-1,2g/dia
RESVERATROL
• O resveratrol é um polifenol que pode ser encontrado principalmente em
sementes e peles de uvas, no vinho tinto, e também em amendoins, cacau e
furtas silvestres.

• Seu principal benefício para o corpo se dá pela sua intensa atividade


antioxidante, protegendo o organismo contra o estresse oxidativo, combatendo
inflamações e prevenindo contra doenças cardiovasculares e até alguns tipos de
câncer.

• Além disso, o resveratrol é um forte aliado na luta contra o envelhecimento


precoce.
RESVERATROL
• Já foi demonstrado que os polifenóis podem atuar diretamente contra as espécies reativos de
oxigênio (ROS) e nitrogênio (RNS). Através dos resultados de diversos estudos, pode-se
inferir que os polifenóis de uvas e vinho tinto previnem ou reduzem o estresse oxidativo por
meio da atividade scavenger de radicais livres, complexação com metais oxidantes,
associação com a LDL-colesterol aumentando sua resistência à oxidação, aumento de
antioxidantes endógenos e por meio da modulação da atividade de enzimas chave na defesa
antioxidante.

• O resveratrol tem mostrado reduzir a produção de várias citocinas angiogênicas, incluindo


VEGF e interleucina-8 (IL-8). Um estudo, que demonstrou o efeito anti-angiogênico dos
polifenóis do vinho tinto, também realçou os efeitos ateroprotetores dos mesmos e sugeriu
que um dos mecanismos pode ser a inibição do crescimento de placas de ateroma pela
diminuição da síntese de VEGF.
RESVERATROL

• Diante da possibilidade da inflamação subclínica sistêmica crônica e do stress


oxidativo contribuírem para a fisiopatiologia da aterosclerose, vários RCTs com
Resveratrol (30-500mg/dia) demonstraram redução de marcadores inflamatórios
como TNF-α, INF-ϒ, IL-6, IL-8 e PCRu. Além de efeitos protetores inibindo a oxidação do
LDL-c.
RESVERATROL

• 15 RCTs com Resveratrol (10-500mg/dia) demonstraram:


- 7 estudos comprovaram melhora da função endotelial, seja pela melhora da dilatação
fluxo-mediada ou pela melhora do índice tornozelo-braquial

- Pacientes com RI e inflamação, apresentaram queda dos níveis de glicose e Hb1AC, além
de melhora na sensibilidade à insulina
- Houve melhora do perfil lipídico dos pacientes tratados, inclusive com redução significativa
da Apo B.
RESVERATROL
RESVERATROL
• Principais achado dos RCTs:
1) Rescveratrol foi capaz de reduzir a PAS e PAD.
2) Redução significativa do LDL-oxi e da ApoB.
3) Melhora significativa da função endotelial
4) Redução de vários marcadores inflamatórios como PCR, IL-6 e TNF-α
5) Melhora da função diastólica e redução de BNP em pacientes com ICC
6) Redução da Hb1AC e queda da resistência insulínica em pacientes com DM2
RESVERATROL
• Os achados anteriores são endossados por inúmeras outras publicações científicas,
metanálises e reviews, como os abaixo:
RESVERATROL
• Quando usar?
- Em prevenção primária ou secundária, especialmente com foco em redução de
oxidação do LDL-c, redução da inflamação subclínica crônica, e em pacientes com
HAS, DM2 e ICC.

- Como usar?
Transresveratrol via oral 30-150mg/dia ou Transresveratrol transdérmico 30-50mg
(maior biodisponibilidade)
EXTRATO DE ROMÃ
• Mais conhecido como Romã no Brasil, o
Pomegranate (Punica granatum) é nativo da
Pérsia e das regiões do Himalaia Indiano, sendo a
sua fruta amplamente consumida fresca e sob a
forma de bebidas em diversas partes do mundo.
• Medicina Ayurvédica tem utilizado extensamente
a Romã como fonte de remédios tradicionais no
subcontinente da Índia por milhares de anos.
• Composta por punicalaginas, punicalinas, ácido
elágico ( o extrato geralmente é padronizado em
40% de ácido elágico)
EXTRATO DE ROMÃ

• RCT com n=45 pacientes com miocardiopatia isquêmica, suco de romã 240ml/dia
x placebo por 3 meses = ambos grupos possuíam a mesma carga isquêmica na
cintilografia inicial. Após o tratamento o grupo tratado apresentou redução de 0,8
no SDS, enquanto que o grupo placebo apresentou aumento da isquemia em 1,2
(p<0,05). Isso sem apresentar diferenças nos perfis lipídicos ou glicêmico, no
peso ou na pressão arterial.
EXTRATO DE ROMÃ

• RCT com n=101 pacientes com DRC dialítica, suco de romã 3x/semana x placebo
por 1 ano = aumento do HDL-c, redução nos triglicérides e redução na PAS todos
com p<0,05, e com resultados ainda mais proeminentes quando o paciente possui
de base HDL-c baixo, triglicérides alto e HAS.
EXTRATO DE ROMÃ

• Principais achados dos estudos clínicos em humanos com suco de romã:


1) Redução da PAS e PAD em pacientes hipertensos.
2) Redução da progressão da placa de ateroma e redução da espessura médio-
intimal carotídea.
3) O poder do romã parece ser maior em pacientes hipertensos e com alto stress
oxidativo, do que em pacientes obesos, com SM, com DM2 ou tabagistas.
EXTRATO DE ROMÃ

• Estudos in vitro e em modelos animais demonstram que o poder do suco de romã


no combate a aterosclerose possui múltiplas vias:
1) Redução do acúmulo de triglicérides dentro dos macrófagos
2) Redução da LDL-oxidada
3) Redução da atividade plaquetária
4) Melhora da função endotelial e marcadores inflamatórios
EXTRATO DE ROMÃ
• Quando usar?
- Como agente antioxidante na prevenção e progressão da doença aterosclerótica,
e em indivíduos com hipertensão arterial, síndrome metabólica e diabetes.

• Como usar?
Suco de romã 150-250ml/dia ou extrato seco padronizado de romã 200-500mg/dia
(os benefícios ocorrem geralmente no longo prazo, uso > 1 ano)
ZINCO
• O mineral zinco está presente em todas as partes do corpo e tem
múltiplas funções. O zinco é vital para o funcionamento saudável de
muitos sistemas do organismo.
• Como componente de muitas enzimas, está ligado ao metabolismo de
proteínas, carboidratos, lipídios e energia. Nosso corpo contém cerca de
2 ou 3 gramas de zinco.
• Uma curiosidade: Os homens precisam de mais zinco que as mulheres
porque o sêmen contém 100 vezes mais zinco que o sangue. Quanto
mais sexualmente ativo um homem for, mais ele precisará de zinco.
ZINCO

• O zinco tem um papel fundamental como agente anti-inflamatório e antioxidante.


Vários estudos de coorte observacionais correlacionam a sua deficiência, mesmo que
marginal, com maiores taxas de eventos e morte CV. Seu baixo consumo está
associado ainda a menores níveis de HDL-c e maiores taxas de aterosclerose.
• Entretanto uma recente metanálise falhou em demonstrar benefícios da
suplementação de zinco nos desfechos cardiovasculares (porém os estudos eram
feito com baixas doses de zinco <20mg e em associação polivitamínica)
ZINCO
ZINCO

• Duas metanálises de estudos de coorte prospectivos mostram:


1) Quanto menor os níveis séricos de zinco, maior o risco de ICC.
2) Quanto menor os níveis séricos de zinco, maior o risco de eventos CV.
3) Não há correlação entre os níveis de zinco e desenvolvimento de DM2.
ZINCO

• Nesta outra metanálise de estudos de coorte, desta vez envolvendo


pacientes diabéticos, os níveis séricos de zinco de correlacionaram de
maneira inversa com eventos CV, com redução do risco absoluto de 8%
para eventos CV (RR de 70% para morte CV e 34% para eventos CV)
ZINCO
• Conclusão: a literatura não possui dados suficientes, principalmente estudos de
RCT para concluir os benefícios da suplementação de zinco. Porém os estudos
observacionais e suas metanálises, além de toda a fisiologia envolvida, são
categóricos em afirmar a correlação entre baixos níveis de zinco e desfechos
cardiovasculares.

• Quando usar?
- Na prevenção primária e secundária de pacientes com deficiência de zinco.

. Como usar?
- Zinco quelado 20-60mg/dia

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