Disciplina: Nutricométicos e Nutracêuticos Aplicados na Estética Avançada Prof.: Vivian Souza
Resumo artigo científico: Astaxantina: Aspectos estruturais e funcionais
A astaxantina é um corante na indústria de alimentos e alguns países também como
suplemento alimentar que pertence a classe dos carotenoides. O elevado poder antioxidante da astaxantina mostrou efeitos benéficos em várias doenças relacionadas com danos oxidativos, tal como a hipertensão, obesidade, degeneração macular e até câncer. A astaxantina ocorre naturalmente em microalgas, tais como Haematococcus pluvialis e a levedura Phaffia rhodozyma, e em frutos do mar, como em salmão, lagosta, camarão e crustáceos. Atualmente também há grande produção de sintética a partir de matérias-primas do petróleo, no entanto, a procura de alimentos naturais alinhado ao custo elevado de pigmentos sintéticos, têm aumentado a procura de fontes naturais, como por exemplo a partir de subprodutos de crustáceos. Os carotenoides podem ser divididos em dois grupos: 1. carotenos, que contêm apenas carbono e hidrogénio; e 2. xantofilas, que também contêm oxigênio. Nas xantofilas, oxigénio podem estar presentes como grupos hidroxilo/ carbonilo ou como uma combinação de ambos. No ambiente aquático, as microalgas são fontes para sintetizar Astaxantina, que são comidas por zooplâncton, insetos ou crustáceos, que, por sua vez, são comidos por peixes, proporcionando-lhes assim a cor destas espécies aquáticas. A utilização de fontes renováveis de astaxantina é de interesse económico crescente como uma alternativa para a sua produção sintética. Microalgas H. pluvialis acumula quantidades mais elevadas de carotenoides em vesículas lipídicas citoplasmáticos e tem sido referido como sendo a fonte mais rica de astaxantina naturais, atingindo 9.2mg/ g de células. No camarão os pigmentos estão localizados principalmente no cefalotórax, camada epidérmica abdominal e exoesqueleto abdominal; assim, a maioria do conteúdo de astaxantina encontra-se em resíduos processados, o que sugere o tratamento desta subproduto-matéria-prima por método de ensilagem. Nos USA e no Japão os suplementos a base de astaxantina variam com dosagens entre 4 a 20mg, o que seria necessário uma pessoa consumisse entre 600 a 2000g de salmão. O primeiro papel estabelecido para carotenóides animais era precursor da vitamina A, no entanto, devido à presença de compostos oxigenados nos seus anéis terminais, a maioria das xantofilas não possui os requisitos estruturais para exercer a atividade da vitamina A, o que provavelmente explica o fato de a sua grande importância para a saúde humana não ter recebido o reconhecimento devido. Por outro lado, xantofilas comportam-se como antioxidantes excelentes através da captura de espécies reativas de oxigénio e radicais livres derivados de processos metabólicos celulares ou poluentes ambientais. As literatura descrevem efeitos antioxidantes para as fontes tanto natural e quanto sintética. A atividade antioxidante potente de astaxantina tem sido relacionada a várias funções biológicas e tem aplicações promissoras para a saúde humana e nutrição. Vários estudos têm associado a ingestão de carotenóides com a baixa incidência de câncer. No caso específico de astaxantina, a sua ação em neoplasias induzidas quimicamente foi demonstrada e estudos indicaram a administração oral de 1 mg/ kg dia de astaxantina, durante 14 dias, reduziu significativamente a metástases hepáticas, o que sugere um papel importante no aumento da resposta imunológica através da inibição induzida pelo stress peroxidação lipídica. A astaxantina também tem sugerido proteger contra os efeitos tóxicos de alguns fármacos anticancerígenos. O potencial antioxidante da astaxantina também tem sido relacionado à obesidade, estudos demonstram que a administração de 30mg/ kg, inibiu o ganho de peso, redução do peso do fígado, triglicérides hepáticas, bem como triglicérides e colesterol no plasma. A astaxantina adicionado à dieta de ratos durante 4 semanas acelerou a utilização de lipídios durante o exercício, o que leva a um melhor desempenho físico e redução da gordura corporal. Estas observações demonstram que o efeito antioxidante da astaxantina pode modificar o metabolismo muscular, resultando na melhoria da função muscular durante o exercício. A astaxantina de H. pluvialis também mostrou reduzir a pressão arterial (5mg/ kg dia, por 7 semanas), modulan a fluidez do sangue no tratamento da hipertensão e que o seu efeito anti- hipertensivo pode ser devido a mecanismos que incluem a normalização da sensibilidade dos receptores adrenérgicos e a restauração do tono vascular através da redução da vasoconstrição induzida por espécies reativas de oxigênio e angiotensina II. Outro estudo conduzido com 50mg/ kg dia, durante um período de 22 semanas, não só reduziram a pressão sanguínea, mas também outros sintomas da síndrome metabólica, a glicemia de jejum também diminuiu, aumentou a sensibilidade à insulina, os níveis de HDL aumentaram e triglicérides no plasma e níveis de ácidos graxos não esterificados diminuíram. Estudos pré- clínicos da xantofila astaxantina carotenoide e seus derivados demonstrar que têm propriedades anti-inflamatórias e potencial eficácia na definição de isquemia reperfusão e na redução da peroxidação lipídica e retrombose após trombólise. A administração de 5mg/ kg dia, durante 14 dias, diminuiu lesão hepatocelular após isquemia/ reperfusão danos e sugeriu que os mecanismos de ação podem incluir a proteção antioxidante contra danos oxidativo. Outros estudos mostraram que a intervenção astaxantina de 25mg/ kg dia, melhora o stress oxidativo induzido por ciclofosfamida, danos no ADN e hepatocarcinogenese precoce. A luteína xantofilas e zeaxantina são os carotenóides presentes no pigmento macular da retina humana, e a sua concentração da retina está relacionada com a degeneração macular relacionada com a idade. Descobriram que pacientes com degeneração macular, que uma vez receberam diariamente doses de 4 mg de astaxantina associada com outros antioxidantes (vitamina C e E, zinco, cobre, luteína e zeaxantina) por 12 meses tinha melhorado a função da retina. Apesar da suplementação de longo prazo com a astaxantina, efeitos adversos não foram relatados no presente estudo. A avaliação clínica preliminar da toxicidade foi conduzida em com uma dose única diária, de 4, 8 ou 20 mg de Astaxantina, por 4 semanas e a pressão arterial e outros parâmetros foram coletadas antes e após 4 semanas de suplementação. A diminuição significativa na pressão arterial e glicose no sangue em jejum sistólica foi observado nos indivíduos que ingeriram 4mg de astaxantina. Não foram observadas diferenças significativas a partir da linha de base para terminar o tratamento para os outros parâmetros e também ão houve efeitos adversos ou alterações nos parâmetros bioquímicos dos grupos suplementados. Um duplo-cego, controlado por placebo, de 8 semanas também foi conduzido e foi constado uma dose única de 40mg foi bem tolerada. Um outro estudo foi conduzido com biomassa de astaxantina para avaliar os possíveis efeitos colaterais de consumir cerca de 500mg/ kg dia, e os autores não encontraram efeitos adversos no sangue ou em outros parâmetros bioquímicos. Não há como estabelecer recomendação nutricional quanto à astaxantina ingestão diária, mas a maioria dos estudos relatados resultados benéficos de uma ingestão diária de 4mg. Existe um estudo conduzido com 3 adultos do sexo masculino, que sugere que há uma indicação de que os efeitos de altas doses de astaxantinas em humanos são limitados. Não literatura que relate efeitos adversos da administração, no entanto, é necessário novas investigações para estabelecer uma dose segura e os efeitos a longo prazo.